PARTY! - Penelope

All Music
Em seu novo projeto, Penelope abre as portas da sua festa para uma viagem entre poucas faixas na tentativa de contar uma história leve e casual. O conceito principal é voltado em torno de uma festa, mas o problema no ‘Party’ é que poucas músicas parecem se conectar com esse senso em comum. Claro, nem todas as músicas precisam falar exatamente sobre uma festa para se encaixar no termo ‘festa’, que mesmo que seja uma alusão à sentimentos a flor da pele, algumas faixas como ‘Souvenirs’, ‘Friends’ e ‘Taste of Helth’ acabam parecendo um pouco distante da proposta e fazendo com que pareça com um compilado de singles que separados dariam muito certo, mas juntos talvez não. Notamos que o ideal principal do álbum é visto em faixas como ‘Celebrate’, ‘Unfinshed Feeling’ e ‘Partying the Night Away’. Apesar dos contras, o projeto tem a boa mão na composição ao seu favor; é um projeto que pode ser dito como bem trabalhado nas composições, desde as mais festivas às mais emocionais, trazendo letras cativantes e envolventes com o ouvinte, com instrumentais que encaixam e são apaixonantes. ‘Celebrate’ é uma música que tem o contexto que inicia o álbum de forma correta, mas acaba caindo um pouco no clichê de músicas de festas comuns durante algumas partes da música. Claro, talvez porque o álbum seja sobre isso, essa seja a ideia; porém incrementar as letras com algo interessante além de ‘vamos festejar’ seria uma boa opção. Em um contexto geral, é uma ótima música para balada e se divertir, mas o quesito lírico não cativa muito. O refrão é um pouco longo e a música parece pedir algo menor, além de que o primeiro verso é um tanto fraco em relação a complexidade do segundo. Em ‘Friends (and Distante Others), com um instrumental envolvente, a música dá uma melhorada na parte lírica e mostra descontração, onda na letra da música até certo momento temos um clima de romance, sendo um duplo sentido talvez. A música fala de amizade, e cumpre seu propósito pela letra descontraída e divertida. ‘Souvenirs’ é uma das melhores faixas do projeto na melodia e composição, onde Penelope abre um livro de memórias pessoais e consegue transmitir isso durante cada verso da letra. O instrumental cai muito bem com a música, que passa uma nostalgia necessária para essa música. O verso ‘Hoje voltando do ônibus tive uma memória... gostei de ouvir a sua voz na minha mente me contando aquelas histórias’, soa como um frescor melódico para quem escuta. ‘Unfinished Feeling’, junto com ‘Souvenirs’, são as duas das três melhores músicas do projeto. Aqui, em sua ‘festa’ particular, Penelope transborda sua dor durante os versos e isso é devidamente notado. Contém uma composição bem clara sobre seu propósito e no ponto de emoções, sem extrapolar ou dar a sensação que falta algo. A música soa completa, e dentro do projeto, é algo que pareceu necessário para demonstrar algo mais intenso e complexo na história para fugir um pouco da mesmice. ‘Taste of Helth’ é a melhor faixa do projeto, com uma letra que funciona bastante nas suas rimas (em português), mesmo que não tanto em inglês. A música é cativante, é emocionante de sentir e como os versos são bem colocados para a finalização final. A música transmite uma calmaria emocional pelo seu instrumental e em conjunto com a letra, surpreendendo pelo refrão meio catch. ‘Partying the Night Away’ não tem a intensidade das faixas anteriores, e está tudo certo, já que a música contém uma proposta diferente das que lhe antecedem. O álbum termina de forma animada, com uma letra auto astral e positiva, dando retorno ao início do álbum que continha uma pegada mais festeira do que as outras. Como pode ser visto, as melhores faixas do projeto são algumas das músicas citadas como deslocadas, e de fato são, mas levando em consideração a sua composição, acabam se sobressaindo em relação ao resto. Seu visual não tem um fator inovador, de fato, é apenas aceitável para o tipo de trabalho. Acreditamos que a artista tem potencial de sobra para fazer algo mais apresentável e mais elaborado, também visualmente mais agradável, e que não pareça um pouco inacabado à alguns olhos. Diante disso, o ‘Party’ é um extended play que poderia ter sido melhor trabalhado em alguns quesitos, com alguns erros na sua produção e execução; e também está longe de ser considerado seu ápice de criatividade. Vemos Penelope crescer dando passos pequenos, mas o ‘Party’ não adiciona em nada na sua jornada. Composição: 24 / Visual: 17 / Coesão: 16 / Criatividade: 13

Rolling Stone
\\\'PARTY!\\\' é o mais novo extended play de PENELOPE. A cantora trouxe um conceito simples e eficaz, falando sobre uma festa onde os sentimentos estão à flor da pele. O projeto se inicia com \\\'Celebrate\\\', a canção tem um ar divertido e despretensioso, com versos curtos e melódicos, entretanto a escrita soa infantil em alguns momentos, contrastando com a ideia de ser uma festa adulta, onde há bebidas e outras coisas. \\\'Friends (And Distant Others)\\\' entra como um dos destaques do álbum, trazendo lírica pessoal emocional, PENELOPE conseguiu reunir os sentimentos de festa, tristeza e saudade em uma mesma faixa, conseguindo colocar o ouvinte em sua perspectiva. Entretanto, a faixa poderia ter seguido a estrutura lírica da anterior, mantendo os versos curtos e melódicos, em contraste com o da canção atual que são mais longos e menos fluídos. \\\'Souvenirs\\\' segue a linha nostálgica estabelecida na faixa anterior, quase como se fosse uma continuação mais profunda da faixa anterior. \\\'Unfinished Feeling\\\' entra de vez na melancolia das faixas anteriores, sendo a mais bem escrita das três. PENELOPE trouxe uma das melhores estruturas líricas do projeto para falar sobre a saudade que machuca e nos faz refletir sobre o que perdemos e como o eu lírico era antes de crescer, começando a enxergar o mundo com outros olhos. \\\'Taste Of Health\\\', nesta altura da tracklist, dá a sensação que o ouvinte está escutando músicas com a temática saudade repetidas vezes, sentindo saudades da parte \\\"festa\\\" do álbum, vista de relance apenas na primeira canção do EP. \\\'Partying The Night Away\\\' termina o projeto da mesma forma que iniciou: Festejando. PENELOPE recobra o sentimento de felicidade e alegria, mas sem deixar de lado os sentimentos nostálgicos levantados durante as outras canções do disco. Quanto aos visuais, PENELOPE acerta novamente por trazer um visual simples e polido, que remete ao tema do EP através de suas cores e fotografia. Por fim, a artista trouxe um trabalho simples e sem grandes conceitos, \\\'PARTY!\\\' brilha por suas canções bem compostas, precisando apenas consertar velhos erros, como a estrutura de suas músicas e, neste trabalho, rever os temas de suas músicas e deixá-los mais abrangentes. COMPOSIÇÃO: 24 / CRIATIVIDADE: 18 / COESÃO: 18 / VISUAL: 17

Pitchfork
Dentro de todas suas emoções e sentimentos a flor da pele, Penelope propõe uma celebração a tudo que passou em seu novo Extended Play ‘PARTY!’ lançado de surpresa e com seis tracks que seguem uma narrativa um tanto pessoal, mostrando uma extensão mais clara que vimos em ‘Seasons Change’. Com ‘Celebrate’ o pontapé inicial é dado de forma descontraída e convidativa, o lírico convida todos a celebrarem as dores e a tristeza de forma divertida e em algum momento, melancólica. Com o intuito de abrir o álbum, ‘Celebrate’ pode funcionar, mas apenas para isso – os versos são bobos, uma espécie de frases retirada de livros de autoajuda, a ideia é boa e o contexto de iniciar o álbum com uma festa é legal, mas precisaria de uma execução mais profunda e menos rasa. Friends (And Distant Others) é uma faixa interessante, o cunho lírico é bem melancólico e evoca essa sensação de saudades e vontade de aproximação, liricamente gostaríamos de ver Penelope brincando mais com as estruturas musicais, sem muitas repetições e rimas que parecem muita das vezes previsíveis, e essa uma sensação que repassa pelo restante de todas as outras faixas, entendemos que o propósito da música pop de Penelope é ser cativante, mas a premissa poderia ter sido realmente executada com precisão. ‘Souvenirs’ entra como a melhor faixa do projeto, é romântica e envolve uma atmosfera nostálgica, como se estivéssemos revivendo cada segundo disso que Gonzáles canta. As três outras faixas ‘Unfinished Feeling’, ‘Taste Of Health’ e ‘Partying The Night Away’ são legais, não há nenhum elemento que nos faça ficar boquiabertos, mas servem para o contexto festivo do álbum. Visualmente é bonito e apenas isso, seria interessante Penelope ousar na estrutura de um encarte, adicionar sobreposições, moldes, jogo de letras, porque como um todo parece uma projeção festiva de seus outros encartes, a imagem de um lado e a letra do outro com as letras em pouca opacidade no fundo, frisamos que não é ruim – mas poderia ser mais interessante. A fotografia é o melhor momento visual do álbum, e a capa é maravilhosa, no restante seria interessante que Penelope brincasse com as cores, principalmente para não as deixar tão saturadas – como está no restante do álbum. De fato, PARTY! É um projeto para dançar e aproveitar a vida, não há nenhuma profundidade envolvente dentro dele e pode se encaixar como um dos droplets da artista dentro da carreira, é legal ver a sua versatilidade em apresentar projetos apenas pelo prazer da arte, mas seria legal ver Penelope levar isso a um extremo. COMPOSIÇÃO: 18 / CRIATIVIDADE: 17 / COESÃO: 18 / VISUAL: 19