Andromeda - Emma White

Rolling Stone
Emma White retorna à indústria com seu mais novo projeto, intitulado de \\\'Andromeda\\\', o trabalho traz grandes tons de melancolia aliadas a composições pessoais, que envolvem assuntos como perda, morte, mediunidade, espiritualidade, dentre outros. O EP se iniciar com \\\'Voices Of Isolation\\\', sendo a melhor composição do álbum, a canção evoca o sentimento de tristeza e empatia pelo eu lírico, sendo escrita tão bem que conseguimos visualizar pelo próprio ponto de vista da cantora. \\\'Is Time God?\\\' mantém a qualidade de sua antecessora, dessa vez trazendo um sentimento mais profundo de abandono e solidão, a escrita detalhada de Emma, em relação com a tristeza natural de seus versos, trazem um grande ápice emocional no disco, sendo a segunda melhor faixa presente no álbum. \\\'Place In Heaven\\\', apesar da boa estrutura lírica, melodia e arranjo, carece em continuar a narrativa estabelecida nas primeiras faixas, destoando do foco inicial proposto. O sentimentalismo dá espaços a críticas maiores e mais abrangentes, tirando o ouvinte de forma abrupta do que vinha sendo construído. Andromeda encerra a narrativa e traz o ouvinte de volta a todo o mundo do eu lírico estabelecido durante as faixas. Porém, esta última traz um tom diferente, mais nostálgicos e, por alguns pontos, podendo ser vista de forma positiva, embora a letra e a descrição em si da faixa traga \\\"entrelinhas\\\" sobre o que pode ter acontecido ao final da história. Quanto ao visual, o projeto apresenta um trabalho simples e consistente, acertando nas cores e disposição das fotos, letras e efeitos adicionais, gostaríamos de ter visto apenas mais algumas referências à Andromeda no encarte. Por fim, Emma White executa um trabalho de alto nível, permeado por ideias tristes, que misturam delírios de um eu lírico perturbado pela morte e espiritualidade, através de composições astutas e com enorme capacidade de transmitir sentimentos. COMPOSIÇÃO: 32 / CRIATIVIDADE: 22 / COESÃO: 20 / VISUAL: 19

All Music
Em seu primeiro extended play, Emma White despeja seu turbilhão de emoções em seu ápice de criatividade, ao expor a história de Andrômeda e seus passos de perda, em diversos pontos de vista, e sendo quase todos a forma correta para preencher os capítulos da história. O EP mostra a história de uma mulher contando a história da morte e vida de um personagem, que não vê apenas seu lado da dor, e sim mostra a visão de seu ex-marido, que agora sente a falta com todas as forças. É uma história criativa, intensa e bem traçada através de quatro músicas muito bem compostas, que deixa a desejar um pouco no quesito de coesão na faixa ‘Peace of Heaven’, que apesar de ter uma boa importância, acaba ficando um pouco deslocada do foco principal de todo projeto. O EP começa com ‘Voices of Isolation’, de forma intensa e precisa, com letras fortes e que carregam o ouvinte para um outro mundo, um mundo que lhe faça tentar entender e suportar, junto com o eu-lírico, a dor de perda. A música aborda o luto de uma forma diferente dos demais, criando um vínculo após a morte que não acaba e a angustia de não saber lidar com isso, é notável na música. Nessa música, Andrômeda demonstrou maestria em transmitir sua dor de forma explicita, nua e crua, como um primeiro dos últimos suspiros da sua dor, que não será momentânea, só tende a crescer ao decorrer da pequena história, mesmo que não seja a sua própria visão aqui, e sim a do seu ex-marido. ‘Is Time God?’ é uma música peculiar pelo tema abordado, de forma positiva, onde Andrômeda mostra um outro lado da mesma perda: a sua própria dor em perder a vida, questionando se o tempo foi seu inimigo, e se foi, se o tempo ‘é deus?’. É uma maneira diferenciada de explorar sua dor, mas ainda assim, uma maneira tão certeira quanto o tempo. A música transmite o questionamento inteligente através dos seus versos e lhe faz duvidar do óbvio e talvez confiar nas palavras de Andrômeda. Até porque, até aqui, vemos o projeto minúsculo se tornar algo grandioso. ‘Peace of Heaven’ vem com uma boa ideia para a música, mas acaba se afastando um pouco da ideia de que o foco principal de Andrômeda seja expressar seu sofrimento, sobre a sua morte prematura. Claro, o tema entra nessa ideia, porém todo o conteúdo de igrejas, ideias sobre religião, e acaba sendo um pouco demais para algo que podia ser mais simples, e singelo. É uma boa composição, mas que infelizmente, fica um pouco distante da mensagem que pareceria ser a principal. A faixa título é a melhor do projeto. É carregada de sentimento, referências às estrelas e o sentimento de perda e luto é mais do que claro durante todos os versos. Andrômeda novamente volta à mostrar o luto de outro ponto de vista, com agora o seu amado querendo partir para não ter que viver com a dor da perda e apenas se juntar à ela. É uma forma triste de terminar a história, mas também a forma necessária para dar um final de qualidade a toda a história. Seu encarte é simples, mas visualmente harmônico e contém cores que remetem a tristeza, sendo um acerto para o álbum que conta uma história depressiva. Apesar de conter sua simplicidade, para esse projeto, é o encarte ideal; sendo simples, puro, harmônico e bem organizado. Emma White é uma artista, de fato, promissora; e com um futuro brilhante pela frente, e projetos como ‘Andrômeda’, faz apenas que o público fique mordendo as unhas de curiosidade para saber o que a cantora fará no seu álbum completo. Composição: 32 / Coesão: 20 / Visual: 23 / Criatividade: 20

Pitchfork
Após o ápice lírico da cantora em seu primeiro álbum de estúdio, ‘California Beaches’, Emma White decide virar a página em seu novo Extended Play ‘Andromeda’, um conjunto de quatro faixas que conta a história de uma mulher chamada Andromeda que depois de sua morte, assombra seus entes queridos e seu ex-marido dentro de uma narrativa que envolve luto e revolta. Com ‘Voices Of Isolation’, somos levados ao primeiro personagem que é assombrado pelo seu luto, o ex-marido. Dentro de uma falha de comunicação entre os dois-mundos, Emma conversa através de metáforas sobre colocar o esforço dentro dessa relação que /’morreu’/ e que logo teve que se rompe. É uma boa faixa para abrir o projeto, evoca a sensação tormentosa e enigmática que percorre pelo restante do álbum, há espaços que poderiam ter sido preenchidos como o /’Outro’/ e até mesmo um dos refrões, poderia ter enriquecido mais o lírico da canção. Somos rapidamente surpreendidos com a melhor canção do projeto ‘Is Time God?’ é a faixa mais criativa e intrigante, Andromeda procura incansavelmente por repostas em versos revoltantes e amargos que contribuem para a excelência da canção, destacando o refrão como uma das melhores partes do álbum. O incrível da faixa ‘Place In Heaven’ é que soa como se Andromeda finalmente tivesse achado as respostas, mas dentro de si e dentro do que ela viveu, é uma faixa interessante e complementar para o projeto, o lírico é moderno levando em consideração a crítica na religião sobre /’um lugar no céu’/, o ponto decepcionante são as grandes repetições que não são necessárias. Com a faixa título e homônima, ’Andromeda’ a artista usa suas cartas na manga ao mudar o narrador do projeto, dessa vez o ex-marido que entrega todos seus sentimentos através da canção e expressa seu desejo em tê-la novamente, mesmo que custasse sua vida. ‘Andromeda’ entra também como um dos destaques, é uma canção insana sobre amor e diferente do que costumamos ver em músicas que seguem o mesmo tema, desde os versos até os refrões a canção segue uma linearidade incrível que demonstra de forma crua os sentimentos por Andromeda. Quando analisamos o visual, é simples e sórdido, consegue traduzir perfeitamente o que o álbum propõe com as imagens misteriosas e os detalhes de preto e branco. As imagens são bem posicionadas e as caixas altas de ‘Emma White’ são inteligentes. Em um projeto de quatro faixas, Emma White consegue trazer novamente todos os olhos para ela, ‘Andromeda’ exala criatividade, mistério e paixão. COMPOSIÇÃO: 26 / CRIATIVIDADE: 28 / COESÃO: 18 / VISUAL: 21