4:48 - Vito Adu

Los Angeles Time
Em seu álbum de estreia, Vito Adu se afasta dos conteúdos clichês (presentes geralmente em álbuns de novos artistas), para criar algo totalmente íntimo e revelador. 4:48 the album oferece uma introspecção inovadora, multifacetada e vulnerável. Ao tratar sobre temas como saúde mental, autodescoberta e críticas sociais. O cantor, um dos favoritos para “Best New Artist”, nas próximas premiações, se estabelece como um artista consciente de sua posição privilegiada ao poder levantar pautas, importantes, que agregam não só a sociedade, como a própria indústria da música. É incrível como a nova geração de talentos está politizada usando a arte não apenas para beneficio próprio, mas para toda uma comunidade. O álbum pode ser confuso para o público em geral, se não houver tempo e disposição para prestar atenção nas letras e aprecia-lo. É todo um conceito muito elevado, com vários temas e subtextos que geram outros conceitos e narrativas. É uma forma muito interessante de construir as estruturas do disco. Mas ainda sim funciona muito bem, as canções mesmo que de forma independentes funcionam como parte de um todo. 4:48 possui 10 faixas, e é influenciado pelos gêneros R&B, Soul e Gospel. O álbum se inicia com a interlude The Beginning (Interlude), onde a cantora Eve T, dá a sua voz em uma poderosa poesia, que revela a vivência intensa do cantor. É um ato de abertura muito bem composto e interessante, a parceria com Eve T, um ícone da cena negra, ajuda a enriquecer ainda mais a importância e a coesão do álbum. Mas os destaques ficam por conta de Reason and Madness & “The Docile Body”, as duas faixas que representam o que há de melhor nesse projeto. Com rimas inteligentes, refrões grandiosos, Vito, se demonstra um verdadeiro compositor. É notado que o artista se entregou de corpo e alma nesse projeto, ao estudar muitos assuntos e trazer para suas composições. O comprometimento com as faixas é fantástico, não tendo aqui nenhum “filler”. Nenhuma track é desinteressante, o projeto funciona muito bem ao longo de sua progressão. O uso constante de referências, às vezes pode atrapalhar um pouco para aqueles que não conhecem, no entanto, é um bom ponta pé inicial para começar a aprender com Vito. Esteticamente o álbum é tão desenvolvido quanto seu conteúdo lírico. O encarte complementa as composições, e torna esse universo do 4:48 ainda mais coeso. Jackie entregou uma excelente produção, que captou com veemência todas as qualidades do disco. Vito se sente surpreendentemente seguro e confiante em sua abordagem, demonstrando uma expressão de poder e foco com o seu próprio álbum. O que quer que ele esteja fazendo, os resultados são uniformemente fantásticos, ricos em harmonia e metáforas. Que constantemente se contorcem em formas inesperadas e reveladoras. NOTAS: [COMPOSIÇÃO 31/35] – [VISUAL 26/30] - [COESÃO 18/20] – [CRIATIVIDADE 15/15]

Rolling Stone
Vito Adu é um grandes e promissores novatos da nova geração, lançando seu primeiro projeto completo, intitulado de \\\'4:48\\\', o artista se aventurou em conceitos como saúde mental, loucura, temas filosóficos e psicológicos, trazendo questionamentos profundos acerca disso para suas composições. Logo de início nos deparamos com uma grata surpresa, a introdução do álbum em parcerias com Eve T, traz forte composição, poética e emocionante, que leva o ouvinte direito a realidade que os artistas estão inseridos. Infelizmente, não tornamos a ver isto na segunda faixa, \\\'The Soul Of Broken Hearts\\\' é engolida por seu conceito, ao cantor tentar trazer inúmeras referências à música, torna difícil o leitor de conectar-se, sendo que em alguns momentos é possível até mesmo se perder durante a faixa, nos questionando sobre onde realmente estamos indo. O mesmo acontece com as faixas \\\'Plus Ultra\\\' e \\\'Entrophy, Chaos and Order\\\', que apesar de bem escritas, não estabelecem uma real conexão com o ouvinte. Em contrapartida, temos as espetacular \\\'There\\\', parcerias com Jackie, onde os artistas apresentam versos tocantes e a sinceridade da realidade de ambos, nos colocando de frente com a narrativa que está sendo contada de forma simples e sentimental. \\\'The Docile Body\\\' é a melhor faixa do projeto, Vito Adu nos mostra, mais uma vez, que ele consegue falar de sua realidade e ao mesmo tempo realizar críticas sociais, além de tocar os corações com sua lírica sincera, o artista consegue expor à sociedade através de seus versos sinceros, destaque para o refrão, onde a canção encontra seu ápice de forma magistral. Na parte dos visuais, o trabalho realizado foi de alto nível. O encarte foi bem planejado e polido, a arte traz objetos mais abstratos e a forma como foi construída remete ao tempo no qual o artista está narrando a história. No geral, Vito Adu apresentou um trabalho bem escrito e coesivo, há alguns erros quanto à aplicação e projeção do conceito, no qual acabam por atrapalhar a experiência do ouvinte em certos momentos. Vito Adu estreia de forma acertada no mercado, mostrando que é capaz de pensar e elaborar seus projetos de forma única. COMPOSIÇÃO: 26 / COESÃO: 19 / CRIATIVIDADE: 21 / VISUAL: 20

Billboard
Sendo uma das grandes apostas de “Best New Artist” para a nova temporada de premiações, Vito Adu lança seu debut álbum intitulado “4:48”. O disco tem influência do R&B, Jazz e Soul, além de tratar assuntos ligados a saúde mental, voltado a descobertas pessoais e autoconhecimento. O foco, principalmente, de suas letras fica no objetivo de levar o leitor aos pensamentos do protagonista da história em um tratamento de insanidade mental. De cara, nós começamos com uma das melhores introduções do Famous, a intitulada “The Beginning (Interlude)” com participação da cantora Eve T. Outras faixas destaques são: “The Soul Of Broken Hearts”, “Reason and Madness” e, a incrível e maravilhosa, “The Docile Body”. Em composição, nós só temos a aclamar a incrível habilidade do novato, seus versos são poéticos e muito bem estruturados, além de apresentar rimas inteligentes e coesas. E com poucas falhas nesse quesito, Vito apenas conquistou toda a redação ao moldar uma obra prima lírica com seu disco. Outro ponto destaque para o projeto fica para sua criatividade e o uso extraordinário de referências. Além de trazer uma história muito bem contada e produzida, saindo completamente da bolha de músicas e conceitos clichês que estão virando destaque atualmente. Mantendo a integridade do seu disco, o artista ainda conseguiu obter outra nota máxima em um quesito, desta vez, sendo pela sua coesão. Tratando de assuntos diferenciados e com várias possibilidades de caminhos a seguir, ele não deixou a desejar em sua ordem proposta de tracklist. Todas as faixas estão em perfeitas sincronia e servem muito bem uma história cronológica. Talvez o ponto mais fraco do projeto seja o seu visual. Simples, ele não traz uma grande produção, nem nada tão explorado e que faz jus a um tema que abre tantos caminhos para a exploração. Com designer comum e que não remete muito ao projeto como um todo, o seu encarte é bonito, mas mesmo assim poderia se tornar espetacular diante desse tema. Contudo, o álbum em geral soa como um trabalho genuíno e muito bem arquitetado, e deixa todos os olhos em direção a Vito Adu. Com sua habilidade fenomenal de escrita e desenvolvimento, a corrida para ser um dos destaques das premiações acaba de ganhar um novo concorrente que está aos pés de todos os outros fortes trabalhos. Vale lembrar também e deixar claro, esse é um dos maiores destaques do gênero R&B de todo os tempos. COMPOSIÇÃO: 28 / CRIATIVIDADE: 20 / COESÃO: 25 / VISUAL: 18

Pitchfork
Com a peça-suicídio de Sarah Kane, vito adu se une a Eve T, Jackie, RAWAK e Tyler Beaumont e apresenta seu trabalho de estreia num conjunto de 10 faixas que conversam com o leitor sobre descobertas, autoconhecimento e convivência, em primeiro contato o novato consegue mostrar o porquê dele se diferenciar dos demais, vito traz com clareza e bastante conhecimento uma obra elaborada, consistindo de uma boa carta na manga para um projeto inicial, permitindo com que o compositor abra um espaço de sua vida privada e deixe nós ouvintes adentrar e interpretar sua vulnerabilidade mental. “Meus joelhos conseguiram repousar, quando deixei de rezar pra que minha alma cantasse” A faixa introdutória ‘The Beginning’ acaba por soar mais do que uma simples interlúdio, mesmo que sem rimas – que dentro do contexto são indiferentes, vito cativa o leitor através de um poético prefácio, nos levando para as cinco insanas e um tanto racionais tracks, tendo ‘Reason and Madness’ como o grande destaque entre as dúvidas corriqueiras sem respostas de vito, o compositor convida a achar uma explicação para a sanidade, é como se estivéssemos andando em sincronia para achar o concreto, imbuídas de imaginação, ‘The Soul of Broken Hearts’ acaba por soar como um ótimo devaneio grego, deixando com que nossa mente viaje até o berço da filosofia. Após o interlúdio, um destaque inteligente e minucioso chega ao álbum ‘Entropy, Chaos and Order’ brinca com o conceito da entropia de forma perspicaz, conseguimos notar que vito não se apropria de palavras cultas para transparecer algo que não é, mas muito pelo contrário, é prazeroso ver o domínio da Lei da Termodinâmica dentro do contexto musical, afirmando mais uma vez que a loucura que o compositor carrega consigo, é transformada em arte. ‘Toda normalidade perturbada deve ser castigada’ – trecho da grande estrela do álbum que chega ao projeto envolvendo questões raciais pertinentes e fortes metáforas que envolvem o ouvinte, ‘Docile Body’, sem dúvidas é uma track de dar lágrima nos olhos e esperamos que vito faça um bom uso dela. Após nove delirantes e distintas faixas – de uma boa maneira, vito chega ao seu estado de espírito ao som de ‘Patience’, responsável por “fechar” um ciclo, porque sabemos que a mente do compositor está em constante movimento e faz com que o ouvinte fique com uma interrogação em sua cabeça, fazendo nos questionar qual será o próximo delírio poético do cantor. Visualmente, Jackie e vito fazem um trabalho excelente em nos levar ao seu devaneio que intercede o álbum, detalhado e excêntrico, Jackie abusa dos tons de marrom para transcrever a mente de vito, gostamos dos mínimos detalhes que completam a obra, fazendo com que o trabalho como um todo, soe bem polido. Entre loucuras que não pedem explicações e letras recheadas de metáforas, 4:48 cumpre bem o papel de apresentar o cantor na indústria, porém esperamos que em seus próximos trabalhos o artista faça bom uso de rimas e melodias que façam músicas soarem como músicas, entrando o ponto negativo diante da composição, que apesar de bem escritas, soam mais como textos poéticos, e não canções. COMPOSIÇÃO: 24 / CRIATIVIDADE: 28 / COESÃO: 20 / VISUAL: 20.