Los Angeles Times

Lennie Dale lança ‘Locked Depth’, seu quarto álbum de estúdio. Explorando temas pessoais e indo em uma linha contrária do seu antecessor, a artista apresenta lados de sua personalidade pouco vistos antes. O álbum começa muito bem com ‘Life’s a Beach’, excelente faixa que retrata o cotidiano de muitas pessoas, lutando para sobreviver diariamente. Com uma letra simples e direta, o eu lírico pensa sobre sua realidade, com passagens muito fortes como as partes onde ele teme que seja vendido a casa alugada ou o terror por perder o emprego que acabou de conseguir. A colaboração com Jaehyuk em ‘Something In The Sky’ é um grande devaneio sobre o universo e os seus mistérios, entrando em uma linha etérea e bem diferente da sua antecessora, mas ao mesmo tempo orbitando ao redor de um mesmo conceito de questionamentos. ‘Seeking Guidance’ segue o clima de desesperança, em uma composição bastante descritiva e que insere mais ainda o ouvinte na atmosfera do álbum. Até este ponto, todas as composições estão bem escritas e amarradas, não sendo pesadas de acompanhar, mesmo tocando em assuntos delicados. Perto das outras faixas, ‘Nightmare’ soa enfraquecida. Mesmo com uma boa estrutura a lírica, a faixa é abrangente demais e não traz o nível de pessoalidade e originalidade de suas antecessoras. ‘Intergalatic Dream’ entrega a composição mais elaborada em termos técnicos do álbum, contando com letra rebuscada, cheia de metáforas e referências, a colaboração com Jacob ganha forte presença e destaque dentro do projeto, estando entre as melhores. ‘in My Bed’ destoa bastante não apenas de sua antecessora, mas como de todo o álbum. A composição perde em termos de estrutura, ao ter poucos e longos versos, além de não contar com um conjunto tão robusto de escrita, sendo bastante linear. ‘You Deserve’ retorna com as melhores temáticas do álbum, trazendo outra música extremamente profunda. O eu lírico fala diretamente sobre suas inseguranças e dificuldade em se amar, acreditando sempre que será abandonado e ainda colabora com a tese de que o amado merece mais do que tem. ‘Lighthouse of Despair’ encerra o album da mesma forma que ele começou: Muito bem! A canção final é uma das mais tristes de toda a obra, capaz de emocionar os ouvintes com sua lírica. A arte do álbum é ponto que mais deixa a desejar, com diversas temáticas pessoais, o encarte poderia estar enriquecido com detalhes da artista, mais fotos, mais momentos e pequenos adicionais que se conectassem com as músicas. Por fim, abordando temáticas de grande pessoalidade com maestria, Lennie Dale entrega um trabalho bastante sólido liricamente em ‘Locked Depth’, capaz de emocionar os seus fãs e ouvintes.

Rolling Stone

Apresentando o seu quarto disco com uma imersão pura no R&B, Lennie Dale trouxe o “Locked Depth” — álbum que é residência de canções responsáveis por revitalizar sua imagem como artista e expor, dos ouvintes mais atentos aos menos presentes, seu lado mais introspectivo. “Life\'s a Beach” é uma crítica intensa ao capitalismo, sistema que domina a sociedade atual, entrando como primeira faixa num viés confessional e expositório da sua indignação. A canção é bem conduzida, e por mais que possa ser um pouco curta em certos sentidos, funciona bem como início, com uma composição que sabe se manter nos eixos e se desenvolver sem maiores problemas. “Something in the Sky” carrega a energia cósmica proposta com uma força bem interessante; é bem rica em detalhes, e o verso de Jaehyuk se entrelaça com Dale facilmente, mesclando o que sabe fazer com a artista em uma boa sintonia. Entretanto, é uma canção curta que não parece concretizar e expor tão bem o seu potencial geral, podendo ser até mesmo ser caracterizada como um interlúdio; assim não sendo, deixa a impressão de que deveria ser um pouco mais do que é. “Seeking Guidance” se destaca pela sua visão única do seu desenvolvimento como pessoa e como a sua perspectiva das coisas ser diferente das outras pode ser algo que a deixa aflita pela insegurança ou por não se sentir compreendida. É um sentimento facilmente presenciado na adolescência e vida adulta, e Lennie consegue conservar suas palavras e as usar muito bem. “Nightmare” acaba sendo um pouco menos forte que as anteriores. Mesmo que siga muito bem o caminho projetado e idealizado para o disco, sua letra é um pouco precária em certos momentos, sem dar aquele sentimento que a anterior, por exemplo, deu. Ainda assim, cumpre seu objetivo. “Intergalactic Dream” é apaixonante e bem posicionada. Com toda a carga do projeto até então, a parceria entre Lennie e Jacob traz um momento mágico e sexy ao disco, com bons usos de artefatos líricos que ambientalizam a canção com a sua magia característica. “In My Bed” coloca o sexo como uma “fuga” dos seus problemas, e como algo que Lennie consegue confiar em si. A faixa mais dançante e melódica do projeto, Dale mergulha no prazer e se mostra aberta a tudo que seu prazer pode pedir a ela. É uma canção bem descontraída, e ajuda na diversificação do disco, que não segue um caminho previsível. “You Deserve” é curta, mas funciona muito bem no momento por continuar com a parte mais visceral de Lennie sobre o amor, aqui abordando tanto o amor próprio quanto o amor ao outro. A letra é bem escrita. Um ponto é que Lennie não investe muito em refrões tão elaborados, o que coloca a carga das canções nos versos, e é algo que na maioria das vezes funciona muito bem. “Lighthouse of Dispair” finaliza o projeto com uma mensagem certamente angustiante, como um resultado de tantas dúvidas e tantas entregas e exposições. Co-escrita por Lexie, é uma canção muito bem escrita pelas artistas, e consegue finalizar muito bem o projeto. O visual, assinado por Lennie, é bem simples, mas bonito. Mesmo que seja mais minimalista, seria interessante ver mais páginas do projeto para uma melhor imersão nesse âmbito. Num geral, “Locked Depth” é um ótimo disco; pode acabar por desejar em alguns pontos, como no visual pouco desenvolvido ou em algumas canções que poderiam ser também mais desenvolvidas, mas Dale consegue entregar um LP sólido.

American Songwriter

“Locked Depth” é o quarto álbum de estúdio da artista canadense Lennie Dale. O álbum tem a sonoridade R&B, as letras do projeto são pessoais e cantam sobre experiências vividas e também sobre sentimentos negativos da artista, como ansiedade, baixa auto estima, insegurança entre outros. Um lado que nunca vimos Lennie nos mostrar. O visual poderia ser mais ousado e mais trabalhado, mas mesmo assim agrada os nossos olhos. Todo P&B nos retrata a personalidade mais vulnerável que a artista está disposta a nos mostrar nesse seu trabalho. Na Track 1, “Life\'s a Beach”, a artista mostra seus descontentamento com a vida, com sua rotina e com a falta de valorização dos trabalhadores. No refrão ela deixa claro todas essas ideias “Trabalhando por um salário inútil / não dá nem para pagar por terapia / promessas quebradas, sonhos quebrados / porque a vida é uma vadia, a vida é a porra de uma vadia”. A letra é extremante bem escrita, um manifesto a como as pessoas assalariadas vivem e sua rotina para só sobreviver, a artista nos entrega uma grande canção e uma excelente crítica ao terror que essas pessoas vivem, como ela canta segundos antes do fim da música. Lennie se junta com Jaehyuk para cantar sobre sua vontade de saber mais sobre seres extraterrestres e sobre experiências sobrenaturais. “Something In The Sky” é uma forma de Lennie contar sobre algum contato que teve com esses seres, e ela relata isso em uma das linhas do primeiro verso “No cosmo infinito do universo / não estamos sozinhos”. Jaehyuk em seu verso fala sobre a vontade de conhecer e se aprofundar mais nesses assuntos, pede um sinal para sua confirmações e teorias. Já o refrão fica a deseja é a parte menos interessante da canção, e a estrutura da música também incomoda por ser uma estrutura empobrecida. Mas no geral, a letra da canção é interessante e boa de ouvir. “Seeking Guidance” fala sobre ela buscar orientação porque sua visão diferente das coisas a deixa confusa, perdendo fé e confiança. A letra nos mostrar Lennie querendo entender porque interpreta as situações da vida de uma forma diferente e das outras pessoas. A letra é simples, mas bem precisa. Mas novamente a estrutura da música poderia ser mais elaborada. “Nightmare”, Lennie se questiona sobre vida, sobre fé, sobre suas escolhas, sobre seu caminho. A artista chega até a se questionar se Deus ainda está com ela. Uma letra obscura e com uma mensagem forte. É uma das letras mais pesadas desse projeto. Na faixa 5, Lennie se junta ao talentoso Jacob para cantar sobre um amor que te encoraja e te faz se afastar da insegurança e dos seus medos, como fica claro no pré refrão da canção “Você reescreveu minha escuridão / Numa obra de ficção / Abriu os meus olhos / Pra ver tudo diferentemente / O quão raro e lindo que estamos aqui / Me explique o infinito”.“Intergalactic Dream”, primeiro single desse projeto e vencedora de um grammyfone e um FMA na categoria “Best R&B Duo or Group Performance”, faz metáforas intergalácticas sobre o amor, um R&B lento e gostoso de se ouvir com uma letra que parece de outro mundo. Os versos de Lennie são um espetáculo de se ouvir, mas Jacob traz o ápice da canção, com um verso brilhante e que agrega muito. A canção marca um novo momento do album, e a canção cumpriu essa missão esplendidamente. Em “In My Bed”, Lennie canta como o sexo é um escape para seus problemas, por isso a necessidade de transar todas as noites. A letra da canção por mais explícita que seja, é uma letra bem desenvolvida e envolvente. O problema da canção é o refrão, um dos menores refrões que já ouvir e que não acrescenta nada na canção, um grande erro que a Lennie jamais poderia ter cometido nessa canção. A canção se quebra toda com o refrão e não tem uma explosão. Mesmo com essa paixão estonteante é quente, Lennie se sente insegura e insuficiente para seu amado. E esses seus medos ela nos conta em “You Deserve”, a música começa com um questionamento que demonstra toda insegurança do eu lírico, “Me diga se eu sou o suficiente para você / Porque tenho esse sentimento que me faz questionar”. E no segundo verso já percebemos que essa insegurança não é passada pelo seu amado, mas sim por ela mesma, como todo o álbum vem cantando a insegurança da artista é um grande bloqueio para muitas coisas. “As vezes eu me pego pensando, me pego pensando / como posso te amar tanto se nem eu mesma me amo.” Essa frase deixa claro o auto boicote que o eu lírico sofre. Mais uma vez o refrão não é suficiente para canção, mas nessa canção isso não tem um impacto tão grande, não fazendo a música perder sua grandiosidade. Para encerrar esse trabalho, “Lighthouse of Despair” é uma canção que mostra como o lado vulnerável e negativo de Lennie as vezes acaba vencendo-a e o que resta para ela é chorar e afogar as mágoas e medos na bebida. A canção tem uma letra sensível e tocante, é um pedido da artista para deixá-la passar por aquilo, já que ela merece por suas escolhas. A artista de convence que não tem mais solução e sua história já tem um fim traçado e não é um dos melhores. Em “Locked Depth”, Lennie nos mostra uma face totalmente diferente daquela face egocêntrica que conhecemos dela, com um som mais lento e letras mais pessoais e vulneráveis a artista entrega um trabalho bom e que nós faz refletir também sobre nossas visões e escolhas no caminho da vida. Lennie só tem a crescer nos mostrando esse lado dela, sabendo dosar essa Lennie vulnerável com a Lennie egocêntrica ela nos entregará uma preciosidade nos próximos trabalhos. Faixas destaques: “Intergalactic Dream”, “Life\'s a Beach” e “You Deserve”. Faixa decepcionante: “In My Bed”,