Tocando agora:
The Good, The Bad and The Good-Hearted Father - Profound
Ouvintes:
289,525

Releitura - Alexxxia Cantora D'Berço da Silva
89

Exclaim!

87

O segundo álbum de estúdio de Alexxxia ‘Releitura’ é uma chave para a cantora encontrar o seu verdadeiro som e atingir um novo patamar de artisticidade, transformando as melodias pesadas e superficiais de Transgressions em uma sonância contemporânea e madura, explorando sons e ideias nas margens mais sombrias da música popular brasileira. Releitura captura a cantora em seu momento mais vanglorioso e natural: há uma certa bagunça deslocada entre as treze canções, porém é notável o triunfo em cada faixa que Cantora propôs no seu segundo álbum de estúdio. A sua reinterpretação começa com “Releitura”, uma ótima aposta para iniciar o projeto, é despida e convincente, Alexxxia consegue fazer o ouvinte mergulhar com ela nessa nova fase e apesar de alguns versos previsíveis como a citação de obras anteriores, cumpre mais do que com maestria o seu novo começo. Entendemos a mensagem que é passada em “Pretérito Perfeito”, mas não é tão eloquente como a de “Releitura” e “Sudário”, que seguem em parte a mesma narrativa sobre esquecer o passado e aventurar-se no agora. Analisando toda a trajetória de Cantora, “Sudário” soa como uma verdadeira confissão sobre tudo que já passou, vemos uma roupagem mais realista e menos presunçosa. Em “Arte” vemos uma aproximação um tanto inferior das demais, recheadas de questões e um tanto limitada dentro dos versos com metáforas que não entram em sintonia e apenas deixa ela mais incompreensível por ter muitas histórias contadas em uma canção. “Egocêntrica” marca um novo /”capítulo”/ dentro do álbum, uma Alexxxia sem remorso e poupando desculpas sobre o que realmente é, porém quando temos que ouvir uma canção com um dicionário ou uma explicação do lado para realmente entendermos sobre o que se trata, é aí que vemos uma interferência no emissor, mais uma vez tornando desnecessariamente complexa, em linhas que poderiam ser facilmente substituídas para a melhor compreensão do receptor. Frisamos que não é uma canção ruim, apenas muito carregada. E vemos esse deslize mais uma vez em “Próxima Parada: Puta Que Pariu”, a canção que poderia carregar o selo de destaque, mas acaba decepcionando quando chegamos no questionável rap recheado de linhas paralelas que não atribuem nada ao resto da incrível canção, temos até uma aproximação que beira a comicidade nele que poderia ter recebido uma atenção maior ou até mesmo descarta-lo. A sua releitura agora concede uma vulnerabilidade maior a partir de “Estamos de Mudança”, caracterizada pela sua definitiva mudança, destacamos essa canção por Alexxxia conseguir trazer uma cinemática, de uma forma em que podemos ter visão de tudo que está acontecendo dentro da música, e apesar da incoerência em /’Crescer é ter que se acostumar com os melismas que a vida dá’/, “Estamos de Mudança” é definitivamente um destaque dentro do álbum. Temos que dizer que Alexxxia consegue compor baladas com maestria, pois elas fogem do comum graças ao bom vocabulário que evocam nova sensações, esse é o caso de “Que Horas Ela Volta?”, outra canção que chega em outro patamar dentro do projeto, é alguém que vimos com pouca frequência, mas que carrega muitos sentimentos para serem escritos com melodias. “Pensamentos Irreais” é uma boa canção, apesar de não entrar como um destaque e nem como ruim, segue uma linha reta e atribui para a narrativa do álbum. Temos o fim dessa trilogia com “O Tempo Não Para”, Alexxxia faz as suas últimas reflexões e preces, entrando como outro destaque do álbum, é uma das canções do Releitura que faz o ouvinte querer largar tudo e viver como é dito diante dos versos, novamente conseguimos ter uma visão, um cenário de tudo que Cantora canta. Com uma proximidade um pouco mais pessoal, e tratando sua ‘sobriedade’ de forma debochada e sem remorso, “Supervulgar” é uma incrível canção sobre não pedir desculpas sobre quem é, Alexxxia está disposta a fazer todos engolirem ela e que definitivamente não irá perder mais tempo com besteiras. “Sóbria” é uma canção que segue a mesma de “Pensamentos Irreais” é linear e atribui a narrativa, não convoca uma história nova ou algo novo, mas cumpre bem com o seu papel de apresentar “100 Primaveras” que mesmo com um prólogo previsível e saturado sobre a última canção ser um /’apanhado’/ de todas as outras, Alexxxia consegue fazer com que ela se destaque na maioria, “100 Primaveras” é enraizante e comovente que cumpre a sua releitura e amadurecimento com chave de ouro. Analisando com mais proximidade, a forma em que Cantora evoluiu sua lírica é fascinante, principalmente por fazer o uso de boas rimas e do extenso vocabulário que abraçam toda essa brasilidade que o álbum carrega. Visualmente é um tanto poluído, há muitas informações, imagens e uma mão pesada dentro da saturação das fotografias que poderiam ser reduzidas para um aspecto mais natural e coeso, as colagens são boas e apesar de alguns erros de coesão dentro da narrativa, Releitura é o pontapé para a excelência de Alexxxia. COMPOSIÇÃO: 32/35 | CRIATIVIDADE: 18/20 | COESÃO: 12/15 | VISUAL: 25/30

The Boston Globe

90

Alexxxia nos presenteia com seu segundo álbum de estúdio, intulado \\\'Releitura\\\' o álbum tem a proposta de contar sobre a cantora de forma mais crua e sem conceitos por trás mas não como um álbum de redenção, mas sim dando uma nova cara a Alexxxia que todos conhecemos. Carregando toda a atsmoféra de novidade, o álbum inicia com a faixa-título, para uma canção de abertura \\\'Releitura\\\' está acima do que é esperado, carregada de referências as seus antigos lançamentos, Alexxia trouxe uma canção que fala sobre seu despertar, o lirismo da cantora nessa canção é no ponto certo, todas as suas rimas são muito bem colocadas e logo no primeiro ponto do álbum a cantora já mostra toda a sua capacidade para dominio de uma boa composição. Em \\\'Pretérito Perfeito\\\' temos todo o gostinho do que viria a ser o álbum Releitura, carregada de uma metafora muito bem colocada no título da canção, Alexxxia soube muito bem como usar o seu poder de compositora juntamente de sua inteligencia para uma canção forte e bem colocada. Se reler e a partir dai trazer uma nova interpretação as vezes pode ser muito díficil e \\\'Sudário\\\' consegue carregar toda essa carga emocional de forma genuína e muito bem colocada, sendo um dos maiores destaques positivos do álbum até agora. \\\'Arte\\\' entrega nas doses certa o que é uma canção verdadeira sobre transformar sua dor em literalmente arte. \\\'Egocentrica\\\' é a faixa que carrega a maior parte da personalidade da cantora, visto que aqui temos a cantora nua, crua e debochada da dose certa, o que faz acreditar que a releitura realmente aconteceu, mas ela não perdeu sua essência e nem toda a sua forma caricata de ser. Em \\\'Proxima Parada: Puta Que Pariu\\\' a cantora pega toda a persona na qual ela é, todas as falas que já disseram sobre ela e transforma numa canção descontraída, sendo até então a mais descontraída, porém Alexxia consegue - mesmo numa canção que talvez distoasse muito de todo seu álbum - entregar uma composição bem estruturada e carregada de referências bem colocadas. Chegando em \\\"Estamos de Mudança\\\", estamos com um ar nostalgico, mesmo com toda essa mudança e conquista, a cantora diz sobre tudo que ela ainda quer conquistar e como ela sente falta de sua infância, quando era tudo tão inocente, as dores da vida eram abafadas, destacamos também o incrivel pré-refrão que ela conseguiu rimar o português com a língua estrangeira inglês, mostrando mais uma vez toda sua genialidade como compositora. \\\"Que Horas Ela Volta?\\\" é sobre temer o passado, mesmo com mudanças (ou releituras), você teme aquele seu antigo eu voltar e novamente o ciclo se repetir, a primeira balada do álbum serve como uma transição perfeita para o preparo do encerramento do álbum, com uma lírica melancólica e carregada de sentimentos. A melhor canção do album, \\\'Pensamentos Irreais\\\' carrega em si um lírismo com bastante tons de reflexão, olhando então para o passado, linkando ele com presente e futuro, com vontade de sobreviver a todo o caos, e essa canção se destaca por isso, além de toda a composição bem construída de Alexxia. \\\"O Tempo Não Para\\\" é tão bela de se ler, todo o otimismo e a pressa que a canção passa para viver é completamente lindo ao olhar, a forma de como a história do álbuma aconteceu até chegar aqui só engrandeceu a obra da cantora e essa canção também, sendo a favorita da equipe. \\\"Supervulgar\\\" tem tudo que é ser Alexxxia, pegando todas as referências sobre a cantora, nessa canção temos a personalidade de Alexxxia e aquilo que fez ela ser o que é hoje, incompreendida, olhada diferente, desbocada e debochada, esses são os adjetivos para essa canção. \\\"Sóbria\\\" é direta, mesmo que muito metafórica, a cantora está aqui dizendo sobre suas frustrações e todas as desculpas jogadas para justificar tais coisas, voltando novamente pra toda atmosfera reflexiva de antes, talvez essa música mesmo que muito boa, está mal colocada aqui, pois há uma quebra muito grande, após a grandiosa \\\"Supervulgar\\\". \\\"100 Primaveras\\\" encerra o álbum da melhor forma, fazemos uma viajem para o futuro, nisso olhamos para o passado e concluímos que tudo faz parte de uma história em construição. Concluindo, o \\\'Releitura\\\' é um dos álbuns mais bem construídos líricamente, é inegável o talento da cantora com a composição e não da para negar toda a genialidade por trás de cada rima e faixa desse conjunto. Acerca do visual, ele é muito coerente, peca pelo exagero mas cremos que isso também é característico do álbum e da cantora, mostrando varias versões de elas mesma em paginas muito bonitas. \\\'Releitura\\\' se destaca pelo seu forte lirismo e consegue ser uma grande obra do region music, sendo então o maior ato de Alexxxia, cremos que será dificil superar uma obra tão bem feita e colocada como essa. COMPOSIÇÃO: 32/32 / CRIATIVIDADE: 16/20 / COESÃO: 19/22 / VISUAL: 23/26

American Songwriter

84

Após sua era Transgressions, a cantora Alexxxia retorna com seu novo álbum, Releitura, agora explorando o gênero latin e utilizando-se de composições na língua portuguesa. Logo na primeira faixa, a artista estabelece a proposta do álbum: é uma nova óptica sobre si própria, sua identidade e aparentemente seu lugar dentro da indústria. A canção é agradável, utilizando-se de elementos poéticos que metaforizam a situação na qual o eu lírico está - há, apesar disso, alguns versos específicos que não parecem estar no mesmo nível de qualidade do restante, como o refrão, que poderia ter suas quatro primeiras linhas reformuladas para seguir na estética mais poética da música. Em seguida, o lead single do álbum, “Pretérito Perfeito” é apresentado, destacando uma lírica fenomenal de Alexxxia, que brilha com versos curtos e perfeitamente metrificados, delicados e sensíveis, de longe uma canção de altíssima qualidade que casa com um instrumental também dramático e de ótimo tom. A terceira canção, \\\"Sudário\\\", é boa, mas obviamente não está no mesmo nível de sua antecessora - algumas partes específicas parecem quebrar o tom proposto pelo álbum, e ela é ligeiramente maçante. “Arte”, por sua vez, repete o fenômeno visto em “Pretérito Perfeito”, sendo muitíssimo boa e agradável, ao mesmo tempo delicada e liricamente rica, apresentando um outro lado até então não explorado muito bem pela proposta do álbum acerca da reinterpretação do indivíduo - palmas à compositora. A quinta música do disco, “Egocêntrica”, trata da vida pública de Alexxxia. Como parte de uma crítica totalmente imparcial e impessoal, o foco em análise aqui não será a artista em si, e sim o conteúdo que foi colocado na canção, que é inegavelmente muito bom e esperto, apontando as incoerências em seus aparentes opositores e tratando de seus sentimentos de maneira direta e objetiva, sem rodeios e com uma excelente métrica. “Próxima Parada: Puta Que Pariu” é, surpreendentemente, uma música com óbvias tendências dadaístas e muitíssimo engraçada, ao mesmo tempo que ácida e crítica, com versos de alta qualidade e diferentes da maioria do que é feito no jogo, sem dúvida uma faixa muito boa e que chama a atenção, não só pelo seu título mas também composição sagaz. A sétima música de Releitura, “Estamos de Mudança”, opta por outro caminho e remete à construção de Alexxxia como pessoa, relembrando elementos de sua infância de maneira calorosa e que também cativam o leitor, que até certo ponto se identifica e vê a si mesmo na letra da faixa - a canção também conta com uma riquíssima intertextualidade. “Que Horas Ela Volta?” segue na vibe íntima estabelecida pelas suas antecessoras e desenvolve-se muito bem, com versos agradáveis e melodia muito bem selecionada, apresentando uma face mais delicada da compositora, obviamente versátil. “Pensamentos Irreais”, por sua vez, configura-se como o cerne do disco e um de seus versos promove a síntese de todo projeto: “E mesmo se a plateia não aplaudir esse espetáculo // Ou até mesmo se ninguém comparecer neste teatro // De uma coisa estou certa, estou completa // Dentro de mim esses pensamentos já não fazem mais festa” - não é sobre procurar aprovação alheia, é sobre estar satisfeito consigo mesmo e saber que isso já basta. Em “O Tempo Não Para”, Alexxxia explora o carpe diem do arcadismo, acompanhada por um instrumental de Rock Nacional muito bem posicionado e divagando sobre sua própria vida - o que ela irá fazer? Quais rumos irá tomar? Qual o valor de seus momentos? Essas perguntas são respondidas, e de forma muito perspicaz e bem articulada, nos versos da canção, que configura-se como uma das melhores do álbum, sem dúvida. “Supervulgar”, por sua vez, parece ser uma companheira de “Egocêntrica”, apesar de parecer mais superficial e não tão boa quanto a outra, com versos não tão criativos ou profundos como nas faixas anteriores. A penúltima música, “Sóbria”, é ótima mas alguns trechos específicos poderiam ter sido cortados ou sintetizados, já que só repetem o que já foi deixado claro e acabam criando um ambiente maçante, apesar de não ser um problema muito grande e não afetar a óbvia qualidade lírica de “Sóbria”. Releitura fecha com “100 Primaveras”, uma escolha sábia, já que a música sintetiza basicamente toda vibe do álbum, retomando uma Alexxxia íntima e vulnerável, e oferecendo também outro verso que parece resumir tudo o que a cantora se propôs a fazer com este projeto: “Posso não ter sido reconhecida mas mostrei minha verdade”. Voltando-se agora para a produção visual de Releitura, pode-se dizer que há uma estética agradável e bela, com excelentes imagens da artista em um ambiente árido, com uma coesão inadmissível e que oferece também uma sensação de grandiosidade ao projeto. A escolha das fontes também foi boa, permanecendo visível e legível em todas páginas do encarte e combinando com o restante das imagens. O álbum em si é sim muito coeso, com a exceção de “Supervulgar”, que não parece pertencer corretamente a esse corpo de trabalho, apesar de legal. No campo da criatividade, Alexxxia apostou em algo simples, o que de modo nenhum tira sua credibilidade, apenas deixa mais claro sua proposta de produzir um disco íntimo e pessoal. O encarte também é bastante criativo e brinca com formas geométricas e o corpo da artista. || Composição: 33/40 || Visual: 22/25 || Coesão: 18/20 || Criatividade: 11/15 || Nota: 33+22+18+11=84.

All Music

96

Em seu segundo álbum de estúdio, Alexxxia abre as páginas do seu livro pessoal para uma releitura pessoal em capítulos em branco, reescrevendo sua história de forma bem-sucedida através das suas músicas, onde quase todo o álbum soa conexo com a proposta de contar detalhadamente como uma das artistas mais controversas aceitou se reinventar dentro de si mesma. O tema do álbum é um clássico, porém a forma que a cantora lida com o tema é o diferencial, e o nome do álbum caiu como uma luva para esse conceito em si, e suas composições nesse trabalho se sobressaem, onde cada uma faz o total sentido com o que é proposto, com letras recheadas de informações, de um bom conteúdo e o melhor: de uma história. O álbum inicia da melhor forma possível, com a faixa título ‘Releitura’. A música mostra a dificuldade de Alexxxia em se reinventar, e o medo de descobrir o pior e o melhor de si mesma, e conta toda a história que o álbum deve apresentar pela faixa de introdução. A música também usa de referência dos trabalhos anteriores da cantora de forma inteligente, caindo como uma luva levando em consideração o tema da canção. Em ‘Pretérito Perfeito’, a cantora deixa as aves brancas entrar dentro do seu quarto como citada na anterior, e aceita que está na hora de deixar o que é ruim para trás. A música é inteligente, e a citação do nome da música na canção é perfeitamente bem colocada. Porém, deve-se mencionar que o excesso de palavras ‘um tanto difíceis’ em pronuncia (mais precisamente no terceiro verso), acaba quebrando um pouco o clima da musicalidade, onde não é nada tão grave, mas algo que deve ser observado. ‘Sudário’ contém uma abordagem única, e incrível. É bem composta e mostra um lado de Alexxxia em alguns versos que pareciam estar escondidos da visibilidade. Porém, acreditamos que a faixa poderia ter sido a segunda música do álbum, já que mostra uma dificuldade em aceitar a releitura, levando em consideração que a anterior meio que ‘aceita’ o processo e quer livrar-se de coisas ruins. Mas por outro lado, é entendível a música estar aqui pela dificuldade após a aceitação, mesmo que se encaixasse melhor vindo antes. ‘Arte’ contém uma bela mensagem por trás, e seu papel no álbum é claro: mostrar uma artista que está se preparando para viver a sua melhor fase, com uma composição respeitável. Percorrendo o álbum, chegamos em ‘Egocêntrica’, a melhor música do álbum. Alexxxia mostra a ideia de reler a si mesma sem perder a sua essência, e a mesma está presente nessa faixa. A música utiliza do deboche, o sacarmos e a agressividade como meios de fazer a cantora retomar as suas raízes sem perder o processo de reinterpretação, de se tornar interessante e a forma que a cantora aborda a música é incrível, com uma letra muito intensa, de tirar o fôlego e digna de se tornar um single multipremiado. ‘Próxima Parada: Puta que Pariu’ ganha pontos pela criatividade, e o verso em outras línguas não parece tão desconexo levando em consideração o ritmo do instrumental. ‘Que Horas Ela Volta? ’ mostra um lado mais pessoal de Alexxxia, com uma letra mais profunda e pessoal que as outras, com versos recheados de sentimentos e emoção ao demonstrar seu medo de se tornar a mesma de antes após a releitura. ‘Pensamentos Irreais’ mostra que a cantora é uma compositora de mão cheia quando se trata de baladas (e não baladas também), trazendo algo especial nessa. O início do seu refrão é encantador. ‘Supervulgar’ ganha pontos pela criatividade e a forma diferenciada em abordar o tema. Embora bem compostas, as faixas finais não têm a mesma intensidade e não dá tão entusiasmo quanto as anteriores a ela, fazendo o álbum ficar um pouco morno na reta final, onde uma obra com 10 faixas talvez tivesse sido melhor. Apesar de que, a ideia final parece boa, e é uma boa faixa de encerramento para o álbum. Seu visual é incrivelmente perfeito para o álbum, mostrando diversas versões da mesma face, diversas personalidades da cantora expostas no álbum para criar a releitura de si mesma, e digamos que não é só o melhor trabalho visual de Alexxxia, mas também uns dos melhores trabalhos visuais do ano por ser coerente com o que está sendo contado, além de uma paleta de cores visualmente agradável, o que torna a experiência mais incrível. Nesse álbum, Alexxxia conseguiu fazer uma releitura de si mesma de forma bem-sucedida, onde expõe com facilidade os seus medos, seus defeitos, seus acertos e sua fragilidade de forma crua e intensa através de cada verso das suas músicas, já que o seu maior acerto aqui além do visual é o seu crescimento como compositora do gênero e em geral. Se o mundo correr como deve ser, Alexxxia tem grandes chances de colher bons frutos com o ‘Releitura’ e acreditamos que após o seu autodescobrimento, a cantora encontrou a sua melhor versão. Composição: 32 / Visual: 25 / Coesão: 20 / Criatividade: 19

2018 - © FAMOU$