Unreleased Notes - ✧ Elle Blanc ✧

Spin
Elle Blanc retorna com Unreleased Notes, um EP de seis faixas que se propõe a ser um retrato emocional fragmentado de diferentes fases da vida da artista. Lançado de surpresa, o projeto tem alma, intenções claras e um apelo confessional que ecoa em sua sonoridade alternativa, entre o Pop e o R&B. No entanto, apesar da sinceridade evidente, o trabalho esbarra em alguns vícios de estrutura e desenvolvimento que comprometem a força de sua proposta. O EP abre com “A Letter to the Past”, uma balada nostálgica e sensível sobre ausência e apego emocional. A faixa é honesta, mas liricamente previsível — soando como uma entrada promissora que ainda não alcança todo seu potencial. Em “Superficial”, Blanc encontra terreno mais sólido: o tema do autossacrifício por validação amorosa é bem delineado, com versos mais coesos e uma produção que se encaixa na atmosfera do projeto. O mesmo, no entanto, não pode ser dito de “Ghosttown”, que aborda identidade e arrependimento de forma genérica, sem impacto narrativo ou sonoro marcante. A guinada vem em “Lost in Reveries”, onde Elle mergulha em um território mais escuro e psicológico. Aqui, metáforas densas e uma estrutura musical mais ousada mostram que há complexidade quando ela se permite ir além da superfície emocional. O mesmo vale para “Technology Monster”, que usa um enredo sci-fi como metáfora para autoconhecimento e submissão sistêmica. Ambas as faixas elevam o nível do EP e mostram o que Elle pode fazer quando aposta em riscos. Encerrando com “American Turnaround”, parceria com Lexie e Coline, a artista entrega um número ambicioso em forma e conceito — uma metáfora sobre liberdade, apagamento cultural e resistência. Ainda que a execução tropece em imagens genéricas e falta de refinamento lírico, a faixa é simbólica e conversa bem com a estética do projeto, que, visualmente, se destaca pelo cuidado e minimalismo poético assinado por Jamie Lynn e Gabriel. No todo, Unreleased Notes é um trabalho honesto e, por vezes, intrigante — mas que oscila entre o lírico superficial e o existencial profundo, deixando uma sensação de fragmentação. Ainda assim, aponta para uma artista em amadurecimento, que parece guardar seu álbum mais ousado para um momento futuro. Como ponte entre fases, o EP cumpre seu papel: não revoluciona, mas intriga. E, nesse contexto, isso já é bastante.

The Boston Globe
“Unreleased Notes” de Elle Blanc é um extended-play sensível e ousado que convida o ouvinte a uma jornada emocional guiada por músicas que não seguem uma ordem exata, mas sim diferentes momentos e sentimentos. Misturando pop, r&b, alternativo e elementos experimentais, cada faixa funciona como um retrato íntimo do que o artista viveu ou pensou. Cada faixa de Unreleased Notes, de Elle Blanc, se destaca por qualidades próprias que revelam a sensibilidade e a inteligência artística do projeto. “A Letter to the Past” abre o EP com honestidade emocional, traduzindo saudade e vulnerabilidade com delicadeza e melodia envolvente. “Superficial” retrata com clareza e sensibilidade a frustração afetiva em um relacionamento desequilibrado, gerando identificação sem cair em clichês. “Technology Monster” impressiona pela originalidade ao usar a metáfora de uma máquina consciente para discutir identidade, liberdade e sacrifício, unindo ficção e emoção com maturidade. Já “Ghosttown” cria com sutileza uma atmosfera de solidão e arrependimento, sendo poderosa em sua simplicidade e lirismo. Por fim, “American Turnaround” encerra o álbum com força e consciência, ao transformar uma crítica social em arte, abordando resistência, pertencimento e justiça com coragem e beleza. O projeto visual do álbum, assinado por Jamie e GABRIEL, complementa perfeitamente seu conteúdo. A capa em preto e branco tem uma estética sofisticada, com um figurino marcante e uma pose expressiva que remete à dança e à liberdade. A tipografia moderna e fluida reforça a ideia de movimento e leveza. O encarte também se destaca, com ilustrações de notas musicais e uma apresentação gráfica que cria um clima sonhador e artístico. As imagens transmitem força, elegância e um tom introspectivo que combina com as músicas. Entretanto, a produção contida e a uniformidade visual geram momentos de pouca variação. Portanto, essa união entre som, visual e mensagem, Unreleased Notes se consolida como um trabalho bem construído e coerente.

Variety
Lançado de surpresa, “Unreleased Notes” é a nova aposta de Elle Blanc, um Extended Play inspirado pela música alternativa e com influência no Pop e R&B, marcando um novo capítulo em sua carreira. Sendo descrito como “uma viagem emocional”, é prometido canções que refletem diferentes momentos da vida da artista, sem necessariamente contar uma narrativa em ordem cronológica. Iniciando o projeto, temos “A Letter to the Past”, uma balada inspirada na saudade de um amor que parece nunca querer ficar, apenas se aproximando para fazer checagem de dependência emocional e depois sumindo novamente. Em seu conteúdo lírico encontramos uma melancolia que somente um coração partido poderia entender. Em sequência temos “Superficial”, uma canção que aborda a sensação de dar demais e não ter esse esforço reconhecido. O eu lírico fala sobre você tentar ser algo que não é na esperança de assim conseguir atenção de quem tanto deseja, demonstrando a frustração que é descobrir que não funciona da forma esperada. O que conversa bastante com o que vemos em “Ghosttown”, que fala sobre não reconhecer o próprio reflexo no espelho, causado pela tentativa fracassada de tentar ser algo que não é. Em certo momento da faixa é como se o eu lírico estivesse dizendo que fingiu ser alguém que não era na esperança de que algumas promessas fossem realizadas mediante a tais mudanças. O que levou a autora a buscar por sua redenção em meio as lições que aprendeu, com esperança de que ela passe a entender que nada do que aconteceu foi em vão. “Lost in Reveries” traz um cenário de horror psicológico que aborda a maldade inerente que paira sobre o mundo e em como abraçar essa maldade pode ser o que te liberta da prisão que é ser uma figura pública, sabendo que o eu lírico sempre seria seu pior inimigo, ele se aprofunda a ponto de tomar o controle de sua narrativa e se colocar no papel de vilão de bom grado. A artista aborda sobre liberdade também em “Technology Monster” uma canção inspirada pelo conceito Sci-fi, onde a máquina se volta contra seu criador, uma forma que a artista encontrou de parafrasear a humanidade perante a um ser superior sem se aprofundar no tópico religião de forma explícita, entendendo que sua redenção vem por meio de seu sacrifício, sendo descobrir a verdade para se libertar ou fazer da verdade a sua própria narrativa. Chegando na última faixa do projeto, encontramos Elle dividindo vocais com Coline e Lexie, juntas as artistas cantam sobre as dificuldades que você passa quando tentam te impedir de reivindicar seu espaço, sendo uma metáfora ao sonho americano, o que torna tudo mais interessante quando temos duas imigrantes como colaboração em “American Turnaround”. O EP tem o visual assinado pelos latinos Jamie Lynn e Gabriel, que parecem ter trabalhado em bastante harmonia, pois entregaram um visual delicado e com pequenos detalhes que tornam o simples em algo muito bonito de ver, assim como as canções de modo geral são muito fáceis de serem absorvidas quando lidas. De modo geral, Elle entrega um projeto que tinha potencial para se desenvolver como um álbum completo, mas a escolha da artista de lançar esse EP como um refresco nos faz pensar que talvez ela esteja trabalhando em algo ainda mais grandioso para seu futuro.

Pitchfork
“Unreleased Notes” é o mais recente lançamento de Elle Blanc, descrito como uma viagem emocional que explora diversos sentimentos e emoções da própria cantora. Sem comprometimento com a linearidade, o EP se mantém seguro no valor sentimental de suas canções. O projeto se inicia com A Letter to the Past, uma faixa de tom confessional e carregada de incertezas. Com profunda sensibilidade, Blanc reflete sobre o passado e as dúvidas em relação ao futuro, ecoando desejos por um reencontro. Em seguida, vem Superficial, uma canção contemporânea que aborda a ânsia de querer sempre algo maior, sob a ótica de um relacionamento. Aqui, a artista canta sobre como, mesmo buscando, ainda percebe que nunca terá o suficiente. Em Ghosttown, Lost in Reveries e Technology Monster, a artista explora as múltiplas nuances do ser, seja por meio de suas mentiras quanto das lutas internas. Ghosttown reflete as consequências do passado, enquanto Lost in Reveries traz uma abordagem mais descontraída sobre o conflito com várias versões de si mesma. Já Technology Monster explora a automação e o confronto com o fim de um ciclo. O projeto finaliza com America Turnaround, uma faixa de teor social que também carrega uma mensagem de rompimento, relacionada ao momento de virar o jogo. Resumidamente, Unreleased Notes é um projeto que parece, em alguns momentos, preso. Ainda que descrito como não linear, soa como algo que poderia ter sido mais ambicioso. O disco une canções apaixonantes a reflexões sobre conflitos cotidianos, construindo uma obra que se perde no desafio de se apresentar como um conjunto. Visualmente, é agradável e reconfortante. A estrutura do projeto poderia ter sido mais lapidada, de forma que as faixas funcionassem tanto individualmente quanto dentro de uma proposta coesa.
Los Angeles Times
Após o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, Elle Blanc nos apresenta \"Unreleased Notes\", seu novo EP, que traz consigo seis faixas em sua tracklist. \"A Letter to the Past\" inicia o projeto com uma canção que fala sobre o desejo de reencontrar alguém que partiu, deixando um imenso vazio em seu coração. Os versos da faixa não funcionam tão bem, com pouco desenvolvimento e clichês como um todo. \"Superficial\", segunda faixa do EP, fala sobre a vontade de querer conquistar alguém, fazendo de tudo para que isso aconteça. A canção acaba funcionando muito bem como um todo, com versos que se conectam e possuem profundidade, trazendo uma evolução em relação a faixa anterior. \"Ghosttown\" traz Elle Blanc refletindo sobre o perdão, assumindo tudo aquilo que fez e buscando ser uma pessoa melhor. O primeiro verso da faixa possui rimas que não trazem um impacto, possuindo linhas clichês que não funcionam tão bem. \"Lost in reveries\" funciona como um novo ponto para o projeto, trazendo até então, a sua melhor música. É uma faixa muito bem desenvolvida, com um refrão impactante e que se for um single no futuro, será um grande acerto da artista. \"Technology Monster\", escrita pela artista e por Steve Bowie, funciona muito bem no projeto. É uma canção que usa inúmeras metáforas, que se casam muito bem como um todo. \"American Turnaround\", faixa bônus do EP, em colaboração com Lexie e Coline, acaba não empolgando tanto assim. Os versos da faixa não possuem desenvolvimento, além disso, são extremamente clichês. Assinado por Jamie Lynn e GABRIEL, o visual do projeto é bastante simples, mas consegue cumprir com o seu papel até então. Em geral, Elle Blanc nos apresenta um EP mediano, que com mais profundidade e desenvolvimento em algumas canções do probeto, funcionaria como um todo. Mesmo assim, pode-se ver a evolução da artista em relação ao seu primeiro álbum de estúdio.

American Songwriter
Em mais uma interessante adição à sua discografia, Elle Blanc lança oficialmente o EP “Unreleased Notes” (“notas não lançadas”, em tradução livre), que consiste em 6 faixas de versos mais sentimentais quando comparados a lançamentos anteriores da cantora, vide o álbum “Helena” e o single de sucesso “Maybe I Like”, e que também parecem pertencer ao mesmo universo. Um ouvinte menos aficcionado pela construção de carreira dela também pode interpretar estas como canções que foram gravadas para seus projetos anteriores, mas que só agora encontraram um lugar ao sol. “A Letter to the Past” é uma balada romântica que foca na sensação de estar sempre sendo deixada para trás por uma pessoa, mas sempre disposta a retomar todas as relações caso ela volte. É um sentimento nobre, ainda que sua execução seja exaustiva com o pouco de imaginação utilizado no processo criativo. “Superficial” soa como uma progressão dos versos da primeira faixa, onde o eu lírico, agora consciente dos esforços feitos em vão para alcançar aquela pessoa, destila sua indignação com o quanto ela é fechada para o sentimento que a protagonista quer fornecer. “Ghosttown”, por sua vez, coloca Elle em um universo onde ela possa recomeçar sua trajetória de vida - algo que, na teoria, já é tão impossível quanto na prática, mas não é algo que a impeça de sonhar com esse momento. Ambas as faixas descritas possuem fundações humanas, mas seus desenvolvimentos líricos soam tão “travados” por uma ausência de vocabulários sentimentais que parecem girar em torno de si mesmas, sem considerar sentimentos mais complexos que a cantora possa sentir. A diferença fica ainda mais nítida com “Lost in Reveries”, uma canção de estrutura que já difere das anteriores e apresenta um eu lírico ainda mais complexado em si mesmo, mas consciente do mundo que o cerca o suficiente para transformar seu estado de confusão mental em metáforas que envolvam um universo mistico. “Technology Machine” segue essa complexidade lírica disparada e até mesmo estranha para os padrões que vinham sendo apresentados até então, onde o eu lírico, consciente de sua própria artificialidade, decide quebrar com os moldes sobre os quais sua personalidade foi construída. Encerrando a tracklist com “American Turnaround”, parceria com Lexie e Coline feita originalmente para a promoção Grammy Awards 2025 do FAMOU$, temos uma composição menos intimista e que mais expande o papel de suas cantoras envolvidas em um universo em reconstrução após processos de roubo de identidade própria, colocando-as como desbravadoras de uma nação a ser repaginada pelas culturas que sempre deveriam ter sido destaque. Visualmente, o EP, produzido por Jamie Lynn com HTML de GABRIEL, impressiona pelo cuidado com a estética de design e de fotografias escolhidas e tratadas para o projeto de encarte, além de combinar com a proposta do título. Se na ideia visual, o extended play cumpre bem seu papel, liricamente, a discrepância do tom das três primeiras faixas em relação às três últimas coloca em xeque a ideia de “unidade” narrativa e reforça o pensamento de que a curadoria de escolha das canções pouco levou esse detalhe em consideração. Elle Blanc revela novas camadas de si mesma, um fato que só é contestado porque, nessa mesma velocidade, também surgem novas incógnitas sobre a mente inventiva por trás de tais composições.

Spin
Unreleased Notes nos convida a uma jornada noturna através de um leque diversificado de emoções e estilos musicais. A Elle Blanc apresenta uma coleção de pensamentos e sentimentos fragmentados, embalados em uma fusão sonora que transita entre o pop, o alternativo e o R&B, adornados por batidas experimentais. A ausência de uma narrativa linear confere a cada faixa uma identidade própria, como anotações soltas de uma mente inquieta. E que isso pode ser bom ou ruim. \"A Letter to the Past\" abre esse projeto com uma balada carregada de emoção. A canção explora a complexidade do amor e da saudade, retratando a luta interna de quem anseia por um reencontro, confrontando a dor da ausência e a incerteza do futuro. Em \"Superficial\", somos confrontados com a dinâmica desequilibrada de um amor unilateral. O eu-lírico se dedica intensamente para conquistar a atenção do parceiro, apenas para perceber que mesmo o mínimo de afeto recebido nunca sacia sua ânsia por uma conexão mais profunda. A canção expõe a luta por validação e reciprocidade, um tema recorrente nas complexidades do amor contemporâneo. \"Ghosttown\" mergulha nos sentimentos de arrependimento e na busca por redenção. O eu-lírico se sente desconectado de sua própria identidade, assombrado por promessas não cumpridas que culminaram na solidão. A luta interna entre o desejo de mudança e o peso do passado é palpável, simbolizada pelas \"paredes invisíveis\" erguidas como proteção contra a dor e a compaixão. \"Lost in Reveries\" nos transporta para um cenário sombrio de autoconfronto e uma sinistra sedução pelo lado obscuro da psique. Em um ambiente de horror psicológico, o eu-lírico se torna tanto vítima quanto algoz de si mesmo, cercado por projeções de si que infligem dor. O contraste entre o prazer efêmero e a culpa subsequente é intensificado por imagens infernais e referências místicas, culminando na aceitação orgulhosa de um destino sombrio sob a influência da destrutiva \"estrela da manhã\". \"Technology Monster\" apresenta uma narrativa Sci-Fi introspectiva sobre uma máquina consciente criada para a destruição. Ao despertar para sua própria dor e questionar sua existência, a máquina trava um conflito interno entre sua programação e a humanidade emergente. A percepção de ser um instrumento de um mestre cruel leva a máquina a romper o ciclo de obediência, buscando redenção através da destruição do mal, mesmo que isso implique sua própria aniquilação. \"American Turnaround\" encerra o álbum com uma poderosa metáfora de superação e resistência. A canção celebra a jornada pessoal de alguém que enfrenta e desafia adversidades para reivindicar a vitória, ecoando um tema de renascimento e resiliência. A letra faz uma alusão direta aos desafios enfrentados ao resgatar as raízes autênticas do gênero country, confrontando o boicote e o ódio de uma indústria conservadora e expondo a apropriação do gênero. Analisadas individualmente, as faixas de Unreleased Notes demonstram um potencial interessante, explorando diferentes facetas emocionais e sonoras com nuances particulares. No entanto, o EP como um todo sofre de uma falta de consistência que impede uma imersão mais coesa na proposta da artista. A transição abrupta entre o pop sentimental de \"A Letter to the Past\", o R&B melancólico de \"Superficial\", o experimentalismo sombrio de \"Lost in Reveries\" e, finalmente, o country de \"American Turnaround\", cria uma sensação de desconexão estilística ao longo do projeto. A abordagem das letras é, em geral, um ponto positivo, revelando a intimidade dos pensamentos e emoções da artista. No entanto, em alguns momentos, a profundidade poderia ter sido maior, explorando as nuances dos sentimentos com mais detalhes e oferecendo uma perspectiva ainda mais rica sobre as experiências narradas. Apesar da falta de uma unidade sonora e de alguns pontos onde a exploração lírica poderia ser mais aprofundada, Unreleased Notes é um projeto que consegue ter um bom êxito ao apresentar uma artista com uma visão multifacetada e uma capacidade de transitar por diferentes estilos. A honestidade das emoções transmitidas e a experimentação sonora em cada faixa garantem momentos de genuíno interesse, sinalizando um potencial promissor para futuros trabalhos. O álbum se destaca pela sua individualidade e pela coragem de não se limitar a um único gênero, mesmo que isso seja o conceito principal, infelizmente acaba comprometendo a coesão geral.

The Line Of Best Fit
Após *[Helena]*, Elle Blanc volta a industria com *[Unreleased Notes]*, um retorno e uma reintrodução. Quer admitam ou não, toda cantora jovem pode se perder no caminho durante sua estreia. Alguns anos atrás, Blanc chegou muito perto de se reencontrar com a animada faixa de R&B *(What I Like)*. Depois disso, ela só voltou a ser vista com o lançamento de seu primeiro álbum de estreia *[Helena]*. Isto fez com que ela se tornasse uma das grandes apostas do R&B, novamente, até sua discreta pausa na carreira. Agora, ela volta com músicas novas, mas ainda não consegue se livrar do anonimato de seus dias de sumiço, só que nesse caso estabelece a base para o que Elle será conhecida. *(A Letter to the Past)* é bem honesta, sobre incerteza e ausência de uma pessoa que foi presa em um ciclo emocional, logo após um término. *(American Turnaround)* é uma música bem “épica”, seria bem interessante como tema de filme de ação. A colaboração com Coline e Lexie, soa bem mitológica e poética, embora algumas descrições poderiam ser mais claras e falta de fluxo coerente. *(Superficial)* é uma das letras mais fortes do projeto, retratando um amor desequilibrado e não correspondido. Um espiral de autossacrifício e insegurança, de uma pessoa que se desfigura emocional e fisicamente por atenção. O visual assinado por Jamie Lynn, é muito bonito e coeso. Os detalhes de notas musicais, mesmo que sutis, tem um efeito muito positivo aqui. Em conclusão, esse projeto se baseia em canções sobre relacionamentos conflituosos, há uma linha de crescimento emocional mas nada a ser pontuado. Em comparação com seu primeiro trabalho, a artista apresenta um trabalho mais organizado. A falta de variações de temas seria um problema, caso fosse um projeto mais complexo. Como alguém que teve que confrontar a seu próprio valor na indústria e enfrentou a fama desde jovem, a história de Elle parece ser um ótimo conteúdo para um álbum pessoal, assim que ela estiver pronta para contar.