SIN FRONTERAS - GABRIEL

American Songwriter
O álbum \"Sin Fronteras\" de Gabriel é mais do que apenas música; é como se ele estivesse compartilhando um pedaço de sua própria história. Cada canção parece trazer um pouco das pessoas que ele conheceu, dos lugares que o impressionaram e das emoções que ele viveu em suas viagens pelo mundo. As músicas fluem como um diário, onde Gabriel desabafa suas experiências e sentimentos, criando uma conexão que vai além das palavras. É um disco que mistura culturas e vivências, oferecendo ao ouvinte um passeio pelas paisagens e pelos momentos que marcaram sua trajetória. Com produção cuidadosa e colaborações de peso, o álbum tem como objetivo refletir a evolução pessoal e artística de Gabriel, mas em alguns momentos, tropeça em sua própria ambição. A primeira metade do álbum começa com \"Te Encontrare\", uma faixa otimista que introduz o ouvinte à busca incessante de Gabriel por um amor verdadeiro. A canção, com sua estrutura bem definida, consegue capturar a essência da esperança, mas o verso de rap, embora não prejudique a música, parece desnecessário e destoante do restante da composição. Em seguida, \"Hotel Ipanema\" mergulha o ouvinte em uma atmosfera de nostalgia e melancolia, abordando a dor de perder um grande amor. A faixa funciona bem em sua narrativa, mas falta-lhe algo que a eleve de verdade, uma profundidade maior nas letras que poderia ter tornado a canção ainda mais impactante. \"Monte Carlo\", a colaboração com Rubia, é um dos pontos altos do álbum, destacando a química perfeita entre os artistas. A sedução e o glamour permeiam cada verso, tornando a faixa irresistível. Já \"Náufrago\", com a participação de Aurora, traz uma carga emocional pesada, abordando o sentimento de abandono. No entanto, a música carece de um clímax, deixando-a um pouco aquém do esperado. \"Far Away from the Sky\" tenta explorar um território mais lúdico, mas acaba sendo a faixa mais fraca do álbum, sem uma evolução significativa que justifique sua presença. A canção parece deslocada, não acrescentando muito ao conceito geral de \"Sin Fronteras\". A segunda metade do álbum começa a mostrar uma evolução, com \"Volvería (Canción Nocturna)\" se destacando pela honestidade e vulnerabilidade. A faixa traz um Gabriel mais introspectivo, que sabe usar a simplicidade para tocar o ouvinte. \"Voo Longo\", um dos maiores hits de Gabriel, serve como um respiro entre as faixas mais emocionais. Com participações de Caio e Nick Diaz, a música tem uma energia descontraída, mas peca por seguir clichês que, embora funcionem para o grande público, não oferecem nada de novo. \"LLORANDO EN UN FERRARI\" traz uma composição mais emotiva, onde Gabriel exorciza suas dores em versos ácidos. A faixa tinha potencial para ser o ápice do álbum, mas em alguns momentos, parece que o artista não conseguiu explorar todo o seu potencial lírico. \"Sin Conexión\" é uma faixa que flui bem, com um tom sarcástico que diverte e se destaca pela simplicidade inteligente de suas rimas. A parceria com Ashley G em \"Ley Seca\" acrescenta uma energia poderosa, e a química entre os artistas é palpável. Embora a faixa não traga muitas novidades, sua execução é impecável. \"Tonight\", por outro lado, é a faixa mais controversa do álbum, explorando o lado mais sombrio e explícito de Gabriel. Embora possa chocar alguns ouvintes, a canção cumpre seu papel de provocar e desafiar expectativas. Finalmente, o álbum encerra com \"We’ll Be Coming Back (I Promise)\", uma faixa nostálgica que amarra todas as pontas soltas. Com uma composição leve e reflexiva, Gabriel se despede deixando uma promessa de retorno, encerrando o álbum de forma satisfatória. \"Sin Fronteras\" é um álbum ambicioso que demonstra a evolução de Gabriel como artista. No entanto, oscila entre momentos de brilho e trechos onde o potencial não é totalmente explorado. As colaborações são, sem dúvida, um dos pontos fortes, mas em alguns momentos, as escolhas líricas e a execução poderiam ter sido mais refinadas. Ainda assim, Gabriel entrega um trabalho sólido que certamente agradará seus fãs e deixará espaço para ainda mais crescimento em seus futuros projetos.

The Boston Globe
aguardado segundo álbum de estúdio, intitulado \"SIN FRONTERAS\". O disco busca contar as diversas experiências e vivências de GABRIEL pelo globo em suas doze faixas, apostando no conceito de cada faixa se passar em um local diferente. O álbum é dividido em dois segmentos: o lado A e o lado B. A primeira faixa, \"TE ENCONTRARÉ\", mostra um eu lírico viajante que busca seu amor em cada lugar por onde passa. A canção é bem construída, com foco no refrão, que é o ponto alto da faixa. A única ressalva é o rap, que acaba destoando e perdendo o caráter melancólico do restante da canção. Em seguida, temos \"HOTEL IPANEMA\", uma faixa romântica sobre um amor forte, mas que ficou perdido em um lugar sombrio. O eu lírico desta canção cria futuros utópicos em sua cabeça, tentando entender em que momento aquele romance desandou. A canção é bem escrita e possui um romantismo que brilha em sua letra. Já \"MONTE CARLO\", uma colaboração com a cantora Rubia, não possui brilho em sua composição. A faixa retrata um amor à primeira vista, onde GABRIEL narra sua súbita paixão por uma mulher descrita como angelical. A canção é monótona e linear, com destaque apenas para os versos de Rubia, que aqui mostram a visão da mulher por quem o eu lírico está apaixonado. Rubia domina a narrativa com um verso divertido e sem clichês comuns do gênero. \"NÁUFRAGO\", em parceria com a cantora AURORA, continua na melancolia romântica, desta vez retratando um coração partido. Diferente de \"HOTEL IPANEMA\", o eu lírico se vê perdido após ter seu coração destruído por uma pessoa que não o amava corretamente. A letra é bonita e bem construída; além disso, os versos da cantora AURORA acrescentam bastante à narrativa, gerando uma profundidade para a canção. Em \"FAR AWAY FROM THE SKY\", GABRIEL se refugia em um romance puro e eterno. O eu lírico da canção sente-se constantemente obrigado a entregar tudo de precioso para a sua amada. A faixa não possui o mesmo brilho lírico da anterior, ao escorregar em alguns clichês que a tornam previsível. \"VOLVERÍA (Canción Nocturna)\" é uma faixa sobre deixar um amor único, mas estar sempre disponível para aquela pessoa. O eu lírico parece guardar esse amor em suas lembranças e espera o momento certo para ter sua amada em seus braços. \"VOO LONGO\", uma parceria com Nick Diaz e CAIO, é um rap que aborda a luxúria da vida nos holofotes. Os três artistas discorrem sobre a fama e como ela acarretou mudanças em suas vidas. A canção é longa, mas, por conter diferentes artistas em cada verso, ela não cai na mesmice. O destaque vai para o verso de Nick Diaz, que retrata de forma crua sua vida antes e após o estrelato. \"LLORANDO EN UN FERRARI\" é mais uma faixa que aborda a tristeza por um romance. GABRIEL mostra sua sensibilidade ao falar de uma pessoa que o deixou no momento em que ele mais precisava. A faixa é tocante, porém o cantor utiliza metáforas e alusões já muito usadas em outras canções. Já a nona faixa, \"SIN CONEXIÓN\", mostra um GABRIEL intocável que se diz \"um ótimo partido\" e afirma ter sido o melhor homem na vida de sua amada. O eu lírico não parece nada satisfeito por ter seu ego pisado e por continuar sendo ignorado por uma garota após ela ouvir de suas amigas um boato desagradável. A faixa é bem linear e nada poética, sendo até bastante caótica, além de estar cheia de clichês de canções egocêntricas, inclusive de outras faixas presentes nesse disco. Em \"LEY SECA\", GABRIEL se junta à Ashley G e juntos entregam uma faixa rasa e sem nenhuma qualidade lírica sobre uma mulher que sai para se divertir com as amigas após um término. GABRIEL apresenta a visão do parceiro que, por mais que tenha posto um fim no relacionamento, ainda defende uma amizade entre ambos. Já Ashley mostra o lado da mulher que afirma não sofrer e se diverte à noite, bebendo em bares com as amigas. A canção é repleta de citações a lugares e artigos de luxo, o que não teria problema se não fosse algo tão forçado como aqui. Sem dúvida, uma péssima escolha para compor a tracklist do disco. \"TONIGHT\" é uma faixa hiper-sexual, na qual o eu lírico descreve os inúmeros locais e formas de se satisfazer com sua garota. GABRIEL deixa sua vergonha de lado nessa faixa, abordando o sexo de forma despretensiosa e totalmente literal. Em termos de lírica, a faixa não possui brilho ou refinamento, o que a torna opaca. A última faixa, \"WE\'LL BE COMING BACK (I Promise)\", é uma saudosista faixa de despedida. O eu lírico remonta memórias que o aquecem e, por mais que esse passado tenha sido majestoso, a importância do que foi vivido é maior do que o simples fato de lembrar. A letra é bonita e parece um suspiro após uma leva de faixas rasas. Visualmente, o disco é bonito e polido, com um encarte que mostra as diferentes localidades que as faixas representam. Por fim, GABRIEL concebe um álbum que mostra sua evolução em termos líricos e conceituais, embora ainda existam alguns deslizes em algumas faixas. Seu material é sólido, e os erros cometidos em algumas canções não o tornam ruim, embora não seja extraordinário. GABRIEL prova que ainda tem um talento a ser lapidado e pode surpreender no futuro.

Rolling Stone
Depois de singles bem sucedidos e um intervalo de anos entre seu primeiro álbum e um novo projeto inédito, GABRIEL lança o seu tão aguardado segundo álbum intitulado de ‘Sin Fronteras’, com propósito principal de ser uma coleção de canções que abordam sua trajetória pessoal nos últimos anos nas mais variadas esferas. Com o início sendo dado por ‘Te Encontrare’, temos um GABRIEL com a chama da paixão acesa e pronto para encontrar alguém para dividir seus medos, aflições, paixões e sonhos. É uma canção que já é bastante conhecida pelo público, mas que soa ainda relevante como abertura do projeto. Em seguida temos ‘Hotel Ipanema’ que diferentemente da anterior, tem uma áurea mais triste e sem esperança, com um tom ainda mais pessoal por retratar uma situação nesse local quase folclórico descrito pelo cantor. Se até aqui tínhamos um cantor mais introspectivo e apaixonado e até mesmo melancólico, encontramos em ‘Monte Carlo’ uma fusão entre o latino e Rubia que mesmo que seja pautada num tom de vulnerabilidade e falta de esperança, possui uma combinação ousada e inédita para os dois que mesmo com parceiras já existentes em seus respectivos catálogos, conseguem entregar uma canção que pareça uma colaboração entre artistas que colaboraram pela primeira vez. ‘Naufrago’ é outra parceria, mas dessa vez com AURORA, e, tem seu tema principal também um relacionamento sem vida ou perdido dentro de seus parceiros. A premissa é interessante e alguns pontos como o refrão tem seu brilho, mas no geral, é uma faixa sem grandes ápices ou destaques muito positivos. ‘Far Away from the Sky’ embora tenha um título que seja interessante, o interesse infelizmente se limita a isso. O conceito da música não é tão bem desenvolvido e, o desenvolvimento lítico da canção é fraco e sem muito sentido num geral. Até aqui e a faixa com menor apelo do disco, sendo ofuscadas pelas anteriores. Já em ‘Volvería’ que tem o cargo de encerrar o “lado a” do disco, consegue um desempenho um pouco mais conciso e maduro liricamente, abraçando ainda mais o tom sentimental que o disco se propõe a ter. ‘VOL LONGO’ e ‘LLORANDO EN UN FERRARI’ também são singles do disco e, por mais que soem coerentes com o conceito proposto, também são as escolhas mais fracas para singles. Em especial ‘VOO LONGO’ que por muitas vezes soa um pouco “vazia” e sem muitas amarras ou uma certa profundidade no que se diz respeito ao panorama lírico geral apresentado até agora. ‘Ley Seca’ é mais uma parceria, mas dessa vez com Ashley G. Novamente temos uma faixa que poderia ter sido mais bem executada, principalmente se um refinamento maior nos versos fosse realizado. A utilização de metáforas óbvias demais faz com que a faixa não tenha um destaque muito especial, fazendo com que a impressão deixada seja de “não é ruim, mas não é surpreendente”. ‘Tonight’ é a penúltima faixa do disco e fala basicamente sobre os eventos que o latino irá viver naquela noite prevista pelo eu-lírico. Novamente como na anterior, é um pouco previsível, mas até que se encaixa um pouco melhor do que ‘Ley Seca’. Encerrando a narrativa do ‘Sin Fronteras’, temos ‘WE\'LL BE COMING BACK’ onde como o título adianta, traz uma sensação de nostalgia ao mesmo tempo que amplia o desejo por um “quero mais” por parte do leitor diante de tudo que foi apresentado nessa jornada. É uma faixa competente para o encerramento. Na parte visual, temos TAMMY como responsável pela produção e, aqui temos um misto de grandes acertos com coisas que poderiam ter sido melhor executadas. A parte fotográfica do disco é em partes coesa com o conteúdo lírico, ao mesmo tempo que se perde um pouco no espectro da narrativa. O emprego do maximalismo na capa do álbum traz um pouco do ar de muitas informações ao mesmo tempo, por mais que consiga ser um pouco agradável em alguns momentos. A separação de lados e disco também não ocorre aqui. Desde modo, o segundo álbum de estúdio de GABRIEL serve como um belo presente para os amantes da música latina que ansiavam pela chegada de um projeto inédito e completo do cantor. Mesmo com seus deslizes, o latino consegue superar alguns desafios e demonstrar sua evolução em relação ao seu primeiro disco. Destaques líricos desse projeto podem ser atribuídos a ‘MONTE CARLO’ e ‘TE ENCONTRARE’ por exemplo, que deixam clara essa evolução por parte do artista.

The Boston Globe
GABRIEL lança seu segundo álbum de estúdio, intitulado como \'SIN FRONTERAS\'. O disco tem um conceito abrangente, relatando várias experiências vividas pelo artista, com todos os seus altos e baixos. O projeto abre com \'TE ENCONTRARE\', uma canção apaixonada, esperançosa e cheia de personalidade, mostrando várias nuances do eu lírico. A canção é bastante coesa e fluida, tendo seu ponto mais alto no pré-refrão e o mais baixo em seu rap, que soa desconexo com o restante da música. \'HOTEL IPANEMA\' segue o nível da faixa anterior em transmitir sentimentos, sendo o verso 1 e o pré-refrão impecáveis liricamente. A ponte da canção poderia ser mais bem trabalhada e continuar evocando os sentimentos fortes das outras partes, mas isso não estraga a experiência do ouvinte escutando. \'MONTE CARLO\', em parceria com Rubia, brilha como a melhor canção desse início, com boas referências como: \"Com o Ayrton Senna pilotando uma Ferrari no Circuito de Mônaco // Ele subiu ao pódio 6 vezes mas eu só queria ser notado pelo seu coração uma única vez\". Além disso, o verso de Rúbia está excelente, com lírica fluída e bem desenvolvida, encaixando perfeitamente em todo o contexto da canção. NÁUFRAGO, em colaboração com AURORA, fala de um amor arruinado e o compara com a sensação se afogar. A canção não tem grandes picos, mas também não está abaixo da média, apenas não há um grande clímax, mantendo uma estrutura linear para toda a composição. \'FAR AWAY FROM THE SKY\' e \'VOLVERÍA (Canción Nocturna)\' encerram a primeira parte do álbum sem grandes novidades em relação as temáticas e técnicas de composição empregadas, mas mantém a atmosfera do álbum e o carisma presente em todas essas primeiras músicas, fazendo com que o ouvinte se conecte verdadeiramente com o eu lírico. A segunda parte do disco de inicia com o hit \'VOO LONGO\', em parceria com Caio, Nick Diaz e Donatello, abordando uma perspectiva da fama e suas consequências, as colaborações estão em sincronia com a proposta da canção e o destaque vai para o verso de Caio, especialmente a conexão em: \"Lembrando do tempo em que eu almejava sucesso // e agora estou aqui, contando os dias para um recesso\". \'LLORANDO EN UN FERRARI\' utiliza metáforas de trânsito para contar sobre um amor difícil, do qual o eu lírico discorre sobre ultrapassar o seu orgulho pela pessoa amada. Liricamente, é um dos maiores destaques do álbum, GABRIEL utiliza técnicas poderosas de composição, com referências bem colocadas e as próprias metáforas sobre \"acelerar mais rápido que o seu orgulho\" encaixam muito bem em um contexto geral. Dentre os últimos destaques do álbum, temos \'TONIGHT\', música divertida, descontraída e sexy ao mesmo tempo, com uma linguagem sobre sexo bem direta e que funciona dentro do contexto e da persona criada para o álbum. Por fim, o projeto encerra com \'We\'ll Be Coming Back (I Promise)\', uma canção apaixonante e delicada, que, embora não seja uma das melhores, encerra o álbum da maneira certa: Como se o verão estivesse terminando e todas as histórias vividas aqui também. Visualmente, o álbum é bem trabalhada, com boas escolhas de fotografia e um bom acabamento, polido e que se conecta com a maioria das temáticas presentes no álbum, trazendo variedade para o encarte. Em conclusão, GABRIEL entrega um bom trabalho em \'SIN FRONTERAS\'. Mesmo com alguns aspectos de suas composições para serem aperfeiçoados, o artista consegue construir uma persona carismática, através de músicas com temas variados, entretendo o ouvinte do início ao fim.

Spin
Depois de expandir sua coletânea de hits, Gabriel dá um passo adiante ao lançar “SIN FRONTERAS”, um compilado completo, que contempla desde seu smash “VOO LONGO” até a introdução de faixas totalmente novas. Visualmente, Tammy fez um excelente trabalho na parte estética, mesmo que previsível por conta da proposta do álbum, ainda assim consegue trazer um sentido totalmente único e novo, que dialoga com a narrativa empregada por Gabriel. O álbum começa formalmente com “TE ENCONTRARE” uma faixa que possui uma bela mensagem, sobre esperança acima de tudo, e consegue transmitir muito bem os sentimentos traduzidos em poema pelo eu lírico. Sendo o único ponto negativo a ausência de musicalidade no verso de rap, onde as rimas, se melhores trabalhadas, poderiam ser a grande cereja do bolo, mas acabou por ser um detalhe que não passa despercebido. Em “Hotel Ipanema” encontramos ideias mais sólidas e uma narrativa bem construída. Os traumas de relacionamentos frustrados, parecem ser barulhos externos que não podemos simplesmente ignorar. A faixa dois, descreve o gosto agridoce de um dia ter tido um amor incrível e tê-lo perdido por algo intrínseco. A primeira colaboração do álbum é introduzida com os vocais doces da também Latina, Rubia. “Monte Carlo” possui a melhor letra entre as primeiras canções do disco. A narrativa rica em detalhes é sempre um grande acerto, além de ter uma estrutura super bem organizada e uma musicalidade gostosa de se consumir. Dando sequência, encontramos outra colaboração, dessa vez com a grande musa da vida de Gabriel. Aurora acrescenta a “Náufrago” a melancolia de um romance falido. A narrativa também é bem desempenhada, o que nos faz começar a pensar que nesse exato momento do disco que existe uma certa evolução perceptível no decorrer das faixas. “Far Away From The Sky” é uma canção bastante lúdica, onde o eu lírico descreve cenários que instigam e beiram ao curioso. A canção não é uma das mais fortes presentes no álbum, mas se encaixa perfeitamente na proposta do disco. “VOLVERÍA (Canción Nocturna)” é uma canção muito bem escrita, o eu lírico parece controlar exatamente o que precisa dizer e consegue transpassar o sentimento necessário para que a canção seja relacionável com a realidade de muitas pessoas que passaram por situações parecidas. “VOO LONGO”, um dos maiores hits da carreira de Gabriel, entra no álbum como um respiro em meio a uma sequência de canções que abordam o romance de forma melancólica A canção descontraída faz jus ao seu sucesso, não somente pelos números que alcançou mas também pelo time interessante de artistas, até então novatos, que Gabriel conseguiu reunir em um única faixa. “LLORANDO EN UN FERRARI” é uma canção que começa muito bem, mas no decorrer parece que algumas frases presentes nela não fazem sentido, acaba se tornando meio confuso, talvez o excesso de referências, que vai desde o clássico casal de criminosos Bonnie & Clyde até a citação de Becky G, tenham impedido o êxito em uma mensagem mais assertiva. “Sin Conexión” já traz uma composição super descontraída e que beira ao sarcasmo, tudo aqui funciona muito bem, e a simplicidade nos versos e nas rimas estrategicamente empregadas tornam tudo melhor. Em “Ley Seca”, Ashley G rouba totalmente a cena, seus versos são impecáveis e a musicalidade desempenhada pela artista é de se admirar. Todo domínio sobre a narrativa faz jus ao empoderamento trazido na faixa. A décima primeira faixa, intitulada “Tonight” é a canção mais explícita do álbum. Nela vemos o lado mais perverso de Gabriel, que se sente confortável em falar abertamente sobre suas fantasias da forma mais direta possível. O álbum enfim encerra, chegando na décima segunda faixa encontramos “We’ll Be Coming Back (I Promise)”, uma faixa nostálgica e reflexiva. Podemos dizer que o grande ponto alto é encontrado na Ponte da canção, onde a poesia e o domínio sobre a escrita são mais notáveis. Com “SIN FRONTERAS” aprendemos que desistir do amor nunca é uma opção, por mais dor que ele possa trazer. Gabriel apresenta uma evolução notável em comparação com seus compilados anteriores, mas ainda existem pequenos aspectos que podem evoluir e sem dúvidas estaremos todos prontos para acompanhar. Fica claro em diversos momentos que o artista demonstra dominar sua narrativa, sabendo definir a forma que deseja que elas sejam absorvidas. Mas também há momentos onde as referências parecem confusas e/ou a escolha de certas palavras não parecem ser as melhores. O projeto como um todo é uma grande celebração da trajetória do artista ao redor do mundo em um formato de diário que prende bastante a atenção de quem for consumir o trabalho.
AllMusic
Após anos de expectativa, vários singles e EPs lançados entre pequenos pedaços de uma das eras mais estendidas do cenário musical já vistas na história, GABRIEL, enfim, disponibiliza “SIN FRONTERAS”, seu segundo álbum de estúdio, apresentado como um reflexo de suas viagens pelo mundo após o sucesso e suas experiências emocionais em tais momentos. “Te Encontrare” abre os trabalhos de apresentar a tracklist e reflete bem essa perspectiva de não se manter em uma zona conhecida, seja ela geográfica ou emocional, quando tudo o que o compositor quer é encontrar um relacionamento que seja merecedor de todos os esforços de busca; tendo sido lançada como single antes do álbum, tornou-se uma grata adição à discografia pelo modo como GABRIEL optou por compor em estruturas diferentes do que vinha apresentando. “Hotel Ipanema” segue essa história e pinta detalhes de um relacionamento fadado ao fim em um cenário que o eu lírico não pretende mais visitar; a evolução narrativa é louvável, ainda que o desenvolvimento desta empaque um pouco na limitada variedade de informações que pesam no consciente do protagonista. “Monte Carlo” é uma colaboração com a sensação do reggaeton Rubia, e juntos, ela e GABRIEL desenvolvem uma faixa que evoca a sedução e o desejo por mais dessa luxúria, sendo um dos pontos mais altos do CD. “Náufrago” traz o artista em colaboração agora com Aurora, um dos nomes em ascensão do cenário latino; a composição destaca os questionamentos internos após ambos se sentirem abandonados por pessoas amadas. “Far Away from the Sky” se utiliza de referências a entorpecentes com uma pessoa querida para representar uma sensação de leveza que o eu lírico busca; o teor quase que pueril de sua composição contrasta negativamente com o universo em que se imerge, fazendo desta uma faixa de tom duplo que não deveria estar ali. “Volvería (Canción Noturna)” usa e abusa da vulnerabilidade de GABRIEL quanto a uma amada que ele sente que precisa deixar partir de sua vida porque o tempo de permanência dela já se extinguiu. “Voo Longo”, um dos sucessos latin mais inegáveis da música e o maior da carreira de GABRIEL, convoca CAIO e Nick Diaz para uma viagem entre amigos a fim de deixar para trás os anseios da fama; aqui, há a sensação de que os artistas convidados possuem um destaque mais óbvio do que o do artista principal, que corre atrás de seu holofote enquanto deseja se afastar do mesmo em uma dicotomia pouco coerente. “Llorando en un Ferrari”, lançada como single promocional junto com o álbum, é uma das faixas mais interessantes do mesmo, na forma como GABRIEL exorciza um escárnio em cima de uma pessoa que ele jura não amar mais e que promete que não será mais o motivo de suas lágrimas, em cima de uma produção mais leve e versos um tanto quanto autoconfiantes e até ácidos. “Sin Conexión”, também sendo uma faixa de estrutura cheia de novidades dentro do repertório de seu autor, emprega mais elementos do hip-hop para que haja o espaço ideal de GABRIEL em continuar a apontar os defeitos de uma pessoa já não mais amada por uma quebra de confiança. “Ley Seca”, em parceria com Ashley G, porta detalhes mais explícitos para continuar a essência do que já vinha sendo explorado nas duas faixas anteriores, perdendo um pouco do fator novidade no processo, mas encantando pela química entre os dois artistas, que nunca se esvai. “Tonight” mergulha de vez no explícito, com GABRIEL entregando versos que demonstram que nem ele e nem sua interlocutora são o tipo de pessoas tímidas que aparentam ser no começo de cada conversa. “We’ll Be Coming Back (I Promise)”, além de ter um título apropriado para ser a faixa final do CD, também amarra as pontas e as aventuras da narrativa enquanto permite que o artista deseje por mais das sensações vividas para além das fronteiras, sendo um dos momentos-chave emocionantes do projeto. Visualmente, Tammy, que assina como produtora do álbum, atende aos requisitos de uma proposta de disco que explora as vertentes latinas de GABRIEL e opta por caminhos quase estereotípicos do gênero, mas sem deixar de lado a busca por uma coesão e direção claras no que se deseja exibir pela fotografia bem polida e pelos letreiros típicos de muros pichados artisticamente. “SIN FRONTERAS” se embala e se entrega ao público com uma proposta maior do que outros projetos de GABRIEL, o que demonstra sua vontade de evoluir como artista aos olhos da indústria, mas enquanto sua personalidade pouco avança liricamente em relação a outras canções lançadas pelo compositor em sua carreira, há uma compensação no modo como o cantor, de fato, quebra suas próprias fronteiras.

Billboard
Após uma série de grandes hits e Extended Plays que provocam os seus fãs com um novo álbum de estúdio, GABRIEL lança o seu tão aguardado segundo álbum \'Sin Fronteras\', um disco de Reggaeton com elementos do Pop e Alternativo em algumas de suas faixas. O disco é dividido em dois lados abrindo com a já conhecida \'TE ENCONTRARE\', uma escolha esperta permitindo o ouvinte já se familiarizar com o álbum com um elemento conhecido. a letra é um dos grandes destaques entre o catalogo de GABRIEL, representando bem a sensação de contemplação e desejo que o cantor busca transmitir. Em seguida, “Hotel Ipanema” oferece uma narrativa mais concreta, centrada em uma experiência de amor efêmero no Rio de Janeiro. Aqui, GABRIEL explora a beleza e a dor das relações que estão destinadas a falhar desde o início, se tornando um dos destaques do álbum. Ainda na vibe romântica, \'Monte Carlo\' mantém o padrão de qualidade do disco lá em cima, com a adição de versos da cantora Rubia fechando muito bem o conceito da canção de ser uma delicada serenata. No entanto, a intensidade emocional do álbum atinge um novo pico em \'Náufrago\', onde GABRIEL, ao lado de AURORA, mergulha nas águas turvas de um amor condenado. A faixa é densa e melancólica ao extremo, e acaba talvez ultrapassando a linha e ficando em determinados momentos melosa até demais. “Far Away From The Sky” oferece uma mudança de tom, explorando o conceito de liberdade dentro de uma relação amorosa. Tal mudança no ritmo do assunto, mas ainda se mantendo no mesmo, é muito bem vinda aqui, ainda mais pós a faixa anterior, foi um posicionamento muito bem feito e consciente. O Lado A fecha com “Volvería (Canción Nocturna),” uma balada que encapsula o desespero e a resignação de amar alguém que não compartilha o mesmo sentimento. É uma letra poderosa que encerra bem o arco do Lado A, mas que funcionaria muito bem também como a primeira do Lado B. O Lado B abre com, talvez o maior hit de GABRIEL, \'Voo Longo\', colaboração com Caio e Nick Diaz.pós a intensidade emocional do Lado A, essa faixa oferece um respiro, mas ainda carrega o peso do emocional de GABRIEL. Em “Llorando En Un Ferrari,” o cantor volta a explorar a dor pessoal, desta vez em um contexto de perda e culpa. É uma faixa que, apesar de seu tom mais descontraído, ressoa profundamente devido à honestidade crua de GABRIEL ao lidar com suas falhas e arrependimentos, é a faixa que as habilidades de escritor do artista mais se destacam. Em contraponto, \'Sin Conexión\' acaba fazendo jus ao seu nome e deixa o ouvinte sem conseguir se conectar com a canção. GABRIEL aparenta ter um pequeno defeito de não conseguir \"frear\" por assim dizer em como expressa suas emoções e acaba indo além do necessário, assustando o ouvinte. A colaboração com Ashley G em “Ley Seca” é um ponto alto do álbum, chegando até ser irônico pós a faixa anterior. A faixa aqui explora a ideia de terminar uma relação em termos amigáveis, mas com um toque de ego e superioridade, com Ashley funcionando muito bem na sua presença na canção. O álbum se encerra com “We’ll Be Coming Back (I Promise),” uma reflexão nostálgica sobre despedidas e o desejo de reviver bons momentos. Com uma letra melancólica, mas com uma ponta de esperança, consegue capturar a ambiguidade dos sentimentos que acompanham o fim de algo significativo. É um final adequado para um álbum que, em sua essência, é sobre as complexidades e contradições da vida. O seu visual foi assinado pela produtora Tammy e pode ser considerado um dos grandes pontos altos do disco. O encarte é altamente detalhado, ficando muito notório um capricho não só pelas escolhas da fotografia, mas também de elementos como a fonte, cor e até a forma da apresentação dos itens físicos do disco. Você consegue entender tudo o que vai encontrar no álbum simplesmente por olhar para o seu encarte simples e extremamente bonito, e isso é um feito e tanto. Em suma, \"Sin Fronteras\" entrega um GABRIEL que mostra sede em mostrar que evoluiu sua lírica e esse disco se torna seu grande atestado disso. Apesar de ainda ter pontos a melhorar, o cantor nos entrega um disco que vale a pena cada segundo de sua ouvida.

Pitchfork
Depois de muita espera, grandes lançamentos, EP\'s, projetos não oficiais, finalmente o cantor e rapper GABRIEL faz o seu grande retorno com o seu segundo álbum intitulado \"SIN FRONTERAS\". Com o conceito já bem subliminar em sua capa, o álbum tem como premissa abordar os momentos de altos e baixos no amor durante a sua carreira, sentimentos em torno dessas experiências. \"TE ENCONTRARE\", um grande hit nos charts, é a grande abertura do disco; Traz um pouco do antigo GABRIEL, mas com um grande amadurecimento em sua lírica, ainda que tendo seu teor dramático respingando em sua inspiração, uma abertura bem condizente com o conceito do álbum. Fazendo um grande conectivo, \"HOTEL IPANEMA\" soa como um plot twist pra faixa interior, onde o cantor encontra uma pessoa, porém não como esperava, há muitas divergências; O que torna a canção grande é a consequência gerada desse conceito, onde GABRIEL não leva a experiência pra algo negativo, mas sim positivo, uma aprendizagem. \"MONTE CARLO\", em parceria com a talentosa Rubia, é uma grande novela, um grande romance exagerado, no bom sentido; Uma mulher que mexeu tanto com o cantor em torno de uma semana, que em seus versos ele soa como se não vivesse mais sem ela; É um chiclê exagerado, mas muito divertido e chamativo, os artistas fazem uma boa combinação. \"NÁUFRAGO\", que também é uma colaboração, agora com a encantadora AURORA, é aquele gostinho do antigo GABRIEL, pra quem quer sentir um pouco do gosto do seu primeiro álbum e do EP \"Cartas\", o cantor tem esse ambiente confortável ao tratar relacionamentos que não dão certo e como isso impacta na sua vida de forma significante. Dito isto, \"FAR AWAY FROM THE SKY\" transparece esta busca em tentar corrigir o incorrigível, a busca do cantor em não dar errado no amor como se ele fosse a única pessoa que pudesse gerar consequências, é inocente, puro e o resultado é uma canção linda. \"VOLVERÍA (Canción Nocturna)\" quebra esse sentimento de conquista, aqui o contexto é mais de amor próprio e reconhecimento sobre essas consequências. O que faz sentido, quando \"VOO LONGO\" vem em seguida, essa virada de chave, essa afirmação de se conhecer, se pôr em primeiro, GABRIEL precisou de um voo longo, de paz, pra finalmente ter esta consciência. Outrora, há uma quebra muito rápida na canção \"LLORANDO EN UN FERRARI\", que surge do nada como um sentimento do passado; Aqui também pode-se enxergar o antigo GABRIEL e traços que ele não conseguiu se desprender. \"SIN CONEXIÓN\" possui uma premissa estranha que se comprova em seus versos, onde o eu-lírico fala sobre não ser um homem de insistir, mas ao mesmo tempo discorre frases que soam como se ele fosse um stalker obcecado, uma pessoa problemática; Uma faixa que quebra muita o clima do disco. Essa teor continua em \"LEY SECA\", com participação de Ashley G, todavia, aqui, GABRIEL não soa exageradamente estranho como a faixa anterior, supondo que a participação de Ashley foi um grande equilíbrio, trazendo uma leveza em seus versos que ao mesmo retruca. \"TONIGHT\", canção seguinte, traz uma abordagem muito cativante sobre sexo, um tema bastante em alta, porém faz-se impossível degustar todas as sensações transmitidas da faixa após as duas anteriores terem sido anti-climáticas. \"WE\'LL BE COMING BACK (I Promise)\" é a faixa conclusão, que estampa esse espaço como deve, traz reflexões sobre como a vida possui esse descontrole e pode ser que aconteça de novo. O visual assinado pela incrível TAMMY, é interessante, confortável com o tema do disco, onde em suas páginas mostram o artista em lugares diferentes, em horários diferentes; Poderia ter sido mais trabalhado e com páginas que fluíssem melhor nas paletas, porém, como um disco de Reggaeton, acredita-se, que os anos 2000 possua algum impacto na produção, visto que se assemelha muito com produções da época. Por fim, nota-se como \"SIN FRONTERAS\" foi trabalhoso para GABRIEL, é transparente seu suor que, não apenas no álbum em sí, mas no tempo que vem trabalhado neste, comparando com o lapso temporal desde o seu primeiro álbum; Acredita-se que o cantor tentou trazer algo muito diferente do primeiro disco, dos seus outros lançamentos, mas ainda há vestígios nessa tentativa de voltar pra aquele mesmo ambiente, pra aquele mesmo tom, em seus letras; O disco que trata de alto e baixos em relacionamentos durante sua carreira, poderia ter sido mais organizado e alguns faixas repensadas; É notório a evolução lírica de GABRIEL, mas ainda lhe falta uma evolução na aplicação da evolução que, demostra ter adquirido. Assim, \"SIN FRONTERAS\" soa como um disco com faixas bem feitas, mas a sua tracklist transforma em um vai e volta de sentimentos que parecem ter sidos superados, mas retornam mais uma vez, o que é uma tecla que o próprio cantor aperta, mas o resultado não soa muito espontâneo; Não diminui a força das tracks e nem de como um projeto divertido de fato é, mas sim na falta de atenção.