American - Deborah Wilder

Rolling Stone
Em forma de protesto a sociedade americana em que vive, Debora Wilder lança “American”, seu novo extended play, que fala sobre a política, capitalismo exacerbado e ironiza hábitos americanos, como por exemplo a romantização do uso das armas de fogo. Tudo isso na visão de um cidadão indignado. “American” é um EP acima da média, e nele vemos toda a personalidade de Deborah, que já vem mostrando cada vez mais sua evolução como artista, trabalho após trabalho. Apesar de incrível, este EP ainda aparenta faltar algo a mais. Não há musicas ruins aqui, todas tem uma estrutura bem feita e composições de alta qualidade, as repetições aqui vistas, não são inseridas de forma gratuita, e tudo funciona perfeitamente como lhe é proposto. Mas ainda falta aquele “algo a mais”. Talvez o fato deste ser um extended play e não um álbum, atrapalhe. “American” trás um conceito inteligente e muito bem trabalhado, e que parece desperdiçado, visto que é construído em apenas 3 faixas –quatro se formos considerar a introdução, mas nesta faixa, não há uma composição, apenas uma introdução instrumental. Talvez se fossem adicionadas mais faixas de desenvolvimento, o EP poderia se tornar algo mais atrativo e completo. Não que aqui não há um desenvolvimento, Deborah apresenta inicio meio e fim, mas a impressão é que este ‘meio’ é tão corrido e sem preparação. A inclusão de outras faixas poderia dar mais dinamicidade ao trabalho, que já é bastante dinâmico em sua versão final. Apesar desta ‘falta’ de novas faixas, a tracklist não é mal organizada, Deborah sabe muito bem como iniciar e finalizar seu projeto. Destaque ao trecho final de “The Ballad of a Soldier” faixa que fecha o EP: ‘Life is a war that we are doomed to lose / A vida é uma guerra a qual estamos destinados a perder’, onde Deborah se mostra vulnerável e realista, e não impõe uma fantasia ao ouvinte. Outro ponto de grande acerto do “American” é seu visual, no qual apresenta uma paleta composta pelas cores vermelho, branco e preto, que são as cores base da bandeira dos Estados Unidos da America. O azul também é uma destas cores, mas aqui foi substituído pelo preto, que talvez possa representar o luto pela destruição de uma sociedade. Não sei ao certo se estas cores tinham esta ideia quando foram escolhidas, mas a ideia que se passa é esta, mesmo que de forma indireta. Com estrelas e linhas figuradas, a ideia de ‘critica’ a bandeira norte americana, fica ainda mais evidente. As imagens do encarte também são bastante inteligentes já que criam um mini roteiro ao decorrer das páginas. Primeiro vemos Deborah protestando, logo após é detida e tem seus cabelos raspados, e ao fim temos a artista sendo segurado por uma mão de um homem em seus ombros, o que pode representar muitas coisas no contexto apresentado. A atmosfera do EP também é bem construída em seu conteúdo de áudio, onde o ouvinte será teletransportado a esta situação de revolta da sociedade, protesto, o sentimento de revolução fica evidente aqui. Ao final de tudo, a pergunta que fica é: Para você, o que é America? Para Deborah Wilder, America foi uma forma clara, nua e crua de protestar por meio de sua arte, sobre sua experiencia em um país pelo qual a artista descreve como ‘caótico’. America é um bom EP, que acerta em tudo o que propõe, mas tem medo de sair da zona de conforto (apesar de apresentar um conceito bastante corajoso de se abordar) ao não arriscar em novas faixas de desenvolvimento. A evolução de Deborah como artista é clara aqui, como também foi clara em seu trabalho anterior, e nós esperamos que esta evolução cresça cada vez mais, gradualmente. Conceito 25 Visual 25 Coesão 20 Composições 23 https://www.jogofamous.com/trabalho?review=5842

Pitchfork
Após o bem recebido “Beats From Outer Space”, Deborah Wilder nos surpreende com o lançamento de seu EP “American”. Com uma mudança drástica se comparado a seu último projeto, Deborah nos insere em seu movimento contra o autoritarismo e a imposição governamental americana. Com pitadas de sociologia e uma imensidão de imponência, o projeto traz questões militares, econômicas e por fim realiza o desfecho com as consequências de tais catástrofes sociais no indivíduo. É interessante pensarmos em como de forma tão curta Deborah faz um barulho imenso, a agressividade com que ela se porta nas músicas, mediante fatos que a assolam, foi importante para que a essência do conceito fosse preservada e enaltecida. O lirismo é bem interessante, ele nos transporta para dentro da mente do eu-lírico, representa uma revolta e ao mesmo tempo angústia por problemáticas tão evidentes acontecerem, com uso de metáforas e demais analogias. A única problemática é que as canções são muito curtas, os versos são menos carregados do que deveriam ser, com um conceito assim muitos versos poderiam ter sido melhor construídos, no sentido de métrica. A melhor canção da obra é “The Ballad Of A Soldier”, ela nos concede a possibilidade de entender o que aqueles que sofrem com esses desastres sociopolíticos provenientes por uma nação estão sentindo, atrelados a sensação de incapacidade e também de descarte por um governo que não se importa com suas vidas e sequelas. A produção do álbum é bem coesa, desde o primeiro segundo até o ultimo, elas resgatam a fúria do protagonista e ressalta o sentimento que ele transmite ao ouvinte. A produção visual é bem interessante, linear e coesa, nos apresentando uma pessoa que muda ao longo das páginas do encarte, não apenas fisicamente, mas também em como ela enxerga o mundo e por fim demonstra suas sequelas, possivelmente atreladas ao serviço militar e aos horrores de guerra, foi muito interessante que ela trouxe a narrativa e a demonstrou visualmente. A métrica é bem polida e elaborada, as cores são bem coesas e também trazem a essência do EP, a única ressalva que temos é sobre a textura adicionada, não se faz necessária e seria melhor se ela não tivesse sido adicionada por tirar um pouco do aspecto límpido e cru. Por fim, Deborah Wilder nos surpreende mais uma vez, com um trabalho bem elaborado e polido, ela nos choca com audácia e força ao falar sobre uma temática tão necessária e volátil. Esperamos que ela obtenha o reconhecimento merecido, visto que está sempre um passo a frente do que se espera na indústria. Composição: 27 Criatividade: 18 Coesão: 20 Visuais: 24

Billboard
De surpresa, os fãs da cantora Deborah Wilder receberam o lançamento do segundo extended play da artita, o intitulado “American”. O EP explora um lado mais político da cantora, explorando os momentos atuais de situações delicadas em seu país natal com uso de metáforas baseadas em amor. O projeto se inicia com uma introdução, digamos, bagunçada. Algo que a artista buscou usar para representar seus sentimentos sobre como a situação atual de seu país e degradante, sendo uma escolha inteligente e bem utilizada para iniciar um projeto com esse teor. Seguindo as demais canções somos apresentados com o único single do projeto, a faixa-título “American” que trás uma composição irônica que romantiza e mostra o o sentimento de sua oposição com a liberação de armas de fogo nos Estados Unidos da América, o uso dessa figura de linguagem na canção ocasionou em algo bem produzido e escrito no maior cuidado possível. Destacamos em seguida a canção “Ballad Of A Soldier” um ótimo fechamento de projeto, onde a cantora explora e desabafa sobre seu posicionamento contra alguns acontecimentos que veem ocorrendo e que a atingem psicologicamente. Em composição, apenas vimos que a cantora se esforçou ao máximo para se manter na defensiva e não atacar necessariamente ninguém em seu projeto, porém os verdadeiros significados sobrepostos as linhas das canções transformam elas em algo diferente e único. Seu visual segue uma linha realmente interessante, e que é o espelho do significado geral do projeto. Porém, por ser um tema tão amplo e que geraria muitos debates, sentimos que novas músicas que explorassem mais dos acontecimentos gerais - que acabam ocorrendo conforme sua citação na página inicial do trabalho – poderiam acrescentar algo mais coeso de acordo com sua proposta. Com apenas três faixas não vimos um começo, meio e fim, que esteja simultaneamente interligados, mas sim, poucos relatos que não conseguem montar uma narrativa. Embora, sentimentos um ar incompleto em seu projeto, frisamos que a artista apenas está demonstrando cada vez mais sua capacidade lírica e criativa, apresentando trabalhos cada vez melhores e, esperamos que seu próximo lançamento continue trilhando seu nome junto ao hall dos compositores. COMPOSIÇÃO: 25 / CRIATIVIDADE: 18 / COESÃO: 20 / VISUAL: 25

AllMusic
O extended play \\\"American\\\" é uma crítica direta, com o objetivo de conscientizar pessoas sobre a verdade por trás de um sistema. Deborah Wilder arrisca mais uma vez, com um trabalho mais curto e realista, que mostra a habilidade da artista de criar grandes narrativas em trabalhos não tão extensos e conceituar seus projetos de forma eficiente, sendo fácil para o ouvinte associar a mensagem à todo o resto do conteúdo presente em seu trabalho. Apesar de termos apenas 3 de 4 faixas com composições, a cantora fez um bom trabalho em todas elas, com a mistura de metáfora e realidade a artista cria toda uma visão do assunto presente nas letras, na qual destacamos a incrível \\\"American\\\", faixa título do EP e o primeiro single, que é bem escrita, muito bem executada em versos e refrões e o uso da ironia para fazer uma crítica ao armamento e a violência causada por ele é incrível e consegue se destacar entre as outras duas faixas, que apesar de serem boas, não chamam tanta atenção pela estrutura simples e letras não tão impactante. Em seu visual, vemos que a artista realmente apostou em algo simples e direto, que casa com a proposta do trabalho e que mesmo parecendo pouco pra toda a ideia por trás do EP, consegue complementar positivamente a mensagem transmitida por Deborah. \\\"American\\\" é uma obra necessária e importante para os dias de hoje, a artista conseguiu mais uma vez surpreender a todos com seu talento e nos deixa com altas expectativas para seu primeiro álbum de estúdio.
The Telegraph
Curto e direto, é assim que Deborah Wilder lança seu mais novo Extend Play intitulado \\\"American\\\", com uma temática curiosa, necessária e bem feita, a artista se mostra disposta a especular sobre o sistema capitalista esclarecendo sobre a luta de classes e por mais que seja uma temática séria e arriscada, ainda é musical por essência, sendo o rock uma bela escolha para conduzir a agressividade necessária para expor as contradições presentes. É interessante pensar que em meio ao momento vivido em coletividade a artista nos traga algo tão eficiente, refrescante, não é a melhor mensagem de esperança mas sem dúvidas é a exposição de algo que precisa ser debatido e ela faz isso de maneira brilhante, transpondo desde temas globais e diretamente políticos como a ideologia armamentista, quanto como o cansaço a um sistema que te explora e o transforma em mercadoria, deixando claras referências a seus ideais marxistas e caráter progressista de Deborah, não é apenas agressivo, há pessoalidade no que foi trabalhado aqui. Liricamente, é bem construído, não é exatamente denso mas é direto e claro para quem escuta, nossa faixa favorita é \\\"American\\\", também pensamos que \\\"The Cranes Are Flying\\\" é uma boa entrada melódica, mas sua justificativa conceitual encaixaria a faixa melhor entre a última citada e \\\"A Cruel Romance\\\". No mais, achamos a abordagem de \\\"The Ballad of a Soldier bastante promissora, é dar voz ao sofrimento do sujeito que até mesmo presente em movimentos sociais e tendo clareza do que ocorre a sua volta não deixa de sentir o impacto disso. Visualmente vemos um trabalho bem polido, gostamos de como a artista trabalhou as cores do projeto, trazendo o elemento de cores da bandeira americana mas extrapolando em seu vermelho, expondo toda a sordidez de suas críticas e apontamentos nas imagens, além do preto que nos remete a escuridão de muitos que estão perdidos e entregues ao sistema. Finalizamos que American é apenas mais uma faceta de Deborah Wilder onde podemos vê-la resplandecer mais uma vez, mesmo que seja um trabalho curto, sua presença é marcante. Conteúdo Lírico: 87 Conteúdo Visual: 92 Apresentação do Conceito: 90 Aplicação do Conceito, Criatividade e Coesão:90