Turtango - Anneliese

DIY Magazine
Em seu sétimo álbum de estúdio, Anneliese continua sendo uma camaleoa e transcendendo para gêneros que nem todos os artistas conseguiriam explorar e ainda assim manter sua identidade musical. Com um drama exacerbado de um peça teatral, a artista aborda o amor de maneira pessimista e raivosa tratando-o como ódio e vingança. O espanhol parece ter sido usado aqui para contrastar com a temática do álbum, já que o idioma é considerado um dos mais sexys e românticos de todo o mundo. Liricamente a cantora expressa muito bem a proposta do álbum como um todo, a primeira faixa, mi ojos, no te veo, apesar de curta, consegue cumprir muito bem seu papel em nos introduzir na história do álbum e nos colocar nível de vibração que precisamos estar para absorvermos a obra como um todo. Dentre as outras faixas do trabalho se destacam: salvadora, adicta e bala, todas muito bem compostas e com grande teor de expressividade. Visualmente o trabalho é quase que impecável e tem aparência de um álbum digital, o que não seria novidade para a Anne, que sempre optou por fazer seus encartes de maneira diferenciada dos demais artistas do jogo. Turtango é uma grande obra de uma grande artista, que nele se mostra completa, criativa e original em todos seus âmbitos. E mesmo sendo um lançamento do final do Ano 3, se mostra intocável quanto sua memorabilidade e qualidade fonográfica até nos dias de hoje, com toda certeza um dos pontos altos de toda a discografia de Anneliese.

The Boston Globe
O extended play Turtango, de Anneliese, é mais uma demonstração da imensa criatividade e irreverência da artista. Trazendo referências teatrais, francesas e latinas, Anneliese dispõe de um trabalho extremamente autêntico. O visual de Turtango remete bastante a outros trabalhos da cantora, como o próprio anne - esse estilo de produção já se tornou uma marca dela; entretanto, neste caso, consideramos que não foi uma execução tão boa quanto a do outro trabalho já citado. A escolha fotográfica parece bastante confusa e não nos agrada, mas Anneliese ainda entrega uma boa edição, que agrega mais valor à obra. Quanto às composições, não estranhamos a primazia lírica que nos é mostrada. \\\'mi ojos, no te veo.\\\' abre o álbum de forma intensa e demonstra claramente que uma canção não precisa ser longa para ser rica. \\\'salvadora.\\\' também não fica para trás, retratando bem o sentido poético descrito pela artista. Outras faixas de destaque no álbum são \\\'adicta.\\\', \\\'bala.\\\' e \\\'ya no duele.\\\', as quais carregam um valor de mistério, intimismo e ira muito bem elaborado. O ponto mais fraco do projeto para nós é \\\'un amante como tu\\\', pois a canção não se mantém com tanta força quanto as demais, passando batida ao longo da tracklist. O conceito proposto por Anneliese soa confuso e desbalanceado em alguns momentos, mas ao final sabemos que a peça é extremamente válida e que todo o experimentalismo de Turtango, mesmo com suas falhas, é encantador.

Variety
Mesmo não conseguindo um grande mercado apesar de ter potencial, Turtango é um álbum que merecia a atenção que não foi cedida e talvez mais. Em seu sétimo álbum de estúdio, Anneliese mostra mais um vez (e não surpreende) seu potencial como compositora, surpreendendo da forma mais positiva possível o ouvinte a cada novo trabalho; a artista passeia por temas comuns do cotidiano como se fosse um grande mestre regendo uma orquestra que a mesma transformou no seu playground, a escolha inesperada do espanhol dá uma nova visão ao eu lírico que não havia sido vista antes nos trabalhos da artista criando assim, uma atmosfera completamente diferente de tudo feito anteriormente por ela. Ao dividir o disco em atos, se tem mais ainda a impressão da visão de mundo que a artista possuí, causando um certo deslumbramento. Suas faixas \\\"adicta\\\", \\\"mi ojos, no te vejo\\\" e \\\"salvadora\\\" são as melhores do álbum, sendo a segunda uma das melhores da carreira da artista, cativantes e de conteúdo lírico rico, Anneliese consegue um feito que poucos artistas conseguem ao trabalhar pontos tão simples com tanta exatidão. Indo para a parte visual do álbum, é onde se peca, não sendo um ponto fraco mas sim, quebra um pouco o padrão visto nas letras apesar de ajudar a criar a atmosfera que é passada nas mesmas, Anneliese talvez abuse dos elementos visuais causando um pouco de estranheza ao leitor.

Rolling Stone
Anneliese em seu sétimo álbum de estúdio, “Turtango” decide seguir totalmente um novo rumo artístico, optando por se basear em representações de peças teatrais francesas e entregando uma obra que é digno de uma das maiores artistas na industrial atualmente. Subdividindo sua produção em atos, a artista incarna o papel da “dama de branco”, representação da esperança, e de seu caminho para se identificar no mundo. A apresentação inicial de cada personagem que veremos no decorrer da peça é genial, como um prelúdio de um livro que nos introduz mais um pouco da psicologia e da história de cada personagem, que terá sua própria voz narrada. Começando pelo conteúdo lírico, Anneliese decide nos catapultar no primeiro ato do álbum introduzindo-nos a “dama de branco”, personagem principal da obra e seu eu-lirico, que está à procura de sua identidade pessoal em “Mi Ojos no te veo”, primeira faixa do disco abre de maniera soave o trabalho. A dama de branco se culpa a tal ponto por suas inseguranças em “Salvadora” que precisa da ajuda de outro alguém que possa enxergar a sua beleza interior para que ela, logo após, possa vê-la. Através do incipit da faixa anterior, em “Un amante como tu” e “Trampa”, somos transportados para o segundo ato do disco, onde a dama de branco finalmente encontra alguém para se submeter por inteiro, o senhor de preto, mas a vida não é feita de rosas e flores, também existem os espinhos, representados pelos abusos sentimentais que a protagonista da obra tem que passar. Logo após, começa o terceiro ato do disco com as faixas mais agressivas e vingativas, em “Adicta”, “Queimar” e “Bala” vemos a transmutação da dama de branco para a sua alterego “a dama de preto” que representa a dor e o sofrimento. Concluindo tudo com a última faixa e o último ato do álbum, “Ya no duele” é representação mais pura de uma superação. É um hino as artes que deram a força para o eu-lírico de Anneliese ressurgir das cinzas e encontrar a si mesma. A inspiração em poemas melódicos fez com que os textos nas partes líricas, não precisassem ser repletos para transmitir a história da obra. Passando para o visual, é absolutamente de tirar o fôlego para todos aqueles estão habituados ao marco de fábrica da cantora, os banners. Tudo soa incrivelmente coeso e linear em “Turtango”, Anneliese conseguiu se entregar por inteiro em uma obra que merecia atenção muito tempo atrás.

The A.V. Club
O sétimo trabalho da discografia de Anneliese é, sem dúvidas, uma obra dramática e teatral grandiosa. Haja vista a temática que passa por temas comuns na sociedade como o amor por uma perspectiva abusiva, a vingança e o ódio, a artista consegue abordá-las de uma maneira que não soe apenas natural, mas também traz uma expressividade e força do eu lírico que impactam diretamente o público. O principal ponto para que isso possa ser visto foi a escolha do espanhol como língua oficial para as faixas, normalmente é uma língua que exala expressividade sem muito esforço. No aspecto lírico, as faixas possuem um grande teor expressivo como já dito antes, apesar de possuir algumas faixas curtas liricamente como \\\"mi ojos, no te veo\\\" e pouco melódicas como \\\"salvadora\\\", também possui faixas muito envolventes com a narrativa do eu lírico como \\\"bala\\\" e \\\"ya no duele\\\", sendo estas os pontos altos do disco. No aspecto coesivo, o trabalho conseguiu fazer as faixas conversarem perfeitamente entre si, e a divisão por atos também serviu para que isso ocorresse e também mantivesse a ambientação proposta pela cantora. Já no aspecto visual o trabalho deixa um pouco a desejar, por mais bonito que seja, ele é relativamente monótono e não possui muitos recursos que chamem a atenção de quem vê além do contraste entre a cor das fontes no decorrer das páginas, sem dúvidas nesse quesito a artista deixou a desejar. Portanto, Anneliese entregou aqui um grande trabalho e que se fosse mais difundido, teria potencial de influenciar muitos artistas ao redor do mundo. Abordagem temática: 100 Coesão: 100 Conteúdo lírico: 92,5 (x2) Conteúdo visual: 80 Média: 93