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What's the Tea? - Teyana T
84

AllMusic

83

Em seu novo álbum de estúdio, Teyana T volta em sua melhor forma com o álbum \"What\'s The Tea?\", com uma persona mais provocativa, atrevida e sarcástica, além de apresentar canções que exploram seu lado mais sensual. \"Curriculum Vitae\" abre o álbum de forma apimentada. A música contém versos selvagens que deixam o ouvinte eufórico a cada verso da rapper, e funciona perfeitamente como uma faixa de introdução para mostrar a sagacidade de Teyana. O segundo verso é destacado como o melhor verso do álbum, que foi onde Teyana colocou fogo em tudo. Dito isso, mesmo a música seja feita para exalar confiança, o começo do refrão soa \"morno\" em relação ao restante da música. \"TEA\" em sequência consegue ser mais ácida e feroz do que a anterior, e entrega versos quentes e sucintos. A canção expressa bem toda a amargura da rapper em relação a indústria, e pontua em versos inteligentes. Em \"What\'s The Tea\", a rapper entrega uma das melhores faixas do álbum. A faixa é direcionada à todas pessoas que além de duvidarem de sua capacidade, tentaram diminuir todo o seu legado por uma briga de egos; e seu refrão é explicitamente picante. Já em \"Headlines\" com Tessa Reimels mostra ambas artistas expondo como funciona a mídia, e como ela pode facilmente se virar contra você. A faixa é agressiva na medida certa, e a parceria de duas figuras polêmicas acontece de forma natural. O interlocução da pausa falada é a parte mais interessante da letra, onde as artistas perdem todo o pudor e vão direto à jugular. Em \"Hot Topics\", embora seja uma letra deliciosamente bem feita, nessa altura do álbum talvez se torne cansativo a mesma narrativa feita por Teyana. \"Hall Of Fame\" com Hurrance Evans mostra o outro lado da moeda quando você dá tudo de si para conseguir ser uma estrela. Diferente das anteriores, a faixa consegue ser mais reflexiva tanto nos versos da rapper quando no que é apresentado por Hurrance, dando um belo contraste ao álbum. A parceria flui bem, e ambas acrescentam na construção da música. Finalizando a primeira parte do álbum, \"Miss Tea\'s Appalled\" é afiada enquanto recapitula as melhores partes de Teyana em uma canção só, e isso lhe torna a melhor faixa do álbum. A faixa encerra bem a primeira parte, e dá início a uma nova história. Na segunda parte do álbum, apesar de \"Tea Party\" ter um trocadilho inteligente com a primeira parte do álbum, a música é bastante fraca e clichê. Os versos gerais não acrescentam muito na qualidade final da canção, e os de Penélope e Teyana ficam na margem do superficial. A canção definitivamente não faz jus ao potencial da rapper. \"American Idols\" com Remy C exala energia positiva, e como de costume entre as duas rappers, a canção funciona bem dentro do álbum. \"Nympho\" mostra um lado de Teyana que não havia aparecido ainda neste álbum, e é picante. De forma bem explicita, a rapper exala sensualidade em seus versos quentes e egocêntricos, onde mesmo abordando um tema banal, a rapper consegue deixar a canção interessante. Na reta final do álbum, \"Ratchet\" não é muito interessante e tem uma base lírica mediana, já \"Pornstar Tessa\" tem um refrão atraente, mas os versos também não chegam ao ápice criativo, e a canção se torna em algo que poderia ter um apelo mais sentimental além do que sexualmente explicito. Finalizando, \"That\'s All, Folks!\" mostra Teyana de volta à sua melhor forma provocativa e entrega uma ótima faixa de encerramento para o projeto. Visualmente o álbum é mais limpo, e um dos melhores trabalhos visuais da rapper. Apesar de algumas páginas recorrerem a simplicidade, a estética usada de jornais e revistas para a divulgação do projeto caiu bem e corresponde ao que o álbum transmite. Dito isso, Teyana T mostra mais uma vez o motivo de ser uma das maiores artistas da sua geração e uma das maiores rappers da indústria. O \"What\'s the Tea\" apresenta músicas intensas, provocativas e importantes para a trajetória da rapper como uma artista completa, mas também há momentos que a artista peca nessa narrativa. O álbum mostrou que a melhor forma de Teyana é quando ela está cheia de si, digna de todo o respeito e atrevimento que falta em algumas faixas, principalmente na reta final. Então o maior problema do álbum foi como acabou perdendo o brilho que havia nas primeiras canções. Por fim, Teyana mostrou o motivo de o seu nome estar sempre na boca do povo e sua habilidade criar rimas impactantes não deve ser subestimada.

Spin

74

Em seu terceiro álbum de estúdio, Teyana T se encontra mergulhando dentro da cultura pop e se tornando um monumento semi-irônico na nova narrativa de seu álbum, porém \"What\'s The Tea\" deixa o ouvinte à pensar qual realmente é o objetivo do projeto cuja trajetória esfria o chá supositório e nos deixa com algo que tem o potencial de ser agradável mas luta na tentativa de manter a sua coesão. A primeira metade do álbum é onde Teyana brilha mais, mergulhando profundamente nas complexidades da fama com uma nitidez lírica que corta o ruído. “Curriculum Vitae” abre o álbum com uma declaração confiante do seu valor, mas é mais do que apenas bravata - Teyana enumera meticulosamente as suas realizações, deixando claro que conquistou o seu lugar no topo. É uma abertura poderosa e é possível conseguir sentir a sua determinação a infiltrar-se em cada linha. “T-E-A” é outro destaque, onde Teyana aproveita um momento para rejeitar as constantes comparações com outros artistas, insistindo que ela está numa liga própria. As letras aqui são particularmente mordazes, pois ela chama a atenção para a obsessão da indústria em colocar os artistas em caixas, e você pode sentir sua frustração borbulhando sob a superfície. A faixa que dá título ao álbum, “What\'s the Tea?”, leva isto ainda mais longe, com Teyana a puxar a cortina sobre a hipocrisia da indústria, revelando como os rumores e os mexericos são usados como armas para derrubar aqueles que estão na ribalta. É uma crítica contundente, e o peso emocional da canção é forte, especialmente quando ela reflecte sobre o impacto que isto tem na sua saúde mental. Mas depois há “Hot Topics”, uma faixa que, apesar da sua estrutura inteligente e letras espirituosas, parece um passo em falso. Teyana utiliza a estrutura de um talk show para abordar as controvérsias que rodeiam a sua carreira, mas em vez de continuar a crítica ponderada das faixas anteriores, passa para um tom mais mesquinho. É uma canção divertida, sem dúvida, mas está deslocada num álbum que, de resto, é tão cuidadosamente elaborado. É como se Teyana baixasse a guarda aqui, entregando-se a um pouco de vingança mesquinha que, embora divertida, desvia-se dos temas sérios que tem estado a explorar. “Headlines”, com a participação de Tessa Reimels, volta à forma, criticando a forma como os media distorcem a sua vida pessoal para criar narrativas sensacionalistas. A colaboração revela o melhor de ambos os artistas e as letras são incisivas e afiadas, abordando a obsessão invasiva dos media com uma mistura de raiva e resignação. A seguir, “Hall of Fame”, com Hurrance Evans, é uma reflexão sóbria sobre o custo de perseguir a fama, contrastando a glória de ser imortalizado com as duras realidades que a acompanham. A natureza introspectiva desta faixa leva o ouvinte de volta aos temas centrais do álbum, tornando-a um dos momentos mais pungentes. “Miss Tea\'s Appalled” fecha a primeira parte com um toque dramático. Teyana leva os ouvintes numa viagem pela sua carreira, desde as lutas até ao seu sucesso atual. A intensidade e a paixão transportadas pelas letras fazem deste um final adequado para a primeira metade do álbum, encapsulando os altos e baixos da sua viagem. A segunda metade do álbum dá uma guinada para a esquerda no domínio da liberdade sexual e do empoderamento e, embora a ousadia de Teyana seja apreciada, a transição é chocante. É em “Tea Party” que as coisas se tornam ainda mais caóticas, com Teyana a dar uma festa selvagem e metafórica que parece estar a ficar fora de controlo. A letra é divertida e irreverente, captando o espírito de uma noite selvagem e, embora distancie ainda mais o álbum da profundidade introspectiva das faixas anteriores, consegue transmitir uma pequena sensação de controlo e de diversão imprudente. A adição de Penélope e Igor aumenta a vibração de brincadeira da faixa, tornando-a divertida mas desorientadora. “American Idols”, com a participação de Remy C., segue o exemplo, com Teyana e o seu colaborador a exalarem confiança ao posicionarem-se como figuras intocáveis da cultura pop. As letras estão cheias de bravata e há uma clara sensação de poder na sua entrega, mas o bombardeamento da faixa contrasta fortemente com a natureza reflexiva da primeira metade do álbum. É uma celebração da sua influência cultural, mas parece algo desligada das explorações mais sérias da fama e das suas consequências. “Nympho” é uma exploração destemida da sexualidade de Teyana, com letras que não deixam nada à imaginação. É claro que ela está a abraçar os seus desejos sem vergonha, mas a mudança estética torna-se mais difícil de percorrer a cada faixa, passando para este conteúdo mais pessoal e explícito, parece desarticulado. Não se pode evitar, mas faz-nos sentir como se tivéssemos começado a ouvir um álbum completamente diferente nesta altura. “Ratchet”, com a participação de Tina Snow, aumenta ainda mais a energia, com ambos as rappers a proferirem versos que são tão sensuais como agressivos. A faixa está carregada de energia sexual, celebrando a liberdade de nos expressarmos sem julgamentos. “Pornstar Tessa” é uma ode ao amor e ao desejo, misturando elementos de romantismo com erotismo explícito. As letras são diretas e sem rodeios, celebrando a relação de Teyana com a sua mulher, Tessa Reimels. Há uma vulnerabilidade na faixa que se destaca, pois Teyana expressa abertamente o seu amor e paixão, e mostra como a personalidade dividida do álbum poderia ter sido um ponto positivo se alguma vez fosse devidamente dividida. Finalmente, “That\'s All, Folks!” tenta unir tudo com um sentido de desafio. Teyana encerra o álbum com uma despedida sarcástica e incisiva, deixando claro que fez as coisas à sua maneira e não se preocupa com a forma como é recebida. Mas, nesta altura, a narrativa do álbum já se desvendou, deixando o ouvinte com uma sensação de tensão não resolvida. O visual, assinado por Penelope, é bem polido e não sobrecarrega o espectador, mantendo a sua estética provocativa e às vezes, humorística. No final, What\'s The Tea? é um álbum que mostra o talento lírico de Teyana T e sua disposição para abordar assuntos difíceis de frente. Mas a falta de coesão entre as duas metades do álbum faz com que ele pareça desigual. Está claro que Teyana tinha muito a dizer, e ela o diz com convicção, mas a desconexão entre a primeira metade introspectiva e a segunda metade selvagem e sexualmente carregada faz com que o álbum pareça dois projetos separados costurados de forma desajeitada. Há brilho aqui, mas está enterrado sob camadas de ideias conflitantes, deixando o ouvinte com uma sensação do que poderia ter sido.

TIME

88

Depois de um longo tempo de espera, Teyana T lança seu tão esperado terceiro álbum de estúdio, intitulado de “What\'s the Tea?”. O álbum que mescla o Hip-Hop, principal gênero da artista, com os gêneros Trap e Pop, tem 13 faixas que mergulham em uma sequência criada para demonstrar como um artista sofre perseguições, falsas acusações, críticas e atos negativos durante toda sua carreira. Além disso, Teyana em algumas canções demonstra como ela se tornou uma artista forte, confiante e destemida, mesmo passando por esses enfrentamentos. A canção que fica encarregada de abrir o compilado é “Curriculum Vitae”. Um rap com rimas que exalam confiança e auto exaltação, Teyana afirma que é uma artista a ser levada a sério, merecendo de fato o seu trono no altar dos maiores rappers que existiram dentro da indústria. A canção é uma grande abertura para o que será apresentado nas próximas faixas. Com uma lírica direta e ácida, temos “T.E.A”. Poderíamos dizer que essa faixa é um complemento agressivo da faixa anterior, mas a artista principal aqui não só exalta suas qualidades, mas também como se mantém suas ideias originais. A canção passeia por outros caminhos, trazendo shades e afirmações para veículos midiáticos, quais fazem a indústria ser um tanto injusta, elevando alguns e derrubando outros. A faixa é poderosa, e de fato traz o conceito anunciado para o disco. A terceira canção é a faixa-título do disco. A canção que soa como ácida logo no início, nos surpreende com a mesclagem pessoal em seus versos, mesmo que de forma amenizada e velada. Isso é bastante positivo para a narrativa, sendo uma ótima faixa. A primeiro colaboração do disco é “Headlines”, e tem como convidada a grandiosa estrela country, Tessa Reimels. Em mais uma sacada inteligente, a canção faz com que a narrativa deixe de ser solitária, expondo que isso não só aconteceu com a Teyana, mas com tantos outros artistas e que continuará acontecendo. Os dois momentos mais excitantes da faixa são a ponte onde se é apresentado títulos de matérias sensacionalistas sobre as duas artistas, e o refrão onde Tessa alfineta o grande público afirmando que quem decide se esses boatos são verdadeiros ou falsos são as pessoas ao lerem as notícias e decidirem no que acreditarem. “Hot Topics” traz uma pegada camp em sua estruturação, onde artista traz falas da polêmica apresentadora Wendy Williams, para demonstra como superou todos ataques com um toque de humor. A lírica da faixa é ácida e divertida, fazendo o ouvinte se apaixonar pela canção. A segunda colaboração do projeto é “Hall Of Fame”. A faixa tem como artista convidada a grandiosa Hurrance Evans, além de versos extras de Sarah Mai e Profound. A canção tem versos fortes e crus, mostrando a ambivalência de conquistar sucesso e fama. Aqui podemos ter a melhor lírica do álbum até aqui, todos os versos e a forma que as duas artistas expõem suas ideias é majestosa, nos fazendo contemplar uma grande canção com um significado importante. “Miss Tea\'s Appalled” é uma faixa que Teyana revisita toda sua trajetória e a reconta ao grande público. A lírica utilizada aqui é branda, por mais que no refrão a artista com metáforas interessantes cante sobre não se esquecer do quanto sangrou no passado para ser exaltada atualmente, a canção é poderosa e seria uma bela escolha para um futuro single. A oitava faixa traz uma nova ideia para o compilado, a colaboração entre Teyana, Igor e Penelope soa como um frescor no meio de tanta acidez, o momento aqui é de celebração. “Tea Party” tem uma estruturação sem refrão, onde os artistas festejam em um um tom leve e descontraído suas conquistas. “AMERICAN IDOLS” tem a participação de outra grande artista no cenário Hip-hop, Remy C. Aqui o clima de comemoração continua, seguindo a nova ambientação do disco, as duas grandes rappers cantam sobre seus legados de forma descontraída, sendo diferente de todas suas parcerias anteriores, as rimas utilizadas são interessantes nos fazendo mergulhar totalmente nessa grande faixa. “Nympho” traz uma lírica explícita e diferente do que vinha sendo apresentado até aqui. A faixa que exalta a sensualidade e libido da artista, demonstra o quanto Teyana se tornou forte e não tem mais medo de expressar qualquer ideia sua. Ela sabe que se tornou uma lenda, e no momento atual tem total direito de cantar sobre o que quer. É uma canção ousada, mas que mesmo assim, relembram a Teyana militante. Onde nesta faixa em tom explícito, ela enfrenta o conservadorismo se colocando como uma ninfomaníaca e expressando todo o seu desejo carnal. Continuando com essa vibe sexual, temos “RATCHET”. Teyana com a ajuda da Tina Snow entrega uma forte colaboração hip-hop, onde duas poderosas mulheres negras gritam para o mundo sobre seus desejos e vontades, onde se mostram totalmente empoderadas. “Pornstar Tessa” é uma canção bastante óbvia, onde Teyana fala sobre sua esposa de forma única, sabendo dosar entre o sexual e o sentimental, nos dando uma grande faixa com grandes nuances. Finalizando o disco temos “That\'s All, Folks!”. Voltando a uma lírica mais afiada e provocativa, a artista reflete qual o lugar da Teyana na indústria atual, se colocando como inabalável e afirmando que críticas não as fere mais. Teyana mostra que tem suas próprias regras, e que gosta quando elas são respeitadas. De fato, nos entregando versos inteligentes e cheio de sarcasmos, a faixa é uma ótima escolha para finalizar todo o trajeto construído até aqui. Visualmente, o álbum é belo ao mesmo tempo que beira o simples. Penelope que assina a produção foi totalmente cuidadosa em seu polimento, e sim, ela exprimiu a ideia do conceito lírico no trabalho visual, conseguimos entender a narrativa do projeto só pelo seu encarte. A única coisa que talvez possa destoar, é a agressividade dada pela Teyana em suas rimas com a calmaria e a simplicidade dada nos visuais pela Penelope, mas nada que interfira no quão lindo e polido ficou o trabalho visual até aqui. Enfim, “What\'s the Tea?” é uma álbum ambicioso a altura da perspicácia de uma das maiores rappers da história. O disco que talvez mesmo tendo uma lírica excepcional pareça soar repetitivo na sua primeira parte, em sua segunda parte nos deixa em êxtase, nos fazendo contemplar uma Teyana fora da curva e banhada por diversos nuances que se casaram e formaram grandes faixas. “What\'s the Tea?” funciona como um álbum Hip-Hop com rimas poderosas, auto exaltação, celebração e sem faltar as tão necessárias shades.

Rolling Stone

85

Teyana T retorna com seu terceiro álbum de estúdio, \"What\'s the Tea?\", e mais uma vez prova por que seu nome continua a ser uma força inabalável na indústria. Neste novo trabalho, Teyana oferece uma visão crítica e sarcástica sobre a fama, com letras afiadas que refletem tanto sua experiência pessoal quanto sua observação astuta das armadilhas do showbiz. Com uma narrativa que explora as consequências da notoriedade, ela revela mais uma camada de sua personalidade multifacetada. O álbum começa com \"Curriculum Vitae\", uma faixa que é tanto um reflexo quanto uma reafirmação do legado de Teyana. Não é sua composição mais marcante, mas serve como um prelúdio sólido para o que está por vir. A rapper se apresenta de forma confiante, como uma veterana que já viu e enfrentou tudo. No entanto, a música carece de um gancho mais memorável, algo que realmente crie impacto duradouro. Em seguida, \"T.E.A.\" se destaca como um manifesto pessoal, onde Teyana rejeita comparações fáceis e exige autenticidade no mundo da música. É uma faixa que encapsula perfeitamente o espírito do álbum, com rimas afiadas e uma mensagem clara: Teyana não está aqui para agradar, mas para falar verdades. A faixa-título, \"What\'s the Tea?\", aprofunda ainda mais essa crítica ao mundo do entretenimento, utilizando uma estrutura lírica menos convencional, o que acaba sendo um refresco em meio ao que poderia ser um discurso repetitivo. \"Headlines\", com a participação de Tessa Reimels, embora não seja tão profunda quanto as anteriores, mantém a coesão do álbum ao abordar o sensacionalismo da mídia. A colaboração traz uma leveza necessária, equilibrando o tom do disco sem perder o foco. Já \"Hot Topics\" é uma das faixas mais incendiárias, onde Teyana expõe os bastidores das polêmicas que marcaram sua carreira. Embora tenha sido lançada como single, a música realmente ganha força dentro do contexto do álbum, servindo como uma peça importante na narrativa. \"Hall of Fame\", com Hurrance Evans, é um dos pontos altos do álbum, trazendo uma reflexão sobre a fama e suas consequências de maneira introspectiva. A colaboração entre as artistas é harmoniosa, e a faixa possui uma profundidade emocional que ressoa com o público, tornando-se uma candidata natural a futuro single. \"Miss Tea\'s Appalled\" retorna ao tom desafiador, mas tenta mesclar esse espírito combativo com uma introspecção que, embora interessante, não se encaixa perfeitamente. Já em \"Tea Party\", com Penelope e IGOR, vemos uma mudança de tom. A faixa celebra a diversidade e a liberdade, deixando de lado as críticas ácidas em favor de uma celebração vibrante das conquistas pessoais e comunitárias. \"American Idols\", outra colaboração marcante, dessa vez com Remy C, traz uma irreverência inédita na parceria entre as duas. A faixa se destaca por sua mistura de referências culturais e pela forma como as rappers se colocam no centro da história, com uma assertividade que é ao mesmo tempo divertida e poderosa. \"Nympho\" é talvez a faixa mais controversa do álbum, explorando as fantasias sexuais de Teyana de maneira explícita. Embora a música não seja um fracasso, sua abordagem chocante parece forçada e compromete a autenticidade que é a marca registrada da artista. Em contraste, \"Ratchet\", com Tina Snow, mergulha ainda mais na sexualidade performática, mas com uma coesão que falta em \"Nympho\". A música é poderosa e se destaca pela química entre as artistas. \"Pornstar Tessa\" é uma ode à parceira romântica de Teyana, e embora seja uma das faixas mais óbvias do álbum, não deixa de impressionar pela honestidade e sensualidade com que descreve o objeto de seu desejo. O álbum se encerra com \"That\'s All Folks!\", uma tentativa de resumir tudo o que foi dito anteriormente. Contudo, a faixa final, embora pretenda ser uma declaração de respeito, acaba carecendo da força necessária para encerrar o disco de forma verdadeiramente impactante. Em termos visuais, \"What\'s the Tea?\" é um projeto bem concebido, com a produção visual de Penelope contribuindo para um encarte polido e elegante. No entanto, o visual, embora belo, não captura completamente a grandiosidade do conceito que Teyana tenta transmitir. A simplicidade, que pode ser eficaz em outros contextos, aqui parece subestimar a complexidade do álbum. No fim, \"What\'s the Tea?\" é um álbum que tem muito a oferecer, especialmente para aqueles que já são fãs de Teyana T. Ela demonstra mais uma vez por que é uma das vozes mais autênticas e poderosas do hip-hop atual. Apesar de alguns tropeços na repetição temática e na ordem das faixas, o álbum se mantém como um trabalho coeso e relevante, que merece ser ouvido e analisado com atenção. Teyana T pode não ter entregado seu melhor álbum até hoje, mas sem dúvida provou que ainda tem muito a dizer.

The Boston Globe

85

Um dos nomes vai venerados na cena do HIP-HOP é Teyana T. Em seu mais novo disco de estúdio, a rapper que possui um la discografia que passeia por diversos temas, pautas e narrativas, tem como princípio abordar as polêmicas nos diversos cenários da vida, sejam nos holofotes ou na vida quase anônima. Com essa breve introdução, temos uma certa curiosidade em nossa óptica e subconsciente alimentados por expectativas que artistas desse porte acabam atribuindo de forma significativa a todos que os acompanham. Separado por duas partes, o projeto conta como dito anteriormente, narram situações que podem ser abordadas desde fofocas, difamação, luxúria e sucesso até a reflexões mais profundas. O disco que é divido em duas partes faz isso muito bem, com articulações e uma tracklist que possibilita o entendimento e a compreensão rápida por parte de quem decide se aventurar no universo de Teyana T. Em um aspecto geral, o disco é competente e apresenta boas sacadas metafóricas para abordar tais temas, sem que aja uma repetição muito excessiva de conceitos e narrativas dentro do projeto. Elas existem mas de maneira pontual. Como destaques líricos, podemos citar \'What\'s the Tea?’ que é a faixa título do disco e que extremamente impactante e potente, dando uma nuance ainda mais concisa pro projeto, coisa que os singles já tinham desempenhado muito bem. Outros destaques ficam com ‘Curriculum Vitae’, \'Hall Of Fame\\’ que e uma parceria com Hurrance Evans e \'Nympho’, sendo essa última presente na segunda metade do álbum e que basicamente utiliza a mitologia para falar sobre um tema considerado tabu que é o prazer feminino. A faixa ‘American Idols’ por sua vez, traz consigo a presença e outra lenda do rap, nesse caso sendo a irreverente Remy C. As duas artistas discorrem sobre sua importância e magnitude no cenário da indústria, com versos que ampliam essa esfera de discussão a um outro patamar. Mais um destaque do disco. Ainda pode se citar novamente, a escolha muito bem feita de singles como ‘HOT TOPICS’ e ‘T•E•A’, que são grandes diamantes na tracklist do LP. Por outro lado, temos a parte visual que foi assinada por Penelope e, aqui talvez tenha o maior percalço do álbum. Embora seja bonito, ele é quase limitante no que se refere ao aspecto abordado nas letras, com muitas repetições gráficas, escolhas óbvias e sem muitas diferenças entre as páginas ou até mesmo a capa do disco. Se compararmos com as capas dos singles, o LP é muito inferior ao que foi apresentado anteriormente na era, deixando uma leve sensação agridoce a quem escolhe observá-lo. Numa ótica geral, o \'What\\\'s the Tea?’ é um grande acerto em uma discografia que já explorou muitas vertentes em diversas ocasiões e situações. O seu conceito consegue ser inovador dentro de uma indústria que espera a obviedade muitas das vezes, mas que parece não se aplicar a Teyana T que sem sombra de dúvidas, deixa mais um pouco seu nome cravado na história do cenário música em seu terceiro álbum de estúdio.

Variety

82

Em “What’s the Tea?”, o aguardado terceiro álbum de estúdio da rapper e empresária Teyana T, lançado após muita expectativa desde os preparativos de seu primeiro single, somos apresentados a uma proposta por parte da artista que promete uma incisão no mundo da fama e de supostas incongruências no comportamento de seus membros, além de reafirmar os posicionamentos da própria artista perante o que presencia. Em “Curriculum Vitae”, primeira faixa do disco, tem-se a noção não do que o disco inteiro irá discutir, mas de qual é o local de fala de Teyana sobre este: o local de uma artista que já venceu tudo o que outras pessoas trabalham mais duro para conseguir para si mesmas. Como uma faixa de abertura, funciona pela atitude imposta pela rapper, mas não soa como o tipo de composição que perdura pelo tempo posterior. Em “T.E.A.”, primeiro single da era representada pelo álbum, Teyana rejeita comparações (“Eu não sou a nova J.Olly / Eu sou a primeira Teyana”), adverte ouvintes que estejam iniciando na indústria musical (“É melhor falhar em originalidade do que suceder em imitação”) e conecta os dois temas ao grande motif do disco da forma mais pessoal possível. A faixa-título, por sua vez, se prova como um dos destaques mais positivos do álbum no modo como Teyana vai mais fundo em sua dissertação sobre a volatilidade das pessoas dentro do showbiz (“Quando o debate é perdido / a calúnia se torna a ferramenta do perdedor”), apresentando uma estrutura lírica diferente do usual, e portanto, uma mudança bem-vinda em seu estilo. “Headlines” possui a participação de Tessa Reimels e gira em torno do sensacionalismo das revistas sobre as vidas e carreiras das artistas envolvidos; não é uma faixa tão profunda quanto a anterior, mas mantém a linearidade desejada. “Hot Topics” é uma das composições mais ácidas de todo o CD; Teyana divulga bastidores de polêmicas antigas da indústria musical para reafirmar o caráter da faixa que a antecede na tracklist. Lançada como single, a canção não fez tanto sentido quanto o tanto que faz inserida dentro da narrativa maior, o que salva sua existência. “Hall of Fame”, com participação de Hurrance Evans, apresenta um desenvolvimento mais intimista no que concerne às consequências da fama para a saúde mental de suas compositoras, sendo uma faixa que poderia ser bem vista como futuro single da era pelo modo como se relaciona de forma humilde com o público. “Miss Tea’s Appalled” reconta a trajetória de carreira de Teyana no mesmo modo desafiador e autoconfiante de faixas como “T.E.A.”, mas tentando misturar elementos do intimismo vistos na faixa anterior em momentos como no seu refrão. Em “Tea Party”, com participações de Penelope e IGOR, é deixado para trás o teor ácido da primeira parte do álbum em favor de celebrações de uma nova fase, mais liberal, na vida dos três artistas, com suas conquistas e suas comunidades de afeto. “American Idols”, outra das colaborações do álbum, traz Teyana T e Remy C em uma faixa divertida que une referências da cultura pop estadunidense com a assertividade das rappers em se colocarem no meio de história sendo feita nos negócios. As artistas se portam de forma irreverente como nunca em outras colaborações entre elas, sendo esse o diferencial da faixa. “Nympho” descreve as fantasias sexuais mais obscuras de sua criadora e o modo como chocaria todos os públicos que descobrissem tais percepções; a canção não chega a ser um deslize dentro do álbum, mas é importante ressaltar a forma como sua construção é feita com base no propósito do choque de valores, o que acaba comprometendo a veracidade da artista em sua performance. “Ratchet”, premiada colaboração de Teyana e Tina Snow, possui estruturas que não se equivalem em seu conteúdo lírico, que se funde ainda mais na sexualidade performática de suas autoras. “Pornstar Tessa” é uma das faixas mais óbvias do disco, mas não menos impressionante; sendo uma ode de Teyana à sua parceira romântica, descreve de forma igualmente sensual e sexual tudo o que o eu lírico sente por seu objeto de desejo e admiração. “That’s All Folks!” oferece uma tentativa de encerramento de todos os posicionamentos e pensamentos da artista durante o disco inteiro que o precedeu; um ponto de análise sobre esta canção, no entanto, reside no fato de que ela apenas demanda respeito de seus colegas e ouvintes enquanto pouco faz para justificar a necessidade de tal demanda, o que diminui a força da faixa como entrada final na tracklist. Visualmente, “What’s the Tea?” é um dos projetos mais concisos do último ano; Penelope, que assina a produção visual, tece cada página do encarte sem grandes alardes, mas focada em deixar seu polimento cada vez mais notório em produções recentes e permitindo que Teyana se destaque contra o que cada página pede. A sensação deixada para o ouvinte após toda a experiência de conhecer o álbum é que, por trás dos erros de ortografia na versão em inglês do disco, por trás do ego de alcance limitado da artista em algumas das composições e por trás de toda a trajetória contada pelas faixas, há um projeto que revela a mentalidade mais estrategista de Teyana T como veterana em uma indústria que já a tratou mal e que hoje presencia sua volta por cima.

Los Angeles Times

84

Teyana T é uma artista conhecida já na indústria por ser um renomado nome do Hip-Hop, e após uma série de hits, a cantora lança o seu terceiro álbum de estúdio.Com um conceito trabalhado em torno de polêmicas, batalhas e triunfos da vida da rapper sob os holofotes, o álbum é dividido em duas partes com letras que trazem uma promessa de serem afiadas e cheias de sarcasmo, enquanto outras acrescentam camadas de profundidade e uma perspectiva coletiva às suas experiências. Iniciando pelo seu visual, com assinatura de Penelope, é um visual belo, com um encarte interessante, trabalhado com a temática de notícias e headlines que permeiam todo o disco. No entanto, o visual não acaba por representar a grandiosidade do conceito que Teyana nos apresenta devido ele ser um pouco simples demais , sendo somente um visual somente bonito. Simplicidade é muito bem vindo, ainda mais numa indústria que sempre pede por mais e mais, mas tem casos que o \"mais\" é necessário para representar determinado conceito, e um desses casos é o do disco de Teyana T. Adentrando o lírico de Teyana, encontramos faixas que destacam muito bem seu talento como rapper. enquanto algumas nos fazem pensar sobre a mensagem que a cantora quer passar. A primeira metade do álbum, composta por 7 canções, nos trazem as faixas que mais representam o conceito do álbum de fofocas, fama e holofote. Entretanto, é a metade inferior do disco comparada com a parte 2. A maioria das faixas trazem uma temática parecida e que acaba ficando um pouco maçante ao ouvinte depois de umas três faixas seguintes falando do mesmo assunto, isso acaba fazendo com que o ouvinte não fique muito interessado no mesmo nível que outras faixas e acaba prejudicando o andar do disco. O maior exemplo disso \'What\'s the Tea?\', a faixa que dá nome ao disco do álbum, e é uma faixa boa e poderosa com versos muito bons da cantora, mas que acaba sofrendo pelo seu posicionamento, parecendo somente uma continuação de \'Curriculum Vitae\' e \'T • E • A\' que são as faixas anteriores ao disco. O maior destaque aqui se dá para a faixa \'Hall Of Fame\' em colaboração com a cantora Hurrance Evans. As artistas aqui trazem uma reflexão muito bem realizada sobre a fama de uma forma diferenciada, o que acaba capturando novamente o interesse do ouvinte nessa temática, com a adição de Evans funcionando muito bem para faixa, sendo uma escolha certeira e muito bem pensada.. A segunda parte do álbum é aonde Teyana T mais brilha e cativa o ouvinte, nos trazendo uma confiança que não se desgasta conforme vamos ouvindo as faixas. Destaques dessa parte são \'Nympho\' e \'American Idols\'. A primeira sendo um atestado da liberdade sexual de Teyana, sem medo de dizer seus desejos e saber como satisfaze-los, uma confiança inspiradora, e a segunda sendo uma colaboração muito bem realizada com Remy C. As rappers se complementam bem, trazendo uma entrega de seus versos de forma sagaz, elevando muito bem a qualidade da canção, mesmo que talvez essa faixa pareça se encaixar de uma forma mais eficiente na primeira metade (ou talvez conseguiu se destacar justamente por isso). Teyana é uma ótima rapper, isso não tem como se questionar, e mesmo cometendo uns erros maiores em estratégia na organização do seu projeto do que liricamente, a rapper mostra porque é digna de seu legado. \'What\'s the Tea?\' cumpre seu papel, é um álbum interessante, com fofocas e posicionamentos que deixaria qualquer um muito satisfeito, mas como uma obra lírica completa acaba por pecar em seu excesso em repetição de pautas. É um terceiro álbum de uma rapper já consolidada graças ao seu talento, mas é notável um conforto da artista na posição que se encontra.

American Songwriter

91

Trazendo um álbum que fala bastante sobre a indústria e a forma como os artistas lidam com críticas e difamações, Teyana T lança ‘What’s The Tea’, seu terceiro álbum de estúdio. A faixa que abre o álbum é ‘Curriculum Vitae’, um rap poderoso com inúmeras referências a própria carreira de Teyana T, reafirmando o seu impacto na indústria. Mesmo não estando no hall das suas melhores composições, a música segue o alto padrão de escrita da rapper, com rimas bem colocadas, técnicas avançadas de encaixe dos versos e fluidez do início ao fim, sendo um bom início para o álbum. ‘T • E • A’ fala diretamente sobre o mundo do FAMOU$, comentando sobre tópicos que costumam gerar polêmicas: Reconhecimento, premiações, troféus etc. A artista constrói a música de forma extremamente áspera e sarcástica, sendo praticamente uma carta aberta à indústria, com versos impecavelmente estruturados, como o verso 2. ‘What’s The Tea’ segue tecendo críticas específicas, da qual horas soam como algo mais geral e outras como uma mensagem muito bem endereçada. Embora mantenha um bom padrão de lírico, com boas estruturas e desenvolvimento de seus raps, a canção não agrega novidades líricas quando comparada à faixa anterior. ‘Headlines’, em parceria com Tessa Reimels, traz novamente fatos para uma canção que responde diretamente à indústria e à mídia, dessa vez ao lado de sua esposa Tessa, que adiciona um toque mais pop à canção, que tem o seu ponto alto justamente em sua ponte, onde ambas mencionam que não precisam citar nomes, sendo as próprias pessoas que “mordem a isca”, amarrando essa e as músicas anteriores que trazem temáticas semelhantes sem citar diretamente os envolvidos. ‘Hall Of Fame’ entra para ser uma das melhores faixas da primeira parte do álbum. Ao lado de Hurrance Evans, as artistas conseguem abordar sobre uma ótica diferenciada sobre as armadilhas e dificuldades da indústria, quase como se estivessem dando conselhos aos ouvintes. A canção conta com muitos elementos ao mesmo tempo – Múltiplos artistas narrando, um artista convidado cantando, versos rápidos e que alternam entre o rap e o pop – mas tudo consegue ficar bastante equilibrado e fluído, sendo muito bem construída em todos os aspectos. ‘Miss Tea\'s Appalled’ é um desabafo do eu lírico e mostra uma nova faceta da artista após faixas mais ácidas, contando com ótimos e poderosos versos como: “Made history at the Grammy Awards / Always charting on Billboard / That\'s when they got really upset / Stopped bein\' the \'sweetheart\' and came a threat (Oh)”. ‘Tea Party’ inicia uma nova e, bastante diferente, parte do álbum. Em colaboração com Penelope e Igor, a canção se propõe a ser uma ode a diversidade e a cultura. Liricamente, está abaixo de suas antecessoras em estrutura, referências, encaixe e finalização dos versos, mas ganha alguns pontos por ser uma canção divertida e ter uma boa sincronia entre os artistas convidados e a artista principal. A próxima faixa é ‘AMERICAN IDOLS’, em colaboração com Remy C. As artistas já contam com várias bias colaborações e ‘AMERICAN IDOLS’ mantém o padrão de qualidade que ambas costumam apresentar, sendo o verso 1 o maior destaque que temos aqui. O único ponto é que a canção não agrega muito ao contexto geral do disco, entrando para ser mais uma que exalta o poder da rapper. ‘Nympho’ surge para sair totalmente da caixinha e surpreende como uma das melhores canções do álbum. Trazendo uma temática mais sexual, a artista explora uma zona onde suas habilidades de composição e capacidade de usar referências ficam ótimas, com ápices de criatividade e safadeza sem nenhum receio, à exemplo do verso 2. A mesma lógica se aplica para ‘Ratchet’, em colaboração com Tina Snow, embora não seja tão polida e fluída quanto sua antecessora, segue sendo uma canção com uma temática que seria ótima de vermos a artista explorando mais em trabalhos futuros. ‘Pornstar Tessa’ encerra a trilogia de letras eróticas com chave de ouro. Tendo um toque de romantismo, a composição de Teyana consegue nos trazer para dentro das intimidades e particularidades da relação, sendo o verso 3 o equilíbrio perfeito entre admiração, amor e safadeza. ‘That\'s All, Folks!’ retoma os tópicos observados no início do disco em um tom mais reflexivo e até bem-humorado em alguns momentos, mostrando como a artista conseguiu lidar com todas as situações que passou e como nunca perdeu a sua essência frente às adversidades. Em aspectos visuais, o disco vai bem por ter uma edição polida e um encarte bastante coeso, apresentando um conjunto agradável e em ressonância com o conceito principal da obra. Em geral, o álbum apresenta um conjunto bastante interessante, reafirmando a capacidade de Teyana em fazer bons raps com rimas afiadas e estruturas cada vez mais fluídas, além de mostrar a versatilidade da artista em escrever com excelência em diversos assuntos.

The Line Of Best Fit

85

Depois de muito tempo após seu último disco, a rapper Teyana T retorna oficialmente com seu mais novo álbum \"What\'s the Tea?\", inspirado em um backlash, a rapper está preparada pra analisar a indústria musical e sua forma de agir. Abrindo oficialmente o disco, a faixa \"Curriculum Vitae\", como estampa em seu título, traz consigo o histórico de conquistas da rapper de forma que afirma sua grandiosidade e impacto; Os versos podem soar rígidos demais, mas quem não soaria rígido após não ser levada a sério? Em \"T.E.A\", primeiro single do álbum e uma canção muito popular, Teyana começou a sua caminhada nesse ambiente diferente, com uma personalidade ácida e revoltante; Ela consegue expressar vários pontos interessantes que vão de uma análise de sabotagem à privilégios na indústria musical, como também sobre sua carreira e comparações com outros artistas, uma aposta desafiadora e corajosa como carro-chefe, sendo, possivelmente, a canção mais ácida já lançada. A canção que leva o título do disco, \"What\'s the Tea?\", é uma canção mediana em sua abordagem, onde a rapper tenta mirar na cultura do cancelamento de forma um pouco superficial, defensiva, melhor explicado; A canção acaba por se perder em rebates e também no engrandecimento de sí mesmo, como foi feito na faixa de abertura. \"Headlines\", com a talentosíssima Tessa Reimels, tem como objetivo fazer a crítica sobre a invasão de privacidade,, um tema que já foi muito abordado na música, aqui o diferencial é a grande conexão das artistas e seus versos contagiantes e bem escritos, mas ainda sim muito óbvia e com uma premissa confortável. \"HOT TOPICS\", uma grande sucesso da rapper, aqui se apaga um pouco na tracklist; Canção se destacaria muito abrindo o álbum, visto que aqui, seus versos diretos, ácidos, não são tão impactantes quando canções anteriores já trouxeram uma Teyana com a mesma atitude; Ainda sim, sendo, de fato, uma das melhores canções shade dos últimos tempos. No entanto, \"Hall Of Fame\" possui uma bagagem mais reflexiva sobre a indústria, aqui a rapper quer conversar com o ouvinte e convida outros artistas pra energizar sua própria pauta, e o resultado é uma grande trilha e o destaque lírico do disco até o momento. Seguindo também um teor menos ácido, semelhante a faixa anterior, Teyana brilha em \"Miss Tea\'s Appalled\" mostrando um lado detalhado ou focado que a canção \"What\'s the Tea?\" falhou, aqui a canção trilha também sobre cancelamento e soa como se você estivesse na cabeça da própria rapper enquanto rima seus versos. E nada melhor que trazer a cultura LGBTQIA+ após uma canção assim, afinal são alvos dia a dia do cancelamento, mas em \"Tea Party\", a rapper não quer estabelecer pontos, e sim celebrar; O que poderia se tornar uma bagunça, a junção dos artistas Penelope e Igor, transforma em um espaço confortável do disco pra esfriar a cabeça e se divertir. Em \"AMERICAN IDOLS\", com participação de outra grande rapper, Remy C, já não é tão contagiante assim; Ambas estabelecem rimas sobre o quanto são grandes, em trechos comparativos com estrelas, marcas, locais, eventos, entre outros, soando muito superficial, na zona de conforto principalmente pra grandes compositoras. Pode-se dizer que quanto a abordagem é sobre sexualidade da mulher, Teyana T nunca falha, visto seu álbum antecessor e sua colaboração intitulada \"BDSM\", onde seu verso foi um grande destaque, e em \"Nympho\" não é nada diferente; É contagiante, muito bem escrita, rimas explicitas e sem papas na língua. O tema ainda é mais explícito no single \"RATCHET\", com participação de Tina Snow, soando bem conectada com a faixa anterior que deixa um gosto de \"quero mais\", onde \"RATCHET\" preenche essa vontade de forma eficaz. \"Pornstar Tessa\" é uma faixa criativa, onde Teyana se põe num ambiente se romantismo sexual, acredita-se ser mais explicito que as faixas anteriores, no entanto, trazendo sua esposa como pauta principal; Ao mesmo tempo que alguns versos são interessantes, outros soam despretensiosos e por isto o romantismo é quebrado muitas vezes durante a canção. Encerrando com \"That\'s All, Folks!\", a rapper faz um resumo do que foi expresso na primeira parte do álbum, pouco do que foi explorado na segunda, porém a canção consegue trazer o tema central do disco de forma refletiva e conclusiva. Com o visual produzido por Penelope, o encarte traz como tema principal as páginas de fofocas e revistas com Teyana estampada como tópico principal; O visual se conecta com o tema do disco e das mensagens trazidas em suas composições, mesmo não sendo um visual que se destaque como um diferencial inovador, visto que é um zona muito explorada na indústria. Por fim, \"What\'s the Tea?\" é mais um grande álbum da rapper, longe de ser seu melhor projeto, mas se mantendo na medida de qualidade possível pra ser um destaque; O disco traz um conceito diferente e arriscado que, em sua primeira parte, acaba por se perder algumas vezes em muita acidez repetitiva, tendo suas duas ultimas faixas as mais centradas e focadas em explorar o cenário, enquanto a sua segunda parte se torna mais interessante e envolvente, todavia é como se estivesse ouvindo discos diferentes, não soando como uma segunda parte. Ainda sim, \"What\'s the Tea?\" brilha com suas composições e seu visual fiel a sua abordagem, Teyana T fiel em seu vício brilhante em se arriscar e enriquecer sua discografia com versatilidade temática.

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