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Coup De Grace - Marco
93

American Songwriter

90

Marco sempre foi reconhecido por sua habilidade de criar álbuns de profundidade notável. Desde sempre, ofereceu uma visão única do mundo através dos seus próprios olhos. Com seu novo álbum, ele mantém essa essência, explorando temas íntimos e mergulhando nos pensamentos e emoções do eu lírico. O álbum começa com a envolvente \"Out Of The Mud\", que retrata o cansaço e a exaustão em momentos específicos. A poesia dos versos e o refrão cativante são complementados por imagens vívidas, como \"Up in yesterday’s moody sky Venus arose / A sign to cleanse the fingerprints I almost burnt\". \"Pierrot And Harlequin\" segue, inicialmente suave e sem pretensões, mas evolui para uma história fascinante. Mesmo não seguindo uma estrutura lírica convencional, a música é construída de forma a não se tornar enfadonha. Destaca-se também \"Horse Race\", que oferece uma perspectiva original sobre a indústria, como se estivéssemos ao lado de Marco, compartilhando suas reflexões e conselhos. Os versos afiados e precisos tornam essa música um ponto alto do álbum. A criatividade continua em \"Music Box\", com uma quantidade impressionante de conexões e metáforas. Apesar de ser um fluxo contínuo de uma situação específica, o artista organiza as ideias de forma palpável e coerente. As metáforas são utilizadas de maneira magistral, resultando em uma canção inteligente e coesa, do início ao fim. Esta música exemplifica por que Marco é considerado um dos grandes compositores da história da música. \"Prayer For Love\" descreve relações complexas através de uma metáfora brilhante, trazendo uma melancolia instigante. O refrão novamente se destaca, carregado de intensidade lírica, tornando a música especial e monumental. O trabalho visual, assinado por Ali Aguilera e CHARLI, complementa a atmosfera do álbum de forma magnífica. Embora não seja inovador em termos de melodia, \"Coup De Grace\" mantém a qualidade lírica e a organização das faixas na tracklist, mostrando o poder de Marco como compositor e contador de histórias. Em resumo, é um trabalho extremamente bem pensado, poético, por vezes melancólico, que expõe tamanha maestria no lado lírico e reforça o que marco representa na indústria.

Pitchfork

100

Sendo um trabalho vencedor de 2 GRAMMYs, incluindo Album Of The Year, \"Coup De Grace\" terceiro álbum de estúdio do cantor Marco surge após alguns anos do artista sem um grande lançamento de álbuns. As canções surgiram durante o período que Marco esteve na Itália e falam bastante sobre o ponto de Marco sobre a indústria musical, mas também passando por vários outros conceitos e ideias do compositor, que assina todas as faixas do trabalho de forma sozinha. A sonoridade do trabalho contém uma mistura de Rock, Alternativo e Folk, tendo bastante o uso de instrumentos de corda nas canções, como violão, e também piano. O trabalho contém faixas espetaculares e bem escritas em todos os sentidos, não é atoa o prêmio de Álbum do Ano no SCAD Awards, mas os grandes destaques do trabalho são as canções: \"That Girl\", \"Melessa\", \"Hazy London\" e \"Prayer For Love\". As quatro canções contém uma lírica robusta e visceral de Marco, sendo um ponto extremamente positivo a sua estruturação que é muito bem pensada e faz todas as canções fluírem de forma magnífica. \"That Girl\" descreve a história de uma mulher de sucesso que teve o seu coração partido e agora ela caminha por uma avenida, até que ela vai embora de uma vez e nunca mais é vista por ninguém, deixando de lado tudo que ela conquistou em sua vida. A canção possui uma estrutura fora do comum, com apenas 4 versos, mas que se mostra como o ideal para a faixa. Tudo nela é muito bem construído e pensado por Marco, as metáforas são muito bem utilizadas e contém uma atmosfera instigante e envolvente durante toda a canção. \"Melessa\" é uma canção que funciona como uma carta de Marco para uma amiga de infância do cantor. A canção fala sobre esse afastamento dos dois conforme foram crescendo e amadurecendo. Além disso, a faixa também fala sobre a diferença da vida dos dois, já que Melessa continua cantando em pequenos bares, já Marco virou um cantor mundialmente famoso e que faz show para milhares de pessoas. Os versos são envolventes e muito bem escritos pelo cantor, dando destaque ao seu refrão que é a melhor parte da canção por ser divertido, simples mas extremamente interessante para a narrativa da canção apresentada pelo compositor. \"Hazy London\", que serve como o primeiro single do álbum, é uma canção que descreve um dia que Marco teve com outra pessoa enquanto passeava por Londres, capital inglesa. A canção é muito inteligente e contém metáforas extremamente bem utilizadas, tudo na faixa se encaixa perfeitamente, desde o início até o fim. Essa canção é o porque de Marco ser considerado um dos maiores compositores da história da indústria musical. \"Prayer For Love\" descreve a relação entre duas pessoas, onde uma delas passa o tempo inteiro pela outra pessoa, já a outra fica dias sem aparecer. Tudo isso em uma metáfora brilhante sobre as mulheres e crianças que ficavam em casa em períodos de guerra, apenas esperando os seus maridos voltarem para casa. Os versos são descritivos e extremamente bem escritos, trazendo uma melancolia e tristeza muito instigante para a canção. O refrão consegue mais uma vez ser o grande destaque de toda a canção, sendo brilhante e com uma carga lírica pesada e densa, que torna essa canção tão especial e monumental. O visual assinado por Ali Aguilera e CHARLI é belo e contém fotos que transmitem toda a atmosfera do projeto de forma incrível. O trabalho não é perfeito e nem inovador comparado a sua lírica, mas é algo belo e que mantém o nível de qualidade de tudo que foi apresentado até agora no disco. As fotos são belas e as páginas do encarte são deslumbrantes. No geral, \"Coup De Grace\" é um álbum perfeito no quesito lírico e mostra o poder de Marco como compositor e como ele consegue transmitir as suas emoções e histórias como nenhum outro compositor na indústria consegue. As faixas são bem organizadas na tracklist e tem estruturas bem pensadas no geral, sendo o ponto perfeito do trabalho. Esse trabalho merece muito toda a sua aclamação e prêmios, por ser um trabalho único e visceral.

Variety

94

Extremamente consolidado, ‘Coup de Grace’ é um dos álbuns mais aclamados do artista Marco. Transitando entre os gêneros rock, alternativo e folk, o projeto segue a estrutura habitual que costumamos observar em seus trabalhos: Canções bastante intimistas e que nos contam sobre os pensamentos e emoções diversos do eu lírico. O álbum inicia com com a poética ‘Out Of The Mud’, trazendo notáveis versos sobre sentir-se cansado e desgastado em um momento específico. Além de uma estrutura lírica impecável e ótimo refrão, a canção conta com belas passagens, a exemplo de: “Up in yesterday’s moody sky Venus arose / A sign to cleanse the fingerprints I almost burnt”. Em seguida temos ‘Pierrot And Harlequin’, faixa que chega de forma suave e despretensiosa, mas que ao longo do seu desenvolvimento se torna uma história interessante de se acompanhar. Embora a canção não siga uma estrutura lírica padrão, o artista constrói a faixa de uma forma que não a deixa cansativa. Dentre os destaques da primeira metade do álbum, temos a inteligente ‘Horse Race’. Trazendo uma perspectiva diferente sobre a indústria, escutar a canção é quase como se estivéssemos ao lado de Marco escutando o seu olhar para a indústria e os seus conselhos. Os versos afiados e certeiros fazem dessa canção um grande acerto do projeto. A criatividade continua quando chegamos em ‘Music Box’, sendo impressionante a quantidade de conexões, metáforas e pensamentos misturados em uma faixa só, mesmo que a faixa seja apenas um grande fluxo de uma situação específica, é de se elogiar a forma como o artista consegue organizar as duas ideias e deixar toda a canção palpável. Em ‘Melessa’ é construída mais uma nuance da personalidade e da história do eu lírico, ao contar sobre uma amizade antiga e os seus status atuais. Em termos de composição e musicalidade, a canção é uma das mais fortes presentes no álbum. Além disso, todo o contraste possível entre os dois fica explícito no verso: “Ever since you’ve been singing in dive bars / While I\'ve been in party rooms for stars”. ‘Prayer For Love’ é a composição mais direta em termos de composição do álbum. Mesmo assim, o eu lírico mantém a sua essência poética e entrega um dos melhores trechos do álbum em: “I prayed for love to Heaven / But God was too busy with war / He sent my lover as a Soldier / With too many battles to fight”. Dentro dos últimos destaques do álbum, temos ‘Scales’, que destaca por ter uma composição mais simples e situada ao POP, ponto que combina com a temática da música em “adequar-se” e amadurecer. Por fim, projeto se encerra com ‘13 / I Set’, retomando assuntos já vistos no durante as faixas, discorrendo sobre a fama, futuro e as mudanças do eu lírico ao longo de todas as situações vividas. Com essa faixa, o artista encerra o projeto com chave de ouro, dizendo adeus a sua antiga versão de si próprio. Quando falamos em arte, o visual é bastante simples, mas em congruência com a temática do projeto, que visa ser algo mais intimista e focado nos pensamentos do cantor. Por fim, ‘Coup de Grace’ é um álbum impecável em termos de composição, estrutura lírica e musicalidade, fazendo com que Marco atingisse níveis altíssimos ao compor a obra. Além disso, é possível observar o tamanho da criatividade para pensar em algumas histórias e narrativas dentro do compilado, marcando o ‘Coup de Grace’ como um álbum único e especial.

Billboard

90

COUP DE GRACE Após um longo período distanciado dos holofotes, o renomado compositor italiano Marco, retorna ao mercado fonográfico com seu terceiro álbum de estúdio rotulado por: \\\"Coup De Grace\\\". O disco discorre através de uma vista panorâmica do autor em relação ao cenário que prestigiou dentro da indústria, e como estas relações interpessoais puderam, de alguma forma, modela-lo para a figura a constituída que ele tornou-se, nos tempos atuais. Dentro desta perspectiva, o cantor cogitou em uma sonoridade mais familiarizada como o Folk e o alternativo para imergir-se em sua zona de confortabilidade, em cônjuge do soft-rock para revitalizar um toque diferencial na sua ambientação. Em sua abertura, \\\"Out Of The Mud\\\" já aborda sobre o distanciamento do cantor da carreira artística, os holofotes já não haviam mais os mesmos significados, as pessoas ao seu redor já não eram as mesmas. É formidável como este interlúdio transborda um sentimento agridoce, sem contar com sua narrativa de Marco reconciliar o seu tempo para se priorizar, e retornar de fato quando estivesse pronto, sem dúvidas, uma excelente introdução. \\\"Pierrot And Harlequin\\\" espelha em um cenário lúdico do Carnaval de Veneza, a canção é única e tão vívida, o discorrer da narrativa de por um momento estar se sentindo só, até encontrar alguém que lhe faça companhia, Marco não popou esforços e detalhou esse acontecimento de maneira que não soasse exaustiva ou enjoativa. No entanto, durante o evento festivo Harlequin entregou-se a multidão, abandonando Pierrot sem exitação alguma, se é que de fato existiu. Pierrot após este acontecimento, no meio da folia ele reflete que precisava de algo além, algo que ele saberia que jamais iria desapontá-lo, e a resposta é nada mais e nada menos que: Investir em si. Algo para se acentuar é a maneira que o letrista soube executar algo que exalte um pouco dos ares românticos, mas que ao mesmo tempo persistisse numa crítica social passiva em, como é difícil relacionar-se com pessoas na indústria, sem que elas abandonem sua essência à preço da fama, embora que nos encontramos ainda no começo do disco, é uma das faixas mais inteligentes e polida. Similar a faixa anterior, \\\"That Girl\\\" já respalda na visão de outro personagem, uma figura feminina revestida nos maiores luxos que sua reputação conseguiu alcançar, entretanto, essas coisas para ela não possuem o mesmo valor, se não há alguém para partilhar. A glória não havia mais sentido para a dama, afinal, ela custou um preço agressivo e para que não houvesse mais perdas, \\\"aquela garota\\\" optou abdicar-se dos resplendores, sem dúvidas, uma música exorbitante. \\\"Horse Race\\\" faz uma analogia excepcional do Show business com a corrida de cavalos, a maneira como retrata a venda de sua autenticidade para arriscar a conquistar, sem certezas, um alocamento no mercado, é inovador e verídico. No fim, no meio destas altas apostas, era o corredor que estará se despossando. Complementando de forma bem sucedida, \\\"White Lines\\\" descreve que há algo muito além, de agarrar as poucas oportunidades de se tornar celebridade. E sim, como sabermos lidarmos com esta sobrecarga de se tornar um ato público daqui em diante, e que a fuga desta realidade é normalmente recorrida por um dos mais devastadores inimigos da sociedade: As drogas ilícitas. Mas, sempre haverá algum indivíduo espreitando, para o momento em que você convoca-lo, ele tentará resgatá-lo. Uma escrita de tamanha perspicácia e digna de vencer grandes prêmios como: \\\"melhor canção de mensagem social\\\" ou até mesmo, \\\"canção do ano\\\". Em \\\"Music Box\\\" salienta uma análise sensitiva do eu-lírico suplicar por olhares devotos de seu desejado, contudo, ele não estava atento pois estava distraído com outros utensílios ao seu redor. Em determinado momento, o intérprete começa repartir alguns de seus pensamentos de que, isso não sujeita que superou, e sim que lhe permitiu a reconhecer seus valores emocionais, uma lírica estupenda. \\\"Melessa\\\" embora simplória, possui um recado artístico interessante, sobre a divergência de realidades artísticas que Marco e sua amiga se encontrara atualmente, a mesma não aparenta ter se desenvolvido para lonjuras quanto o cantor, só que isso não é uma justificativa para ele retirar sua admiração. De primeira, o primeiro refrão levantava algumas estranhezas por não parecer um momento certo de ter aparecido, todavia, ao decorrer da canção ele repercutia bem melhor do que imaginávamos, ao ouvir esta música é como se estivéssemos tão próximo desta relação, tanto do canto quanto de Melessa, o que nos intriga bastante a metodologia que Marco gerou em o ouvinte poder se colocar no meio deste vínculo. \\\"Hazy London\\\" não há como descrever a afetividade transcrita pelo autor Italiano, é pura com uma atmosfera de frescor de demonstrar que Londres precisava justamente daquele toque sentimentalista para respirar com mais robustez. Uma bela passeata comovente dentro do CD, não há dúvidas de ter sido selecionada como carro-chefe de \\\"Coup De Grace\\\". Uma belíssima alusão afetuosa, \\\"Prayer For Love\\\" é o manifesto cru do que precisamos atualmente, com base nas escritas sobre distribuir o amor ao mundo. Sendo repaginado com um conceito repleto de guerras, \\\"Prayer For Love\\\" também consagra como pretexto uma música de múltiplas facetas interpretativas, livre da vontade do público, entretanto, houve situações da música que entoou alguns leves mal entendimentos, ou pontos soltos em que nós não sabíamos como resgatá-la. Ou seja, mesmo que uma excelente escrita, ela não nos aparenta muito bem clarificada. A faixa-título do disco \\\"Coup De Grace\\\" faz jus ao nome que carrega, sendo facilmente entendida como audaciosa, rebuscada e altruísta. É bastante autentico o meio em que Marco tentou desfrutar um pouco de suas preocupações alarmantes que repassam em sua mente, da eterna busca da libertação das amarras dos que nos prende, é possível pressentir a ousadia do musicista na faixa feita de bom agrado. \\\"Scales\\\" possui um dualismo ao prestigia-la, uma música que aborda de maneira mais aprimorada à respeito do amadurecimento, expõe as vertentes do cantor sem um pudor sequer. É majestosa, se pudéssemos dizer um momento predileto de toda a resenha do projeto, podemos pontuar o verso dois desta lírica como um dos versos mais bem estruturados e revigorados do Folk-pop. \\\"Dry Monsoon\\\", ou em outras palavras, uma das melhores escritas do \\\"Coup De Grace\\\" e do atual cenário alternativo, uma composição que alugou sem pretendentes, lágrimas de grandes números de redatores da avaliação. A veracidade acentuada com a reposição de um grande riacho de expressões dolorosas, \\\"Dry Monsoon\\\" consegue abranger astutamente uma observação sobre o estabelecimento de um equilíbrio emocional, que chega a ser aliviante para nós da Billboard a existência destra música. Em conclusão, \\\"13 / I Set\\\" que encerra com um grande às dourado para o álbum, com diversos momentos em que guiavam o pensamento do público, em relação de: \\\"O que esperar de Marco agora? Para onde será que ele irá? De quem ele se despede?\\\", uma letra bem precisa e serve como um bom acabamento. \\\"Coup De Grace\\\" nos entrega um grande universo particular do escritor Italiano Marco, mesmo que esteja repleto de mensagens subliminares, seu entendimento é visível e epopeico. Com base em sua apresentação visual, \\\"Coup De Grace\\\" serve fotografias instigantes, a produtora e o cantor souberam selecionar bem estes encaixes, a presença das cores vibrantes como o amarelo e o azul são pontos fortes da estética, a tipografia é única e entrega um pouco do conceito de maritimidade que o renomado artista alternativo almejara. No entanto, o que nos causou incomodo mesmo no meio de elogios, foi a seletividade de tons acinzentados para o projeto final, o que alguns momentos no portfólio dos retratos, inclusive de sua cover e contra-capa, retirando um pouco da atenção do consumo pelos olhares. Diante disso, Marco entrega um projeto convidativo e até mesmo político em suas entrelinhas, \\\"Coup De Grace\\\" possui fascínios instigantes, e é com esta perspectiva que acreditamos ser um CD que merece uma excelente reparo do público e das premiações futuras. NOTAS- COMPOSIÇÃO: 35/36 VISUAL: 17/22 COESÃO: 18/20 CRIATIVIDADE: 20/22

Rolling Stone

90

Marco sempre se destacou por criar álbuns extremamente profundos, desde seu último trabalho, o Rainer Maria Rilke, podemos ter uma visão do que seria ver um mundo pelos olhos de Marco, e com seu novo álbum de estúdio, não poderia ser diferente. “Coup De Grace” é grandioso, nos leva até um ponto que sempre esquecemos de enxergar ou apenas ignoramos, a vida por trás do artista: /“Eu tirei meu pé da lama por um tempo, e me senti bem por finalmente respirar um pouco”/. Marco introduz “Out Of The Mud”, aqui entendemos um pouco a sensação de estar longe dos holofotes por um tempo, e poder viver nada além de uma vida que deveria ser vivida, até que Marco está aqui mais uma vez, finalizando-a com: /“Agora aqui estou eu, mais uma vez na umidade, pescoço firme na guilhotina”/. Seguido de “Perriot And Harlequin” vemos um momento de interação entre duas pessoas, provavelmente famosas, por vezes pode soar como simplesmente isso, mas é como um ponto de alívio para Marco, que diz sentir-se perdido nesse mundo. Ele, que enxerga alguém, e sua interação mesmo que breve, é o suficiente para Marco sentir que não esteve sozinho por um momento, até que esse alguém se vai novamente, e Marco se vê sozinho: /“Seu povo gritou ruas abaixo, então ele teve que ir [...] Talvez ainda nos encontremos por esses canais algum dia”/. Marco finaliza, com certa tristeza, preservando alguma esperança que ainda lhe resta. Entre cada linha digerimos o que Marco quer dizer, pode não soar nada feliz como imaginamos, muito menos aconchegante, como vemos em “That Girl”, uma canção magnífica que fala sobre uma garota e seu coração partido, até vermos que existe algo ainda maior que isso, lidar com todas às luzes ansiosas por pedaço seu enquanto a garota canta sua dor, até decidir abdicar de sua glória para voltar até a simplicidade que sua vida tivera antes. Cada momento da fama pode soar excitante, mas esse álbum definitivamente não nasceu para glorificá-los, “Horse Race” trata a fama como uma grande corrida que ela de fato é, uma corrida onde se você não for o melhor, fica para trás: /”Vá em frente se você quer ser outro cavalo nesta corrida [...] No final, você obtém uma coroa de flores em volta de seu pescoço, ou você é abatido no caso de não conseguir correr tão rápido.”/ “White Lines” vai ainda mais longe, não na corrida, mas em como suportamos ela, aqui vemos alguém que se esconde em vícios para não mostrar suas vulnerabilidades, ou para aguentar mais um dia, independente da razão, mas dentro do contexto podemos esboçar um cenário, nessa canção Marco age como alguém que estará lá para ajudá-la: /“Você pode morar em um abrigo de vez em quando, não corra sempre de volta para suas linhas brancas [...] Sempre que que se sentir corajoso o suficiente para sangrar, eu ficarei por você.”/ Em “Music Box” vemos algo quase contrário a canção anterior, aqui Marco em está em posição de vulnerabilidade, clamando pela atenção de alguém que aparentemente possui distrações melhores, usando uma analogia a uma caixa de música entendemos sua dor: “Um brinquedo quebrado de uma criança mimada, entre vários outros mais bonitos para brincar”/ Até que Marco entende um pouco sua dor, e reconhece sua própria realidade, mesmo que em uma solitude, ainda é sua. Dedicada à uma amiga de infância, “Melessa” exprime o momento de ruptura da inocência e uma visão pessimista da fama, Marco canta sobre sua juventude com sua amiga, sobre como aproveitavam a vida e adentravam ao desconhecido, até que ambos, como artistas, seguiram caminhos diferentes, Melessa manteve-se em sua simplicidade como artista, enquanto Marco ascendeu, mesmo que de certa forma sinta falta dessa realidade mais proveitosa e menos cheia de quereres. Continuando suas histórias, em “Hazy London” Marco viaja de encontro a um amigo, e nas ruas de Londres aproveitam um momento sozinhos esquecendo um pouco sua realidade mesmo que em um verso eles sejam alertados que ela continua lá: /“No caminho para o seu lugar, sua música toca na rádio”/. Ainda é um dos poucos em que Marco mostra aproveitar algo por trás da fama durante o álbum, e apesar de parecer satisfeito, algo parece o incomodar, mas nada que prejudique a experiência. Uma das canções mais curiosas do álbum, “Prayer For Love” pode soar de muitas formas, das mais simples até as mais complexas, mas se vista profundamente, vemos alguém que estava preso a um famoso, que não tinha tanto tempo disponível para seu amado, até que aquele amor se foi, perdendo-se em meio a guerra, em seus versos Marco canta: /“Hoje você finalmente aparece, [...] Mas depois de todo o tempo em que esteve longe, ainda resta alguma coisa para nós terminarmos?”/ A faixa-título parece bater-nos o rosto de certa forma, em meio a tudo isso, o que seria o golpe de misericórdia? “Coup De Grace” dá-nos o ideal de liberdade dentre esse caos: /“Nenhum show tem que continuar, se é uma corrida frenética cansativa, uma linha pode ser desenhada como chegada.”/ Marco canta, para salvar seu coração e encontrar a liberdade. O que encontramos em “Escales” é um processo de amadurecimento, um aprendizado gradual em que Marco canta: /“Ainda estou trocando de escamas, meu bem, eu ainda preciso endurecer inúmeras partes expostas”/ Finaliza mostrando que mesmo que não em sua totalidade, ainda anseia por chegar lá. Em seus dois últimos atos, vemos duas canções tocantes ao extremo, “Dry Monsoon” fala sobre ser assolado por momentos ruins, mas que assim como diz Marco, “se transformação em uma abundância de canções”, aqui pode ser visto como uma forma de todos aqueles momentos, apesar de não serem bons e te deixarem triste, sempre irão embora: /”Não consigo chorar, talvez o medo encontrou um lugar para se esconder, e eu deva deixar as tempestades irem embora, que essa seja uma monção seca do meu coração”/, finaliza. Finalizando o álbum, “13 / I Set” Marco abre-se acerca de sua visão com o mundo da fama, em seus versos conta como isso tudo apesar de não o fazer bem, ele iluminou os céus, ele trouxe algo com suas canções e com o que ele tinha para falar, “13 / I Set” é uma canção sobre ver toda essa realidade como em dois pontos muito distintos, e sobre provavelmente, dar um tempo dela novamente, seja por alguns dias, ou para sempre. Em seu visual, assinado por “CHARLI” temos aqui uma simplicidade banhada por elementos náuticos, seu booklet é muito bem construído, apesar do contraste do amarelo com o plano de fundo dificultar um pouco a leitura. Em suma, “Coup De Grace” é um álbum épico, enxergar questões como essas dessa forma leva-nos até questionamentos que talvez nunca tivemos, é uma forma de expressar toda uma dor guardada em meio às luzes que apenas clicam sorrisos e entender que por trás disso, existe alguém que sente tanto quanto nós sentimos. VISUAL: 11 CRIATIVIDADE: 27 COESÃO: 19 COMPOSIÇÃO: 33

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