Tocando agora:
I BROKE YOUR HEART (YES, I DID IT!) - Henessey
Ouvintes:
263,013

for me. - JACOB
83

Los Angeles Times

80

O álbum inaugural de Jacob ressoa como uma grandiosa construção erguida nos interstícios da alma, uma imponente torre de luz a guiar aqueles que vagueiam perdidos, ansiando pelo reencontro com sua essência primordial. Como uma épica narrativa entrelaçando a singeleza do cotidiano com a intricada teia dos relacionamentos humanos, ele nos conduz através dos labirintos do amor e da paixão, onde o protagonista se entrega por completo, apenas para emergir como um herói renascido, em sua incessante busca pela reconciliação consigo mesmo. A influência desse trabalho transcende os limites das meras harmonias melódicas, imbuindo também a estética visual de uma profundidade que nos transporta numa imersão às raízes do passado, tingida por matizes de reflexão e ressalvas. Com o propósito de romper com a heterogeneidade lírica que permeia tantas obras contemporâneas, \"For Me\" abraça a simplicidade e a clareza como seus alicerces fundamentais. Mesmo que tal abordagem seja analisada externamente pelo próprio autor, é imprescindível destacar a profunda interconexão entre as diversas trajetórias dos personagens inseridos na trama. Essa sutil tessitura entre narrativas individuais enriquece sobremaneira a complexidade da obra, proporcionando ao leitor uma experiência multifacetada e profundamente edificante. Apesar de algumas faixas não alcançarem a mesma excelência de outras, todas elas desempenham um papel significativo na edificação do álbum até seu desfecho. É válida a observação sobre um possível exagero na quantidade de referências locais, embora se reconheça sua importância. No entanto, uma integração mais harmoniosa poderia conferir uma sensação ainda mais autêntica, sobretudo nas letras. Contudo, é inegável o fascínio que Jacob exerce sobre o público ao compartilhar suas narrativas pessoais, como atesta a extraordinária popularidade de \"For Me\" em escala global. Essa habilidade de conectar-se com os ouvintes é uma prova irrefutável do impacto duradouro de sua música e de sua capacidade em transcender fronteiras culturais e geográficas.

American Songwriter

77

Causando uma comoção notória ao longo dos anos, o debut album “for me.” do cantor e compositor canadense JACOB se apresenta com uma proposta menos presa a narrativas intrínsecas e complexas e mais ligada a estados de emoção do artista na busca pelo autoconhecimento ao longo de uma jornada de 15 faixas. Inicia-se a trajetória pela faixa introdutória “for me.”, mesmo título do álbum, narrada por Bronx e que destaca o impacto que feridas causadas em nós mesmos deixam com o passar do tempo. Apesar de sua curta duração, possui uma letra forte o suficiente para entregar o peso emocional prometido no prólogo do projeto. A segunda faixa, “begin”, relata os detalhes e as emoções do início de um relacionamento; apesar de algumas incongruências em seu inglês, JACOB sabe bem como transmitir cada pedaço da história como se ela estivesse acontecendo no exato momento, mais especificamente notável no verso 2, algo importante dentro do que se propõe a fazer. “talkin bout you” segue a narrativa que se iniciou com um novo relacionamento em potencial anteriormente; agora, JACOB se imerge na maravilha do novo sentimento para declarar todo o seu fascínio ao seu novo amor, continuando com sua habilidade de descrever detalhes que o fizeram se apaixonar pela pessoa em tão curto espaço de tempo. Lançada como single, é notório o motivo pelo qual isso aconteceu, pois apesar de ser uma canção que extrapola sua estadia entre os versos, é uma adição essencial ao álbum pela mistura entre a gentileza da paixão sentida pelo artista e seu típico vanglorio dentro das referências que faz, algo que também se mostra de forma bastante recorrente na discografia do cantor. “golden times” mostra a consumação de toda a ardente paixão entre os protagonistas da história contada até aqui; apesar de seu extenso segundo verso cansar o ouvinte em determinado ponto, ainda é um sucesso em sua finalização no modo como o artista sabe exatamente o que sente e apenas gosta de rodear a si mesmo com metáforas que o façam sorrir com a noite vivida. Na quinta faixa do disco, “and a treacherous love”, o artista entrega uma reviravolta na narrativa a partir da descoberta de uma traição por parte da pessoa por quem ele achava estar apaixonado. É um dos pontos altos do álbum até aqui pelo modo como a história é descrita, ainda mais no verso 2, e em como a aflição de JACOB em meio aos eventos é transmitida ao público. “even sad”, faixa seguinte, trabalha os sentimentos do cantor após os eventos da canção anterior; aqui, ele apresenta um estilo de composição diferente das letras até então apresentadas, tentando ser mais introspectivo, algo que funciona de forma excelente na ponte, mas não no resto da faixa, que torna-se redundante logo após sua primeira parte. Não é um dos destaques, mas é compreensível sua inclusão para oferecer um lado diferente do artista dentro do projeto. “i want you by my side”, por sua vez, oferece mais um novo capítulo dentro da história, onde JACOB promete uma composição complexa — o que, de fato, a letra da música é, dando detalhes quase que encriptografados de momentos na mente do artista entrelaçados ao momento em que ele decide terminar tudo com a pessoa que traiu sua confiança e admite também ter traído como vingança. Sua complexidade é louvável ainda que o ouvinte possa se perder nas pistas. “between aches and tears” é uma declaração de independência vinda de JACOB diante das situações que viveu no seu prévio relacionamento e uma reflexão do quanto ele sente suas próprias mudanças em relação a como era quando era emocionalmente dependente de outro alguém. É uma faixa relativamente curta, mas eficiente na entrega da mensagem. “but iʼm not the same” é a primeira das colaborações a aparecer na tracklist; sendo uma parceria com Ashford, que abrilhanta a faixa com seu verso na ponte, é uma canção que confirma as mudanças internas no eu lírico apresentadas na faixa anterior, mas desta vez, endereçadas ao seu antigo amante. Já “you made me change”, que mais tarde se tornou um dos maiores hit singles da história da indústria musical em números e méritos, também representa uma mudança crítica no ritmo do álbum “for me.” ao ser apresentada como uma “revenge song” para alguém que expôs intimidades do artista na internet a troco de humilhá-lo. Aqui, a faixa parece ser menos sobre a narrativa do relacionamento descrito nas canções anteriores e mais sobre um acontecimento externo à história desenvolvida, onde JACOB se sente livre para colocar um certo nível de narcisismo para exposição no mesmo museu descrito por ele como algo feito por seu antigo amor apenas para destruí-lo. “came the weakness” é apresentada como a faixa mais pessoal de todo o álbum, retratando as sensações do artista após uma recaída emocional em relembrar a história que terminou de forma triste para seu coração anteriormente; sua lírica aqui é mais intimista e merece elogios por tal, apesar de sua visão diminuir em relação ao mundo e aumentar para si mesmo na segunda parte. “loneliness” é mais uma colaboração dentro do álbum; agora, com Teyana T, JACOB descreve a sensação de finalmente encontrar uma nova versão de si mesmo em meio à solidão deixada por seu antigo relacionamento. Teyana possui mais versos aparentes na canção e entrega uma versão mais confiante da lírica, enquanto JACOB complementa a narrativa à sua maneira. Em seguida, tem-se “all momentarily”, uma colaboração com Penelope e Sia Rosa que propõe uma narrativa mais coletiva, com o uso de “nós” para além do uso do “eu” na percepção de que todos os sentimentos que podem nos matar são apenas temporários. JACOB entrega uma visão extremamente pessoal da história, com menções ao clima de sua casa enquanto crescia, enquanto Penelope e Sia giram em torno dessa narrativa e servem de complemento, como ele mesmo havia servido em “loneliness”. A penúltima faixa da obra, “today i have been reborn”, reflete sobre a percepção do perdão dentro da sociedade num geral; JACOB pondera sobre o perdão ser um ato de piedade quando deveria ser visto como bravura, uma mensagem poderosa, mas que se perde nos rodeios dos versos extensos e enfraquecem o resultado como um todo no final. “met myself” representa o encerramento do disco e da narrativa; seu refrão é interessante no ponto de vista de que nomeia todas as faixas anteriores do álbum enquanto faz todo o sentido possível, sendo um ponto alto para a canção como um todo e que deveria ter sido lançada como single em sua época original pelo autoconhecimento exposto nos versos. Os visuais do álbum são um show à parte; apesar de sua capa ser relativamente morna e não ter a mesma força de impacto que seu encarte, preenchido de cima a baixo com referências visuais e imagens representativas do estado do artista em cada faixa, o conjunto ainda é agradável de se ver e marca a trajetória do tempo em que foi lançado originalmente. Um problema recorrente nas faixas é a exposição das letras em inglês, que nem sempre estão escritas de acordo com a ortografia padrão de sua língua, problema esse que não é visto em suas traduções e ajuda o ouvinte a se encontrar dentro da estrutura no final de tudo. Em suma, “for me.” é um álbum ímpar na história da música, onde JACOB exercitou todas as suas habilidades ao limite de todas, resultando em um projeto intimista, que apenas peca pelo excesso de conteúdo em suas letras, passíveis de exaustão ao final da experiência, e por nem sempre as emoções impactarem o ouvinte, mas aliado aos visuais bem planejados e executados, justificam o impacto dele como artista e como uma pessoa fácil do público se identificar quando quer.

TIME

92

Em seu primeiro álbum de estúdio e um dos mais aguardados dos últimos anos, Jacob descreve sua \"crônica banal\", como o mesmo diz, dissolvida em 15 capítulos cheios de altos e baixos acerca da construção de sua narrativa amorosa em questão, e, por sua vez, em como o eu-lírico pôde encarar uma metamorfose ultrapessoal, que agora rege seus comportamentos cotidianos. Abrindo o disco com a brilhante e minúscula faixa-título \"for me.\", o canadense acerta em cheio na introdução do álbum, que já carrega sua proposta central mas ainda mantém várias interrogações para o que pode desenrolar do exposto por ela. A track inicial é direta, curta e refinada, contando ainda com narração do Bronx, que acrescenta uma maior dinâmica e autenticidade, além de credibilidade à obra. Mais a frente, \"begin\" e \"talkin\' bout you\" são canções que se completam, apesar de não serem iguais. \"begin\" introduz de fato ao universo do \"for me.\" e descreve os primeiros momentos dos personagens desde o primeiro contato, o que nos chamou a atenção pela progressão dos acontecimentos e dinâmica lírica, que se modifica a partir do período de tempo em que a faixa transpassa. Já em \"talkin\' bout you\", single de sucesso do cantor, a profundidade e insegurança tomam conta do canadense e apesar de ser simples e sem muitos nuances, a canção faz muito mais sentido no disco, que por natureza criou-se uma rede de dependência entre as faixas. Um dos destaques da obra, sem dúvidas, \"golden times\" cai como uma luva na narrativa e entrega toda provocação, sensualidade e um toque mais adulto que o for me. precisa, em uma dose ideal e necessária para compreender a progressão dos fatos, além de tratar a primeira vez no sexo como algo longe do convencional. \"and a treacherous love\" chega como uma quebra para as expectativas do eu-lírico e traz para um álbum um teor mais obscuro, totalmente distante da empolgação das faixas anteriores. \"senti meu corpo sedar mesmo sem nenhuma droga\" reflete a sensação do Jacob após a descoberta da traição, momento que passa a permear o disco daqui pra frente. \"even sad\", quinto single do disco, é angustiante. O sentimento de dependência emocional chega a nos intrigar e refletir sobre o quão imerso estamos na narrativa que o canadense apresentou. A lírica é completamente voltada ao rendimento amoroso e a dificuldade em se livrar de algo que te faz mal, mesmo quando há uma submissão excessiva. Mas em \"i want you by my side\", seu single debut, Jacob passa a se compreender melhor dentro das suas perspectivas. O amor abusivo e utópico de antes agora abre espaço ao rancor, que aqui se fez necessário para despertar no eu-lírico a sensação de justiça para com ele mesmo. A canção é um tanto quanto complexa se lida separadamente, mas que se conecta fielmente com o álbum, trazendo uma coesão mais linear para os fatos que precedem. \"between aches and tears\" vem como uma das faixas mais sinceras do álbum, podendo ser facilmente uma das favoritas dos fãs pela grande visceralidade, criando uma identificação quase instantânea. O reconhecimento de uma relação falida e a difícil decisão em deixar de lado algo que você ama mas te prejudica, é um ato de dor e coragem. Manobrar essa situação em versos foi algo que o canadense executou com excelência. Chegando em \"but i\'m not the same\", Jacob e Ashford encaram o desenrolar das duas faixas anteriores, mas que ainda parecem estar dependentes daquilo que tanto dizem não estar. A canção tem uma qualidade clara, mensagem direta, porém parece andar em círculos na narrativa do disco. Ashford traz bons versos que conversam com a sintonia, todavia nada muito surpreendente e evolutivo como vimos nas demais canções. Se sentimos uma certa \"fraqueza\" na faixa anterior, aqui ela some para \"you made me change\" chegar como o maior destaque lírico do disco, além de um considerável potencial para dominar as premiações futuras. A letra por mais diferente da proposta geral que o álbum propõe, faz sentido ao mesmo pela narrativa e procedimento do que pôde ter acontecido para chegar até aquela situação. É uma canção que desencadeia curiosidade e ira, que transparece do Jacob para os ouvintes em questão de segundos. Rica em dinâmicas metafóricas, a utilização do museu como ambiente de exposição para as suas experiências antes expostas pelo seu amado, é genial. Nessa faixa o canadense transformou sua raiva em espetáculo. Recuperando o fôlego, \"came the weakness\" vem como um alívio após todo o bombardeio de emoções das tracks anteriores. Doce e ingênua, a canção passa um sentimento leve de autoconhecimento e conforto para com o eu-lírico e toda a sua história contada até aqui. Um dos pontos mais positivos do disco, ao lado de \"between aches and tears\" e \"you made me change\". Um dos maiores hits dos últimos tempos, \"loneliness\" chega como o momento mais descontraído do álbum, talvez um pouco deslocado, mas ainda sim nadando nas águas da proposta levantada em \"for me.\". Thereza Khan brilha em trazer versos escaldantes e bem pensados, com uma conexão surpreendente e juntamente à Teyana T que não deixa a desejar com rimas inteligentes e de qualidade. A canção é o lado mais mainstream e comercial do disco, numa fase em que o eu-lírico está tão bem cosigo, que trata da situação com bastante leveza. \"all momentarily\", faixa que conta com Penelope e Sia Rosa, não acompanha a qualidade das demais, mas tem o seu valor. A história de herança familiar que transpassa pela track é super interessante, faz sentido no disco, mas é bem confusa de compreender isoladamente. Os versos são complexos e as parcerias acentuam isso. Apesar de não contar com as composições das estrelas do pop, a composição tem uma pegada diferente da qual o álbum vinha seguindo. Não é ruim, mas acaba destoando um pouco. Seguindo a onda, \"today i have been reborn\" tem o sentido oposto à faixa anterior. A track tem sua importância na obra como um todo, mas sozinha ela é fraca. Sem muitos nuances e picos de envolvimento, a narrativa de ter chegado a um ponto em que você não se conhece mais como antes, merecia ideias mais inovadoras. Finalizando o disco, \"met myself\" amarra toda a perspectiva do eu-lírico e une suas experiências a partir de como ele se enxerga hoje. Perspicaz, a faixa passeia por todas as demais e recaptura todo o processo que o Jacob passou, errou e evoluiu para ser o jovem artista que é hoje. Uma canção resistente e certeira para finalizar o disco com uma coesão justa. O visual do álbum é um dos seus pontos mais fortes. A quantidade absurda em referências e conexão com as letras é assustadora de tão milimetricamenre pensada. O respeito na paleta de cores e fotografia são coisas nunca antes vista na indústria. Jacob sabe do que está fazendo e ele entrega um visual único, que soa simples mas é repleto de cuidado e história. Faz muito mais sentido ler o disco enquanto analisa o seu encarte, porque é quando você se encontra totalmente imerso nos ambientes em que as faixas retratam. A coesão é invejável. Todas as faixas, apesar de algumas não seguirem a qualidade de outras, fazem sentido e caminham para o ponto final do álbum. Talvez a quantidade de referências locais tenha sido exagerada, apesar de compreender a ligação, mas poderia ser melhor elaborada para soar mais espontânea, não no visual, mas nas letras. No entanto, Jacob desperta o interesse do leitor/ouvinte ao acompanhar as histórias que ele quis contar e a maior prova disso é a grande popularidade do for me. em escala global. Imaginar esse álbum como um debut de um artista que chegou recentemente na indústria é assustador. A quantidade de conquistas e qualidade em diversos quesitos são pontos a ser considerados para um próximo grande artista, se não o grande artista dos próximos anos. O for me. veio tímido, com suas propostas sinceras, mas que arrebatou uma legião de fãs, crítica, prêmios e um enorme e icônico espaço na música.

Billboard

85

Em retrospectiva de uma “carta aberta” para os seus ouvintes, o primeiro álbum de estúdio do renomado artista Jacob, veio finalmente à tona. No intuito do abandono da heterogeneidade lírica,“For Me” traz como princípio a simplicidade e clareza, mesmo que analisado pelo próprio, de maneira externalizada. É válido destacar, o conectivo de trajetórias distintas nas visões dos personagens inseridos na trama, fazendo uma ponte do universo “For You” para o “For Me”, dentro dos aspectos rítmicos do RnB tradicional, com toques sutis e comerciais do pop, com ajustes da agressividade do hip-hop. Introduzindo ao projeto, já nos deparamos com um dos pontos bastante atraentes e autênticos, “For Me” que registra o nome do disco, dialoga sobre a crucialidade do amadurecimento, mesmo que este preço custe mais alto que o estimado. Embora que curto, repercutiu de maneira agradável para o disco, talvez nem haveria forma mais exemplar que esta para reproduzir as premissas do CD, pontuamos também a construção das falas de Luciana Gonçalves e da participação do rapper norte-americano Bronx, por agregarem no encanto da abertura. Agora a jornada ficaria mais densa, onde de fato as coisas começaram a caminhar, “Begin” revela o ponto de ignição do álbum, apresentando de onde e como surgiu toda a atmosfera do \\\"For Me\\\", ela propõe uma excelente narrativa feita da terceira pessoa, os anseios pelo indivíduo acompanhado pelos remorsos do que poderiam aproximar, são circunstâncias que marcaram bem a lírica. No entanto, houve dados durante a história da composição que excederam em determinadas circunstâncias, a tamanha inclusão dos cenários na obra podem ter dificultado o degustar de \\\"Begin\\\", só que isso não remove os deleites afetivos que ela apresentou. Em \\\"Talkin\\\' About You\\\" propõe as fases mágicas dos relacionamentos, onde tudo está estruturalmente elegante e ideal, é intrigante a pureza desta emotividade pois é como se o eu-lírico estivesse conversando conosco, o que é instigante. Sem mais delongas para a composição, seu ápice é sem dúvidas seu pré-refrão além de memorável, abriga todo o conceito de clichê que a faixa quis propor. Enquanto aos seus erros, frisamos que seja os mesmo da canção anterior, entretanto, houve um encaixe lapidado que a mesma, o que tornou passível. \\\"Golden Times\\\" aborda de jeito sublime a conquista da primeira vez do eu-lírico. É perceptível em cada detalhamento da escrita o sufocar do nervosismo, que deita-se ao lado da ansiedade de cometer o ato. Uma composição que mede além do pudor e desejos, feito com proeza e sem dúvidas registra uma das canções mais incitantes do projeto musical, com um outro bastante excêntrico. Indicando como o clímax do roteiro, \\\"And a treacherous love\\\" relata a deslealdade do companheiro, e assim como ele, a confiança e lealdade também se foram. A estruturação da jornada lirista para guiar o eu-lírico como o insano foi o que ganhou os holofotes, reservamos um espaço em especial para o refrão que foi um dos maiores acertos da carreira do canadense. Se pudéssemos discorrer uma palavra melhor para a faixa a seguir, diríamos submissão. \\\"Even Sad\\\" contextualiza a continuidade da premissa da quebra de expectativa da faixa anterior, com o ponderamento: \\\"Até que pontos nos entregaremos ao amor?\\\", já é visível o personagem se sujeitar a receber daquilo que lhe restava de seu amado, em troca da comodidade que o eu-lírico gerou por estar acompanhado. Mesmo que seja algo melancólico de se vivenciar, Jacob manuseou com perspicácia na conclusão de \\\"Even Sad\\\". Sucedendo, \\\"I want you by my side\\\" aloca uma visão de necessidade de mudanças para o intérprete, aquilo já não lhe revigorava como antes, a unilateralidade o deixou exausto. Jacob decide romper este silêncio e buscar a cura para si, mesmo que por tempo limitado. Todavia, nenhum momento foi-se dito que isso haveria facilidade, com \\\"Between aches and tears\\\" expõe a fragilidade do eu-lírico à tona, e respalda a importância da esperança mesmo que nas suas atuais condições ele não encontre-a, a ponte segurou total atenção da obra e da proposta central. \\\"But I\\\'m not the same\\\" confisca para si o título da melhor colaboração do projeto, a singularidade e a abertura sentimentalista espelhada na voz de Jacob e Ashford foi benéfica para a construção do \\\"For Me\\\", uma colaboração que pode ser forte candidata para grandes nomes em indicações de premiações de alta patente. O momento mais intrigante em relação a proposta finalmente chega, \\\"You made me change\\\" assume disparadamente os olhares da Billboard, podemos compara-la como um grande sucesso bilionário cinematográfico de maneira assertiva, Jacob ultrapassou todas as expectativas gerada pela sua canção anterior, palavras neste momento não seriam paletáveis para esta obra já completa. Explicitamos igualmente a excelente proposta do artista em relação a temática. Quanto ao desenvolvimento lírico \\\"Came the weekness\\\" foi majestoso. O que nos impressiona através desta escrita é quando você repara na jornada em que o personagem teve de passar e lidar, para chegar no momento que ele mais almejara, a insistência do seu próprio bem estar. O que acaba sendo mais explorado na colaboração \\\"Loneliness\\\" com Thereza Khan e a rapper Teyana T, que destoa a exponencialidade de se encontrar só e como isso agrega na retaliação pessoal. No entanto, a música carrega uma dualidade para o disco, em análise coletiva, ela soa enfraquecida dentro das demais tracks disponibilizadas, só que ao deixa-la isolada, possui ótimos arranjamentos. Retomando suas forças, \\\"All Momentarily\\\" disseca que a dependência sempre esteve entrelaçada com seus pretextos familiares, e que isso de certa forma, o incomodava, pois nada daquelas emoções seriam eternizadas. A experiência que tivemos com Penelope e Sia Rosa dentro da faixa foi satisfatória, elas souberam implementar bastante conteúdo para o trabalho quando houve momentos de recaídas do autor da obra, o que silhueta no real sinônimo de uma cooperação bem feita. \\\"Today I have been reborn\\\" traz um clima aliviante para os ouvintes, a tempestade passou, enfim. A valorização do processo de terminar nunca fez tanto sentido para o eu-lírico, afinal, após concluir um capítulo, possibilitou o mesmo a abrir outro. Em aspecto de sumário do ocorrido, \\\"Met myself\\\" encerra por vez o projeto com o autocompreendimento de Jacob sobre a importância de cada detalhe enfatizados nas canções em que ele narrava, aquilo era real e havia sentido, pois foi nos altos e baixos em que ele pode encontrar a resposta: em si mesmo. Quanto a diretrizes do aspecto estético do trabalho, \\\"For Me\\\" entregou uma remodelação completa dos cenários, o que faz subir o fator da criatividade. A tipografia muito bem manuseada e tanto que atraente, assim como as cores vibrantes do projeto que contribuem na riqueza visual. Outro detalhe a se observar, é a premissa funcional incomparável do minimalismo nos efeitos da edições, então, embora que haja uma mega produção excedente, os incrementos de visões simplórias balancearam muito bem na harmonização. Único detalhe que gostaríamos de visar é atentar-se a em partes da obra, a sombra tomou muita conta dos visuais calorosos, porém, isso não é nada em que prejudique a perspectiva. Em suma, \\\"For Me\\\" consegue acolher o público com base nos acontecimentos verídicos na vida do autor, o que faz o álbum não só de boa qualidade, como aconchegante para aqueles que se identificam com uma das demais faixas propostas. NOTAS: Composição: 29/36 Criatividade: 18/20 Coesão: 18/20 Visual: 20/22

Rolling Stone

83

O álbum de estreia de Jacob soa como uma porta de entrada para quem está perdido e precisa de alguma forma encontrar-se novamente. Trazendo uma premissa que une a simplicidade com a complexidade da vida a dois, aqui temos alguém que entregou-se ao amor, perdeu-se nele, e como missão, precisou voltar para si. Até mesmo seu visual, em contraste com as composições, soam como uma verdadeira viagem no passado, mesmo que existam ressalvas. “Trazer novos significados para essas marcas, para que no futuro elas te lembrem por onde você passou e aonde você não deve ir.” – for me. introduz-nos com um áudio, originalmente dito por sua amiga Luciana Gonçalves, mas narrado por Bronx. Em poucas palavras podemos entender onde o álbum quer ir, em seu começo, meio e fim. O início de um relacionamento sempre parece mágico aos nossos olhos, uma pequena troca de olhares em um bar, uma ajuda com um telefonema, “begin” é exatamente esse ponto de partida entre duas pessoas, dando início a algo que viria a dar vida a todo o restante do álbum. Seguida de “talkin\\\' bout you” podendo ser entendida como uma extensão da anterior, um dos primeiros lançamentos do artista trás um ponto ainda marcaco por uma visão positiva do amor, de alguém que presencia algo inédito em sua vida: Estar apaixonado. Trazendo ainda mais imersão nessa relação iniciada, “golden times” é uma canção ousada, que exprime o nervosismo e determinação precedente a primeira vez de Jacob, que aproveitou da melhor forma a conexão criada entre os dois. /“Tudo isso era inédito para mim, mas que no fim pareceu que foi para nós dois”/. Jacob transforma a experiência em um momento sublime, que de forma brusca também introduz um novo momento, onde uma traição ocorre, a partir daqui o álbum toma um rumo diferente, onde o amor dá lugar a decepção. /“Em frente à lareira, as mãos de outra pessoa passavam pelo seu pescoço”/. “and a treacherous love” tem ponto de partida ainda admirável, mas cada verso também apresenta a insegurança e o medo de uma realidade ali muito palpável, um coração partido. /“Mesmo triste, não consigo me desfazer desse amor”/, “even sad” narra o drama do pós término, onde alguém se vê livre o bastante para afastar-se de alguém que a magoou, mas não o suficiente para superá-la em um primeiro momento, marcada pela melancolia do eu-lírico, ele luta para se desfazer de um sentimento. Em “i want you by my side”, Jacob da continuidade a sua jornada, sentindo o peso de algo que um dia parecia admirável e duradouro, mas que hoje é marcado por memórias infames, talvez não tenha sido fácil naquele momento, mas orgulhoso de si mesmo, Jacob escolheu acabar com o que o machucava. Na tentativa de curar a si, “between aches and tears” Jacob mostra sua vulnerabilidade emocional, mesmo que de longe, ainda sentindo os impactos de um antigo relacionamento, mesmo que não tenha o parceiro como inimigo, ele diz: /“No fim das contas você me deixou cercado entre dores e lágrimas”/. O amor deixa marcas, sejam essas positivas ou negativas, ele irá sempre nos marcar de alguma forma, em “but i\\\'m not the same”, Ashford se junta ao cantor para por em palavras o quão decisivo uma relação pode ser em nossas vidas, sendo um dos melhores momentos do LP, cada ferida é notável, cada uma delas tem um motivo e essa canção consegue nos levar até elas. Apesar de soar um pouco extra a experiência, “you made me change” é uma canção curiosa que trás uma verdadeira guerra fria entre duas pessoas, cada um com suas versões de uma história, e Jacob, acerta ao mostrar que não tem nada a temer acerca disso, todos conhecem a verdade e cada momento daquela relação. Pontuando o melhor momento do álbum, “came the weakness” ainda que seguindo essa jornada de superação, reconhecimento da dor e ressignificar elas, a canção trás um diferencial de destacar a necessidade de sentir o que deve ser sentido, que nem sempre mostrar uma força inexistente é a melhor saída, aqui Jacob esteve sozinho com sua dor, deixou-a entrar, ainda que desejasse que ela fosse embora o mais rápido possível. Na grande colaboração entre Jacob, Teyana T e Thereza Khan, Jacob parece estar longe demais da dor para ouvi-la, em uma singela homenagem a si mesmo, o ponto de partida de “loneliness” é claro: /“Agora estou curtindo a minha solidão”/. Depois de tempos vivendo em uma jaula dentro de si, na canção partimos do pressuposto que o passado ficou no passado, e agora a prioridade é a sua própria realização pessoal, ainda que sozinho. Carregando certo pessimismo, mas agora com mais foco em algo real – se comparada as demais canções – “all momentarily”, parceria com Penelope e Sia Rosa, aponta agora mais experiente, certa falta de esperança em amores perfeitos outrora pintados, reconhecendo o seu potencial em trazer a felicidade, mas também reconhecendo igualmente o potencial do não, Jacob canta: /“Aceite o amor de quem você ama mesmo que ele te faça mal”/. É uma música por vezes cruel, mas que direciona a um caminho que não abre brechas para um amor nocivo, um amor que te faça mal. Em “today i have been reborn” Jacob diz estar chorando de alívio, e mesmo que seu semblante não seja o mais feliz de sua vida, a felicidade está lá, todo o processo da vida a dois tornou-o uma nova pessoa, agora mais destemida, mais imponente. Preservando os bons momentos e ressignificando os ruins, essa canção poderia ser facilmente resumida assim, pois é onde um novo alguém nasce, do amor até a dor, e segue um novo caminho. Finalizando a experiência, “met myself” funciona como um reprise dentro do álbum, revisando sentimentos, voltando a cada momento que foi vivido, Jacob após tudo isso parece mais vivo, mesmo em suas canções, que tomaram novas perspectivas, “met myself” é um final que também inicia um momento para Jacob, aquele que pareceu perdido em sua dor, agora entende que vivê-los é essencial para se conhecer novamente. Jacob é um artista que soube trazer a atenção para seu álbum, mesmo que a experiência possa soar em certos momentos redundante (algo que poderia ser resolvido com um encurtamento da tracklist, algumas canções abrem a possibilidade, existem canções que narram momentos parecidos que poderiam ser reduzidas, trazendo leveza a experiência). Dentro de 15 canções o artista viajou entre cada momento de sua vida. A visão de “for me.” é usual no contexto de relacionamentos, mas ainda assim é centrada, mesmo que excessivamente explorada. O alinhamento de seu visual trazendo as referências foi muito bem aplicado. Já em suas canções o uso de referências locais soa excessivo, em algumas delas talvez tenha até mudado o foco, ou transformando-as em uma simples narração de acontecimentos. Contudo, Jacob soube viver cada momento, dos melhores até os piores, e “for me.” mostrou o quão forte ele tornou. VISUAL: 14 CRIATIVIDADE: 24 COESÃO: 17 COMPOSIÇÃO: 28

2018 - © FAMOU$