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Menina de Favela - TALLI
85

Pitchfork

82

Após alguns lançamentos, Talli nos apresenta o seu primeiro álbum “Menina de Favela” de uma forma surpreendente. Sendo uma das primeiras a adentrarem o funk brasileiro no Famou$, a funkeira nos introduz em sua própria atmosfera em canções envolventes e bem características dos moldes esperados. O álbum é uma clara demonstração de uma cultura, tanto em conteúdo quando em estrutura melódica. “Menina de Favela” possui composições bem características de um gênero que necessariamente não necessita de inovações ou conceitos pré-existentes, devido a isso a avaliação foi diferenciada ao observar em que elas são similares ao que entendemos por um funk de qualidade. A estrutura das canções é totalmente unificada ao que está nos instrumentais, o que nos faz adentrar ainda mais no contexto que ela expressa durante todo o álbum, quase todas as faixas poderiam ser facilmente tocadas em bailes, acreditamos que mesmo com o teor de celebração ela nos mostra pitadas de empoderamento em vários momentos, acreditamos que ela poderia explorar melhor essas vertentes em outros de seus projetos, já que o gênero também possibilita erguer uma voz em nome da periferia e da vivência de cada um deles, não necessitando excluir a sonoridade, mas sim implementando uma abordagem mais pessoal e atrativa como vimos em “Provei e Abusei” ou “Fechamento”, que permanecem a essência do gênero, mas variam em conteúdo e temática. A produção melódica do álbum é bem consistente, temos um funk mais clássico e também um contemporâneo, ao fim temos uma linha mais soft que permanece dentro do gênero, são características interessantes e lineares, gostamos de como ela conduziu as canções mais lentas para o fim da tracklist ao invés de espalhá-las em meio as mais animadas. Os visuais são interessantes em cor, photoshoot e trazem a tona realmente a vibe que as canções demonstram com elementos gráficos bem precisos, porém é difícil ler grande parte das letras por possuírem um cor e tipografia que não estão favorecidas, possivelmente pelo nível de contraste e saturação da base de fundo do encarte. Com poucas falhas reversíveis, Talli nos surpreende com um dos primeiros álbuns funk da indústria, conduzindo bem as canções e as tornando unificadas, trazendo a tona quem ela é no momento e deixando sua marca como um nome a ser observado.

Billboard

84

“Menina de Favela” primeiro álbum da nova promessa do funk brasileiro, Talli. Sendo como uma das grandes apostas para a temporada de premiações do Ano 5, o projeto debut de Talli chega representando o verdadeiro significado de uma menina de favela, e como prometimento, mostrar o poder de uma verdadeira mulher brasileira da periferia. Começamos a reprodução do trabalho com a faixa título, uma canção que rapidamente abriu portas de vários mercados para a cantora, e uma canção que é realmente muito boa, embora, ela acaba de se tornar fraca ao mais tardar do álbum, pois canções como “Surra de Bumbum”, “Pussy Power” e “Fechamento”, realmente fizeram parecer que a artista apenas escondeu o melhor para o álbum completo. E dessas três citações elegemos “Surra de Bumbum” como a melhor do álbum, além de trazer outras artistas brasileiras para a faixa, o empoderamento feminino presente na track faz com ela se sobressaia diante das demais. Agora, por outro lado ouvimos “Malícia” a faixa que soa mais distante do conceito geral, percebemos que a música não possui uma letra que represente a posição de “boss” como as demais, mas sim como um sujeito subserviente. Seguimos falando de “Fechamento”, uma canção excelente e bem composta, sua única falha é não parecer agregar nada ao conceito geral do trabalho. Seguindo a parte visual, percebemos algo totalmente autoral, algo que ficou realmente bem realista e com fotos bem nítidas e sexys, uma forma de espelhar toda a era. Nosso único problema são com as letras das canções que parecem invisíveis em algumas páginas devido ao cenário em segundo plano, mas que também seria algo fácil de se resolver com uso de outras cores na tipografia. Como um todo, acreditamos no potencial da cantora Talli, seu álbum explora um conceito bastante usual, embora a forma com que ela lida com esse conceito ao usar a favela, faz o álbum se tornar bem criativo e único e, isso realmente faz com que todos abram o olho para prestar atenção na funkeira.

AllMusic

86

Em seu álbum debut, Talli se propôs a mostrar um lado das mulheres no Funk que muitas vezes é sobreposto por ideologias machistas reforçadas pela sociedade. \\\"Menina De Favela\\\" é um álbum inteligente, que mostra uma mulher no Funk que expõe seu poder mas sem deixar de lado sua sexualidade, riqueza e até seu lado mais amoroso. \\\"Start\\\", \\\"Provei e Abusei\\\", \\\"CA$H\\\" e \\\"Malícia\\\" são as melhores faixas do projeto, onde Talli realmente deixa claro suas intenções com esse álbum: mulheres podem sim serem sexuais e exibirem sua liberdade mesmo em um nicho que em 90% das vezes às diminuem a uma posição de submissa ou interesseira. Temos músicas que não agradam tanto assim, como \\\"Aquecimento\\\" e \\\"Replay\\\" que usam muito da repetição e mesmo assim soam esquecíveis, por não ter um tema que as diferenciem das demais. Em seu visual, Talli aposta em algo simples, com fotografias ousadas e um posicionamento de textos comum em álbuns de estreia, mas pontuamos que alguns dos textos não se diferenciam do fundo e algumas vezes acabam ficando ilegíveis, como é o caso da página de \\\"CA$H\\\". Sem dúvidas é um trabalho criativo e ousado, que irá posicionar Talli entre os maiores artistas latinos desse ano, e deixa claro que \\\"Menina De Favela\\\" é uma das grandes apostas para as categorias regionais nas premiações.

The Telegraph

87

Em meio a uma ansiosa espera de todo o público pelo seu álbum de estréia, finalmente é lançado o \\\"Menina de Favela\\\", que é no minimo um dos trabalhos latinos mais promissores para o ano 5 e em nosso ver, irá levar a estrela do funk Talli ao topo do reconhecimento artístico. Com uma espécie de álbum homônimo, a artista trabalha um conceito um tanto refinado que expõe seu cotidiano todo abrasileirado e mostra outra face do seu gênero, mostrando empoderamento feminino sendo as mulheres protagonistas de seu próprio destino em um espaço predominantemente ocupado por homens. O álbum é predominantemente dançante com todas as batidas necessárias para não deixar o ouvinte parado, há apenas uma quebra melódica quando a artista introduz o trap no meio de sua tracklist mas acreditamos que isso também não fica tão evidente dado todos os pontos altos do album que sim, é linear, mesmo não seguindo uma perspectiva construída ao longo das faixas o álbum ainda sim serve como um diálogo para quem o consome e temos um brilhante desfecho no encerramento do disco com \\\"Fechamento\\\", parceria com o cantor GUIZAUN. Mesmo que o álbum possa parecer pouco explorado conceitualmente, é o suficiente para colocar a artista em um ponto alto e seguro de elaboração, a artista constrói versos envolventes entre as faixas e nunca deixa a desejar ao propor passar uma mensagem política através delas, mesmo que gêneros dance agreguem bastante repetições, não vemos com esses olhos aqui, achamos que tudo foi aplicado de maneira eficiente. Mais sobre o aspecto lírico do álbum, a entrada com \\\"Menina de Favela\\\" foi genial, é uma excelente faixa e é uma degustação forte do que está prestes a vir a seguir, nossa faixa favorita é \\\"CA$H\\\", parceria com Pebe e o rapper Geterm, aqui os artistas partem mais profundamente para tecer críticas a um sistema de objetificação feminina e nada se apresenta de maneira forçada, é um prato cheio de ritmo para os ouvidos mas que oferece sua mensagem de maneira clara e sem curvas. Também citamos \\\"Pussy Power\\\" e \\\"Provei e Abusei\\\" como pontos altos do disco, e até nisso encontramos dificuldade em encontrar um consenso, pois as faixas no geral são excelentes e chicletes, prendem o ouvinte em sua experiência com o LP em um alto nível do início ao fim e se torna complexo pensar em picos entre as canções. Visualmente, a artista repassa toda sua cultura com fotografias e cores muito bem trabalhadas, é vibrante e provocante assim como o disco se propõe, expondo todo o poder que a artista possui não só como artista mas como um espelho para os temas abordados como difamação, traição, entre outros. Apenas temos um apontamento para o formato das paginas de \\\"CA$H\\\" e \\\"Surra de Bumbum\\\", não há necessidade de de trabalhar essa perspectiva de encarte em banner como foi trabalhado aqui, parece deslocado de todo o resto e isso feito ainda no meio do encarte, soa um tanto desconexo. Concluímos que Talli não poderia ter enfeitiçado todos os olhares para si de melhor maneira, \\\"Menina de Favela\\\" é sem dúvida um dos melhores do ano e esperamos que a artista receba todo o reconhecimento que merece por essa obra, pois certamente seu talento é repleto de astúcia e ficamos maravilhados com o que ela pode entregar. Conteúdo lírico: 91 Aplicação do conceito e coesão: 85 Criatividade: 90 Visual: 83

Rolling Stone

84

To favela to world, TALLI, a funkeira que prometeu abrir as portas do funk para o mundo, lança seu primeiro de álbum de estúdio, intitulado “Menina de Favela”, nome de seu primeiro single e também seu primeiro hit. E como prometido, TALLI não só abriu as portas do funk para o mundo com seu sucesso, mas também fez isso com uma qualidade além do esperado. Quando se pensa em funk, a primeira coisa que vem a mente são musicas dançantes sobre bunda, sexo e ostentação, ninguém espera que haja uma coesão nisto, mas quando se analisa o “Menina de Favela”, vemos que tudo isso está incluso aqui, mas sem perder o peso de um conceito fechado e bem executado. Apesar das músicas com apelo fonográfico, tudo aqui se encaixa, TALLI usa tudo que estamos acostumados no funk, mas em uma visão feminina, atual e moderna. Colaborações com artistas femininas de seu mesmo nicho como “Surra de Bumbum”, com Drika, Mc Jaque e Fly, dão um aspecto ainda mais empoderado ao trabalho. Apesar das musicas não prometerem um super conceito, vemos em seus versos simples, grande importância, mesmo que não literal. ‘Mas não encosta Porque aqui não é pra tu Pertence a mim’, e em versos como estes, que TALLI se mostra uma artista preparada, seja para o sucesso, quanto para a qualidade. Um grande acerto da artista foi a escolha das colaborações, como dito acima, “Surra de Bumbum” com as funkeiras Drika, Mc Jaque e Fly é um grande acerto, “Fechamento” com seu namorado, Guizaun, também é uma das melhores faixas. Uma faixa controversa é “CA$H”, com Pebe e Geterm, que é ótima em sua composição, mas apenas Geterm se sobressai entre os convidados. O verso de Geterm traz o melhor do hip-hop ao modo clássico em uma música pop funk. Mas com certeza a melhor faixa é “Menina de Favela”, lead single, e faixa título, seguida de “Malícia” que apresenta um sample conhecido – isso não é um defeito – e que irá colar facilmente na mente de qualquer um. No geral, as composições são boas, um pouco repetitivas, mas estão de acordo com o que se espera do gênero funk. A sonoridade também é um dos elementos que mais se sobressaem no álbum, TALLI não poupou esforços para a produção deste aspecto no álbum, são músicas dançantes, que com certeza farão sucesso nas baladas brasileiras, e graças a mistura de português e inglês em algumas músicas, também carrega peso para um sucesso mundial. O menos atrativo aqui é “Pussy Power”, com Cyper, já que temos uma mistura de trap e funk que não funciona no conjunto do álbum, até porque nenhuma das duas vocalistas trabalham com trap, soou desconexo. Um dos pontos principais do álbum é o visual, TALLI surpreendeu! Com um encarte totalmente produzido pela artista (assim como composições e sonoridade), TALLI entrega um visual bonita, diferenciado, e muito interessante. Infelizmente em algumas páginas as letras sobrepostas possam passar por falhas, visto que o fundo ao ar livre das imagens impossibilita uma boa visualização, mas são poucas as vezes que isso ocorre. Aliás, o fato de TALLI usar um shoot ao ar livre, mostra seu grande trabalho como produtora. Geralmente imagens do tipo são descartadas de encartes devido a seu grande nível de elementos introduzidos, mas TALLI soube trabalhar bem com isso. O que mais incomoda no visual é a pouca diversidade de tipografias, visto que a artista usa fontes muito “básicas”, e um álbum tão urban contemporany como este, merecia um pouco mais de aprofundamento. Mas apesar dos erros, o visual é um grande ponto para o álbum, e com certeza irá render um novo ramo na carreira de TALLI, o de produtora. “Menina de Favela” não é de jeito nenhum um álbum que promete ser o melhor, mas consegue facilmente fazer isto nem nenhuma intenção. Apesar de erros, é um grande trabalho, e se mostra inteligente ao pouco que lhe propõe. TALLI que já era um fenômeno na categoria Region, agora será ainda mais. Este álbum pode ser um grande concorrente nas premiações em categorias regionais, e quem sabe, sonhando um pouco alto, até mesmo em categorias principais.

2018 - © FAMOU$