MERAMENTE ILUSTRATIVO - ZOE

Pitchfork
Após um tempo afastada dos holofotes, Zoe lo retorna com um álbum surpresa intitulado “Meramente Ilustrativo”. Mostrando um novo lado, a cantora adentra em uma nova forma de se expressar, mesmo que seu apelo tenha sido mais focado na parte melódica e temática, ainda conseguimos perceber um protagonismo diferente em suas composições e formas de apresentação de conceito e narrativa. Mesmo sem esperar, o álbum possui uma característica muito única em sua abordagem de conceito, transpondo a necessidade de uma reafirmação, já que quase tudo nele é, por si só, claro e objetivo. Com composições mais objetivas, Zoe canta sobre o amor, lembranças do passado e perspectivas do futuro, assim invade um cenário pouco usual ao trazer diversas referências inteligentes em suas canções. Um ponto negativo observado nelas pode ser visto em “Mary Jane” e “ROYALS”, ambas quase nada acrescentam no contexto total e possuem os versos menos construídos, a primeira citada por exemplo é inteligente em suas analogias, mas não possui versos mais carregados e prefere se dedicar mais aos refrões e pontes do que necessariamente nas estrofes, uma canção mais reforçada a tornaria um dos ápices da tracklist, a segunda em questão possui uma temática interessante, mas foi pouco explorada/mal executada e ao fim não nos cativou; como percebemos em “Jornada”, a melhor canção do projeto, que funciona de forma introdutória ao rememorar acontecimentos passados e demonstrar confiança e perspectiva com o futuro, a canção possui versos bem mais carregados de honestidade e sentimentalismo. Em sonoridade, o álbum avança em outro rumo, com canções mais potentes e ferozes, oscilando entre o Pop e o Pop/Funk; damos ênfase a boa transição ao realocar as faixas mais lentas e melódicas ao fim da tracklist, com exceção da primeira para a segunda faixa. Os visuais são elegantes, até mesmo inovadores em sua construção mais despojada, com uma métrica linear e unificada em todas as páginas, que mesmo com diversas cores elas se complementam entre si, com uma junção em forma de transição entre elas, utilizada de uma forma bem inteligente, uma ressalva para algumas letras no encarte que possuem pouca visualização pelo efeito Blur ou até mesmo pelo mal posicionamento delas. Zoe lo retorna de forma interessante, se apresenta de forma interessante e nos cativa do mesmo modo, sem dúvidas um álbum bem construído e um dos melhores do gênero até então.

Spin
Após uma pausa, ZOE retorna para a indústria com o seu mais novo álbum \\\"Meramente Ilustrativo\\\", e, mesmo mostrando um novo lado de si mesma, a cantora não perdeu sua essência artística, trazendo mais um projeto coeso e bem trabalhado. Estavamos acostumados com trabalhos pessoais e até mesmo sérios, mas depois de tantos pedidos, ZOE finalmente trouxe um álbum diferente, onde grande parte das músicas são dançantes e \\\"chicletes\\\". Voltando a falar sobre \\\"álbum diferente\\\", uma coisa que gostaríamos de destacar em \\\"Meramente Ilustrativo\\\" é o seu conceito, pois isso nunca foi visto antes. A cantora brasileira fez um conceito inspirado no nome do disco, algo que poderia ser simples mas, com sua criatividade, fez um ótimo trabalho, exalando coesão e conexão com toda a história/proposta do projeto. Indo para a parte lirica, ZOE não falhou em fazer ótimas composições, com versos bem estruturados e com poucos (ou nenhum) erros. Começamos o álbum com uma introdução que já nos põe dentro do universo do disco, a cantora soube fazer uma intro direta e curta, mas que mesmo assim introduz todo o disco. Em \\\"Jornada\\\" temos uma evolução da cantora, a mesma se mostra mais confiante de si e deixa isso bem claro na letra, que também é ótima. \\\"Royals\\\" mostra o poder de diferentes nacionalidades e, por isso, achamos que a junção de ZOE com LUCX foi algo bem pensado, pois ambos são grandes nomes no gênero \\\"Region\\\", mas mesmo assim passam por xenofobia em seu cotidiano. As letras são ótimas, a artista não nos surpreende em trazer boas composições, mas temos um pequeno deslize em \\\"Dona do Perigo\\\". É uma boa música, mas não é do mesmo nível das anteriores. Entendemos que é uma música que pode ser vista como empoderamento feminino, mas, na nossa opinião, ZOE não trouxe uma composição com a mesma qualidade lirica das demais faixas. \\\"Mary Jane\\\" e \\\"Meu Amor\\\" também são ótimas faixas, mas destacamos \\\"Mary Jane\\\" como a melhor de todo o álbum. Todos os trocadinhos e referências usadas na letra foram bem colocadas, a cantora usa nomes famosos da mitologia grega, além de fazer uma pequena alusão a maconha com o nome da faixa, um detalhe que nos chamou a atenção. \\\"Acalento\\\" fecha bem o álbum, a cantora trouxe uma estruturação lirica diferente do que estamos acostumados a ver, mas consegue entregar algo que se conecta com o conceito geral e que também conclui muito bem as historias do disco. Partindo para o visual, não temos muito a dizer, pois a cantora fez algo espetacular. ZOE simplesmente trouxe um dos melhores visuais do ano 5, é algo brilhoso e chamativo, com cores que nos deixa cativados. Tudo foi bem pensado, a forma que as fotografias e tipografia foram colocadas em cada página do encarte, a conexão de cores, tudo. Não é de hoje que a cantora entrega ótimos visuais, e com \\\"Meramente Ilustrativo\\\" Zoe não faz algo diferente, sendo totalmente bem feito e com detalhes que mudam tudo, como por exemplo: as fotos sobrepostas e o alto uso do glitter em algumas páginas. Por fim, \\\"Meramente Ilustrativo\\\" é um ótimo projeto, toda a espera para esse disco valeu a pena, foi entregue um ótimo visual e um ótimo material lírico, esperamos que a cantora venha colher grandes frutos com esse trabalho, pois ela merece.
The Telegraph
Entre a majestosa recepção para o que seriam os próximos passos da estrela brasileira ZOE com seu sucesso “Mercedes”, somos pegos de surpresa com “Meramente Ilustrativo”, o segundo álbum de estúdio da cantora. Entre uma alusão inteligente, a cantora brinca com o título ao abordar diferentes perspectivas construindo uma espécie de alter ego de si mesma, trazendo agora um pop puramente regional e servindo o que seu público sempre clamou, mesmo que segundo ela seja um território arriscado. Ainda que ZOE nos passe essa mensagem, podemos vê-la articular um trabalho descontraído de maneira séria e consistente, a artista não regride nenhum passo e se foi aclamada em seu último trabalho, certamente não deixou a desejar nesse. Começando pela apresentação do disco, a artista é minimalista em não apenas apresentar uma ideia mesmo que simples — não no quesito criativo, mas sem buscar referências densas na apresentação do conceito em si — e soa bastante receptível e de fácil digestão, mas ainda somos pegos de surpresa com um alto investimento visual nas canções que agregam ainda mais referências para absorver sua criação, tudo aqui foi coordenado de forma sagaz. Partindo para o aspecto lírico da obra, temos uma ótima entrada com “Jornada” e “ROYALS” que contam um pouco da trajetória da artista em perspectivas diferentes, saindo de algo que remete ao melancólico e esperançoso a uma canção mais agressiva, as duas funcionam bem para trazer identidade ao disco embora à segunda citada seja menos chamativa a nosso ver e um pouco desconexa entre as restantes do trabalho, mas de certa forma, constrói narrativa e é uma mensagem da cantora a quem escuta. Em seguida temos a melhor faixa do álbum, “Vai Lá”, servido de referências ao movimento Furacão 2000, temos uma faixa dançante e ainda sim entrega representatividade a uma figura ícone deste período. Citamos também “Mercedes” e “Acalento” como destaques no álbum, sendo a última de uma assimilação certeira para qualquer um que consuma, é vulnerável ao mesmo tempo em que nos cativa e encerra o disco de forma brilhante nos trazendo de volta ao ponto inicial do trabalho e no geral, ZOE apresenta certo domínio de suas composições com ressalvas que há canções que parecem menos produzidas, como “Io – Reprise”. Visualmente falando, vemos muita dedicação e entusiasmo para apresentar a perspectiva fantasiosa da artista e ela consegue. Além dos já citados vídeos de conceito, a artista também investe em banners para todas as faixas e o encarte é quase microscopicamente pensado, os efeitos de policromia são aplicados de forma perspicaz e estamos sempre conectados ao “Meramente Ilustrativo” e mesmo não seguindo uma paleta única, nos deparamos sempre com cores vibrantes e isso fortifica a energia do trabalho. Concluímos que em seu mais recente álbum, ZOE nos inicia em uma breve viagem sobre o quão longe seu talento pode ir, reafirmamos que por mais que não seja uma zona de conforto para a artista, é um trabalho majestoso e ficamos felizes em poder desfrutar do mesmo. Conteúdo Lírico: 87 Conteúdo Visual: 98 Apresentação do Conceito: 100 Aplicação do Conceito, Criatividade e Coesão: (92+88+86/3) 89

Billboard
Tentando entregar algo diferente após muitos pedidos gerados, Zoe retorna com um álbum que foge totalmente de sua zona de conforto. “MERAMENTE ILUSTRATIVO” é um álbum que trás um lado mais pop e funk de Zoe, ao contrário de sua última era que mostrava um lado mais melancólico. De longe, percebe-se que o novo trabalho da artista é algo extremamente bem pensando e bem estruturado. Embora canções mais comerciais estejam presente no disco, isso não prejudica momento algum, a obra completa. Suas composições seguem sendo brilhantes e com uso de referências inteligentes, Zoe entrega um dos melhores álbuns lançados no ano. O álbum trás um mix de canções que representam diferentes conceitos entre si, embora todos os conceitos prometidos são entregues com exatidão. Citamos faixas como “Mercedes”, “Vai lá” e “Mary Jane” como as melhores do trabalho. “Mercedes” sendo o primeiro single oficial do projeto, trás um conceito e uma referência muito bela e bem usada pela cantora. “Vai lá” trás samples de grandes nomes que marcaram o gênero funk brasileiro, e com letra dançante e chiclete, seguindo os hits que foram sampleados. Seguindo com as referências de “Mary Jane” e, claro, o duplo sentido do título, foram minuciosamente colocados na letra ademais, também estão em perfeita sincronia e funcionam bem na canção. Como todo álbum, apesar de conterem faixas excelentes, há sempre alguns deslizes. No projeto em questão, percebemos “Royals” como uma faixa muito ambiciosa (que não representa muito as demais canções), apesar de ser bem cativante para o ouvinte. E também citamos “Io – Reprise” como uma faixa que aparenta ser cansativa, contudo, a faixa também serve como uma bela iniciação das faixas mais calmas do disco, “Meu Amor” e “Acalento” (sendo a última, a faixa mais sincera do álbum). Partindo para o lado visual, vimos algo simples, polido, diferente e conceitual. Tendo visuais que seguem durante toda a apreciação do projeto, representando algo cativante e chamativo para a era, Zoe fez algo a partir de um estúdio improvisado e que representa exatamente a mensagem de algo bem pop, além de ser exatamente “a segunda Zoe, a meramente ilustrativa”, com cores, brilhos e sensualidade. Além disso, a disposição de palavras centrais do projeto em uma tipografia que passa a percepção ideal do álbum, em geral foi algo sútil e serviu como uma carta chave. Além disso, a paleta de cores e seu glitter exagerado, não apenas deixou o projeto ainda mais encantador como também, perfeito. O único problema perceptível aqui foi a apresentação dos conceitos no encarte, onde a cor branca às vezes estava tornando o texto apagado. Como um todo, vimos que Zoe está preparada para explorar novas áreas (gêneros) que antes a deixavam amedrontada ou pensativa e, sair de sua zona de conforto usando toda sua criatividade apenas reafirmou seu grande nome no Region, com trabalhos bem escritos, produzidos e pensados.

AllMusic
ZOE apresenta um lado artístico no álbum \\\"MERAMENTE ILUSTRATIVO\\\" que a mesma introduz como não tão verdadeiro, porém é o lado que precisávamos ver. Com singles e parcerias de sucesso nos charts, a artista tirou um tempo para respirar e voltar com uma obra feita para o público, mas que ainda assim tem sua identidade e mostra que em qualquer lado, seja mais informal e pop ou mais introspectivo, ela consegue fazer um bom trabalho. Os singles \\\"Mercedes\\\", \\\"Jornada\\\" e \\\"Vai Lá\\\" são músicas que mesmo com o apelo do mainstream contém mensagens sociais importantes, sendo \\\"Jornada\\\" a melhor do álbum como um todo. Incluímos também as faixas \\\"Acalento\\\" e \\\"Meu Amor\\\" entre os destaques, as faixas são muito bem escritas e a estrutura única delas é um grande diferencial que nos deixa impressionado com as habilidades de composição da artista. Por outro lado temos as faixas \\\"ROYALS\\\" e \\\"Mary Jane\\\", que apesar de também serem boas composições, não são tão importantes no álbum como um todo por serem básicas e às vezes nos fazem questionar se realmente deveriam estar ali. No visual, a artista realmente quis passar a impressão de um álbum pop, com muita cor, brilho, fotografias que alternam entre simpatia e sensualidade, que é coeso com a obra mas em alguns momentos os textos parecem se misturar com o fundo e dificulta a visualização das informações. No mais, ZOE trouxe um álbum esplêndido, que mesmo não sendo realmente o que ela queria trazer após vir de um álbum tão pessoal e marcante, irá criar uma nova visão do público sobre o seu talento, e continuar sua trajetória de sucessos.