Alec Weaver pavimentou seu caminho na indústria de forma vagarosa como produtor, se introduzindo aos poucos como um dos artistas novatos promissores no ano 5, agora ela nos apresenta seu primeiro álbum intitulado “Natural Causes”. Com uma abordagem totalmente intimista, Alec nos faz adentrar em seus pensamentos mais profundos em um emaranhado de conflitos internos; inicialmente vemos isso de uma forma mais nítida e complexa, tendo as 3 primeiras faixas como definitivas nesse aspecto, mas logo depois adentra em uma ambientação mais usual, voltada a falar sobre o amor e as consequências desastrosas pela perda dele. Essa é a parte mais intrigante, há uma dualidade confusa se esse amor é referente a alguém específico ou se é seu próprio eu em um outro espectro falando sobre si mesmo (Como uma visão em terceira pessoa) e sobre sua jornada, já que em “Under The Bridge” se torna bem claro que se trata da primeira, enquanto ele se imerge em si mesmo em faixas como “Angels Forever” ou nas três canções iniciais. Talvez esse tenha sido um dos problemas referentes a linearidade, por vezes ele oscila entre esses dois pontos, as vezes bruscamente e as vezes de forma sutil, mesmo que mantenha sua essência bem fincada na visão introspectiva. As composições excelentes, vemos uma série de recursos de linguagem sendo utilizados, todas adentrando em uma aura mais profunda e quase que filosófica, com metáforas e analogias muito bem empregadas; o maior problema que observamos é a estrutura das canções, elas evidenciam quase que unicamente o pré refrão, refrão, ponte e pós refrão do que necessariamente a construção da narrativa nas estrofes, é uma mesma fórmula vista em todas as canções do projeto e falham em nos inserir ainda mais no enredo, além de trazer uma visão mais genérica das canções, que vai em direção oposta com o conteúdo que obviamente não é. A canção que consideramos mais promissora e poderosa é justamente “Angels Forever”, literalmente nela Alec Weaver realiza o que foi supracitado acima, fala acerca de si mesmo em um plano de espectador, como se ele realmente estivesse expressando seus anseios após a morte. A produção melódica do álbum é bem linear em toda a obra, segue uma base Pop Alternative interessante e bem contemporânea, nos cativando ainda mais no que está escrito. Os visuais foram muito bem feitos, tanto em métrica como na escolha de fontes, além da ótima utilização dos filtros e cores no encarte, que oscilam entre um tom mais quente e o P&B, mesmo que de forma distinta eles se unem e não soam como aspectos paralelos, um grande problema observado em diversos outros trabalhos. De modo geral, Alec Weaver demonstra seu grande potencial como artista, mesmo que tenha falhado em alguns pontos da execução da jornada da obra, sabemos que com toda certeza esse foi um ótimo pontapé inicial para o enxergarmos de um outro modo e ansiarmos por novos projetos tão intimistas quanto esse.