Tocando agora:
The Good, The Bad and The Good-Hearted Father - Profound
Ouvintes:
289,525

BELLINI - Theodore Bellini
85

All Music

79

Em seu terceiro álbum de estúdio, Theodore abre seu universo pessoal na tentativa de narrar sua história dramática envolvendo amores, preconceito e bastante dor. O álbum é dividido em três narrativas, bastante distintas entre si; mas que acabam se conectando com o propósito final. Em sua coesão, o álbum sofre em algumas partes entre as divisórias em que foi indicado, e isso será explicado passado a passo mais para frente; mas é um fato que o problema do ‘Bellini’ é um pouco maior do que apenas pequenos erros de coesão. O álbum carrega uma história nas suas composições na intenção de ser o álbum mais pessoal do cantor, porém o excesso de referências nas músicas acaba quebrando o clima da música e se tornando algo superficial e mecânico; sem contar que palavras selecionadas para incrementar o álbum acabaram se tornando desnecessários. O álbum começa com ‘Infância, que é uma música que para ser introdução, seu tema é essencial e ao ponto. Porém, em diversas partes da canção, a música perde um pouco a essência pelo excesso de palavras exageradas que tendem a cortar a dar uma quebra no clima, fazendo com que pareçam poemas sendo falados ao invés de uma bela canção pessoal. Talvez a ideia de querer acrescentar algo na música com palavras de significado tenha feito a canção decair na emoção que deveria transmitir, e soando como algo sem sentido em boa parte da mesma. Já ‘Quem Sou?’, em relação a música anterior, tem uma melhora na sua musicalidade, com rimas precisas e bem colocadas. Novamente, referências não caíram bem e parece que terá mais a partir das canções, o que é um pouco desanimador, já que não parecem acrescentar muito na música. Em ‘Transparente’, Theo demonstra sua real vulnerabilidade. De fato, até então, é a melhor música apresentada no ‘Bellini’. Nela, o cantor enfatiza que sempre foi um cantor de metáforas, porém nesta em particular, resolveu se ver livre delas. Foi a melhor decisão que o cantor poderia ter tomado, já que com o que lhe atrapalhava foi embora, só restou a pura emoção nos versos de Bellini. Apesar de o refrão deixar um pouco a desejar na complexidade e alguns versos podendo ser modificados, a letra carrega um significado e uma letra mais real e menos metáfora, trazendo o sentido que deveria ser mostrado desde o início. Talvez seja a hora de Theodore deixar um pouco as metáforas e referências um pouco de lado, para que a sua alma possa tomar os holofotes. ‘Chega’ uma música que contém um clima intenso na atmosfera da música até a introdução do refrão, que tira a seriedade sentimental que a música deveria carregar com palavras que poderiam ser substituídas por algo que realmente acrescentasse na qualidade. A música contém uma séria mensagem de superação e isso deve ser levado em consideração, mas as referências parecem continuar sendo o tormento de Theo nesse álbum; o que é uma pena, já que a música tinha potencial para ser muito mais. ‘Subliminal’ parece ser a música mais auto astral do álbum, onde Theo canta sobre seus primeiros romances e como isso lhe fez feliz, e não se arrepende do ocorrido. O que soa um pouco contraditório para ter entrado no tópico de ‘magoas’, já que a música não tem esse clima e nem é descrito na sua letra. Além de tudo, é bom ver a felicidade do cantor após tanta escuridão, apenas foi introduzida no momento errado. ‘Não vivi em vão’ é a prova de que falta musicalidade nos versos de Theodore. Aqui, podemos ver uma história sendo contada através dos versos, que não soam como música, e sim uma carta aberta sendo falada ou uma poesia sendo recitada. Nesse álbum, as músicas não contêm uma pegada musical tão forte, e isso preocupa um pouco em alguns momentos. ‘Recomeço’ é uma música interessante, onde os versos mudam em seu pré refrão na primeira e segunda parte. A primeira é mais interessante de ouvir, diferente da segunda; mas ambas em um nível ok. ‘Tropical’ é uma canção que dá entusiasmo, a letra é mais brilhante e vibrante, dando um novo ar ao álbum, de fato um ‘recomeço’ na narrativa. A letra é mais contagiante do que boa parte do álbum, e apesar de algumas palavras que cortam um pouco esse clima festivo, a música em um geral é bastante animadora. Os versos de Theo se sobressaem em relação aos de Zoe, fazendo com que ela pareça um pouco deslocada como parceria – em versão solo, talvez pudesse funcionar melhor. Seu visual é a parte mais completa do trabalho, totalmente conexa ao seu propósito e é muito bem trabalhado. Detalhes coloridos em meio ao preto e branco dão uma vida em especial ao álbum pelo conteúdo do mesmo, fazendo com que fique harmônico com tudo, sendo o maior acerto do projeto. No ‘Bellini’, podemos ver que as vezes nos perdemos nas nossas próprias ideias, que podem parecer extraordinariamente organizadas na nossa cabeça, mas na prática acabam deixando a desejar um pouco. O cantor precisa tomar cuidado com o excesso de referências e verificar se realmente é algo positivo ou acaba ‘cortando’ o clima da música, e não se tornar em algo mecânico como foi em boa parte das músicas do ‘Bellini’. Com o decorrer das músicas, as músicas se tornaram cansativas e monótonas apesar das variáveis, provavelmente por causa das músicas serem um pouco mecânicas pelo o que foi dito antes e também pela falta de manuseamento na hora de fazer a estrutura musical para soar mais como uma música. O projeto como um todo está longe de ser ruim, apenas precisa de alguns ajustes para fazer jus ao cantor de ‘EUROPA’. Composição: 22 / Visual: 24 / Criatividade: 16 / Coesão: 16

The Boston Globe

85

Com seu álbum (quase) autointitulado, Theodore Bellini propõe um projeto extremamente pessoal, com histórias reais de sua vida, relatando desde sua infância difícil cheia de traumas, até o seu momento atual, onde ele diz que é finalmente o que ele sonhava em ser tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Dividido em três partes, o cantor entrega o projeto como um diário, algo que é muito criativo, principalmente da maneira com a que ele fez, dando ainda as idades das quais cada uma das três partes se refere. Iniciando \\\"Dilema\\\", temos \\\"infância\\\", uma faixa que começa o projeto muito bem, apesar de linhas em alguns de seus versos que acabam prejudicando o andamento da canção como um todo. Em \\\"quem sou?\\\", Theodore apresenta uma composição que conta uma história com três personagens: ele, o seu amado, e a Clara. Ao ler a canção, percebemos que o artista buscou usar de muitas referências e metáforas na lírica, o que traz uma canção muito baseada nos sentimentos em si do que nos acontecimentos relatados, o que é bom se feito da maneira certa, e Theodore fez. Os únicos problemas são as rimas muito comuns e previsíveis, que deixam a lírica um pouco pobre ao analisar esse ponto, e algumas referências que são estranhas (ou apenas diferentes demais) e não combinam tanto com a composição como um todo. Em \\\"transparente\\\", temos a faixa que é a melhor do projeto. Em termos de lírica apenas, a canção continua expressando os sentimentos de Theodore, mas dessa vez, com muita maestria e sem referências, que poderiam ter tornado sua canção muito superficial, e assim consegue passar toda a emoção e tensão do momento relatado. Lendo as faixas posteriores, \\\"tropical\\\" e \\\"recomeço\\\" são as que mais se sobressaem no produto final. São bem escritas, conceituadas, e junto com \\\"transparente\\\" formam as três melhores faixas do projeto. A lírica de Theodore nesse álbum se mostra forte, pessoal, descritiva e direta, porém, às vezes as letras mais parecem poemas feitos para serem ditados ao invés de canções em si, mesmo \\\"adaptadas\\\" para letras, ainda contém grandes linhas dentro de versos onde as linhas deveriam ser mais curtas. No visual, não temos um erro sequer, o cantor soube aproveitar muito bem de sua própria idéia ao trazer Kaleb para ser seu colaborador na produção, que conseguiu fazer uma obra coesa com sua lírica e conceito geral como um todo. \\\"Bellini\\\" é um álbum que em nossa visão se trata de algo tão pessoal, que é difícil achar outra interpretação para tudo aquilo que o cantor escreveu sobre si mesmo e sua trajetória. Apesar de pequenos deslizes líricos e trazer um conceito já explorado na indústria por outros artistas, o álbum não peca em trazer originalidade dentro do tema e ser coeso com o que propõe, sendo assim uma das maiores promessas pro ano 6. Visual: 27/27 - Coesão: 20/23 - Composição: 18/26 - Criatividade: 20/24.

Billboard

90

Após um ano lançando singles exuberantes e muito bem escritos, Theodore entrega seu terceiro álbum de estúdio, o denominado “BELLINI”. Relatando aspectos pessoais que, para ele, o fizeram crescer e ser finalmente aquilo que ansiava desde cedo, o cantor obteve um método de se abrir e entregar suas composições mais pessoais copiladas em um projeto único e emocionante. O que nos chamou atenção foi a divisão por atos, onde o artista opta por delegar funções as faixas, a partir da concepção de como ela representa um sentimento rumo a caminhada de descobrimento de sua sexualidade. Focando em analisar os atos separadamente não podemos deixar de ovacionar as letras lindas e bem vulneráveis presentes no ato Mágoas que, inclusive, é dono de duas das três melhores faixas do projeto, sendo “subliminal” e “não vivi em vão” e o outro destaque ficando para a canção “tropical”, parceria com a cantora brasileira ZOE. Uma coisa que nos incomodou durante a listagem do projeto é a extensão dos versos, o que acaba deixando o álbum soar um pouco cansativo e talvez desgaste o leitor durante a apreciação. Porém, ao mesmo que isso possa parecer ruim, nós chegamos numa conclusão sobre a vulnerabilidade apresentada em todas as faixas, e em como os sentimentos são sinceros em todas as músicas, isso as torna únicas e características. A base de divisão utilizada pelo artista nesse disco foi muito bem pensada e também muito bem apresentada, visto que a coesão entre todas as letras está em um ótimo ponto. Porém um desvio surge na inclusão do single “Stonewall” como faixa final do projeto. Soando familiar às faixas do segundo ato, ela se destoa totalmente das faixas do seu bloco. Isso é notado pelos versos onde a mágoa é altamente perceptível. Um álbum narrando sua vida pessoal é algo um pouco temido por muitos, sua zona criativa fica limitada e você pode se dar muito mal ao representar algo clichê. Nesse projeto em questão, vimos que o cantor fez diferente. Sua pessoalidade foi muito bem trabalhada, juntamente com o bom uso de referências, características visuais e divisões por atos pessoais, isso acabou distinguindo do clichê que o álbum poderia se tornar. Como dito acima, suas características visuais são um marco importante desse álbum. Conquistando nota máxima nesse quesito, somos presenteados com uma obra-prima muito bem exposta e produzida. As cores, fotos e disposição de letras está em perfeita harmonia. O que inicialmente parece ser algo simples, se torna cada vez mais coeso com o conceito geral e mais belo de acordo com as histórias que são contadas. Theodore sempre busca trazer projetos ambiciosos e bem escritos. O incrível é perceber que ele sempre consegue trazer algo que chame a atenção e que nos deixe na expectativa para ler suas novas canções e nesse novo projeto não foi diferente. [COMPOSIÇÃO: 25/30 – CRIATIVIDADE: 18/20 – COESÃO: 22/25 – VISUAL: 25/25]

Pitchfork

83

Após uma viagem pela EUROPA, Theodore Bellini decide que irá colorir o que estava em preto e branco de arco-íris, expondo sem demais nuances toda a sua vulnerabilidade e sua fase de redescobrimento e ressignificação da sua música. Com ‘BELLINI’, Theodore apresenta em dez faixas seus problemas pessoais enfrentando a homofobia, bullying e body-shamming evocando a atmosfera pessoal e crua do artista. Com ‘infância’ o pontapé inicial é dado, levando aos seus primeiros passos trazendo a ingenuidade e a essência de ser criança, apesar de ser uma boa faixa, esperaríamos mais em uma canção que tem o propósito de iniciar uma narrativa dando sequência a segunda faixa ‘quem sou?’, onde Theodore conta a história de quando estava descobrindo sua sexualidade e os obstáculos que enfrentou durante, é uma ótima faixa, apesar de algumas referências não se relacionarem com o contexto. O grande momento do álbum chega em “transparente” a faixa que poderia servir como abertura perfeitamente, mas dentro da narrativa ela traz algo especial como os versos nus que qualquer criança como ele poderia se relacionar e isso é um ponto bastante pertinente dentro do projeto, Bellini faz com que o leitor sinta suas dores e relacione com elas, é prazeroso ver o artista se desvincular das referências para trazer uma música crua. Chegando em ‘chega’, Theodore comete um erro comum, mas que poderia ser facilmente evitado, as estrofes muito das vezes acabam se tornando cansativas de acompanhar, mas não deixa de ser uma letra interessante, e essas falhas são cometidas durante as demais tracks, frisamos que esse detalhe não as torna ruins, mas sim cansativas e sem um tom musical. O melhor momento do projeto é em ‘tropical’. Descontraída e alegre, finalmente podemos ver o arco-íris do artista. Como ponto negativo entra “não vivi em vão” que destoa da narrativa do álbum, sendo impossível de conversar com ela diante das demais faixas. ‘BELLINI’ é um álbum que possui um leque de informações e referências, durante o prólogo o artista comentou que era um retorno as suas raízes brasileiras, porém sentimos falta de referências delas. Com um norteamento melhor nas faixas, ‘BELLINI’ poderia ter alcançado a excelência, mas como dito anteriormente, pecou em não trazer uma musicalidade para as faixas, deixando que elas soassem como textos, mas isso não é um ponto tão negativo, as letras são muito bem escritas e as metáforas inteligentes e referências que o artista usa é de tirar o chapéu. O visual é um dos pontos mais altos do trabalho, consegue se destacar como um dos melhores que já vimos na indústria, o uso das cores objetivas nos detalhes, a forma pessoal e transparente que transmite nas fotos e nas molduras é incrível. ‘BELLINI’ é um corpo de trabalho poético e vulnerável, Theodore conseguiu transmitir suas emoções com pureza apesar de obstáculos no caminho que requerem um polimento maior. COMPOSIÇÃO: 21 / CRIATIVIDADE: 20 / COESÃO: 17 / VISUAL: 25

Rolling Stone

89

Reflexos de uma vida repleta de altos e baixos, descobertas, cicatrizes profundas, vistas por meio de um eu lírico sufocado pelas nuances da sociedade são temas representados em \\\'BELLINI\\\', novo álbum de Theodore Bellini. Como já mencionado, o conceito gira em torno da vida do artista, traçando uma linha temporal que vai desdes os primeiros passos de sua infância, passa por revelações e descobertas, até finalmente chegar na fase adulta, onde o artista reafirma sua identidade e fala sobre temas bastante pertinentes para à sociedade, como homofobia, transfobia e assuntos que são tabus para a própria comunidade LGBT, como o conceito de gênero fluído. Já na premissa, podemos ver o empenho do cantor em atrelar a sua vida pessoal com assuntos sociais, que se encaixam perfeitamente e andam lado à lado durante o álbum inteiro, sem perdas na coesão. Entrando na parte das composições, o artista optou por uma escrita simplificada e direta, falando sobre os acontecimentos de sua vida de forma lúcida e detalhada, no qual foi um acerto em certas canções e erro em outras, pois algumas músicas carecem de musicalidade e lirismo, soando como textos ou poemas. \\\'infância\\\' e \\\'quem sou?\\\' são duas composições chave, que abrem o álbum de forma sentimental e profunda, ditando o tom levado para as outras canções, nesta última, a citação específica a pessoas da infância do cantor, como Clara e Laura, dão um toque único e pessoal à canção. \\\'transparente\\\' acaba por cair no problema mencionado nas linhas anteriores, apesar de contar com forte e profunda composição, falta toques de musicalidade na música, fazendo ela soar como um texto ou poema em alguns trechos, se tornando cansativo de ler. \\\'chega\\\' segue o mesmo erro lírico de \\\'transparente\\\', a pessoalidade e o sentimento na faixa encantam, mas a história que está sendo contada acaba por se opor à música em si. Após este o momento, chegamos nas três melhores faixas do projeto, sendo \\\'subliminal\\\', com sua composição doce e inspiradora, \\\'não vivi em vão\\\', contendo os sonhos do cantor e trazendo a melhor estrutura lírica do álbum e a melhoria de todo o projeto: \\\'recomeço\\\'. \\\'recomeço\\\' traz o melhor das habilidades de composição do cantor, de forma dolorida, o artista nos apresenta a um relacionamento tóxico e devastador, o detalhamento deixa faixa não se opõe a música em si, trazendo versos inteligentes, que atingem o máximo de qualidade lírica ao mesmo tempo que encantam o ouvinte em sua melancolia e dor. Outro destaque do álbum é \\\'Stonewall\\\', trazendo uma visão mais ampliada do mundo, o artista se junta à Sia Rosa e J. Olly para trazer uma ótima composição, cheia de referências bem colocadas, no qual reforçam a temática central do álbum. Na parte visual, temos um dos maiores acertos do disco, assinado por Kaleb e Theodore, a produção foi muito bem feita e polida, trazendo tudo o que se espera de um álbum pessoal. As fotos remetem aos diferentes tempos na vida de Bellini, caminhando lado a lado com o concerto do disco, as cores estão em sincronia e não há nada que precise ser alterado. Em síntese, Theodore realiza um trabalho de alto nível em \\\'BELLINI\\\', o trabalho está impecável quanto à coesão e visuais, necessitando apenas de mais cuidado em suas composições, que apesar de lindas, sentimentais e profundas, precisam de melhor aperfeiçoamento estrutural e melódico. COMPOSIÇÃO: 25 / CRIATIVIDADE: 22 / COESÃO: 22 / VISUAL: 20

2018 - © FAMOU$