Tocando agora:
SUSPIRIA - Foxy
Ouvintes:
136,542

UNHOLY CONFESSIONS - Nick Diaz
88

TIME

83

“Unholy Confessions” é o tão aguardado primeiro álbum de estúdio do cantor e compositor Nick Diaz, lançado com a pretensão de trazer produção visual para todas as faixas e uma imersão narrativa entre as mais variadas confissões intimistas feitas pelo autor das letras a um padre, variando entre desejos sexuais até sentimentos de ira e inferioridade própria. É seguro dizer que o ouvinte terá tudo o que espera do que foi prometido por Diaz, visto que o que acabamos acompanhando ao longo das faixas do álbum é uma construção de autoconfiança de Nick Diaz em relação ao seu talento, iniciando com certa timidez, especialmente nos primeiros singles lançados previamente, como “False God” e “Notorious”, que, apesar de serem declarações fortes sobre seus temas, ainda são desenvolvidas de forma tímida justamente por terem sido lançadas em uma época em que, talvez, o artista não se sentisse tão confiante para expor seus pensamentos de tal forma. Essa evolução é vista com mais fervor em momentos como “Unholy”, faixa número 3 da tracklist, onde o autor expõe seus sentimentos de impotência e indignação contra uma pessoa que causou males para além do emocional a ele mesmo e expressa maturidade dentro de algo que poderia facilmente se encaminhar para algo repetitivo; “No Angel”, faixa com participação de Bronx que traz uma situação parecida, mas em um contexto menos abrasivo e que aponta dedos diretamente a pessoas que se passaram como boas apenas para se revelar como traidoras pelas costas dos dois cantores, e que funciona em seu propósito fechado; “The Sistine Affair” e “La Tortura”, esta última em colaboração com a cantora Rubia (que também está em um relacionamento com o próprio Nick fora das câmeras), onde ambas exploram os limites da sensualidade e se utilizam de cenários místicos para exercer suas funções em ótima forma, provando a versatilidade de Nick enquanto artista nesses quesitos e também seu entrosamento com cada colaborador que ele acrescenta à trama. Os melhores momentos ainda chegam quando o artista se despe de sua persona midiática e entrega algumas das letras mais pessoais de sua carreira, vistas de forma mais clara em “Suburbia” e “When I Was Young, I Wanted to Be a God”, que focam em versões passadas de si mesmo e se comparam a como ele se sente hoje encarando as mesmas situações - é o tipo de narrativa que faz o ouvinte torcer pela redenção do protagonista, que é o que realmente acontece aqui. Visualmente, o pacote de design de “Unholy Confessions” é bem construído e inclui o artista diretamente nos cenários que a sinopse da era tanto deu ênfase ao longo de sua divulgação, unindo elementos coesos entre si para estabelecer a intenção de Nick Diaz em colocar seus sentimentos frente ao rigor da religiosidade, algo que vemos não só visualmente como também liricamente, o que faz deste um dos debuts mais interessantes do último ano.

The Boston Globe

98

Nick Diaz finalmente revela seu álbum de estreia, \"UNHOLY CONFESSIONS\", uma obra audaciosa e diversificada que mescla música, narrativa visual e assuntos intensos e instigantes. O álbum, composto por 13 faixas e participações de seis artistas, explora confissões pessoais através da arte, tratando de emoções nuas, conflitos internos e o efeito dos pecados mortais. Organizado como uma conversa com um sacerdote, cada faixa começa com passagens faladas que intensificam a imersão no conceito. A abertura, \"Forgive Me, Father\", estabelece o tom do projeto com um ambiente sombrio e introspectivo, inspirado pela sequência de um confessionário na série Daredevil. Em seguida, canções como \"False God\", em colaboração com Penelope, combinam simbolismo religioso e sensualidade, ilustrando uma relação repleta de luxúria e adoração. Por outro lado, \"UNHOLY\" aborda a dor e o trauma emocional, abordando a perda da inocência através de uma composição lírica intensa e cativante. Por outro lado, \"The Killer and the Final Boy\" apresenta uma perspectiva sobre vingança e justiça, revelando o conflito moral entre se render à ira ou procurar redenção. Em \"Divine Comedy\", uma colaboração épica com Naomi, Remy C e Jacob, os artistas exploram o sentimento de superioridade de maneira lírica e teatral. \"Notorious\", uma crítica aos padrões e pressões da fama, e \"Serial Heartbreaker\", que descreve o fascínio por um personagem sedutor e devastador, expandem a variedade de temas abordados. Em \"No Angel\", uma colaboração com Bronx, Nick discute a angústia de uma infidelidade tóxica. Por outro lado, \"La Tortura\", uma parceria com Rubia, mescla ritmos sensuais e letras intensas para falar de um amor proibido. O álbum alcança seu ponto culminante emocional na parte final, apresentando faixas como \"Suburbia\", \"When I Was Young, I Desired to Be a God\" e \"The Sistine Affair\". Estas músicas investigam lembranças da infância, ponderações sobre o amadurecimento e analogias poéticas com obras de arte, como a Capela Sistina. Neste ponto, o álbum atinge sua maior profundidade, expondo camadas de vulnerabilidade e introspecção que nem sempre são evidentes em outras partes do trabalho. O projeto é extremamente ousado e bem realizado. A produção visual, que se inspira na arquitetura e nos símbolos religiosos, intensifica o conceito principal e eleva a experiência ao unir a música a uma narrativa visual consistente. A parceria entre Nick Diaz e Jacob na elaboração desta estética, juntamente com a utilização de um design minucioso no encarte, evidencia uma atenção notável à apresentação do disco. O projeto também se destaca pela composição lírica, enriquecida com as contribuições de ANNAGRAM e Alex Fleming, que harmonizam letras profundas com uma produção cativante. \"UNHOLY CONFESSIONS\" vai além de um simples álbum, sendo uma experiência artística completa que instiga o público a ponderar sobre sentimentos humanos universais de maneira introspectiva. Assim, Nick Diaz reforça seu status como um dos artistas mais promissores de sua geração, apresentando um trabalho que, mesmo com algumas inconsistências, se sobressai pelo impacto conceitual e criativo. Isso representa um marco em sua trajetória e um forte candidato a se tornar um dos principais lançamentos do ano.

Rolling Stone

68

Após alguns anos de espera desde sua estreia como cantor, Nick Diaz, a sensação do pop e R&B, finalmente coloca no mundo o seu álbum “UNHOLY CONFESSIONS”. Sua estética, a primeira coisa sobre o projeto que o público irá se conectar ao comprar o CD, permeia todas as faixas, tornando este um “álbum visual” - escrito como tal no próprio encarte - sobre confissões que o cantor expressa a um padre não nomeado ao longo de sua tracklist. Cada canção possui sua introdução falada com o próprio Nick expressando suas confissões à entidade religiosa. “Forgive Me, Father” introduz as ideias com maestria e traz uma promessa de grandes imersões do artista ao longo do projeto, sendo uma primeira faixa perfeita para o que ele se propõe. Já em “False God”, um dos grandes hits de Diaz e parceria com a cantora pop Penelope, também casa com a ideia de misturar o sagrado e o profano, mas o excesso de dicotomias que falem sobre essa questão acaba por deixar a estrutura da faixa relativamente enfadonha conforme o público vai ouvindo. “Unholy” e “The Killer and the Final Boy” contam uma mesma história em duas partes, passando por um trauma “infernal” vivido pelo artista e caminhando para sua sede de vingança quanto a pessoas que o trataram das piores maneiras; enquanto a primeira faixa citada faz bem seu trabalho de demonstrar a vulnerabilidade de Nick como pessoa, a segunda acaba trazendo novamente uma estrutura que trata seu tema tão repetidamente que acaba se exaurindo de ideias já após o segundo verso. “Divine Comedy”, faixa escrita e apresentada em colaboração com Remy C, Naomi e Jacob, traz Nick confessando sentimentos de soberba ao padre junto a seus artistas convidados; a progressão da faixa, no entanto, pouco valoriza o remorso ou a falta deste na narrativa que quer contar, e as artistas femininas, imersas totalmente no sentimento, acabam ignorando o contexto maior do nome do álbum em seus versos, enquanto Nick e Jacob enveredam por ideias mais fixas na realidade que foi instaurada anteriormente. O mesmo acontece em “Notorious”, também um single de sucesso de Nick, mas cuja abordagem carece de novidades em relação ao tema de deslumbramento e desilusão que conta. “Serial Heartbreaker”se distancia mais ainda da ideia de serem parte de um álbum confessional ao descrever as características de uma típica femme-fatale, que em nada desperta o profano descrito na introdução do artista. “No Angel”, collab com o rapper Bronx, é mais amarrada em sua estrutura, enquanto confessa sentimentos de ira quanto a uma traição descrita de forma elusiva. “The Sistine Affair” talvez seja a faixa mais conceitual do álbum até aqui; comparando uma pessoa amada à icônica Capela Sistina, Nick parece estar em sua melhor pele enquanto desenvolve suas metáforas aqui. “La Tortura” traz exatamente tudo o que o público poderia esperar de uma colaboração entre o casal Nick Diaz e Rubia, e justamente por isso, mantém-se como uma composição que não decepciona e entretém bastante, podendo ser um futuro single se bem trabalhada. A tríade final do álbum é a que mais eleva os patamares estabelecidos pelo conceito do projeto; Nick Diaz abre seu coração de forma não vista antes em faixas como “Suburbia” e “When I Was Young, I Wanted to Be a God”, que estabelecem conversas entre sua antiga inocência e seu atual amadurecimento de forma muito bem feita; é uma pena que a experiência atinja seu ponto mais alto somente nas faixas finais do álbum a partir de “The Sistine Affair”, quando poderia ter sido uma viagem lírica mais linear com melhor planejamento. Nick Diaz soa mais como um espectador de sua própria obra do que um ativo trabalhador dela, algo que se percebe não só na superficialidade de algumas letras, que pouco revelam sobre sua personalidade ou revelam demais quando o público já não possui mais o mesmo interesse, como também se percebe visualmente, onde ele até encontra melhor suas inspirações, mas sem um acabamento que refine a coerência desejada.

Variety

100

Depois de muita espera, o cantor brasileiro Nick Diaz lança seu primeiro álbum intitulado \"UNHOLY CONFESSIONS\". Se deixando levar pelos pecados capitais e suas peculiaridades, Nick Diaz faz, em geral, uma jornada única e cheia de detalhes. O projeto tem seu ponto de partida com “False God” que explora o sexo com pitadas de eufemismo e polêmica envolvendo religião. Faixas de destaque, além dessas, são UNHOLY, que fala sobre a perda da inocência em um momento importuno e repugnante para o artista, The Killer and the Final Boy, que fala sobre a busca por vingança e justiça depois de ser injustiçado por outro, Notorious, que fala sobre a indústria e sobre os padrões impostos por ela e No Angel, que mostra a raiva do artista após uma pessoa trair a sua confiança e ferir o seu ego. Elas se destacam pela sua forma única de retratar cada um dos seus tópicos, principalmente UNHOLY que é bem construída do início ao fim e acerta em cheio na ferida exposta. Outras canções que são o “berço” do projeto são Serial Heartbreaker, que fala sobre uma mulher implacável que conquistou o artista, Crucifixion, que fala sobre um amor que o artista vive que é considerado proibido por muitos e When I Was Young, I Wanted to be a God, talvez a mais sensível do projeto. As três são completamente distintas uma da outra e ao mesmo tempo se conectam com a intenção do projeto. É importante se destacar que Nick frisa que ele busca refletir as suas tentações, e tal destaque é feito por mim para mostrar que ele realmente fez isso, principalmente com as canções como “UNHOLY” e “False God”. Outro ponto a ser frisado é a composição lírica do projeto, que recebe auxílios de ANNAGRAM e Alex Fleming, além dos feats. Nick brilha com as suas letras, sem mais, nem menos. As treze canções não se perdem em momento algum, e a posição de cada uma na tracklist é meticulosa por complementar uma a outra. O visual é encarregado por Jacob e o próprio Nick Diaz, e posso dizer que é um destaque: tudo é bem colocado e retratado aqui, com a fotografia se destacando e o tratamento das fotos e imagens sendo majestosas. Por fim, UNHOLY CONFESSIONS é um projeto indiscutivelmente gigante e que se destaca no seu ano de lançamento tanto pela sua lírica, visual, enredo e conceito. As treze faixas são extremamente bem compostas, e sua intenção as tornou ainda melhores.

All Music

100

“UNHOLY CONFESSIONS”, é um projeto com 13 faixas que conta com colaborações de seis artistas. O primeiro álbum de Nick Diaz, promete uma imersão conceitual nas confissões mais sombrias e ousadas do cantor, levando o ouvinte por uma jornada intensa e provocativa. A introdução “FORGIVE ME, FATHER” abre o álbum de Nick Diaz de forma sombria e introspectiva. Inspirada por uma cena da série “Daredevil”, a faixa traz um clima carregado de tensão e arrependimento. “FALSE GOD” é uma obra-prima ousada e provocativa que marca o álbum de estreia de Nick Diaz com uma colaboração poderosa ao lado de Penelope. A faixa é uma fusão magistral de erotismo e simbolismo religioso, onde o amor e o desejo físico são elevados a um patamar quase sagrado. Com letras carregadas de metáforas, Diaz e Penelope retratam um relacionamento onde a devoção e a adoração se confundem com luxúria, criando uma narrativa envolvente e sensual. “UNHOLY” é uma das faixas mais impactantes e emocionalmente cruas do álbum de Nick Diaz. Com uma narrativa visceral, a canção mergulha profundamente na dor, raiva e desespero de alguém que passou por uma experiência traumática, enfrentando a perda de sua inocência e o peso da culpa. A composição, inspirada em “Holy” de Rina Sawayama, é um retrato poderoso de como o trauma pode corroer a alma e afastar uma pessoa da fé, ao mesmo tempo em que busca desesperadamente redenção e cura. “THE KILLER AND THE FINAL BOY” é uma obra-prima de dualidade moral, onde Nick Diaz explora a linha tênue entre justiça e vingança com intensidade visceral. Como o terceiro single do álbum UNHOLY CONFESSIONS, a canção mergulha na psique de um protagonista dividido entre ser o herói que conserta as coisas e o vilão que sucumbe ao ódio e à violência. “DIVINE COMEDY” é, sem dúvidas, o ápice criativo e lírico de UNHOLY CONFESSIONS. Com participações poderosas de Naomi, Remy C e Jacob, a faixa é uma celebração de soberba e triunfo, com uma entrega intensa e versos afiados que transbordam confiança e ambição. O ponto alto da canção, é a sua capacidade de unir a arrogância e a arte em um espetáculo, transformando a soberba em uma narrativa épica. “NOTORIOUS” é uma crítica direta a cultura das celebridades, porém também é um grito de socorro disfarçado, essa é uma canção que se atreve a expor as feridas secretas por trás do brilho de Hollywood. “SERIAL HEARTBREAKER” é uma faixa hipnotizante que mergulha na essência de uma sedutora implacável, tecendo uma narrativa sombria e envolvente. A canção é uma confissão de engano e luxúria, onde o eu lírico revela sua atração destrutiva por uma figura predatória, uma “devoradora de homens” que deixa um rastro de corações partidos e ilusões despedaçadas. “NO ANGEL (feat. Bronx)” exala um misto de desabafo emocional e desejo de superação, com versos pesados e incisivos que destacam o impacto devastador de um relacionamento tóxico. O conceito gira em torno de uma pessoa que, ao trair a confiança do eu lírico e manipular sua imagem publicamente, revela suas verdadeiras intenções sombrias. “LA TORTURA” é uma faixa ardente que explora a complexidade de um amor proibido, repleto de luxúria e traição. A canção combina a sensualidade de sua letra com uma batida cativante, criando uma atmosfera carregada de tensão e desejo. A confissão do eu lírico revela uma luta interna, onde a atração quase incontrolável por alguém que não deveria ser desejado se torna uma tortura emocional. “UNHOLY CONFESSIONS” é um álbum que se destaca não apenas pela sua sonoridade cativante, mas também pela experiência visual imersiva que proporciona. Com um encarte e uma página meticulosamente elaborados, o uso do HTML eleva a apresentação do projeto a um novo patamar. A estética inspirada na igreja se entrelaça perfeitamente com as edições, criando uma sinergia que reforça a profundidade lírica das canções. Este disco é uma verdadeira celebração da magnitude da carreira de Nick Diaz. Em suma, “UNHOLY CONFESSIONS” é um forte candidato ao título de Álbum do Ano, oferecendo não apenas música de qualidade, mas uma experiência artística completa que ressoa profundamente. Este projeto é um marco na carreira de Nick Diaz e solidifica seu lugar como um dos grandes nomes da música contemporânea.

Los Angeles Times

85

Depois de grandes sucessos que movimentaram o cenário mainstream, com os singles \"Notorious\" e \"False God\", o cantor Nick Diaz apresenta ao mundo seu álbum de estreia intitulado “UNHOLY CONFESSIONS”. Em uma jornada de confissões profanas, o álbum tem como objetivo explorar os pecados capitais em diversas situações vividas pelo próprio cantor. A faixa \"FORGIVE ME, FATHER (Intro)\", uma introdução, é o primeiro passo do disco, bem simples e breve, mas pode resumir o que está por vir adiante. Logo em seguida, \"FALSE GOD\", com participação da talentosa Penélope, single que já conhecemos, trata sobre os pecados como idolatria e luxúria, temas que são impactantes nos versos e com uma importante participação de Penélope para fixar o objetivo; a canção é rica em metáforas, em frases atrativas, mas deixa um pouco a desejar em seu aprofundamento. Seguindo com \"UNHOLY\", ira e desespero, uma faixa que traz uma sensibilidade, um acontecimento que não é muito explorado na faixa, mas que transformou o eu-lírico em uma pessoa diferente; a lírica em si, que deveria resultar em um desespero, todavia vai para um caminho mais delicado e sensível, de uma pessoa perdida, sozinha e que está sofrendo. Por outro lado, em \"THE KILLER AND THE FINAL BOY\", o eu-lírico é objetivo, afinal a vingança é clara e objetiva; apesar do contexto eufórico, a canção embarca em momentos emocionais, com um refrão poderoso que traz uma lição de moralidade, uma estrutura que soa como um filme. A faixa \"DIVINE COMEDY\" tem como base os pecados soberba e avareza, e o título transparece a ideia, mas não tanto em seu esboço; a canção, que tem como participação os artistas Naomi, Remy C e Jacob, soa longa, com inúmeros temas e caminhos, que resultam em algo que foge da ideia central e dos pecados em foco, estes muito pouco explorados e até confundidos entre os artistas. \"NOTORIOUS\", faixa que conhecemos, pode parecer uma simples canção com a crítica à vaidade, à obsessão pela fama e imagem, no entanto, a habilidade de Nick Diaz na escrita impede que seu single de sucesso caminhe para esse lado; \"NOTORIOUS\" é aquela canção pop que sempre estará na sua playlist. \"SERIAL HEARTBREAKER\" destaca-se com sua lírica cheia de identidade e um teor sombrio super atraente, apesar de não fazer muito sentido com a luxúria, ou a canção não consegue demonstrar essa característica, mas como alguém sendo manipulado por uma pessoa perigosa. \"NO ANGEL\", com participação do cantor Bronx, bom, sim, aqui pode-se confirmar que a ira está em todo lugar, com motivos; o eu-lírico tem coisas a dizer, pontuar, um escape para desabafar. Assim como \"THE SISTINE AFFAIR\" faz jus excepcionalmente à luxúria em toda sua estrutura, onde o eu-lírico incorpora uma persona completamente viciada em adoração ao corpo, complementando seus sentimentos com metáforas e analogias para deixar tudo ainda mais pecaminoso, no melhor sentido possível. \"LA TORTURA\" dá seguimento ao sentimento de luxúria, no entanto, mais contida, com versos bem repetidos e um tom mais romântico. Nick Diaz brilha quando quer ser objetivo em suas decisões; \"SUBURBIA\" traz essa confiança e determinação, não há como enxergar ganância em alguém que quer se colocar em primeiro lugar. Ao contrário de \"NO ANGEL\", \"CRUCIFIXION\" traz uma ira que antecede a dor, e a dor é claramente o que pesa liricamente nesta faixa, assim como um desejo, esta luta interna e melancolia. Finalizando com \"WHEN I WAS YOUNG, I WANTED TO BE A GOD\", esta faixa, de primeira, soa mais como uma introdução, um início que caminha para uma idolatria, até mesmo conectado com um teor de blasfêmia, uma persona que deseja ser Deus e logo após conhece a realidade; há uma crítica sobre a hipocrisia religiosa muito bem feita, assim como um teor de manter a esperança independente de crenças, que faz sentido para que esta canção esteja fechando o disco como chave de ouro. O visual que tem como creditados o próprio cantor, Nick Diaz, e o talentoso cantor e produtor Jacob, embarca completamente no teor religioso; é um tema que não tem como errar; todavia Nick Diaz traz uma personalidade no shoot apresentado, onde é possível visualizar conexões com os pecados capitais. Por fim, \"UNHOLY CONFESSIONS\" é um ótimo debut, onde Nick Diaz demonstra uma vontade de trazer histórias, contos, expressar sentimentos pessoais através de uma base; sua lírica, suas convicções, seus desabafos e experiências estão ali impressos, mas a base em si soa destoada em boa parte do álbum; muitos dos pecados que foram a base de algumas canções eram abafados por outras características e sentimentos, ou até mesmo não estavam tão presentes a ponto de serem notados. Pontuar um conceito para o disco exige muito de sempre manter-se conectado em todas as faixas, com o que foi apresentado ter ou ser, e é apenas nisso que \"UNHOLY CONFESSIONS\" peca, ao mesmo tempo que brilha com seu visual super bem construído e uma lírica com um potencial inegável.

American Songwriter

94

Em seu primeiro álbum de estúdio, Nick Diaz entrega o “UNHOLY CONFESSIONS”, projeto com 13 faixas e participações de diversos artistas, prometendo uma jornada conceitual pelas suas confissões mais profanas. O álbum tem como inicio a intro \"FORGIVE ME, FATHER (Intro)\". A pequena introdução já nos prepara para o universo que Nick explorará com seu álbum. Em seguida temos a premiada \"FALSE GOD\", em parceria com a cantora Penelope. A canção fala sobre ser endeusado e adorado, como um falso deus, utilizando referências bíblicas e religiosas para retratar uma relação intensa e carregada de erotismo. O verso de Penelope servem como um outro ponto de vista, a visão da parceira que trata seu amado como um rei e com isso recebe seu corpo. A linha entre o sagrado e o profano se mistura, com a ideia de que o corpo é um templo, mas um templo que se abre para experiências sensuais e quase rituais. \"UNHOLY\" trata de um tema sensível, a perda da inocência ainda criança. Nick descreve na canção como sua inocência foi levada por uma pessoa terrível, e como sua raiva o consumiu. O eu-lírico questiona Deus e se pergunta como ele pode permitir ato tão cruel. Embora o ódio esteja presente em seu coração, seu corpo apenas se acalenta com o abração divino. A estrutura da faixa é densa, cheia de metáforas e tópicos sensíveis, mas Nick aborda de uma forma tão crua que se torna emocional. \"THE KILLER AND THE FINAL BOY\" mergulha em uma narrativa sombria de vingança e a dualidade da moralidade, ambientada em um filme slasher dos anos 80. Na canção, Nick constrói um herói que é tanto protagonista quanto antagonista, e o narrador, ao mesmo tempo, é \"o assassino e o garoto final\". Isso marca uma fusão de identidades, onde as linhas entre o bem e o mal se misturam. A sede por vingança assombra toda a canção, nos dando um gosto amargo e sombrio, mas que não impacta negativamente na faixa que é muito bem construída. Em \"DIVINE COMEDY\" Nick se junta a Remy C, Jacob e Naomi e juntos narram a batalha contra a fama em uma alusão à obra de Dante Alighieri, \"A Divina Comedia\". A canção retrata a forma que a indústria musical trata artistas que tentam se destacar sem seguir regras, Nick por muitas vezes cita que se sente um alvo de críticas. Os versos de Remy, Jacob e Naomi aprofundam o tema dando seus pontos de vista e experiencias pessoas. Porém, algo que incomoda na canção é o seu tamanho, o que acaba tornando o tema repetitivo e cansativo ao longo dos versos. Seguindo para \"NOTORIOUS\", Nick volta a abordar a indústria musical, explorando ainda mais a relação tóxica entre fama, ego e a indústria do entretenimento, utilizando Hollywood como um cenário sombrio onde a busca por sucesso resulta em sacrifícios pessoais profundos. A construção da canção é muito bem executada, com Nick se repetindo algumas vezes, mas não comprometendo o resultado geral da canção. “SERIAL HEARTBREAKER” aborda uma história sobre uma sedutora implacável, capaz de seduzir apenas com a intenção de se satisfazer. A canção é regada por esse conceito, lembrando de forma positiva o clássico “Dirty Diana” de Michael Jackson. É uma canção que combina o esperado com o inesperado, resultando em uma faixa com camadas interessantes e bons pontos, se destacando. Em “NO ANGEL”, Nick traz Bronx para abordar sentimentos de raiva e ressentimento direcionados a pessoa central da canção. Ela se forma tanto pelas lacunas da dor, quanto pela acidez presente nos versos. O verso de Bronx traz ainda mais imersão à faixa, sendo um ponto positivo. É uma excelente canção, que cumpre o esperado. “THE SISTINE AFFAIR”, aqui com a participação de ANNAGRAM na composição, aborda um sentimento implacável de desejo e atração de Nick por uma mulher, que o envolveu emocionalmente e sexualmente de uma forma intensa. A canção se constrói muito bem, com tons de poesia bem presentes no seu desenvolvimento, sendo algo positivo na concepção do disco num todo. É outro destaque no projeto. Em “LA TORTURA”, Nick traz Rubia para abordar uma atração sexual intensa e um desejo forte de estar com alguém que, aos olhos gerais, é proibido e mantido trancafiado, podendo ser relacionado a uma pessoa que é amante. A letra traz justamente isso, até mesmo com o Outro deixando isso subentendido. Sobre a letra, num geral é positiva e bem escrita, mesmo que pudesse ser um pouco melhor em sua ponte. “SUBURBIA” se imerge no desejo de buscar por algo além da vida suburbana e comum, e pelo que é predisposto pelas pessoas de seu convívio. Uma canção que relembra o estilo mais específico de “UNHOLY”, é uma faixa que aborda bastante assuntos mais políticos e polêmicos num geral, e a sua execução é feita com muita fidelidade. “CRUCIFIXION” se assemelha com “LA TORTURA”, mas isso é mais bem diferenciado quando se chega na letra da canção, que aborda um amor proibido, um relacionamento oculto e mantido em segredo. A letra traz algo mais doloroso e emotivo que em “LA TORTURA”, que é mais focada na parte sexual. Com isso delimitado, é uma excelente canção, com pontos positivos, principalmente a sua ponte. “WHEN I WAS YOUNG, I WANTED TO BE A GOD” finaliza o disco falando sobre a perda de fé de Nick e todas as lacunas que acompanham isso. Se sentindo abandonado por essa figura sagrada, a canção é permeada por angústia e dor, mantendo fiel o conceito mais confessional do projeto. A canção é intensa e muito interessante, finalizando o disco recapitulando algumas partes já ditas. Visualmente, o álbum traz uma página e encarte bem executados, com o seu HTML imersivo trazendo uma experiência mais forte ao projeto. A estética da igreja e as edições se complementam muito bem, funcionando com a parte lírica. Por fim, “UNHOLY CONFESSIONS” é um disco que traduz a magnitude da carreira de Nick Diaz, com canções que podem não inovar num geral, mas suas execuções, na maior parte das vezes, são singulares e merecem um destaque.

The Line Of Best Fit

73

Uma das maiores surpresas do ano se materializa na forma de “UNHOLY CONFESSIONS”, o mais aguardado e inesperado álbum de estreia do cantor, compositor e produtor visual Nick Diaz. Com um projeto também apresentado como “conceitual e visual”, é prometida uma imersão dentro dos pensamentos mais impuros, intimistas, sensuais, egoístas e emocionais de seu autor, envolto em diversas participações especiais e uma produção imagética que remete a elementos altamente religiosos da igreja católica. Na faixa introdutória, “Forgive Me, Father”, as palavras são reduzidas em nome de um manifesto que pode ou não se provar verdadeiro com o passar das próximas músicas na tracklist, e tal ambiguidade acaba se provando o ponto forte destes segundos musicados. “False God”, lead single do CD e uma parceria com a cantora Penelope, traz a tentação carnal como um pecado a ser discutido. As abordagens são discrepantes entre os artistas; Nick se atém ao conflito entre o divino e o infernal em seus versos, enquanto Penelope utiliza-se de um artifício menos metafórico para chegar ao seu ponto de argumento. “Unholy” descreve os sentimentos relacionados a um pós-trauma não especificado e representado pela suposta “perda de uma inocência” que o autor não visa buscar mais de volta, querendo apenas saber lidar com sua nova realidade enquanto se endereça a mais de um interlocutor diferente, o que por vezes confunde o ouvinte na mensagem final antes de sua eficiência se provar certa. “The Killer and the Final Boy” captura o início das sensações de revolta da faixa anterior e expande-as para um desejo de vingança, colocando em justaposição uma dualidade entre se tornar um opressor após ter sido oprimido por outras pessoas. A faixa possui um conceito interessante, mas que é diminuído em seu impacto pelo modo como o artista repete o tema apenas usando referências diferentes que não levam a narrativa para outros lugares. “Divine Comedy” traz Nick em parceria com Naomi, Remy C e Jacob em uma faixa que visa a glória dos próprios artistas em comparação a possíveis ataques e indiretas que recebem por seu sucesso; embora o prólogo da faixa justifique sua existência como confissão de soberba, o que se vê no decorrer dos versos é uma falta de conexão com as canções apresentadas anteriormente e também com as próximas, como se fosse parte de um projeto paralelo que não este; também não contribui muito positivamente a discrepância entre os versos de Jacob, que trazem uma conexão referencial ao universo religioso apresentado nos visuais, e a composição dos outros cantores, envoltos demais em uma autoafirmação de superioridade que pouco evolui em cada linha. “Notorious” traz uma abordagem mais sóbria e menos enviesada sobre o bônus e o ônus da fama na região onde tudo acontece, Hollywood; Nick Diaz se permite imergir na dicotomia das situações, ainda que sua forma superficial não aborde muito além do que poderia ser mais explorado nesse quesito. “Serial Heartbreaker” retoma o âmbito das faixas de romance como “False God”; o eu lírico descreve, quase que como um narrador-observador, os trejeitos e comportamentos de uma mulher que se comporta em romances de forma totalmente descabida e insensível com os corações que parte. Apesar de ser uma composição mais longa e que periga o enjoo em alguns momentos, é uma adição muito bem-vinda à tracklist. “No Angel” traz a participação do rapper Bronx; os dois artistas compõem acerca da quebra de confiança por parte de uma pessoa que pensou mais em si mesma do que nos autores, que jogam de volta todas as frustrações que sentiram. “The Sistine Affair”, co-escrita entre Nick e Annagram, também relembra “False God” no modo como a letra compara a fascinação por uma mulher sedutora à pintura da Capela Sistina, referência já trazida em faixas anteriores, também, mas aqui, apresentada de forma mais plana. “La Tortura” emprega elementos do reggaeton e do pop para Nick Diaz acomodar melhor a participação especial da cantora Rubia; a lírica, que descreve os passos e as sensações de um relacionamento proibido com entrelinhas de infidelidade, é uma das mais bem construídas do projeto e torna a faixa um ótimo potencial para futuro single. “Suburbia”, iniciando a fase final da tracklist, mantém o bom nível estabelecido pela faixa anterior e traz um dos insights mais intimistas do álbum como um todo; Nick descreve seus pensamentos em relação a pessoas próximas que o prendiam a lugares e mentalidades que ele não deseja mais habitar, e aqui, a mesma estratégia de dicotomia vista antes funciona em todo o seu brilho sem dificuldades. “Crucifixion” aborda os dilemas de outro relacionamento mantido oculto diante de olhos julgadores, onde o eu lírico pondera se sua pessoa amada o ama tanto a ponto de assumir as consequências do romance em caso de provações futuras, em uma lírica extremamente sincera. O álbum se encerra com “When I Was Young, I Wanted to Be a God”, onde Nick amarra seus pensamentos mais inocentes e mais sábios em relação ao modo como ele percebe e reflete sobre a existência divina; despido de qualquer ego, o cantor entrega a composição mais impactante do CD em seu ato final, fato que não passa despercebido após sua incrível ponte. A produção visual do disco, assinada por Jacob em sua majoritária parte e por Nick Diaz no HTML, impressiona tanto positivamente quanto negativamente; a primeira se dá pela variedade de cenários do artista inseridos nos cenários religiosos impostos pela continuidade e coesão do projeto, já a segunda se dá pela execução que enfatiza os tons mais escuros a fim de encobrir possíveis imperfeições dos encaixes entre as figuras humanas e as cenas de fundo, que deixam de ser imperceptíveis após sua demasiada repetição de tática. “UNHOLY CONFESSIONS” soa totalmente como um projeto supervisionado por seu autor, ainda que encontre alguns percalços em seu caminho até sua interpretação completa, seja pelo excesso de nomes envolvidos até mesmo nas composições, seja pela jogada de inserir o máximo possível de metáforas no menor espaço de tempo das faixas, seja pelo lamento de ver que o artista apenas se liberta ao máximo quando foca em histórias mais pertinentes a um cotidiano que ele não parece querer colocar tanto assim nos holofotes.

2018 - © FAMOU$