Body, Blues & Soul: Reloaded - Asha

Rolling Stone
Body, Blues & Soul: Reloaded é um experimento a parte dentro do repertório de Asha se comparado a projetos anteriores, mesmo nunca abandonando todas as influências que moldaram sua vida, aqui um ponto de partida ligeiramente profundo é tomado, sua relação com seu pai Jawari Zion. Além de toda herança do som trazida por ele, Body, Blues & Soul: Reloaded é quase como uma homenagem, uma dedicatória a lembranças e ao apoio sempre presente de Jawari, \\\"[...] Nunca deixe sua alma esfriar, mesmo se você estiver nos piores momentos, com os olhos vendados\\\". \\\"Blue Empress\\\", canção cantada por Jawari Zion é recheada de paixão e crença no potencial da cantora, \\\"Meu pai é a razão de eu estar aqui, sinceramente [...]\\\" contou Asha em entrevista a BBC no Ano 01. Essa faixa nasceu como prova disso. A ideia de que reviver situações é buscada em \\\"Piano Under The Moonlight\\\", ainda que soe esvanecidas hoje, a falta é marcada na canção, rodeadas por situações que ás vezes soam projetadas, Asha aqui relembra momentos com Jawari, marcantes o suficiente para influenciarem-na até os dias de hoje, marcantes o suficiente para trazer até ela uma vontade de voltar até elas. A já conhecida pelo fãs \\\"The Man With A Hat\\\" soa como um devaneio dentro do projeto: Um som inspirado no clássico Fantasma da Ópera, mas aqui funciona como uma referência à música, entregue-se ao som e a arte transfigurada numa figura masculina misteriosa, uma vez que ele é irresistível demais para você negá-lo agora. \\\"Kingston\\\" é novamente uma canção que nasceu de uma homenagem, sendo a terra natal de Jawari, Asha projeta pensamentos nostálgicos ao local, que estranhamente foram vividos por seu pai, não por ela, ainda assim a faixa trás os sentimentos guardados da terra natal chocando-se com sua nova realidade, agora mais triste, nos Estados Unidos. Talvez \\\"Kingston\\\" soaria mais orgânica se tornasse um plano de fundo para uma outra lembrança de Asha sobre Jawari, como uma extensão de \\\"Piano Under The Moonlight\\\" ou até mesmo como \\\"Wheel Of Life\\\", citação breve sobre o estilo de vida desprendido e descuidado de Jawari, mas trazendo como destaque todo seu esforço durante sua jornada e o amor ao seu passado, mesmo longe de tudo naquele momento. A melancolia de \\\"Things Change As Time Goes By\\\" é explorada por Asha relembrando da vida de seu pai como um homem brilhante perdido em seu vício, assim como a forma que isso repercutiu em sua vida, um momento de quebra de uma relação uma vez cheia de admiração e apoio. \\\"Ele forjou para mim os melhores sonhos e acabou transformando-os em correntes, como um ferreiro.\\\" Asha conta, como se cada sonho alimentado por seu pai ali fossem apenas historinhas, e nada mais que isso. \\\"Last Chords\\\" busca um momento de descontração dentro do Body, Blues & Soul: Reloaded, a luta incessante por realizar um sonho mesmo da forma mais imprudente e impensada possível é narrada por Asha, o nervosismo por estar expondo seu som também vem como parte de uma aventura artística, mas nada pararia Asha naquele momento se não fosse a chegada de seu pai, que ironicamente foi responsável por levá-la até aquele momento cômico. Asha finaliza seu projeto de forma sutil mas profunda, \\\"Body & Soul (Limits)\\\" transforma toda uma vida cheia de realizações escondidas em consequências irreparáveis, talvez a decisão de se tornar uma estrela tenha sido um dos motivos para sua perda, mas ainda assim tudo já está feito, e Asha apenas pode buscar entender que tudo vem com um preço, às vezes não tão bonito quanto sua arte. Body, Blues & Soul: Reloaded é delicado mesmo em seus momentos mais fantasiosos, a conexão com seu pai foi levada até um nível íntimo e poético, ainda que existam pontos em \\\"Kingston\\\" que pareçam mais uma biografia não autorizada de Jawari Zion, seu visual assinado por St. Maud é certamente um personagem a parte do projeto, talvez vejamos mais disso no futuro, mas até lá, toda história explorada aqui é especial e marcante, principalmente para Asha. VISUAL: 15* CRIATIVIDADE: 24 COESÃO: 17 COMPOSIÇÃO: 30

Billboard
Após um longo período sem sua aparição, a norte-americana Asha ressurge com uma readaptação do seu projeto experimental dentro da Indústria fonográfica, recebendo seu nome de: \\\"Body, Blue & Soul: Reloaded\\\", manifestando em sua mais pura essência dos ritmos afro-americanos: O blue, o jazz e o soul. A serventia de sua premissa é retratada nas vivências que a cantora obteve em soma de seu pai, e como isso espelhou em sua atual carreira que se encontra. Introduzindo o disco de forma amistosa, \\\"Empress Blue\\\" Asha reata de suas singelas memórias uma canção estupenda de seu pai, onde o mesmo cativa sua filha de que haverá um futuro próspero para a mesma dali em diante, o que ele possivelmente não aguardava é que Jawari Zion contribuiu para sua filha uma das melhores aberturas de todos os tempos no Jazz, uma espécie de sonoridade mais classuda e aconchegante, sem medir esforços, conquistou nossa total atenção, mesmo que sendo uma faixa prévia. \\\"Piano Ballads Under The Moonlight\\\" é o ponto de ignição da compositora para o berço da música, ela trabalha na obra com uma dualidade intrigante, o seu ponto de vista para seus sonhos, assim como a falta em que seu progenitor faz em sua essência, e de como este sentimento até um certo ponto a prejudica, pois a mesma gostaria de ter explorado mais da relação familiar de ambos. De fato, uma canção que esbalda uma unicidade e tanto, a alta qualidade e a compostura exemplar da obra são evidentes. \\\"The Man With A Hat\\\" entrega uma calorosa recepção do amadurecer e dos anseios de Asha para a arte, os passos que dava não eram os suficientes, eram preciso passos mais largos até a sua conquista globalizada, e que estava totalmente apta em entregar-se em prol dos luxos que a fama levaria para debaixo de seus lençóis. \\\"Kingston\\\" consagrou-se como a melhor faixa dentro da resenha de \\\"Body, Blue & Soul: Reloaded\\\", a proeza em reanimar os contos de decepções de seu genitor em não atingir seus reais objetivos, em soma do excelente intérprete do vazio que Jawari havia sentido, após ter distanciado de sua cidade natal. Diríamos que esta canção pode registrar até mesmo uma nova faceta para o cenário em que o mercado musical \\\"Various\\\" necessite no momento, se caso explorada, pode se tornar um gigantesco atrativo para premiações futuras, até mesmo para o título tão cobiçado de \\\"Canção do ano\\\". Prosseguindo a narrativa com \\\"Things Have Change As Time Goes By\\\", neste momento do álbum é iminente o distanciamento emotivo do laço familiar dos personagens inseridos na trama, acontecimentos no passado em que quando menos aguardavam, com o tempo, afetaria o tal presente, em que agora não passam mais unidos. Em \\\"Last Chords\\\" há uma espécie de uma tentativa de reaproximação familiar e autoconhecimento, não mais pelas agressividade que saia dos lábios de Asha, e sim através do toque daquilo que consistia na união da família Zion: A música. \\\"Last Chords\\\" engrandece os bens líricos da obra musical como um todo, é comovente e puro, o que nos permitiu até mesmo de ludibriar todo o cenário perfeitamente milimetrado pela musicista. Aproximando-se do encerramento do disco, a penúltima faixa \\\"Wheel Of Life\\\" ilustra a compreensão da eu-lírica com o seu parentesco, o temor da mesma entrar em constante queda da qual ele já enfrentara, a maestria desta canção é de outro universo. Os benefícios que o refrão enriquece em \\\"Wheel Of life\\\" é gritante, no entanto, a sequência do verso dois para o verso três foi algo que deu a entender que: Asha atingiu outro parâmetro artístico, e jamais saberemos o quão longe ela atingirá. Chegando a conclusão do projeto musical, \\\"Body & Soul (Limits)\\\" simplifica a comoção das desculpas através de uma carta, é notório o quão ressentida a eu-lírica estava e que sente um fardo em seu peito, pois tudo aquilo que vivenciaram, foi-se para Asha uma certa expressividade de culpa que ainda habitava em seu peito, a faixa com entendimento de bons ouvintes é audível como uma maneira da artista extravasar suas emotividades, ao ponto de alcançar o perdão para si. \\\"Body, Blue & Soul: Reloaded\\\" é um disco musical necessário e vitalicio para o cotidiano, a história narrada pela a musicista norte-americana é surreal e arrepiante, algo para se pontuar é a autenticidade lírica que Asha atingiu através da expressividade mais simplória nas músicas, ignorando a soberba de exceder diversas referências para enriquecer o álbum, e usufruindo somente da pontualidade. Em diálogo com os procedimentos estéticos inseridos, \\\"Body, Blue & Soul: Reloaded\\\" apresenta um dos melhores visuais do ano 7, para o cenário comercializante. O casamento dos tons acinzentados casaram-se muito bem com a paleta do azul claro, com a adição da excepcional escolha das fotografias inseridas para a visualização de todo o trajeto visual que era se esperado, assim como a prontificação da tipografia chamativa e que capta o olhar do público rapidamente. No entanto, quando falamos de música, nós também estamos abordando sobre o fator da acessibilidade ao consumidor e uma coisa que não poderíamos permitir passar, é que a musicista poderia ter disponibilizado não só aos ouvintes, como os leitores, a tradução de cada obra inserida para que haja uma longevidade ainda maior de admiradores para o projeto, ressaltamos que isso não é nenhum critério de invalidação de pontuação da nota, e sim algo para atenuar a cantora para os seus próximos passos. Em suma, \\\"Body, Blue & Soul: Reloaded\\\" revigora uma criatividade artística colossal de Asha, mesmo que reconhecida majoritariamente através do Dance, a própria demonstrou que não há bordas para lhe restringir quando trata-se de talento e exuberância lírica. NOTA: Composição: 34/36 Criatividade: 20/22 Coesão: 19/20 Visual: 22/22

Variety
Em uma versão repaginada e remasterizada, Asha re-introduz seu primeiro EP: Body, Blues & Soul. O projeto com 8 faixas explora a sua vida com o seu pai, Jawari Zion, e tudo o que envolveu a jornada da artista desde seus nascimento ao estrelato, navegando pelos gêneros Blue, Jazz e Soul. \\\"Blues Empress\\\" nos imerge à narrativa, sendo uma canção totalmente cantada pelo seu falecido pai. A letra é emocionante, bonita e radiante, e faz o ouvinte sentir o amor incondicional e sincero que Jawari tinha por Asha. \\\"Piano Ballads Under the Moonlight\\\" é, simplesmente, impecável. Asha brilha com a delicadeza e visceralidade de sua letra, que nos emociona mais ainda com a sua abordagem tão única e graciosa. \\\"The Man With A Hat\\\" caminha pelo Blues sem nenhum medo, e traz uma lírica e estrutura rica e versátil, que não é difícil de se digerir, muito pelo contrário. É um grande ponto no disco, que, com certeza, é uma faixa que cresce a cada vez que o ouvinte consome-a. \\\'Kingston\\\" é angustiante e triste, e nos traz exatamente o sugerido por Asha: a tristeza que o seu pai guardou em seu coração ao ter que deixar o lugar que tanto amava para conquistar os seus sonhos. Simplesmente impecável e inteligente. \\\"Things Change As Time Goes By\\\" é, como a anterior, impecável. A musicalidade deste disco é inegável, mas a desta canção consegue se destacar mais ainda. Não temos muito à falar, além de parabéns para Asha por essa faixa. \\\"Last Chords\\\" é destemida, ousada e extremamente envolvente. O refrão é um ponto altíssimo, e a ponte é muito boa. Na penúltima faixa, \\\"Wheel of Life\\\", Asha traz um storytelling impecável e bem desenvolvido, com um uso inteligentíssimo de metáforas e referências, nos movendo com graciosidade à última faixa, \\\"Body & Soul (Limits) encerra a narrativa sem deixar nada atrás, com uma composição extremamente sincera e emocionante, que traz pontos impecáveis de desenvolvimento, assim como todas as faixas anteriores. No visual, St. Maud e Tammy trazem algo limpo, bonito e cheio de emoção e glamour, sendo inegavelmente coeso à lírica. Em uma visão geral e resumida do projeto, \\\"Body, Blues & Soul: Reloaded\\\" é um disco impecável, avassalador e singular. Asha traz o MELHOR de sua carreira nessas 8 faixas, que transmitem emoção, versatilidade e provam o seu inegável talento como compositora.