CRUSH - Junggaram

All Music
Em seu primeiro álbum de estúdio, Junggaram trilha seu caminho em uma história entre relacionamentos amorosos conturbados e declarações de amor, que entre momentos de acerto e alguns erros notáveis, se torna um álbum que poderia ter sido melhor trabalhado no quesito de composições intensas e mais forte, para poder compensar pelo clichê que o álbum carrega desde o seu conceito. Começando por ‘Tear’, é uma música leve mas que ainda demonstra um pouco da emoção do artista em seus versos simples, o que acaba tornando-se em uma boa introdução para o ‘Crush’. Apesar de ser totalmente o contrário da primeira, já de início, ‘Blue Boy’ tem um clima agradável, com uma composição chiclete nos seus versos; porém, alguns versos soam muito clichê até mesmo para o tema apresentado, podendo dar mais uma aprofundada nos sentimentos para parecer algo realmente especial, e um pouco mais interessante. ‘Moth’ aparece como a melhor faixa do projeto. A parceria com Heccy tem um clima bastante intenso entre os dois, como uma conexão instantânea. A letra também, diferente das outras, parece contar uma história em crescimento, que soa leve e carinhosa durante os versos de Heccy e também caminham bem na parte de Junggaram. ‘Like a Zombie’ não é uma faixa tão criativa, sua letra é clichê e rasa, com a referência ao zumbi não caindo tão bem na atmosfera do álbum, e também bastante repetitiva. Como dito pelo próprio artista, ‘An Idol’ é a faixa mais diferente do álbum e também a mais desconexa com todas as outras, com a sua proposta de fazer músicas sobre relações amorosas. A parceria dentro do álbum não faz nenhum sentido, onde talvez rendesse um single de sucesso, mas não uma música que acrescente no contexto do álbum. Nenhum dos convidados consegue trazer um ar cativante para a continuação do álbum e deixa a desejar. ‘Crush’ é uma música boba, descontraída e mesmo que não tenha uma composição extremamente extravagante, combina com o astral nesse ponto do álbum. ‘Run Run’ é uma parceria agridoce, onde tem alguns versos interessantes como o refrão da música, sendo bastante chiclete e doce de ouvir, mas por outro lado, alguns versos soam bastante rasos e fracos, como a introdução da música cantada por Junggaram e os versos convidados também não impressionam, como versos como de menção a Alexxxia e outros pontos. Com ‘Message to Your Heart’, o álbum finaliza de forma doce e suave, como é e deveria ser. Seu visual é incrivelmente compatível com a proposta do álbum, desde as paletas de cores escolhidas até a escolha de cenários, causando uma harmonia bastante interessante entre o conceito mais leve e o visual trazendo uma leveza, sendo o seu maior acerto dentro do projeto. Sem dúvidas, o maior problema de Junggaram no ‘Crush’ tenha sido a falta de intensidade dentro das suas emoções, sempre indo para o lado mais raso do assunto abordado (além de uma leve deslizada em sua coesão), fazendo que o ouvinte não sinta a paixão pela qual a música foi elaborada; e entre boas faixas e faixas médias, acreditamos que o cantor tem bastante potencial caso consiga exercer um nível maior de sentimentos dentro das suas letras em seus próximos lançamentos, o que nos deixa mais ansiosos para acompanhar seu crescimento. Composição: 20 / Criatividade: 14 / Coesão: 17 / Visual: 25

Exclaim!
Caminhando cada vez mais para a ascenção da realeza do K-Pop, Junggaram finalmente nos apresenta o seu primeiro álbum de estúdio “Crush”, que conta com nove faixas discorrendo entre assuntos amorosos como final de relacionamento e a sensação iminente de um “crush”, como o título diz. Abordar uma trama como essa é algo que vemos em grande frequência na indústria, onde poucos conseguem se destacar e seguir a rodovia do não genérico. Iniciamos o álbum onde vemos o lírico despedaçado, as primeiras canções caminham por essa temática, como em “찢다 (Tear)” que fala sobre um relacionamento não-recíproco e apresenta a faceta mais vulnerável e autodepreciativa de Junggaram, apesar da canção faltar profundidade em muitos aspectos, serve para abrir o mundo “Crush”, apontamos a canção como rasa por não entrar em nenhum assunto com veemência, do início do verso até o final do refrão, o lírico fica rebatendo a mesma narrativa sem ir a lugar nenhum. Ao irmos para “블루 보이 (Blue Boy)” Junggaram recupera o sentido do amor e está pronto para partir fora do /’azul’/, tropeçamos no mesmo erro que foi apontado na canção anterior: os versos são supérfluos demais, seria de bom gosto se o coreano pudesse indagar ainda mais os assuntos, entrar mais nos méritos do por quê e o quê, com certeza traria um dinamismo e complexidade para maior, frisamos que não é uma canção ruim, é interessante ver o artista expor as inseguranças e essa paixão de acreditar no amor mais uma vez. Temos a grande estrela do projeto, “나방 (Moth)” tem tudo o que precisávamos de Junggaram, a faixa é complexa, tem metáforas, referências, é uma canção dinâmica e mais profunda, definitivamente carrega a essência do álbum, destacando os versos de Heccy que trazem um brilho fascinante pra faixa. “좀비처럼 (Like A Zombie)” é uma música insana e um pouco assustadora, a aproximação sensual deve ser levada em conta, atribuir uma sexualidade a um álbum sobre paixão é uma boa jogada, a única coisa que deixa a desejar é que soa extremamente repetitiva, refrões que poderiam ser facilmente trocados por versos ou outras estruturas para trazer uma profundeza maior para canção. “사랑해 (Ily)” poderia ser melhor, soa superficial e adolescente até demais, os versos não exploram nada além de um amor não correspondido e Junggaram poderia ter trabalhado com diversos recursos para enriquece-la, e com “우상 (An Idol)”, participação com Jaehyuk, Athena e Sakura passamos novamente por uma turbulência, a ideia conceitual da canção é boa e traria uma faceta nova de Junggaram senão fosse os versos vexaminosos imbuídos de questões para o ouvinte como se estivéssemos em uma sala 4x4 onde Junggaram está olhando em seus olhos dizendo “Você quer ser um idol?”, temos em perspectiva a forma em que a indústria coreana tem o seu jeito particular de introduzir ídolos na mídia, mas “우상 (An Idol)” não há nada que podemos levar em consideração. Com a faixa título, Junggaram cai dentro da narrativa repetida, onde ele se coloca em uma posição em que ama intensamente um sujeito e teme a falta de correspondência, importante dizer que não é uma música ruim, mas é algo que já vimos mais de duas vezes dentro do álbum, “과즙 (Crush)”, poderia ser singular se o coreano apresentasse mais facetas desse /’crush’/, explorar o que é fora do habitual, ou até mesmo rechear a canção de atributos novos, com certeza traria uma nova aproximação para ela. “달려 (Run Run)” não se encaixa com as faixas anteriores, há uma falha na coesão após declarar o seu ‘/crush/’, de repente Junggaram fala sobre correr de um relacionamento abusivo, é importante dizer que o lírico também assume um papel um tanto abusivo e platônico no álbum. Jacob sem dúvidas tem o melhor momento na música, seus versos são afiados e encaixam numa boa narrativa, diferente dos versos de Athena e Junggaram que caem em uma caixa um pouco vergonhosa, como no verso “Sim, esse amor é uma droga. Não legaliza não, Athena.” Ou “Daqui até a próxima parada é na puta que pariu. Encontrar minha amiga Alexxxia e fugir de você.”, esse diálogo que é usado para referenciar outras obras não se encaixam de forma alguma. A história de “CRUSH” é finalizada com “당신의 마음에 메시지 (Message To Ur Heart)” poderia ter fechado com chave de ouro, mas é confusa. Junggaram mira em referenciar ao alistamento obrigatório da Coreia do Sul e também sobre deixar uma pessoa, essa é a jogada inteligente da música, o erro transparece novamente na aproximação um tanto superficial que poderia receber uma polidez maior para expor seus sentimentos mais profundos digno de uma balada. Visualmente é incrível, sem dúvidas é um trabalho visual impecável e muito bem detalhado, destacamos as posições dos textos que trazem uma vibe teen e amorosa para todo o projeto. Quando analisamos a composição de Junggaram como um todo, devemos apontar que há falhas que devem e podem ser consertadas, como a grande repetição de refrões que em dado momento se torna cansativo, nós como ouvintes ficamos esperando algo chegar, mas é só a repetição mais uma vez. O coreano pode se apropriar de muitas coisas para tornar suas composições enriquecidas, como por exemplo o uso de rimas que emana uma característica mais musical, boas referências e intertextualidade, é bem interessante ter uma maior pesquisa nos assuntos, para ganharmos a profundeza e não fazer com que caia no comum e genérico. Porém, todos esses erros, são comuns para um artista que está chegando na indústria e podem ser consertados com o tempo, esperamos que Junggaram consiga racionalizar e externalizar melhor seus sentimentos mais intensos nas próximas canções. COMPOSIÇÃO: 15/35 | CRIATIVIDADE: 10/20 | COESÃO: 6/15 | VISUAL: 30/30

American Songwriter
Primeiro álbum de estúdio do cantor Junggaram, \\\"Crush\\\" é um lançamento da GWM e foi antecedido por múltiplos singles, incluindo Blue Boy, Moth e outros. A primeira faixa é “찢다 (Tear)”, na qual se vê um eu lírico analisando a própria relação, determinando que talvez o fim dela seja melhor para ambas as partes - há uma boa liricidade, mas pouca poeticidade no geral, a composição é literal demais e poderia ter usufruído de recursos mais criativos, sendo relativamente simples, mas com versos dinâmicos que casam bem com a sonoridade, também muito agradável. A faixa seguinte, “Blue Boy”, é uma antítese da anterior e com uma composição melhor e mais dinâmica, apesar de ter alguns versos estranhos e que não estão no mesmo nível do resto, como \\\"Cabeça vazia, agora eu quero viver / Preciso te dizer\\\" e o próprio refrão, que não agrada e parece artificial e ligeiramente saquarema. A parceria com a cantora Heccy em “Moth” é muito mais agradável do que as antecessoras, com uma composição mais inteligente e que foge do artificial, muitíssimo agradável e bem pensada. O outro single, “Like A Zombie” é divertido e também agradável, com uma sonoridade pop contagiante que combina muito bem com o tom da composição, dinâmica e criativa, abordando uma temática mórbida mas que também é legal. A música que sucede, “Ily”, tem uma boa proposta mas sua composição poderia ter sido melhor articulada e pensada, talvez visando fugir do superficialismo e ir ou para um tom mais poético, como “Moth”, ou dinâmico, como “Like A Zombie”, mas segue agradável apesar de tudo - o refrão é muitíssimo bom, só os outros versos que poderiam ser redigidos de melhor maneira. “An Idol” parece ser uma música aleatória que foi colocada no disco, já que não tem a mesma vibe das anteriores e destoa do conceito geral, fazendo o interlocutor questionar a coesão do trabalho. A composição também não é legal, com alguns versos constrangedores, vide \\\"Alguns me acham perfeito / Alguns querem ser eu / Alguns não tiram meu nome da boca / Mas de tras das cameras, eu ainda choro / Porém não vou demonstrar que sou frágil para esses odiadores [...]\\\" e \\\"Você quer se tornar um idol? / Um idol como eu que você acabou de humilhar? / Você tem inveja do que eu alcancei? / Tudo isso para se tornar um idol?\\\". O verso de Sakura é o único que é criativo e foge do clichê de diss track que permeia essa canção, sem razão aparente e extremamente aleatório. Diferente da faixa antecessora, a title-track é muito legal e tem uma composição muito bacana, comparando-se à Moth como a melhor canção do disco até o momento. Tem um refrão que gruda na cabeça, assim como versos bem estruturados que refletem o pop no instrumental, também muito bem selecionado e contagiante, dando continuidade à temática principal do álbum, amor. Em “Run Run”, os versos de Junggaram e Jacob são legais de se ler e fazem sentido, apesar de algumas arestas que poderiam ter sido melhor polidas. O verso de Athena, por outro lado, não é dos melhores, vide \\\"Daqui até a próxima parada que é a puta que pariu / Encontrar minha amiga Alexxxia para fugir de você / Estou pronta para evaporar o seu veneno\\\", que não é só uma intertextualidade aleatória que não faz sentido algum dentro da faixa como também uma composição rasa, que mira no divertido e acerta na gafe, podendo ter passado por uma reformulação. Por fim, mas não menos importante, temos “Message To Your Heart”, uma surpresa muitíssimo agradável, com uma liricidade mais sensível, versos bem estruturados e pensados, com uma sonoridade também que constrói uma atmosfera mais pessoal e dramática, o que é um ponto muito positivo. Parabéns à Junggaram pela composição aqui, que é sim muito boa. Voltando-se agora para o visual do álbum, afirma-se que ele é muito bem pensado e criativo, fugindo do clichê e forjando um encarte ótimo, mas ainda sim atrelado à ideia central de amor e paixonite, parabéns ao produtor Jacob pelo excelente trabalho e idealização criativa. Em termos de coesão, afirma-se que ela é normativa na maior parte do álbum, com exceção de “An Idol” e “Run Run”, que parecem não pertencer ao mesmo corpo de trabalho - talvez a melhor decisão teria sido cortar ambas faixas e retrabalhar “Tear” para combinar com o tom das outras canções, muito melhores e bem pensadas. Em algumas canções também há certa coesão intrínseca, como o verso de Athena na parceria que também inclui Jacob. Falando-se agora de criatividade, pode-se dizer que ela é obviamente presente no visual do encarte, muito agradável e diferente, mas é ausente na maior parte das faixas, que falham em estabelecer uma conexão íntima com o interlocutor e muitas vezes são muito clichês - não sua temática de amor, mas sim a forma de abordagem e desenvolvimento lírico -, alcançando a superficialidade em alguns momentos. Em linhas gerais, conclui-se que “CRUSH” é um bom álbum que tinha potencial de ser melhor, com alguns problemas comuns à maior parte do álbum e outros mais pontuais. Entretanto, o trabalho de Junggaram é muito belo e vale a pena ser conferido. || Composição: 27/40 || Visual: 22/25 || Coesão: 15/20 || Criatividade: 7/15 || Nota=27+22+15+7=71.