Broken Songwriter - Profound
Billboard
Profound está em sua melhor forma com o ótimo “Broken Songwriter”. Não se engane pelo título: aqui, o cantor apresenta um masterclass lírico, mostrando que caminha lado a lado com uma maneira robusta, honesta e rica de escrever, ao que se alinha a um conceito antigo e bíblico. “Eden”, com Anna Fraser e Prayør, abre o disco unindo forças de um furacão em um evento sublime e singelo. Em uma pintura onde os três artistas revelam a repressão que, diretamente reflete em sua vida criativa e social, a primeira canção do álbum se torna emblemática não só por ser uma das melhores parcerias de ambos os artistas, como também por uma mensagem avassaladora e extremamente bem narrada. “Broken Songwriter”, faixa-título, representa a fraqueza mesmo em inúmeras tentativas. Assim como em outras canções, Profound tem o poder de transformar o convencional em algo dourado. Chega a ser um crime uma canção tão boa quanto esta ser tão curta, mas nos deixa o lembrete de que o artista sabe exatamente o que está fazendo. Em “Secrets”, o artista desfaz a trama de um relacionamento nada sadio, cortando relações e realizando quase uma dissecação a partir da personalidade imatura da terceira pessoa. Um tom de shady song é bem perceptível nesta que é uma das canções mais comerciais do LP, mas que não deixa a peteca cair, mantendo quente o clima que o compositor iniciou desde o primeiro segundo do projeto. Quarta faixa do álbum, “My Religion” é o tipo de canção que sana qualquer dúvida a respeito da versatilidade do artista. Aqui, Profound é muito feliz em empregar o conceito da religiosidade como uma \\\"cova simbólica\\\", assim como o refrão dita. Com uma excelente estrutura e boa coesão, a música se torna um grande destaque, sem dúvidas. Chegamos em “Should I Kill The Dancer?”, o smash-hit que impulsionou o lançamento do álbum. A canção tem um quê cinematográfico muito forte. Profound sabe como criar uma atmosfera única às suas músicas e esta em questão é uma prova desta capacidade. Sem perder o gosto pelo pop comercial numa canção mais séria e encorpada, a faixa sem dúvidas ficará marcada na carreira do mesmo como o pináculo de seu catálogo de singles. A seguinte, “The Good, The Bad and The Good-Hearted Father”, consegue se alinhar bem no diálogo proposto e é de fato, bem escrita, mas desacelera o ritmo das batidas que as canções anteriores. A composição que sugere uma reflexão do eu lírico por si próprio é bonita, no fim das contas, e, como já dito, complementa com graça a trajetória de “Broken Songwriter”. Mas se engana se o clima se mantém assim: ele chega ao febril com “Romanée-Conti”, uma picante faixa com teor alcoólico e sexual. Aqui, mais uma vez há este tecido comercial em uma lírica afiada e sensual na letra que remete à intensidade no gosto do vinho e na falta de ar da intimidade. É impossível não se render ao proposto na canção, que lembra muito a energia erótica do “Dirty Behavior” de Jackie - que tem a participação de Profound. Um outro highlight forte do projeto e muito bem feita. Já em “Folks!”, o eu lírico parece retomar as rédeas de sua vida, onde cai em si e percebe que é de si próprio quem ele mais precisa, sem desmerecer as pessoas que o rodeiam. É uma excelente faixa sobre o amor próprio, um tema que geralmente cai em clichês nas mãos de outros artistas, mas não há nada superficial aqui. Profound novamente é muito feliz nas escolhas que fez ao tecer a composição. “Sinner or Saint” trabalha com a dualidade em uma canção que mais parece a narração de um duelo entre o eu lírico e os monstros que vivem dentro dele. A faixa é igualmente muito bem escrita, mas talvez sugira ao público um aspecto muito linear. Não significa que seja uma faixa ruim, pelo contrário; é muito boa. Porém não deixa de representar um ponto mais fraco na tracklist, desacelerando novamente a intensidade que as outras canções geraram. O encerramento é propício e marcante com “A Place to Think”. A ótima canção mostra o nosso compositor despedaçado se encontrando novamente, criando múltiplos cenários muito belos de reencontro consigo mesmo. Tudo o que fica conosco após o encerramento do disco é o pensamento concreto da beleza e da intensidade que Profound consegue atribuir aos seus trabalhos. Some isso a um visual marcante, conceitual que remete à Bíblia, caminhando perfeitamente com a mensagem nuclear do LP. “Broken Songwriter” é uma obra prima do rock. Não há dúvidas da capacidade montanhosa de Profound, que, com este magnífico disco, reafirma seu lugar no hall dos melhores compositores de nosso tempo. Composição: 43/45 | Criatividade: 9/10 | Coesão: 21/25 | Visual: 20/20

Rolling Stone
O astro dance estreia em uma nova atmosfera utilizando agora o gênero Rock, no entanto o cantor consegue se destacar mesmo fora da sua bolha. Em \\\'Broken Songwriter\\\', Profound trata sua vida de forma parafraseada com a biblia. Logo na primeira parte, temos a grandiosa \\\'Eden\\\' que é sem dúvidas uma das canções de destaque desse primeiro bloco, sua narrativa sobre sair de toda a negatividade que a industria tem com os artistas e em especial o próprio cantor, os versos de Prayor e Anna Fraser são um complemento a toda essa história sem tirar nem por nenhuma parte. Como segundo ponto alto desse primeiro bloco, temos a faixa título \\\'Broken Songwriter\\\', os versos constroem toda a atmosfera para a grande explosão que é o seu refrão, que retrata toda a angústia e cansaço do cantor ante os acontecimentos, é sobre estar estagnado, cansado de andar em círculos, e todo aquele momento de você querer entregar o melhor de si e não conseguir. Seguindo para o segundo bloco que apresenta a possível trilha que o cantor deseja seguir para encontrar seu autoconhecimento e paz, tendo como ponto a debochada \\\'FOLKS!\\\' que tem uma narrativa despretensiosa e mesmo assim consegue ficar presa em todo o conjunto do álbum, os versos de Profound nessa música exalam amor próprio, e toda essa troca de deboche e amor próprio funcionou muito bem nesse álbum. \\\'A Place To Think\\\' encerra o álbum num tom reflexivo, o que é bastante interessante, pois encerrar toda essa narrativa com a frase \\\"Um lugar para pensar sobre o futuro, minha saúde, sobre mim\\\" mostra muito sobre o que cantor está pensando sobre sua carreira na música e após todo esse álbum, onde ele quer chegar e se estabeler como musicista. O vísual do álbum do álbum é bem bonito e suas inspirações são bastante representadas em cada página, fazer com que todo o encarte pareça como um livro antigo e toda essa estetica faz remeter a influência clara dos livros biblicos. Profoundo entregou um desabafo em forma de álbum mas não de forma comum, com muitas metáforas e rimas bem elaboradas, o cantor entregou um de seus melhores trabalhos em todos os quesitos. COMPOSIÇÃO 29 / CRIATIVIDADE: 18 / COESÃO: 21 / VISUAL: 24
All Music
Em seu mais novo álbum de estúdio, Profound cria seu universo bíblico para contar sua própria trilha de sentimentos, emoções, conflitos internos e o processo de desenvolvimento como um geral. O artista usa a bíblia como sua inspiração inicial, tendo um pouco de crédito pela criatividade em fugir do normativo de sofrimento e conflitos básicos, ao tentar mergulhar em um universo um pouco diferenciado para dar significado superior ao seu trabalho como um todo, apesar de que em alguns momentos são temas usuais de qualquer forma. O projeto conta com a mudança de gênero musical do artista, e pode-se dizer que Profound se encontrou um pouco na sua dor, com composições carregadas de conteúdo e sentimento, o que não tínhamos visto muito nos seus trabalhos antigos, então vestir o Rock/Alternativo tenha caído como uma luva no ‘Broken Songwriter’, apesar do cantor parecer mais confortável no seu estilo anterior. Seu conceito é dividido em duas partes, onde uma representa todo o negativo e vai em ‘felicidade’, ou nem tanto, já que é descrito como uma trilha. Visto como uma trilha que percorreria seu caminho de qualquer forma, a segunda parte do projeto parece totalmente desnecessária na tentativa de agregar na criatividade por criar algo mais trabalhado, quando não havia total necessidade para isso. Dito isso, ‘Eden’ dá introdução ao álbum de forma explicita ao conteúdo que vai ser tratado, ‘vestido’ o personagem da atmosfera do álbum pela sua temática bíblica. A música mostra uma visão interessante dos fatos contados pelos artistas, onde os versos caminham ao contar de uma história de libertação após repressão, e soa interessante em boa parte dos versos. As parcerias não soam confusas, apesar de Anna Fraser parecer um pouco deslocada com a conexão da música em sua enorme ponte, não afeta muito de forma geral. ‘Em ‘Broken Songwriter’, Profound mostra um envolvimento notável com a composição, onde mesmo que diga com todas as letras, está longe de ser uma composição quebrada. É verdadeira, expressiva e uma das melhores do álbum. ‘Secrets’ contém uma letra mais interessante que as anteriores por ter uma visão diferente, e seu instrumental faz a música dar uma levantada no astral do álbum. Sendo a melhor música do álbum, ‘My Religion’ é onde Profound mergulha de cabeça dentro da proposta do álbum, onde cada verso te deixa entusiasmado para saber o decorrer da história, e contagia quem escuta de forma positiva. Seus versos são preenchidos com sabedoria, principalmente no seu refrão onde o cantor expõe ‘o livro está em andamento, qual será o seu fim? Ouça esta oração com calma...’, dando uma sensação de quero mais no bom sentido da palavra, onde sua como uma música necessária para o desenvolvimento do ‘livro’. ‘Should I Kill the Dancer?’ vem logo após, que apesar de seu valor, sofre um pouco por vir após ‘My Religion’. O gostinho de ‘quero mais’ dado na última música acaba amargando um pouco, apesar de ter uma letra bem elaborada, não correspondo as expectativas. Ponto positivo pela criatividade da canção. Já em ‘Romanée-Conti’, o artista demonstra uma vibe mais animada e descontraída, livre. Talvez soe um pouco estranha após os últimos relados do álbum, o que é comum (porém não tão bom). É uma letra sensual e contagiante. Chegando ao fim da história, ‘Sinner or Saint’ retorma os trilhos da história contada por Profound, o que pareceria estar se perdendo um pouco nos últimos momentos do álbum. A letra é intensa e conexa com a sua proposta, com versos inteligentes e contagiantes, que fazem querer mais. ‘A Place to Think’ encerra o álbum de forma concisa, porém a história sendo contada durante os versos dando ênfase ao encerramento do todo, quebra um pouco a musicalidade da faixa. Em comparação, soa como um roteiro sendo finalizado, e não de fato uma música. Claro que precisaria dar fim ao projeto, mas de forma um pouco mais sutil. Seu visual não contém traços marcantes, são apenas imagens ilustradas e bem editadas com o propósito de deixar o visual um pouco mais limpo, e o que é um acerto, mas também uma manobra arriscada vindo de um artista que entregou encartes melhores e mais bem recheados, e por ser um álbum mais pesado em emoções, poderia ter um apelo maior no quesito visual, que apesar de bonito, não tem um atrativo muito grande. Em ‘Broken Songwriter’, foi visto que o talento de composição de Profound está longe de estar quebrado, e na verdade foi aprimorado para contar a história de um homem à beira do colapso emocional de forma sincera. A falta de um faixa à faixa faz falta em alguns momentos para tentar entender o pensamento de Profound além das letras, já que pode deixar uma interpretação em aberto e sem caixinha para tirar dúvidas, podendo ser mal interpretado; sendo apenas uma observação para trabalhos futuros. Por fim, é notável que a mudança de gênero foi um período necessário para que o cantor colocasse pra fora seus pensamentos mais obscuros em relação a si mesmo de forma plena, onde cabem perfeitamente no ‘Broken Songwriter’, e nos deixa animados para ver as futuras manobras arriscadas de Profound, que apesar que neste projeto tenha seus desvios em alguns momentos, soa como o álbum necessário para o processo de crescimento em diversos pontos de vista. Composição: 30 / Criatividade: 17 / Coesão: 19 / Visual: 21

TIME
O cantor e compositor Profound lançou seu mais recente trabalho. Intitulado de Broken Songwriter, o projeto apresenta 10 faixas totalmente escritas e performadas integralmente por ele, onde o artista fala sobre sua história de salvação nesses 2 anos, dividido em dois testamentos. Para iniciar o álbum, temos o single Eden, parceria com Anna e Prayor, e podemos dizer que foi uma ótima escolha para abrir o álbum e nós colocar por dentro de tudo que estava por vir. A segunda faixa “Broken Songwriter” é de fato uma das nossas preferidas, a música fala sobre o cantor estar quebrado, onde ele acha que não pode fazer mais nada e que nunca vai ser suficiente para outra pessoa. A escolha dos singles divulgados (“Eden”, “A Place to Think” e “Should I Kill the Dance”) foi instigante, o que atiçou a curiosidade dos fãs para o que estaria por vir, sendo A Place to Think uma grande e certa escolha como single e para finalizar o álbum de um jeito incrível, a música é o grande destaque do disco por tudo estar no seu devido lugar e nós prender e deixar com um gostinho de quero mais esperamos mais de Profound. De modo geral, o trabalho – que conta com a produção de Sia Rosa é um hinário de emoções, recheado de sentimentalismo. Nele é possível não só ouvir, mas sentir tudo que o cantor quis passar. Com um visual belo e atraente, tudo que foi citado na parte de inspiração e conceito é visto de um jeito muito simples (o que não é ruim) é tudo que o álbum precisava, marcante e que encanta. Na primeira parte do disco, o cantor estava submisso a sentimentos intrínsecos e cantou sobre isso, precisava expor ao mundo o que sentia. Já na segunda parte, Profound meio que desapega de tudo isso e mergulha em uma sensação de livre, escolhendo por conta própria, se “afastar” do que o fez sofrer, abrindo espaço para novos ideais e formas de sentimento. Composição: 30 Visual: 28 Coesão: 24 Criatividade: 8