Once Upon A Dream - Angelina

Rolling Stone
Depois de mergulhar em uma dura e infeliz jornada através de problemáticas da indústria, Angelina lança seu primeiro Extended Play “Once Upon A Dream”. Um trabalho onde Angelina através de canções que traçam paralelos com o showbiz, expõe uma visão machista e tóxica para as mulheres dentro dessa indústria. Somos apresentados à narrativas que giram em torno de um relacionamento com um diretor de cinema, “The Screenplay / Show Business” explora duas reflexões de um mesmo acontecimento, é uma canção inteligente que em meio a luxuosidade dos bastidores do showbiz, trás à objetificação do corpo feminino, onde em: / “Agora você pode me dirigir perante as câmeras, determine minhas falas, andados e posicionamentos, quero seguir na sua linha de pensamentos, até que eu esteja afogada em seu próprio veneno.”/ Seu primeiro ato consegue expressar uma visão externa dessa objetificação. Por muitas vezes Angelina parece não perceber esse pormenor, até que chegamos em seu segundo ato, vendo um eu-lírico buscando pelo empoderamento que lhe foi tirado: /“Quero ditar minhas próprias regras, ser a diretora, roteirista e também a estrela, de um filme escrito por minhas próprias mãos.”/ Dando continuidade a experiência “Drama” é uma canção que traz a chantagem emocional como seu pivô narrativo, depois de reivindicar por seu empoderamento, Angelina se vê numa situação de medo e reclusão sob alguém que quer continuar manipulando-a, apesar de não ser um ponto alto no trabalho, a visão masculina de um controle abusivo e irracional é muito bem transmitida. “My Name is... Revenge” nos leva novamente à sede pelo empoderamento já visto em “The Screenplay / Show Business”, juntamente com Alexxxia, Angelina se vê cansada de um drama sem noção (como a mesma definiu), onde sua voz nunca é ouvida, e bravamente enfrenta quem a manteve invisível, expondo nos versos: /“Já tive mais lutas do que pode imaginar, [...] Se cheguei onde cheguei é porquê dei o meu sangue.”/ Alexxxia aqui trás nos uma visão antagônica na música, e em: /“Toda sua amargura é resultado da heroína, está delirando, querida moça, cujo nome é Angelina”/, agora através de Alexxxia, a música expõe novamente uma tentativa de manipulação para com Angelina, que luta por sua liberdade. “Plot Twist”, um dos maiores momentos do EP, agora mais frágil, é uma canção que fala sobre manipulação, decepção e sobre a frustração de Agelina por ter sido posta em situações em que ela nunca foi a prioridade, em: /“No abrir e no fechar da claquete, eu fui só mais um fantoche teu, tudo isso não passou de uma fantasia.”/ Angelina expõe suas dores ao entender que seu grande momento não passou de um sonho, que sequer a pertencia. E por fim, a digníssima “Grand Finale”, Angelina finalmente tem seu momento, e ao compreender que todos seus momentos que nunca foram de fato dela, se vê determina a sair de cena, e criar seu próprio palco, é uma canção forte, que busca novamente o empoderamento, em seus versos Angelina libera sua raiva e descontentamento, e por fim, se vê livre de toda essa atuação: /“Chegou a hora de escrever meu próprio destino, e a tinta desta caneta, será o seu sangue.”/ “Once Upon A Dream” é um estreia genial, trás uma pauta arriscada, atual. É concisa e não possui divergências narrativas aparentes. O seu visual apesar de simples, dentro de sua proposta é condizente o suficiente para torná-lo essencial para a experiência. Apesar de novata, Angelina mostrou-se competente o suficiente para entregar um ótimo trabalho, ele é doloroso, mas também é libertador. Composição: 28 Criatividade: 26 Coesão: 16 Visual: 13
Variety
\\\"Once Upon a Dream\\\" é o primeiro EP da cantora Angelina. Propondo uma viagem na vida de uma estrela de cinema, a intérprete de \\\"Since You Left\\\" nos leva à jornada desta atriz e no seu caminho ao estrelato. A faixa que nós dá o primeiro caminho é, na verdade, duas. \\\"The Screenplay / Show Business\\\" traz a atriz se moldando e narrando os passos ao seu estrelato. Na primeira parte, ela segue os padrões do diretor, e, na segunda, se opõe a ele. The Screenplay tem uma lírica bem pensada e realmente te leva ao que Angelina propôs em sua composição, com uma estruturação leve mas boa de sentir. \\\"Show Business\\\" acaba sendo inferior, pois contém alguns momentos mal executados na lírica, principalmente a ponte que traz uma repetição meio enjoativa, mas, é uma faixa aceitável. Logo após, temos \\\"DRAMA\\\", interpretada pelo ponto de vista do diretor. É um ponto alto no disco, pois realmente traz o clima dos diretores tóxicos de Hollywood, além de ter uma ponte perfeita e condizente. \\\"My Name Is...Revenge\\\" traz uma riqueza de detalhes e uma coesão absurda diante a história seguida, com pontos totalmente positivos e um refrão muito gostoso de ouvir. Alexxxia trouxe um verso glamouroso, e, juntas, fizeram uma parceria muito coesa. \\\"Plot Twist\\\" traz uma surpresa: a atriz teve um \\\"sonho de overdose\\\", e tudo narrado na faixa anterior não era nada mais do que um sonho. A faixa tem um desenvolvimento coeso e uma estrutura interessante, trazendo a dor da atriz por tudo aquilo não ser real, além da sua frustração por ter sido dominada novamente, mesmo que tenha alguns deslizes líricos. \\\"Grand Finale\\\" é a última faixa da versão padrão do EP e finaliza a narrativa com a atriz matando o diretor, como ato de vingança diante tudo o que ele fez contra ela. A música tem uma ideia de reviravolta muito boa, mas tem versos meio desconexos/mal ligados, mesmo que seja uma faixa intetessante. Por fim, o visual do EP é bonito e tem um ar de sensualidade e glamour muito impressionante. O encarte é bem construído, mas a fonte usada nas letras das músicas não foi a melhor decisão, mas, é o único ponto fraco. A intensidade do preto, branco e cinza com um aspecto platinado foi muito bem pensado e conceituado pelas produtoras do EP, Alexxxia e Tammy. \\\"Once Upon a Dream\\\" é um trabalho excitante e traz uma história que é interessante, mesmo com alguns deslizes mínimos em seu desenvolvimento, que são normais de um projeto de estreia. Composição: 36 | Visual: 22 | Coesão: 17 | Criatividade: 15 = 90

All Music
Em seu primeiro projeto musical, Angelina nos introduz em seu mágico mundo teatral, mostrando sua criatividade de forma avassaladora ao criar um meio dramático e caótico para contar sua história, fugindo de entregar um trabalho previsível. O ‘Once Upon a Dream’ contém composições que podem ser consideradas geniais levando em consideração o seu tema principal e como as músicas encaixam perfeitamente nesse meio teatral e dramático, e a intensidade que Angelina colocou em cada composição é notável e também seu esforço para fugir do óbvio. Começando o EP com ‘The Screenplay/Show Business’, de cara em uma faixa dupla bastante criativa em sua proposta, dando dois lados da mesma história teatral para surpreender o ouvinte de forma positiva. Alguns versos da segunda parte soam um tanto clichês, mas mesmo assim, encaixam perfeitamente na atmosfera da música e não lhe faz soar repetitiva, onde no final das contas, podemos sentir que a história que a música quis passar foi contada do começo ao fim, fazendo que a música se torne ainda mais genial dentro do mundo criado por Angelina. ‘Drama’ chega com uma considerável parcela de drama intenso na música, mas também soa um pouco raso em alguns versos, como o seu refrão, indo pra o lado mais usual que vimos em diversas músicas do tipo. Mas a música é consideravelmente bem elaborada, para dar seguimento a história que está contando e seguir por um trilho uma história teatral. Com a chegada de ‘My Name Is... Revenge’, chegamos na melhor faixa de todo o EP. A música com os versos de Alexxxia só fazem a música crescer, e o jeito que se desenvolve entre as duas é espetacular de acompanhar o crescimento da canção, onde Alexxxia mostra a outra face da história que Angelina está tentando contar com versos incrivelmente bem feito, principalmente as duas últimas linhas do seu verso que deixam a canção mais impactante. A faixa é criativa, muito bem elaborada e sem dúvidas um destaque não só no projeto, mas entre diversos outros lançados no ano. Após sonhar com a sua doce vingança, ‘Plot Twist’ é adicionada como um verdadeiro sedativo, já que a história acaba se tornando um pouco repetitiva e o que vinha crescendo antes, acaba voltando a mesma normalidade, com apenas um diferencial: mostrando que era um sonho, então é aceitável como uma verdadeira plot twist necessária, mas o problema acaba sendo nos seus versos repetitivos. Mesmo com a introdução das drogas, acaba-se que não se tem nada muito novo para contar na composição, apenas a Angelina citando Hollwyood e termos teatrais como nas duas primeiras faixas. ‘Grand Finale’ chega para encerrar a história, com Angelina finalmente tomando a frente do seu próprio destino, de forma mais teatral possível, seguindo com a morte do seu namorado e roteirista. A proposta da música é notável no seu refrão e condiz com a história, encerramento tudo de forma elegante e inteligente. O seu visual é simples, mas a harmonia visual é notável e o preto e branco caiu muito bem, mesmo que talvez algo colorido e mais ‘chamativo’ fosse algo mais atrativo para um tema teatral e mais dramático, como um verdadeiro show atraente, mas não podemos dizer que o atual visual seja uma má escolha, já que é simples mas bem feito; talvez só um pouco simples demais para o tema que carrega. É notável que Angelina será um grande nome na indústria em breve se conseguir investir mais em seus visuais e contar com versos mais fortes em alguns momentos durante a história, para dar uma impulsionada diferente entre as músicas e que não acabe caindo numa normalidade em um álbum tão pequeno quanto o ‘Once Upon a Dream’, onde o conceito deve ser seguido, mas com cautela para que as músicas não acabem se tornando um pouco mais do mesmo nos versos mesmo que a temática seja variada. ‘Once Upon a Dream’ nos deixa cada dia mais ansiosos para o primeiro álbum da cantora, e as apostas são grandes depois de um EP tão interessante. Composição: 29 / Criatividade: 18 / Visual: 20 / Coesão: 19

Exclaim!
A novata em grande ascensão, Angelina nos presenteia com o seu primeiro corpo de trabalho nomeado “Once Upon A Dream”, um extended play de cinco faixas que discorrem sobre uma narrativa não tão profunda sobre o seu alter-ego Angelina, uma atriz que embarca na indústria cinematográfica e se apaixona por seu maior inimigo que é o próprio marido/diretor, apesar do “enredo” soar como uma novela mexicana, finando-se de nuances e moldes criativos para introduzir o ouvinte da cabeça aos pés, para um trabalho introdutório, Angelina se sai muito bem em entregar boas e intensas composições. “The Screenplay/ Show Business” é uma canção de ouro para introduzir o projeto, vemos a submissão, o luxo e opulência tanto nos detalhes da composição como na forma que são estruturadas ao decorrer da música, infelizmente a segunda parte da canção “Show Business” é um tanto previsível e deixa com um gosto amargo, poderia ser mais inteligente se Angelina tivesse escolhido entre uma ou outra porque ambas não conseguem se relacionar linearmente. Apesar de frases cafonas como “Não faça que esse jump-scare vire” ou “Se não as cumprir, sofrerás as consequências.”, “DRAMA” É consegue fazer o ouvinte entrar dentro da perspectiva do “vilão” da trama, sua aproximação é sagaz e autoritário e está disposto a fazer tudo para destruir quem se levantar contra ele, Angelina consegue se sobressair na canção principalmente pelos versos bem escritos e um refrão cativante. “My Name is… Revenge !” poderia se destacar melhor se não estivesse ao lado de “DRAMA”, ambas possuem a mesma diretriz raivosa e angustiante que pode parecer uma continuação dela, porém destacamos que “My Name is… Revenge !” é uma boa canção, a referência à princesa Diana com o vestido da vingança pode ser definido como o melhor verso do álbum, tudo é muito bem encaixado e vibra dentro da trama soturna. “Plot Twist” é a música mais fraca do álbum, Angelina falha em evocar vulnerabilidade e o sentimento em que o ouvinte /’sente’/ suas dores, os versos são fracos demais para um bom refrão. Como o próprio nome diz “Grand Finale” é a canção de fechamento do álbum que tem semelhanças com “My Name Is Revenge !”, novamente, Angelina está possessa por ódio e amargura, sua ambição a levou a loucura onde precisou matar o seu marido para se sentir bem, a melhor parte de “Grand Finale” é a outro, trazendo todo o mistério imbuído de vulnerabilidade que precisávamos ver da atriz. O visual também é um ponto alto dentro do projeto, apesar de simples, resgata parcela do Old Hollywood, em tons pretos e uma boa jogada de luz dentro das fotos, mas sim, poderia ter uma melhor estrutura para levar para um próximo nível. O ponto decepcionante na coesão do projeto é que não há nada nele que possamos relacionar uma canção a outra se não estivermos com o /’track by track’/ na mão, por exemplo em “Plot Twist” diz que a faixa anterior é sobre uma overdose, um fascínio, mas não há nada nela que aponte tais meios, é um tanto complicado seguir a história com picos elevados e alternativos a cada momento, sem saber o que leva a eles. Como um todo “Once Upon A Dream” é um trabalho ambicioso e ousado e Angelina consegue se estabelecer dentro dele, principalmente pela criatividade e composições que carrega. COMPOSIÇÃO: 29/35 | CRIATIVIDADE: 16/20 | COESÃO: 10/15 | VISUAL: 25/30