oh, how i miss myself, - HERCULES
Los Angeles Times
O primeiro álbum de estúdio do cantor Hercules, oh, how i miss myself, conta com nove faixas e é inspirado no gênero cinematográfico de coming-of-age. O projeto retrata as experiências do artista em sua jornada de crescimento, amadurecimento e também seus amores platônicos. Logo na abertura, “Greek God”, o artista incorpora referências ao semideus Hércules, conectando essas metáforas com experiências pessoais. É uma faixa cativante, que combina simplicidade e teatralidade de forma encantadora. O disco emociona especialmente nas faixas “21” e “this is what 22 feels like”, onde Hercules traduz a transição entre essas idades, refletindo sobre como os sonhos nem sempre se tornam realidade. Com muita sensibilidade, ele expressa as frustrações e aprendizados desse período, conectando-se de forma direta e sincera com quem escuta. Em “i dedicate this song”, o artista cria a trilha sonora perfeita para quem já viu o amor ir embora, restando apenas as lembranças e as canções que um dia fizeram sentido. Apesar de estar dentro de um clichê romântico, Hercules entrega esse sentimento com muito cuidado e verdade. A faixa “wait for the future” soa como um convite à esperança, um lembrete para não desistir, mesmo quando tudo parece incerto. Aqui, ele divide os vocais com Stacy McAdams, e juntos refletem, sob a ótica de jovens, sobre como é importante confiar no que o futuro reserva. Em “damage”, surge a confissão de um amor platônico. Hercules opta por sufocar esse sentimento para preservar uma amizade que é seu porto seguro, temendo que a confissão possa destruir esse laço tão raro. O álbum caminha para seu desfecho com “disconnect” e “nothing is pink”, faixas que dialogam de maneira complementar. Enquanto “disconnect” retrata o desejo de se isolar em busca de paz, mas reconhece que nem sempre o silêncio interno é possível, “nothing is pink” mergulha na solidão enfrentada durante a pandemia, trazendo uma das letras mais sensíveis do projeto. Com honestidade, Hercules transforma a tristeza e os sentimentos depressivos em arte, refletindo como os dias azuis podem, às vezes, não ser tão azuis assim. Esteticamente, oh, how i miss myself adota uma proposta minimalista, que reflete a simplicidade de sua mensagem e de sua essência. Pode não ser um álbum grandioso em termos técnicos, mas é precisamente nessa simplicidade que mora sua beleza e seu poder de conexão. Em resumo, oh, how i miss myself é um disco de identificação imediata. Ele se constrói a partir das dores, dos dilemas e das pequenas alegrias do cotidiano, oferecendo uma escuta leve, honesta e, acima de tudo, profundamente humana.

American Songwriter
oh, how i miss myself é o álbum de estreia do cantor e compositor Hercules, um projeto descrito pelo próprio como um coming-of-age musical. Com nove faixas, incluindo duas colaborações, o álbum é uma reflexão íntima sobre amadurecimento, identidade e vulnerabilidade, produzido inteiramente pelo artista. O disco se abre com “Greek God”, uma faixa que faz referência direta ao semideus Hércules, explorando de forma lúdica e simbólica as adversidades da vida. Através de metáforas da mitologia grega, o artista constrói uma narrativa divertida, quase didática, que apresenta o tom reflexivo do projeto. Em “21”, Hercules convida Petter para uma colaboração sensível e tocante. A faixa, embora parta de um tema recorrente — o dilema de chegar aos 21 anos —, se destaca pela sinceridade e simplicidade. É, sem dúvidas, um dos momentos mais marcantes do álbum, transbordando autenticidade. A sequência vem com “this is what 22 feels like”, que amplia a reflexão, abordando o choque de realidade ao perceber que nem todo sonho se concretiza. O uso do pronome \"você\" cria um diálogo direto com quem ouve, tornando a faixa íntima e acolhedora, além de mostrar maturidade lírica ao fugir do lamento raso. Em “i dedicate this song”, Hercules entrega uma música universal, que poderia ser trilha sonora tanto de um filme quanto da vida de qualquer pessoa. A canção fala sobre como a música é, muitas vezes, a única coisa que resta após o fim de um amor — uma composição delicada e reconfortante. “wait for the future”, em parceria com Stacy McAdams, funciona como um chamado à esperança. Hercules e Stacy, na pele de dois jovens, cantam sobre resiliência, encorajando a não desistir, mesmo quando a vida parece esmagadora. Na introspectiva “damage”, o artista aborda o amor platônico, aquele sentimento guardado em silêncio para não destruir uma amizade. É uma faixa honesta, que explora a dualidade entre preservar vínculos e carregar dores não ditas. “disconnect” mergulha em uma busca quase arcadista por paz, mas deixa claro que, mesmo no refúgio, as feridas emocionais seguem presentes. A aceitação desse contraste é o que dá força à música. O álbum se encerra com “nothing is pink”, sua primeira composição e uma das mais potentes. Escrita durante a pandemia de Covid-19, a faixa reflete sobre depressão e isolamento, utilizando metáforas cromáticas — como o azul, que simboliza tristeza — de forma sensível e precisa. Visualmente, oh, how i miss myself adota um minimalismo que, apesar de simples, transmite aconchego e reforça a proposta honesta e direta do álbum. Em suma, o projeto é um retrato sensível do amadurecimento, com letras que criam empatia, melodias que acolhem e uma produção que, embora simples, é eficiente no que se propõe. Hercules entrega um trabalho que, apesar de não buscar grandes inovações, encanta pela sinceridade e pelo tato com que aborda temas universais.

The Line Of Best Fit
\'oh, how i miss myself\' é o primeiro álbum de estúdio – segundo no geral – do cantor-compositor canadense Hercules. Sendo composto e produzido pelo mesmo, com as participações especiais de Petter e Stacy McAdams. O disco conta com uma lírica interessante e bastante pessoal, versando sobre experiências pessoais do começo da sua vida adulta. A faixa-título tem como missão fazer a abertura do presente lançamento e ela o faz com uma graciosidade. Temos aqui um Hercules cantando sobre como sente falta de si mesmo numa letra muito bem construída. \'Greek God\' dá sequência a este full e o artista incorpora o personagem grego com o qual compartilha o mesmo nome para relatar os problemas familiares com os quais lida, é uma faixa divertidinha e interessante, contudo, se comparada com a sua anterior e as que se seguem, acaba sendo um tanto quanto fraca. \'21\', parceria com o Petter, chega e os dois aqui brilham. Numa canção que consegue ser a personificação exata do conceito do disco. É bem escrita e bem construída, sendo facilmente um dos destaques do registro. \'this is what 22 feels like\' segue na linha de exploração dos dramas de certas idades do início da fase adulta e agora nos traz os relatos do canadense sobre a sua virada dos 21 para os 22 anos. \'i dedicate this song to\' e \'wait for the future\', com Stacy McAdams, marcam o encerramento da primeira metade e o início da segunda metade do disco. Na primeira temos o artista falando sobre o seu despertar sexual, narrando o processo de compreensão e descoberta de sua própria sexualidade. Já a segunda, com a participação da estreante, lida com as pressões e a ansiedade que atormenta a mente de jovens adultos. Ambas são canções bem construídas e com conceitos interessantes. \'damage\' apresenta o artista sofrendo com o fim de uma amizade que tinha tudo para se tornar um romance, exceto o interesse do outro para que tal coisa se concretizasse. \'disconnect\', penúltima faixa deste trabalho, já apresenta o canadense se isolando de tudo, especialmente do meio online, para que possa se curar. As duas canções seguem um alinhamento interessante e serem colocadas em sequência na tracklist criam um toque narrativo muito bem planejado. \'nothing is pink\' traz o desfecho do disco e aqui temos o Hercules retirando seus óculos cor de rosa e encarando os tons de cinza de um período depressivo em sua vida. A escolha por finalizar o LP com esta canção foi certeira, pois a mesma acaba evocando a visão de como o artista acabou completamente desgastado após tudo o que foi vivido e relatado aqui. Visualmente falando o disco tem uma produção, assinada pelo próprio, um tanto quanto básica, simplória, mas eficiente para a sua proposta. Não é nada muito uau, mas tem um bom uso de paletas e de recursos gráficos. Em suma, \'oh, how i miss myself\' é um disco bem escrito em linhas gerais e que não tenta ser ambicioso ou reinventar a roda. É projeto melancólico, que nos permite uma certa identificação por seu realismo bruto e que tem orgulho disso. É um álbum feito para ressoar com toda uma geração.
TIME
O primeiro álbum de estúdio do cantor e compositor canadense HERCULES, e segundo álbum na sua discografia, \\”oh, how i miss myself,”\\ que mergulha na musicalidade Folk-pop e Indie. Possuindo nove faixas, o álbum tem a proposta de introduzir o ouvinte a uma jornada lírica que remete aos filmes de amadurecimento norte-americanos, os famosos coming-of-age. \\”oh, how i miss myself,”\\ aborda a perda da inocência e o conflito interno do artista ao tentar se reconectar com um passado mais simples, sua sinceridade emocional, cria uma base sólida ao restante do disco, é uma ótima faixa introdutória. \\“greek god\"\\ dá a sequência e é uma canção lírica e poderosa que transforma mitologia em confissão, HERCULES reconta o mito de seu nome com vulnerabilidade e fúria contida, explorando culpa, redenção e abandono, é uma faixa bem escrita e impactante. Sendo uma colaboração com o cantor Petter, \\“21”\\ é uma balada lírica, melancólica e bem escrita sobre o luto por expectativas não realizadas aos 21 anos. A química entre os artistas complementam suas perspectivas de vulnerabilidade. \\“this is what 22 feels like”\\ é amarga, direta e introspectiva, com seu uso do “você”, a faixa cria empatia sem perder seu tom pessoal, tendo autenticidade emocional. A sequência com “21” é bem amarrada, mantendo a proeza do álbum de não entregar nada que soe repetitivo ou cansativo. \\”i dedicate this song to\" explora o impacto emocional de dedicar músicas a amores passados, embora o tema acabe por ser visto como previsível, a faixa é coesa com a proposta do álbum e bem escrita. A colaboração com a Stacy McAdams, \\“wait for the future”\\ se destaca pela reflexão sobre as incertezas do futuro, com uma boa química entre os artistas, transmitindo uma mensagem de aceitação das inseguranças e da importância de confiar no tempo, com a escrita de McAdams sendo bem alinhada ao tema. \\“damage”\\ aborda o dilema de manter uma amizade diante de sentimentos românticos não correspondidos. A escrita é profunda e a temática de auto sabotagem emocional é sincera, trazendo um destaque perfeito na proposta do álbum. O desejo de escapar para encontrar paz em isolamento, é expresso na faixa seguinte, \\”disconnect”\\, uma faixa bem escrita e sincera, o eu-lírico sabe que a ação de se desconectar não resolverá seus problemas, mas ainda assim acredita que a ação é necessária. Finalizando o álbum, a letra de \\\"Nothing is Pink\"\\ reflete sobre a desilusão e a depressão pós-pandemia, destacando o contraste entre as expectativas de um mundo ideal e a realidade sombria da sua experiência. A narrativa do álbum é bem encerrada, mostrando o ciclo de busca por paz e luta interna, completando a jornada emocional e de autoconhecimento do artista. O visual de “oh, how i miss myself,” é simples e poderia sim se beneficiar de uma produção mais refinada, mas carrega uma beleza com a escolha de cores quentes e a fotografia B&W, o que combina bastante com o tema e conceitos propostos, além disso, a arte soa autêntica, justamente por ter sido produzida pelo próprio HERCULES. Apesar de sua produção visual simples e seus temas previsíveis, afinal é um delicioso coming-of-age, \\”oh, how i miss myself”\\ é um álbum muito bem escrito, cuidadoso e introspectivo, suas letras certamente ressoam em várias gerações, mas certas é uma ilustração perfeita da geração atual, que facilmente se identificaria com mais um trabalho perfeito de HERCULES.

The Boston Globe
Após o lançamento de seu primeiro álbum ao vivo, HERCULES nos apresenta \"oh, how i miss myself,\", seu segundo álbum, com nove faixas em sua tracklist. \"oh, how i miss myself,\" é a primeira faixa do disco, apresenta versos muito bem polidos e desenvolvidos, explorando seus pensamentos intrusivos que os levaram a inúmeras consequências que jamais poderão ser reparadas. \"greek god\" releitura o nome de batismo do cantor, em linhas que em vez de glorificar a ideia heróica do nome, explora as maiores dificuldades enfrentadas pelo cantor. Os versos são impactantes e emocionantes, principalmente o primeiro verso. \"21\" é uma colaboração com o astro pop Petter, que transformam suas maiores emoções em versos que captam muito bem a atenção, transformando a canção em um single com muito potencial para o futuro. \"this is what 22 feels like\" funciona como uma continuação da faixa anterior, mas aqui, os versos acabam sendo mal desenvolvidos, com as mesmas ideias que não saem do lugar explorado, não acompanhando a mesma qualidade de canções anteriores. \"i dedicate this song to\" funciona como uma faixa romântica do disco, trazendo a tona a bissexualidade do artista, em uma música muito bem construída em geral. \"wait for the future\" colaboração com Stacy McAdams acaba sendo uma faixa surpreendente, por envolver versos que empolgam e demonstram a química dos dois artistas, tornando-a uma faixa com muito potencial. \"damage\" é uma faixa sincera que escancara a relação de HERCULES com seu amigo, que por muito tempo, amou em segredo. O refrão da canção causa pelo tamanho de sua honestidade com seus sentimentos, funcionando muito bem no conjunto. \"disconnect\" acaba sendo uma faixa com uma estrutura muito repetitiva, em uma execução que não sustenta o peso que promete, em um refrão que repete inúmeras variações que acabam esvaziando o impacto que a canção poderia ter. \"nothing is pink\" finaliza o disco relatando o que o artista viveu durante a pandemia, onde vivenciou o ponto máximo de sua tristeza, em versos comoventes e muito bem desenvolvidos como um todo. O visual do projeto, assinado pelo período HERCULES, apresenta uma execução mediana, com cores que contrastam com a vibe do álbum, mas que acaba não tendo uma execução a altura das letras, mas apesar disso, tem uma capa muito bem feita. Em geral, HERCULES entrega um bom álbum, com mais cuidados, poderia ser excelente. As letras apresentam uma qualidade uniforme, embora algumas não estejam à altura das demais. Ainda assim, o trabalho evidencia a evolução do cantor desde seu último álbum, deixando-nos ansiosos por novos álbuns do artista.