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Everlasting - Sarah Mai
94

Exclaim!

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Renascendo das cinzas com uma imagem mais amadurecida e audaciosa, após o controverso Constellation, Sarah Mai decide nos entregar um projeto ambicioso, extravagante e apocalíptico ‘Everlasting’. Com uma proposta de usar suas principais referências vindo de livros de romance com um toque medieval/gótico, ‘Everlasting’ consegue ser um divisor de águas na carreira de Sarah Mai pela visão de trazer um projeto um tanto arriscado e intrigante. Fazer um álbum que conte uma história é uma jogada inteligente, principalmente por Mai conseguir dividir começo, meio e fim dentro da narrativa de Nora Grey com Patch Cipriano e dentro disso poder usar artefatos que contribuem para soar mais coeso, como a inclusão de mais personagens e segunda-narrativa. Com um ar de mistério, somos introduzidos a ‘Coldwater, Maine.’, outra carta na manga usada por Sarah, introduzir o ouvinte ao ambiente/local que tudo isso se passa, a canção é interessante e definitivamente inteligente para colocar como o pontapé inicial, as rimas são imprevisíveis e os versos são cativantes – até mais que o refrão. A faixa-título do álbum é um dos momentos mais esperados do álbum, e mesmo sendo com uma parceria, Jade X e Sarah Mai conseguem entregar um dos destaques do álbum, seja pelas referências ou pelo bom desenvolvimento dela como um todo, ‘Everlasting’ é interessante por apresentar a segunda personagem da história, Vee. O início da devoção e abuso começa com ‘Unwanted’, responsável por dar o pontapé na relação com Patch. Apesar de ser uma faixa boa para a narrativa, ‘Unwanted’ pode ser definida como a mais fraca do projeto, os inúmeros versos extensos que se tornam cansativo, principalmente por não apresentar um elemento chave em um deles. ‘Marcie Millar’ é uma boa canção, o ponto principal e mais chamativo da canção é o fato de Nora não se encaixar dentro dos padrões e muitas vezes sentir a necessidade de estar na pele de Marcie, trazendo um desenvolvimento maior a personalidade de Patch e Nora. Sarah Mai consegue fazer um excelente trabalho em ‘Midnight Creatures’ no lírico da canção, os versos são imaginativos, conseguimos projetar em nossa mente e isso é um ponto alto quando usamos uma história para desenvolver o álbum, além disso pontuamos as rimas e as boas metáforas/referências que a artista usa para descrever seus sentimentos ao ser tocada por Patch que conecta com a insana ‘Chained To His Spell’ onde Nora expressa seus sentimentos de forma doentia e calorosa, apesar da música não estar dentro das melhores – nem das piores, ‘Chained To His Spell é essencial para continuar a história, o ponto criativo da canção é o refrão de Kaleb onde entra em contraste com o refrão cantado por Sarah. ‘Friend’s Call (Interlude)’ é outra boa jogada onde a artista usou os atributos de uma interlude para passar uma mensagem e torna-la interessante, porque podemos ver que Vee não foi apenas um artifício usado em uma canção específica. Podemos dizer que Tormented (Patch\\\'s Dreams) é uma das melhores músicas do álbum, desde a sua premissa até o seu desenvolvimento mostra ser intrigante, visceral e perturbadora dando sequência para a parte em que Nora começa a ter noção das ações de Patch Cipriano, iniciando assim a triunfante ‘deception’, onde a protagonista se mostra desesperada em relação ao fato de Patch ser um anjo caído que se envolveu com ela por segundas intenções, podemos dizer que a melhor parte da canção é que Sarah não poupou expor as dores da personagem, sendo até angustiante em certo ponto. ‘I Never Win’ é uma canção interessante principalmente por não cair na mesmice após ‘deception’, mostra uma outra faceta da dor, que por dessa vez, está exacerbada de raiva e desolação por estar ciente de que foi enganada. ‘Patch, she was still alive when you buried her’ Em terceira pessoa, Sarah narra a suposta morte de Nora, que deixa o ouvinte intrigado pela sua dualidade e incerteza, entrando como um dos pontos altos do álbum . É importante pontuar como Sarah permitiu que os /”capítulos”/ finais fossem levados de forma coesa sem fugir do ritmo ou deixando maçante, nas duas últimas faixas podemos observar como o desenvolvimento da história teve um final com chave de ouro e apesar de ‘Ritual Of Madness’ ser a mais fraca do projeto, ainda sim acrescenta dentro do projeto como um todo, tendo novamente o destaque positivo para ‘It Ends With Us’ pela forma em que Sarah consegue conectar toda perspectiva vista nas últimas faixas em uma só. Quando analisamos ‘Everlasting’ como um todo, vemos um enorme salto na carreira de Sarah Mai, não apenas em sua composição, mas na sua criatividade e capacidade de entregar um corpo de trabalho ambicioso e complexo, que apesar de sua complexidade, não deixa de ser um trabalho de difícil aproximação, porque mesmo com referências e metáforas de livros que muita das vezes as pessoas não conhecem, ainda sim conseguimos entender de forma linear. Visualmente é incrível, desde a sobreposição de imagens, efeitos visuais como as penas brilhantes e as páginas em ignição até os pequenos detalhes no posicionamento das imagens que evocam a atmosfera misteriosa/gótica e dramática do álbum, levando a capa como uma das mais intrigantes e belas da indústria. Como dito anteriormente, Everlasting é um salto na carreira de Sarah Mai para o ultimato, sua composição é afiada e sua criatividade ultrapassa barreiras, podendo assustar os demais concorrentes na temporada de premiação. COMPOSIÇÃO: 32/35 | CRIATIVIDADE: 19/20 | COESÃO: 15/15 | VISUAL: 30/30

American Songwriter

83

Everlasting é o segundo álbum de estúdio da artista Sarah Mai, apresentando um lado mais sombrio e com uma estética mais gótica, diferente de seu antecessor Constellation. O projeto inicia-se com “Coldwater, Maine”, que cumpre sua função de apresentar o espaço no qual a narrativa proposta pelo álbum irá desenvolver-se, com excelentes versos - exceto trechos específicos do Verso 2 e do Pré-Refrão, que aparentam não estar bem colocados dentro da estrutura principal, apesar de bons. Em seguida, a faixa título em parceria com Jade X adquire uma sonoridade mais voltada ao rock pesado, com grande presença de belíssimas guitarras. A composição segue boa, com os versos de Mai e Jade excelentes e de acordo com a proposta, mas o refrão poderia ser melhor formulado, mais precisamente suas três primeiras linhas, que aparentam estar desconexas com o resto do corpo artístico. “Unwanted”, por sua vez, tem uma sonoridade coesa com suas antecessoras e uma composição excelente, sem defeitos, apresentando Patch e desenvolvendo parte do relacionamento do personagem com o eu lírico. A quarta faixa, direcionada à personagem Marcie, aparenta estar deslocada na tracklist e afeta a coesão temática do álbum, já que dá mais espaço para descrever negativamente a garota do que falar como o relacionamento dela com Patch afeta o eu lírico - talvez ficasse melhor se a composição oferecesse mais destaque à reação de Nora acerca de Marcie e Patch do que uma simples análise da personagem, que pouco combina com a aura melancólica construída até aqui. “Midnight Creature” é sensacional, apresentando sensualidade, tristeza e em certo modo até mesmo sadismo em uma proporção excepcional, criando uma canção de alta qualidade que conecta-se perfeitamente com as três primeiras canções de Everlasting - palmas também ao instrumental, emocionante e que combina de maneira correta com o que é abordado. O dueto com o cantor Kaleb, que também é produtor do disco, é muito bom também, contendo versos românticos e ao mesmo tempo melancólicos que são marcantes, como “In my eyes you can see my devotion / Every smile you have is a new emotion / I dropped my bag of bones, I feel bright / And I need your arms night after night”, expondo a vulnerabilidade de Nora à Patch e criando uma complexidade maior no relacionamento de ambos. “Tormented” também é boa, introduzindo a natureza nefasta e aparentemente mística de Patch, que poderia ter sido identificada diretamente com o personagem ao invés de permanecer subentendido, apesar de isso não tirar o mérito da boa composição. O lead single do projeto, “deception”, retrata o choque no relacionamento entre Patch e Nora, apresentando com maestria o ponto de vista do eu lírico, que sente-se um tolo e vítima da situação, acompanhado de uma melodia triste e letras muito bem produzidas. A música seguinte, “I Never Win”, é uma síntese bem posicionada de toda raiva que Nora está sentindo no momento pós-rompimento, exibindo todo o dom de Sarah Mai na composição com versos de grande valor poético e pessoal. “Patch, she was still alive when you buried her”, por sua vez, personifica a morte prematura de Nora, sem razão explícita mas seguida de uma onda de raiva pela traição de Patch, com bons versos que poderiam ser melhor aprofundados, explicando talvez a forma como se deu o falecimento da personagem principal. O dueto seguinte com PRAYOR é de longe a melhor canção dentro de Everlasting, com versos mais curtos e fáceis de digerir, contagiantes e muito bem escritos em sua simplicidade, estabelecendo um diálogo formidável entre Patch e Nora de alta qualidade e exibindo a ótima química entre Mai e PRAYOR, que formam um excelente time no contexto. “It Ends With Us” é a finalização de toda a história e faz bem seu papel, articulando o posicionamento emocionado de Nora após toda a montanha-russa de emoções que passou com Patch e colocando um ponto final caloroso em tudo. Voltando-se agora para a produção visual, percebe-se que ela é simples e elegante, no ponto certo do disco e muito bem feita, com cores escuras e que refletem o cenário gótico desejado pela artista - palmas ao produtor Kaleb. O álbum em si é coeso, mas há certos episódios, destacados na análise de faixa a faixa, que deixam a desejar - como por exemplo a transição brusca entre o rompimento e a morte de Nora, que em um álbum com uma proposta narrativa deveria ter sido melhor desenvolvida; a inserção de Marcie no disco, que tem uma faixa dedicada para si e depois simplesmente some, o que quebra a vibe romântica entre os outros personagens; ou a mudança repentina de Patch em relação à Nora, em um momento disposto a sacrificá-la e segundos depois arrependendo-se sem explicação aparente, o que caracteriza um furo que poderia ter sido evitado com a adição de alguns versos mais explícitos. O único ponto que pesa negativamente em Everlasting é a criatividade, já que não houve muita: a trama foi tirada diretamente da obra Hush Hush, como citada pela própria artista no texto de apresentação, não tendo a (re)formulação de ideias ou algo novo aparente. Apesar disso, Sarah Mai ainda foi muito boa para costurar ótimas composições que ofereceram uma nova densidade ao livro de Becca Fitzpatrick. || Composição: 35/40 || Visual: 23/25 || Coesão: 17/20 || Criatividade: 8/15.

Rolling Stone

99

Em \\\\\\\"Everlasting\\\\\\\", Sarah Mai consegue transcender qualquer álbum com temática romântica. O romance gótico entre Nora e Patch é uma das tramas mais envolventes da indústria, fazendo com que o ouvinte de seu álbum seja transportado para dentro da história. Sem tirar nem por, a história é completamente coesa, envolvente e acima de tudo consegue sair do clichê. Dramático e com uma reviravolta incrível, a cantora consegue transmitir todas as emoções da personagem, desde seu lado mais tímido, até seu lado mais sombrio e poderoso. As músicas do álbum estão sempre em uma crescente, como se a história realmente corresse e os dias e meses passando. Algo a acrescentar é que cada colaboração tem seu devido valor no álbum, não é como se o artista tivesse ali para ter apenas um nome, a narrativa sem esses versos perderia o sentido e toda a dramaticidade dada a obra. O ponto alto do álbum é o lead single da era \\\\\\\'deception.\\\\\\\' juntamente da poderosa colaboração \\\\\\\'Chained To His Spell\\\\\\\' com Kaleb Woodbane, essas duas faixas completamente opostas conseguem se sobressair na história, com momentos marcantes e uma abordagem lírica sem igual. No âmbito visual, cremos que o produtor não poupou esforços para trazer visualmente aquilo que a obra quis passar, sendo a capa uma das obras mais únicas do produtor, ele conseguiu transmitir através do encarte e cada página a devoção, a decepção e a superação da personagem em cada página. Vemos aqui um trabalho que foi pensado nos mínimos detalhes, uma obra rica de qualidade e referências. Sarah nesse álbum poderia ter caído no clichê de álbuns sobre relacionamentos e superações, mas ela conseguiu ir além do que foi visto, chegando na camada sobrenatural do amor e submissão com a sua obra \\\\\\\'Everlasting\\\\\\\'. COMPOSIÇÃO: 31 / VISUAL: 26 / COESÃO: 22 / CRIATIVIDADE: 20.

All Music

99

Em seu segundo álbum de estúdio, Sarah Mai nos transporta para a cidade de Coldwater para contar uma história de amor psicodélico que não terminou de forma pacífica, e que também está longe de ter começado com boas intenções; mas como uma boa amante, acabou caindo de amores por alguém maquiavélico. Mesmo mergulhando na fantasia para contar sua história, o álbum é bastante ‘real’ em todo o percurso, usando da sua criatividade para falar sobre relacionamentos abusivos, decepções pelo mesmo e como isso pode moldar sua personalidade por instantes, e até mesmo cegar por algo que está na sua cara. O álbum é carregado de emoções positivas, negativas e tudo isso é grande mérito da sua composição bastante complexa, na habilidade em transmitir emoções com os versos bastante expressivos e emocionantes, que tiram o fôlego. O grande ponto, além da criatividade, é a coesão magnífica que o disco apresenta, onde desde a primeira música até o fim do projeto, cada música conversa com si e lhe guia em uma história em crescimento, mas sem perder nada durante o percurso; talvez apenas ‘Marcie Millar’ fuja um pouco disso, mas nada grave. Sarah dá início a história a ser contada, com versos que tiram o folego em ‘Coldwater, Maine’. A cantora começa a descrever uma cidade fictícia através do seus versos, que apesar de não parecer a cidade mais aconchegante a se morar, lhe dá uma sensação de curiosidade o suficiente para querer viver a narrativa. As rimas são sutis, principalmente no seu refrão quando é citado ‘and the ghost holding you like a weater, you’ll know you arrived at coldwater’. A música transmite uma sensação estranha, no bom sentido da palavra, que te transporta para uma narrativa inesperada, dando total sentido ao conceito do álbum e sendo uma faixa de introdução além de mágica. ‘Everlasting’ é a faixa título do álbum e uma parceria interessante. Contém uma mensagem forte por trás, envolvendo não só a mistura de personalidade de ambas amigas em momentos de fragilidade, mas também envolve a morte do pai da personagem como referência, com bastante inteligência e sutiliza. É interessante ver como alguns versos definem todo o conceito do álbum, mas que mesmo assim, eles acabam de completando e não causando um excesso de informações. Os versos de Jade acrescentam muito na qualidade, não sendo só uma parceria que está ali por estar, mas por completar a narrativa. É inegável que o álbum segue uma linha na qualidade de composição, e não é diferente em ‘Unwanted’. Com uma sonoridade divertida, a música flerta entre relacionamento abusivo e a descoberta de um novo amor, que mesmo não sendo o ideal, é o que a personagem está vivendo. Diga-se de passagem, que a letra não é a melhor entre as que já foram ouvidas, mas isso não significa que a música seja ruim, só é um pouco inferior às outras duas de alguma forma. É uma faixa intrigante, por ser criativa em certos pontos e outros não tanto, porém é um pouco interessante ver o desenvolver da música. A faixa soa como um clichê adolescente, da garota desbocada se sentir inferior à ‘garota popular’ que talvez não cabia à esse álbum, o que seria uma desvantagem em relação à todo o amadurecimento do álbum, mas a história é contada com uma maturidade em seus versos e não tem como negar que a narração da história está indo no caminho certo, porém é uma linha perigosa que pode fazer beirar o clichê negativo as vezes. Em atenção ao verso quatro, é citado ‘Patch Hugs Macie’, o que soa estranho para uma música. Claro, que a história do álbum é uma narrativa de uma história, porém soa mais como um script de série de fantasia se não tiver cuidado em alguns momentos como esse e quebra um pouco sensação de que estamos em uma música apesar do contexto; e mesmo que o que aconteceu tenha sido minúsculo, é um cuidado a se tomar. ‘Marcie Millar’ é uma faixa intrigante, por ser criativa em certos pontos e outros não tanto, porém é um pouco interessante ver o desenvolver da música. A faixa soa como um clichê adolescente, da garota desbocada se sentir inferior à ‘garota popular’ que talvez não cabia à esse álbum, o que seria uma desvantagem em relação à todo o amadurecimento do álbum, mas a história é contada com uma maturidade em seus versos e não tem como negar que a narração da história está indo no caminho certo, porém é uma linha perigosa que pode fazer beirar o clichê negativo as vezes. Em atenção ao verso quatro, é citado ‘Patch Hugs Macie’, o que soa estranho para uma música. Claro, que a história do álbum é uma narrativa de uma história, porém soa mais como um script de série de fantasia se não tiver cuidado em alguns momentos como esse e pode quebrar um pouco sensação de que estamos em uma música apesar do contexto; e mesmo que o que aconteceu tenha sido minúsculo, é um cuidado a se tomar. ‘Midnight Creature’ exala criatividade no contexto da música, onde a personagem segue ditando suas histórias através de referências fictícias, porém criativa. Destaque para o seu refrão envolvente e muito bem escrito. ‘Chained to His Spell’ é a faixa mais interessante do projeto, é onde tudo começa a mudar. Aqui, sentimos que estamos de fato, no centro do projeto. A personagem se entrega completamente à devoção, ao seu amor, a sua paixão de forma tão intensa e isso é perceptível em cada um dos versos. A ideia de troca de refrão e versos entre a primeira e segunda parte soa como uma ideia arriscada, já que poderia quebrar totalmente a estrutura musical, porém em particular para essa música, foi uma ideia genial. A música mostra pontos de vistas diferentes, de pessoas diferentes em relação à um relacionamento que está sendo descrito de forma reais e fictícias ao mesmo tempo. O ponto mais interessante é ver como ela se torna a melhor música do álbum, com a conexão nítida entre Kaleb e Sarah para entregar uma música tão conexa e bem composta como ‘Chained to His Spell’. Em questão de conceito musical, pode-se dizer que ‘Tormented (Patch’s Dreams) é a mais criativa de todo o álbum. Ao decorrer de todo o álbum, é visto um crescimento em relação não só a sua composição musical, mas também em relação a coesão do álbum, que mesmo com letras distintas, vão criando uma ligação uma com a outra de forma absurda. ‘Tormented’ mostra uma nova visão da relação, sendo uma verdadeira plot twist em toda a história. É a letra mais sensível do álbum, e talvez a mais dolorosa até aqui, mas também a mais agressiva; e a forma que Sarah ponderou isso tudo em uma música soa incrível. Nessa altura da história, ‘Deception’ é a faixa perfeita para vir após a sequência de músicas e descobertas que a narrativa apresenta. Aqui, a personagem descobre tudo o que estava por baixo dos panos e demonstra a amargura da decepção nas suas letras; o que era esperado. É uma escolha perfeita para ser o primeiro single do trabalho, que talvez não pudesse dar sentido tanto quanto deu, se tivesse sido outra música de abertura da era. Em ‘I Never Win’, Sarah segue com uma linha coesiva incrível na história do álbum, e agora, é mostrado o momento pós decepção e a aceitação de fracasso, e também dando a entender de leve, que ele conseguiu o que queria em relação ao ‘sacrifício’. A música genialmente faz menção ao sacrifício como forma dele sentir todo o mal que ele mesmo provocou, e talvez entender isso de alguma forma. É uma música sutil e agressiva, assim como as anteriores vem trazendo, mas também é possível sentir sentido nessa agressão. É uma das melhores do álbum, dando destaque para o seu refrão incrivelmente intenso, principalmente no verso ‘my body is stinking of shame’. Também, sua introdução impressiona pelos versos ‘good, maybe now you can feel my pain’, que descreve toda a música em apenas um verso. Já ‘Patch, she was still alive when you buried her’, dá continuação a música anterior e encerra a dúvida se tinha sido ou não concretizado, a resposta é: sim. A música conta que a personagem sofreu o sacrifício de forma intensa, agressiva e um tanto ‘medonha’ demais, porém um pouco necessária para dar um desfecho real e cru. ‘Ritual of Madness’ é a faixa que dá sinal de que a história está chegando ao fim e mostra o arrependimento não só da parte de Nora, mas também do seu amado que de certa forma também conseguiu criar sentimentos por trás da carcaça. É uma letra interessante da parte de Sarah, porém os versos de Prayor deixam a desejar por tirar um pouco da grande intensidade da música com versos previsíveis e sem profundidade, fazendo que seja a mais fraca do álbum pela parceria não agregar muito em relação a todo o projeto. Está claro que uma parceria era necessária nessa música, de fato, porém que trouxesse uma intensidade extra, um verso mais profundo sobre tudo o que aconteceu, e não versos como ‘eu sei que não sou o melhor para você’ – e sabemos que PRAYOR era capaz de entregar o necessário. A faixa de encerramento demonstra otimismo e tristeza de certa forma durante os versos. Otimismo pelo fato de Nora finalmente aceitar que está sendo machucada o suficiente para se afastar, o que já estava sendo mostrado em ‘Ritual of Madness’, e que ainda ama, mas estar perto seria machucar a si mesma. O álbum termina com um final misto de sentimentos, entre felicidade própria e tristeza pelo fim de tudo, sendo uma boa faixa para pôr fim na história. Seu visual é totalmente coeso com a proposta do álbum, sendo visualmente harmônico e agradável de se acompanhar. Talvez sua única observação seja o excesso de ‘chamas’ durante todo o processo visual das páginas, onde em algumas parece se encaixar bem, mas outras parecem ser apenas um adereço desnecessário, o que na modesta opinião, dá uma sensação de incômodo visual; porém, de fato, é o melhor visual da carreira de Sarah e um destaque entre outros trabalhos diversos, o que pode lhe colocar à frente de grandes nomes. A atmosfera da história do álbum lembra um pouco ao núcleo de The Vampire Diaries, o que não é ruim, significa que as referências de alguma forma se encaixaram e deram certo, e talvez o visual com o sobrenatural faça lembrar um pouco das histórias em alguns momentos, assim como os que foram realmente a base da inspiração; o que mostra que a cantora realmente se aprofundou na busca pelo conhecimento para reproduzir o ‘Everlasting’. Diante tudo isso, o ‘Everlasting’ é um turbilhão de emoções puras e intensas, criados da forma mais criativa possível para criar um laço com o ouvinte através do sobrenatural, o que o torna cada vez mais interessante. Esse álbum é um passo arriscado que deu certo em todos os quesitos, com visual incrível, composições de alto nível e uma coesão invejável. ‘Everlasting’ não deve ser subestimado de forma alguma, e sem sombra de dúvidas, é um forte candidato para o desejado título de álbum do ano e colocou Sarah Mai entre os nomes de grande peso da indústria. Composição: 32 / Criatividade: 20 / Coesão: 22 / Visual: 25

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