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AMOR HARDCORE - MOE
96

Rolling Stone

90

‘AMOR HARDCORE’ é o quinto álbum de estúdio da cantora e compositora moe. Aqui, acompanhamos uma artista disposta a se reinventar e explorar novas camadas de sua identidade criativa. O disco é uma jornada intensa, onde moe testa seus próprios limites estéticos e emocionais, entregando uma experiência tão provocativa quanto honesta. A faixa de abertura, ‘TITANE’, é uma introdução decisiva e tentadora ao projeto. Se você gostar dela, com certeza amará o álbum; caso contrário, dificilmente conseguirá entender a proposta. A canção mistura acidez humorística com um refrão marcante, apresentando o universo experimental do disco. Em seguida, somos apresentados a ‘LITURGIA’, uma tentativa de moe no neoperreo, com sintetizadores e um coral flamenco dividindo espaço na mesma faixa. A ideia é ótima, mas sua execução deixa a desejar, tornando-a a canção mais fraca do projeto. O disco ganha força com ‘CASABLANCA’, em parceria com PRAYØR, e ‘TANGOS DE UNA SIRENA LLORONA’, sendo ambas destaques inegáveis do álbum. A segunda, apesar de beirar o bobo em certos momentos, se constrói como um hino poderoso de liberdade e autoafirmação, e é uma das faixas mais impactantes do trabalho. Já ‘COSMOPOLITANA’ e ‘FLAMING JUNE’ mantêm o tom, mas acabam se repetindo liricamente e tematicamente, o que compromete a experiência quando ouvidas em sequência. A energia volta com tudo em ‘KAWAII KAWASAKI’, uma faixa sexy, divertida e cheia de humor ácido, que se estabelece como uma das melhores do disco. Logo depois, temos ‘TURNSTILE’, o lead single, onde moe usa o trem como metáfora para o processo criativo — apertado, ansioso, incerto — e a escolha da faixa como carro-chefe se prova mais do que acertada. Já na reta final do disco, somos apresentados a ‘BESTIALIDAD’ e ‘MUCHO ME DUELE’, que representam extremos opostos dentro do mesmo universo. Enquanto a primeira quebra o ritmo do álbum e soa deslocada, a segunda recupera tudo com força e sensibilidade. Simples e emocional, ‘MUCHO ME DUELE’ talvez seja uma das melhores faixas da carreira da cantora, com versos que tocam por sua delicadeza. O encerramento fica por conta de ‘TE DESEO BESITOS ~’, uma canção boa, mas que acaba sendo esquecível no meio de tantas outras mais marcantes, e ‘EL ULTIMO CALAMBRE’, que finaliza o álbum com sinceridade e impacto, trazendo moe vulnerável ao falar sobre os efeitos da fama. Visualmente falando, o disco aposta em uma estética caótica e sensual, com cores vibrantes, símbolos religiosos subvertidos e uma aura de colagem digital desordenada. Ainda que a produção visual seja propositalmente caótica, ela cumpre bem seu papel e complementa a proposta geral do projeto. Em suma, ‘AMOR HARDCORE’ é um álbum ambicioso, que se alimenta do impulso, da confusão e da sinceridade. Algumas faixas derrapam, é verdade, mas outras brilham intensamente. É um disco que não tem medo de errar — e justamente por isso, acerta onde mais importa. moe entrega um projeto que pulsa emoção e caos, feito para ressoar com quem sente demais e fala de menos.

Variety

100

“AMOR HARDCORE” é o novo disco de MOE. Lançado no fim de Fevereiro de 2025, o projeto mergulha nas vertentes do Reggaeton e mostra um lado mais explícito de MOE, ao mesmo tempo que consegue soar misterioso. O álbum se inicia com o segundo single do projeto, “TITANE”. É a faixa de abertura perfeita: aborda várias fases da carreira da artista, sua vida pessoal e sua perspectiva para o futuro. É uma composição arriscada e que carrega a identidade de MOE. “LITURGIA” busca outro caminho. Aqui, a artista narra sobre um relacionamento que não deu muito certo, e o qual MOE se via altamente afetada pelas ações da outra pessoa. É um destaque no projeto. “CASABLANCA” continua falando de relacionamentos, mas aqui traz uma nova abordagem. A química de MOE e PRAYØR é inegável; fazendo total sentido essa canção ser um single. “TANGOS DE UNA SIRENA LLORONA” parece trazer um lado mais cheio de si de MOE, onde ela se vê satisfeita com quem ela é e não se deixa oprimir pelo passado ou pelos comentários feitos no presente. “COSMOPOLITANA” é um hino feminista que mostra MOE ainda mais destemida. Pode-se dizer que, até agora, essa é definida como o coração do disco. “FLAMING JUNE” discute a relação de MOE com o seu corpo e como um parceiro externo da artista não parece reconhecer o que ela enxerga sobre si mesma. É uma canção bem mais curta, mas cumpre seu papel. “KAWAII KAWASAKI” mistura o espanhol e japonês em uma camada pura de Funk, aqui trazendo a canção mais implacável do disco até então. É divertida e perspicaz. “TURNSTILE” para a questão mais frenética do disco, trazendo uma reflexão sobre a forma com que o tempo passa tão rapidamente sobre os nossos olhos. É talvez a canção de assinatura de MOE, por soar, simplesmente, atemporal. “BESTIALIDAD” resgata aspectos de “KAWAII KAWASAKI”, mas aqui a primeira citada é bem mais explícita e revela mais um lado mais “obsceno” de MOE, o que enriquece a narrativa do disco. “MUCHO ME DUELE” é a faixa mais emotiva do projeto. É um grande destaque, pois não soa como nada visto no projeto até então. “TE DESEO BESITOS” chega na reta final, complementando a carga emocional da faixa anterior. É uma excelente composição, sendo um destaque. “EL ULTIMO CALAMBRE” finaliza o projeto de forma épica, colocando MOE no lugar onde ela quer estar, devidamente. O visual, produzido por MOE e PRAYØR, é de outro mundo. O encarte se destaca pela sua facilidade em ser tão fluido, e mostra, realmente, que é um projeto confessional e sincero. Num geral, MOE consegue se superar mais uma vez e entrega o MELHOR disco de sua carreira. Já está na hora da artista ganhar Álbum do Ano por um projeto seu.

Los Angeles Times

98

Após diversos discos de sucesso, MOE nos apresenta \"AMOR HARDCORE\", quinto disco de sua carreira, explorando gêneros até então não explorados em sua carreira. \"TITANE\" abre o disco com impacto imediato, em uma letra divertida e inovadora com relação a músicas anteriores da artista, que explora a sua transformação como pessoa e como não se importa com aquilo que é dito sobre ela. \"LITURGIA\" segue a ideia inovadora da faixa anterior, apesar de ser uma faixa curta, consegue passar bem suas emoções, mostrando o quanto MOE tem o poder de se reinventar. Em colaboração com PRAYØR, a faixa \"CASABLANCA\" apresenta um relacionamento que marcou profundamente os autores, usando muito bem a metáfora do título da canção, principalmente em seus refrões bem desenvolvidos. \"TANGOS DE UNA SIRENA LLORONA\" fala como o tempo fez a artista se amar, onde passou por diversos problemas no passado e hoje em dia encontrou a beleza em si mesma. \"COSMOPOLITANA\" se destaca por seus versos bons que exploram a imagem multifacetada da artista, com uma ponte muito bem escrita, tornando-se uma canção com muito potencial para ser single no futuro. \"FLAMING JUNE\" fala sobre a objetificação do corpo feminino, onde o parceiro acaba se deixando levar pela pornografia, que levou a destruição de um pensamento normal. \"KAWAII KAWASAKI\" usa metáforas muito bem aplicadas, que elevam a qualidade da canção, utilizando uma linguagem direta em relação ao prazer carnal, sem impedimentos. \"TURNSTILE\" traz a mudança em sua estrutura, aqui, a artista usa a metáfora do título da faixa para demonstrar o quanto se sente presa entre o passado e ao presente, mas também, a vontade de ir em busca de uma melhora. \"BESTIALIDAD\" mistura a tensão erótica com imagens explícitas, retratando o momento em que os instintos falam mais alto, restando apenas o calor do pele a pele e o desejo do toque carnal, sendo uma canção muito bem escrita em seus sentidos. \"MUCHO ME DUELE\" traz uma atmosfera mais melancólica para o disco, aqui MOE apresenta todas as suas emoções, falando o quanto sente por não ter mais essa pessoa consigo, mas, que apesar disso, tenta seguir em frente. \"TE DESEO BESITOS ~\" traz consigo um fechamento de ciclo, mas com a ideia de aprendeu muito e que está pronta para um novo período de sua vida. \"EL ULTIMO CALAMBRE\" finaliza o disco fazendo uma reflexão sobre o peso da fama, onde MOE as vezes se sente exausta com tudo o que acontece, o quarto verso da canção torna-se o seu auge, manifestando o quanto a artista é dona de si e não vai se abalar com o que falam sobre ela. O visual do disco, produzido pela propria artista, usa cores divertidas e que combinam muito com a proposta explorada no projeto, em um encarte bem produzido e alinhado com as ideias que MOE quis passar como um todo. No geral, MOE apresenta um disco bem idealizado e inovador, reafirmando o seu poder de se reinventar em cada lançamento, tornando-se um dos grandes álbuns lançados neste ano e um dos melhores da carreira da artista.

American Songwriter

98

Comendo pelas beiradas desde o lançamento do primeiro single, “AMOR HARDCORE”, o quinto álbum de estúdio de MOE, chega ao mercado como uma mudança de rumo interessante dentro da carreira de sua artista criadora, conhecida por sua extensa imersão na música eletrônica e agora partindo para uma veia mais experimental que mistura gêneros latinos e alternativos. Essa mudança se torna explícita e percebida já em “TITANE”, faixa número 1 do disco, que retrata o posicionamento da cantora frente a críticas passadas que recebeu em sua vida e as retribuiu não só com a mudança de gênero, mas também com mudança em seu estilo lírico, que mantém o sarcasmo de sempre, mas de forma mais confrontante desta vez. “LITURGIA” prossegue a tracklist; aqui, vemos MOE e um interesse romântico definindo um meio termo para viverem uma relação baseada na disposição de amar, em uma letra mais abstrata, mas que funciona pela sua universalidade nos temas sublinhados. “CASABLANCA”, colaboração com PRAYOR, traz as sensações advindas de um conflito dentro de um relacionamento; os dois compositores discutem entre si, brilhantemente, imagens surrealistas que tentem chegar perto do que realmente sentem um pelo outro dentro da crise conjugal. “TANGOS DE UNA SIRENA LLORONA” trata o empoderamento próprio de forma complexa, mas surpreendentemente bem desenvolvida, em seus versos curtos, que destacam o modo como ela transforma suas dores em motivos para sorrir e em partes de sua história enquanto mulher. “COSMOPOLITANA” traz o misticismo e o mundano de MOE em uma faixa que versa sobre suas diversas e intensas camadas enquanto pessoa, sentindo-se protegida por forças além de seu controle, mas ainda controlando o máximo de relações interpessoais que consegue, tendo aqui um potencial para sucesso nas pistas de dança. “FLAMING JUNE”, lançada como um dos singles da era, demonstra uma camada mais solitária e íntima do eu lírico, que se sente deixada de lado por um parceiro em nome da apatia por tudo e por todos, algo que ela vai adquirindo também para si mesma, como visto no outro da faixa. “KAWAII KAWASAKI” é uma das músicas mais explicitamente sexuais do álbum, ainda que não mencione o ato o tempo inteiro; MOE se utiliza de metáforas de velocidade e de luxos materiais para proporcionar ao seu interesse carnal tudo o que ambos precisam. “TURNSTILE”, lançada previamente como lead single da era, discorre sobre o processo de mudança pessoal vivido pela artista, que pode ser aplicada em seus gêneros musicais e também em sua personalidade apresentada. Menos confrontante do que em “TITANE”, ela está mais comedida, no passo da confiança, mas não totalmente lá. “BESTIALIDAD” retoma o teor sexual de “KAWAII KAWASAKI” em modo mais acelerado, e é divertido o modo como MOE seduz seu ouvinte e o instiga a ser tão profano quanto ela. Em “MUCHO ME DUELE”, a cantora aborda uma vulnerabilidade particular em sentir falta de uma pessoa mais velha em sua vida e de compartilhar seus novos momentos e sua nova rotina com essa pessoa, honrando o “amor” de “AMOR HARDCORE” no modo como os versos se tornam mais longos, mas não menos emocionantes. “TE DESEO BESITOS” soa como uma música de despedida incomum, que não encara a probabilidade de uma morte, mas de uma nova mudança de pele e de vida para o eu lírico, pronto para mais uma radicalização de personalidade bem-vinda a si. “EL ULTIMO CALAMBRE”, última faixa do disco, é também a mais “apoteótica”, por assim dizer. MOE se apresenta com todas as camadas destiladas nas faixas anteriores e jura resiliência nos momentos finais de uma jornada, naquela que é, sem dúvidas, a canção que mais representa a tese do álbum no modo como sua vulnerabilidade e devoção também é sua maior força. Visualmente, “AMOR HARDCORE”, com produção assinada também pela artista autora, traz o trabalho mais bem refinado da carreira de MOE, unindo o experimental ao padrão e rejeitando estruturas tradicionais a fim de expressar as ideias radicalizadas por trás das letras também em seu encarte, vibrante e que em nada incomoda a visão. Ao final da experiência, o ouvinte que já conhece MOE apenas a respeita mais enquanto artista que sabe incluir suas visões criativas em seu trabalho, e o ouvinte que não for familiar com trabalhos anteriores da cantora entende o esmero que é amar demais ou de menos, porque o ato de amar em si, segundo o álbum, já é radical por natureza própria, restando apenas explorar os limites desse radical.

The Line Of Best Fit

96

Em seu quinto disco de estúdio, MOE se mostra confiante e relaxada o bastante para nos servir com o seu registro mais poderoso e ousado até então. Sendo efusivo e efervescente, o AMOR HARDCORE se destaca na discografia da musa nipo-britânica por fazê-la navegar em novos mares – aqui a artista veste uma skin latina e mistura, de forma magistral, elementos da música latina com japonês e inglês; da melhor e mais experimental maneira possível. O full-length não brinca em serviço quando se trata de experimentar e faixas como KAWAII KAWASAKI, EL ULTIMO CALAMBRE e os singles TITANE e CASABLANCA, em parceria com PRAYØR, são grandes expoentes desse lado experimental e visionário da artista. A dualidade entre amor e algo hardcore – expressa abertamente no título, se expande também para o seu conteúdo lírico; trazendo faixas que abordam seu sentimental com uma certa fragilidade e delicadeza, tal qual o amor, como podemos ver claramente LITURGIA, TURNSTILE, TANGOS DE UNA SIRENA LLORONA e MUCHO ME DUELE; criando um contraste com a brutalidade e selvageria do lado hardcore representado por obras como BESTIALIDAD, COSMOPOLITA, FLAMING JUNE e nas já citadas KAWAII KAWASAKI e CASABLANCA. O projeto consegue manter um claro equilíbrio lírico entre sentimentalismo e irreverência, sendo um registro saboroso e, ao mesmo passo, profundo. Esse clima também é prolongado ao seu visual, assinado unicamente pela própria MOE. A nipônica que é uma produtora de mão cheia, não faz feio aqui e entrega um trebalho visual exótico e tão experimental quanto o seu conteúdo lírico e sonoro. É belo, condizente com o seu lirismo e a sua proposta, entretanto em alguns momentos sentimos que a artista acabou elevando o mesmo a extremos – ou uma página possuía muita informação, ou ela tinha quase nada. Acreditamos ter sido intencional, porém foi algo que despertou a atenção e acabou por causar um leve desconforto – contudo nada grande o bastante para afetar toda a experiência proposta. Num geral, AMOR HARDCORE é um disco inventivo, único e simplesmente genial. Ele dá um novo fôlego para a sua criadora e serve de exemplar de como fazer um disco com identidade e que vai se tornar um marco cultural futuramente.

2018 - © FAMOU$