CONTROVERSY - Remy C
TIME
Após um longo período de espera, Remy C lança seu tão aguardado primeiro álbum de estúdio, \"CONTROVERSY\". A rapper apresenta agressividade e sarcasmo ao longo de 10 faixas, introduzindo seu sombrio alter-ego, Reezy, em um disco repleto de narrativas provocativas. A introdução do álbum é marcada por um questionamento sobre fé e pela introdução de Reezy, delineando uma busca por respostas que não parecem vir. Logo em seguida, o super hit \"Illuminati\", em parceria com Naomi, destaca a disposição de Remy em buscar a fama a qualquer custo, com letras repletas de alusões a artistas que supostamente fizeram o mesmo. A faixa-título, \"Controversy\", lida com os protestos religiosos que Remy enfrentou devido ao single \"Illuminati\", respondendo com rimas sarcásticas que mostram que ela alcançou seu objetivo. Em \"Black Stripe Effect\", Remy rima sobre seu retorno à indústria e a repulsa que isso causa em seus inimigos, reafirmando Reezy como seu lado obscuro. \"She\'s Not Reezy\" é uma faixa divertida que explora a batalha interna entre Remy e seu alter-ego, com uma construção criativa que evidencia as diferenças entre suas duas personas. A faixa crítica à objetificação do corpo feminino e ao machismo no hip-hop, \"Gang Bang\", é uma parceria com Bronx, onde Remy adota uma persona masculina e tece rimas propositadamente machistas, destacando o comportamento da comunidade masculina em relação às mulheres. O verso de Bronx é um destaque, complementando bem a atmosfera sarcástica da canção. \"MONSTER\", em colaboração com Teyana T, narra a vida de Aileen Wuornos, uma assassina em série americana, com rimas que exploram sua história desde a infância até sua execução, carregadas de fatos chocantes e bem elaborados. \"Perfect Crime II\" dá continuidade à trama iniciada em \"Pure Feeling\" de Kaleb Woodbane, com Remy agora sem seu parceiro, retratando sua vida no crime até se ver sem saída, com rimas de alta qualidade. \"Reezy\'s Mind\" segue a narrativa anterior, abordando as consequências de um acidente que deixa Reezy em estado grave, com uma introdução de Malo descrevendo a mente perversa de Reezy. A faixa explora temas de rebeldia, confronto com a moralidade e a luta pela autenticidade. O álbum se encerra com \"Bloodbath\", uma confissão sombria de Reezy, mostrando que, apesar de seus atos cruéis e imorais, não há arrependimento. O visual do álbum, assinado por Penélope, é coeso e bem feito, refletindo a identidade do disco. Em \"CONTROVERSY\", Remy C entrega um trabalho primoroso, com rimas polidas e uma narrativa intrigante que marca sua estreia de forma impactante.

Variety
Após muitos anos e uma sequência de singles que colocou seu nome como um dos maiores do Hip-Hop, Remy C enfim lança seu primeiro álbum de estúdio intitulado de ‘CONTROVERSY’, com a promessa de narrar em suas 10 faixas, histórias que se interligam e são apresentadas por seu alter ego ‘Reezy’. \'Betrayers [Intro]\\\', é a faixa responsável por abrir o projeto e tem como tema principal a decepção e perda de esperança em crenças que antes serviam como sua “força”. A primeira música serve muito para abertura e nos introduz de forma inteligente. Seguindo, encontramos ‘Illuminati’ que é uma parceria com a cantora Naomi e, aqui fazem uma analogia a fama e a indústria, em um dueto com metáforas que absorvem os malefícios e as circunstâncias que a fama traz ou a busca dela te apresenta. A faixa título ‘Controversy’ traz o primeiro vislumbre de seu alter ego e, que desenvolve o escopo de uma persona mais feroz e ousada, à medida que canta sobre não sucumbir aos “padrões” sociais que a sociedade por muitas vezes impõe. \'Black Stripe Effect\', e \'She\'s Not Reezy’ são duas faixas que continuam com ‘Reezy’ como personagem principal e, mesmo que em situações diferentes, sendo a primeira sobre superioridade e a segunda sobre um entrave entre Remy C e seu alter ego, ainda sim conseguem coexistir no mesmo universo de formas únicas e independentes, ao mesmo tempo que abrilhantam e densificam ainda mais o projeto da rapper. \'Gang Bang’ é uma parceria com Bronx e, aqui tem como conceito principal a crítica a forma como a sociedade lida com a presença do corpo feminino no ponto de vista dos homens, trazendo uma nova abordagem para o disco e que aqui é muito bem-vinda e é uma adição interessante. ‘MONSTER’, é mais uma colaboração com Teyana T e através da referência direta a “Wuornos”, refletem sobre a conexão da relação entre vida e e justiça, sendo o maior destaque do projeto sem sombra de dúvidas. Em sequência temos \'Perfect Crime II’ e ‘Reezy\\\'s Mind’ e ‘Bloodbath’, com as três faixas ainda abordando o alter ego em sua jornada de autoconhecimento, com destaque especial para a faixa de encerramento ‘Bloodbath’ sendo um exemplo claro de que nossas experiências são as principais responsáveis por terem o poder de nos transformar em nossas versões mais arrojadas para nossas futuras experiências. Visualmente temos Penelope responsável pelo disco e, em certos momentos a escolha de referências gráficas não tenha sido a mais agradável. Na verdade, o visual do disco é bom, mas sem grandes momentos, especialmente se comparado com os visuais presentes nos singles da era. O banner é simples e o encarte carece um pouco de um cuidado um pouco maior. Num geral ‘CONTROVERSY’ é um ótimo álbum de estreia, especialmente se considerarmos a experiência de Remy C e a segurança da rapper em suas letras. Com uma narrativa coesa e completa, esse se torna o grande ponto do álbum, alavancando o projeto para um patamar diferenciado na indústria, mesmo que seu visual não consiga acompanhar o mesmo nível apresentado nas faixas. Um clichê que cabe aqui é: “a espera valeu a pena”.

Rolling Stone
Após anos de espera e especulação, Remy C finalmente entrega seu primeiro álbum de estúdio, \"CONTROVERSY\". Este trabalho marca a introdução oficial de seu alter ego, Reezy, prometendo uma jornada lírica envolvente e, como o próprio nome sugere, polêmica. Desde a primeira faixa até a última, \"CONTROVERSY\" explora temas densos e complexos, refletindo a dualidade e a profundidade da artista. O álbum se inicia com \"Betrayers (Intro)\", uma faixa poderosa que imediatamente estabelece o tom introspectivo e confessional de Remy C. Aqui, ela reflete sobre a perda de sua fé e o afastamento de sua devoção religiosa, justificando essa transição como um passo necessário para abraçar seu lado mais sombrio. A letra é rica em metáforas e o tom confessional dá início ao álbum de maneira impressionante, elevando as expectativas para o que está por vir. Em seguida, \"Illuminati\", em colaboração com Naomi, continua a narrativa iniciada na faixa de abertura, mas com um enfoque diferente. A canção aborda a busca por fama e sucesso a qualquer custo, um tema comum no hip-hop, mas tratado de maneira única por Remy. No entanto, a contribuição de Naomi, embora tecnicamente bem executada, carece da mesma intensidade emocional, criando um contraste que, embora intencional, não é totalmente eficaz. A faixa-título \"Controversy\" é onde Reezy faz sua primeira aparição oficial, e a transição é realizada de forma magistral. Remy C mostra toda sua habilidade como compositora, entregando rimas afiadas e uma construção lírica que mantém o ouvinte cativado do início ao fim. A introdução de Reezy é crível e impactante, embora a canção mergulhe em uma criação de mundo um tanto exagerada, que por vezes dilui as nuances do personagem. \"Black Stripe Effect\" apresenta uma Reezy confiante e arrogante, convencida de sua superioridade no jogo de rimas. A estrutura lírica é sólida, mas a repetição de certos temas e motifs das faixas anteriores acaba por enfraquecer seu impacto. Embora seja uma faixa forte, falta a explosão que se esperava, o que a torna uma das menos memoráveis do álbum. Em \"She’s Not Reezy\", Remy C encontra seu ápice criativo. A faixa é uma conversa intensa entre suas duas personalidades, onde ambas se enfrentam em uma batalha lírica que é tão fascinante quanto bem executada. A destreza com que Remy navega entre essas duas vozes eleva a canção, tornando-a não apenas a melhor do álbum, mas possivelmente uma das melhores de sua carreira. \"Gang Bang\" traz uma crítica social sob uma perspectiva controversa. Remy, na pele de Reezy, explora a objetificação feminina através de uma ótica masculina, enquanto Bronx faz uma participação sólida, mas que poderia ter sido dispensada para permitir que a mensagem da faixa fosse inteiramente feminina. A canção é provocativa e desconfortável, mas cumpre seu propósito de expor o machismo de forma crua. \"MONSTER\", uma colaboração com Teyana T, destaca-se como uma das faixas mais impactantes do álbum. Inspirada pela história de Aileen Wuornos, a canção é brutal e implacável, tanto em sua letra quanto em sua execução. A química entre Remy e Teyana é palpável, e juntas, elas criam uma faixa que é ao mesmo tempo perturbadora e fascinante. \"Perfect Crime II\" é uma continuação de uma colaboração anterior de Remy C, e aqui, ela se apropria totalmente da narrativa, entregando uma das letras mais bem trabalhadas do álbum. A canção oferece uma perspectiva nova sobre eventos passados, mostrando a capacidade de Remy de revisitar e reinventar suas histórias de forma convincente. Na reta final do álbum, \"Reezy’s Mind\" é uma introspecção sobre as consequências das ações de Reezy. A faixa é profundamente pessoal e revela uma vulnerabilidade que contrasta com a bravata vista ao longo do álbum. Embora longa, a música funciona como uma despedida apropriada para Reezy, amarrando as pontas soltas da narrativa de maneira eficaz. \"Bloodbath\" encerra o álbum com uma reflexão sombria sobre o legado de Reezy. A faixa final é uma conclusão adequada para a jornada lírica que Remy C nos levou, trazendo uma clareza e sobriedade que permeiam a canção e deixam o ouvinte com um senso de fechamento. Visualmente, \"CONTROVERSY\" é um álbum coeso, com a produção de Penelope capturando perfeitamente o espírito da época enquanto mantém a presença dominante de Remy C. O álbum é uma combinação de altos e baixos, com momentos de pura genialidade lírica e outros de menor impacto. Contudo, como um todo, \"CONTROVERSY\" cumpre sua promessa: é um álbum provocativo, imersivo e, acima de tudo, uma afirmação poderosa do talento e visão de Remy C.

The Boston Globe
Remy C, uma figura que se tornou sinônimo de inovação no universo da música, finalmente dá à luz ao seu primeiro álbum de estúdio, \'CONTROVERSY\'. Após anos de anseio dos fãs, com vários hit singles sendo lançados e dois EPs, Remy nos traz um álbum em que provoca o ouvinte, não só pela sua sonoridade, mas também pelas suas letras recheadas de referências à eventos de sua vida e da indústria. Iniciando com \'Betrayers [Intro]\', a rapper nos leva a uma jornada de introspeccção crua e bruta, em que a a artista se revela perdendo sua fé causada pela desilusão com uma divindade que antes a guiava. É uma ótima abertura ao disco e representa bem o que vamos encontrar no disco: uma jornada sincera e intensa. Em \'Illuminati\' Remy C ao lado da cantora Naomi embarcam em um dueto que retrata o lado obscuro da fama e os sacrifícios que se fazem para alcançar o sucesso. Juntas, elas desvendam as nuances da indústria, revelando os perigos da ambição e da busca incessante pela glória. A faixa que dá nome ao álbum, \'Controversy\' apresenta oficialmente a \"Reezy\", um alter ego que representa a rebeldia e ousadia de Remy C. \"Reezy\" é uma força indomável, que não se curva à pressão social e se permite expressar suas verdades sem filtros. Sua personalidade, explosiva e provocadora, é uma mistura de vulnerabilidade e força que nos cativa e desafia ao mesmo tempo. A faixa é um verdadeiro destaque, Remy se joga de cabeça no seu alter-ego e nos traz um tempero muito bem vindo ao álbum. Em \'Black Stripe Effect\', \"Reezy\" demonstra sua maestria nas rimas, construindo um universo próprio de superioridade e domínio. A faixa, apesar de compartilhar elementos com a anterior, se destaca como a mais contundente da primeira parte do álbum, revelando a força de \"Reezy\" e a competência de Remy como letrista. \'She\'s Not Reezy\' se trata de uma uma batalha lírica entre a rapper e seu alter ego, é um momento de humor e ironia que nos permite adentrar as mentes complexas de Remy C e \"Reezy\". O confronto entre as duas personalidades é uma demonstração de inteligência e autoconhecimento, tornando a faixa um dos pontos altos do álbum. A faixa \'Gang Bang\', em parceria com Bronx, apresenta um olhar crítico sobre a objetificação feminina sob a ótica masculina. É uma faixa boa, mas longe de ser destaque no disco por parecer um pouco óbvia demais.Em compensação, MONSTER, faixa com Teyana T é um verdadeiro fenômeno que funciona de maneira muito mais efetiva presente no álbum, Remy C e Teyana T se identificam com a história de Wuornos, transformando a música em uma obra de arte que nos convida à reflexão sobre as nuances da vida e da justiça. \'Perfect Crime II\' e \'Reezy\'s Mind\' podem ser descritas como faixas que trazem aquele sopro de ar fresco no disco preparando-o para o final. Ambas, especialmente \'Reezy\'s Mind\', nos trazem uma Remy sem remorso por suas ações pois as considera parte de sua vida e como aprendizagem. O álbum, e a sua narrativa, se encerra com \'Bloodbath\', com a rapper pronta para seguir em frente após sua jornada, mas também levando toda a bagagem de suas ações. O visual do disco foi produzido por Penelope, funcionando muito com a atmosfera do disco, ótima escolha de fotografia, apesar de que certos momentos carece de uma finalização, até mesmo parecendo que foi feito as pressas. Não temos uma contra-capa, o encarte simplesmente termina sem mais nem menos. Infelizmente acaba sendo o maior ponto negativo do disco. \'CONTROVERSY\' consegue cumprir o que prometeu liricamente com maestria, e mesmo sofrendo com um visual que não parece ter o mesmo capricho das canções, mostra que realmente valeu a pena esperar por Remy C.
TIME
Adentrando em uma era mais sombria e perversa, Remy C lança \"CONTROVERSY\", seu primeiro álbum de estúdio. Após uma série de singles e EPs bem-sucedidos, a artista incorpora sua persona Reezy para rimar sobre temas pesados, realistas e sensíveis. O disco começa de forma positiva com a intro ‘Betrayers’, cujos versos e passagens dão ao ouvinte a real sensação de estar testemunhando a ruptura das crenças e da fé dentro de uma pessoa. Com referências inteligentes, a artista instiga o ouvinte a seguir e imergir nas narrativas do álbum. ‘ILLUMINATI’, em colaboração com Naomi, traz uma composição poderosa e afiada, do início ao fim. Logo de cara, Remy despeja referências perspicazes e bem elaboradas sobre o ouvinte, citando grandes figuras da indústria. Além disso, versos como “They are influenced and drawn to the sect. // My words have weight and soon become facts” realizam conexões com a faixa anterior, dando continuidade ao conceito de abandono da religião e entrada em um mundo sombrio, com uma personalidade, por vezes, questionável e maligna. A sequência continua com ‘CONTROVERSY’, quase como se estivéssemos observando os impactos e consequências de ‘ILLUMINATI’, agora com Reezy tendo sua imagem abalada e em guerra com a mídia. O nível de composição permanece alto, com versos inteligentes que se conectam à indústria, como em “As my songs reach a new peak // Hail T, we\'re not releasing content for Unique // This is the time we put the kids to sleep” e “My videos now look too offensive to MTV // And they still want to cancel my rhymes from radios all over NYC // I left some requests in the SAC of WHTZ and BBC // But these motherfuckers didn\'t come back to me”. Após uma sequência de boas faixas, incluindo ‘Black Stripe Effect’, o auge da criatividade está em ‘She\'s Not Reezy’. Mesmo não sendo a faixa com as melhores rimas e referências, ela traz um conceito bastante original e muito bem executado, conseguindo projetar com maestria as diferenças de personalidade entre Reezy e Remy. ‘Gang Bang’, em colaboração com Bronx, continua com a personalidade perversa de Reezy, atingindo um novo nível. A artista não tem medo de tocar em assuntos polêmicos, sendo uma das faixas mais pesadas do álbum em termos de conceitos e significados. Com certeza, o melhor e, ao mesmo tempo, mais controverso trecho da canção é: “And in the end it was like enjoy on Heights // Before I left, I asked her not to look for me in a few months // Because I hadn\'t just come in the corner of his mouth // I left in you a memory to always remember me”, sendo impressionante a forma como a artista consegue ser tão criativa, polêmica e ainda rimar, mantendo a coesão. A partir desta faixa, o álbum continua progredindo e mergulhando cada vez mais em caminhos traiçoeiros e sangrentos, até chegar em ‘Reezy’s Mind’, como se a própria persona estivesse sucumbindo e sofrendo as consequências de tudo o que ela mesma plantou, em uma faixa que soa quase como uma despedida. Por fim, o álbum se encerra de forma pacífica com ‘Bloodbath’, onde acompanhamos a morte do eu lírico e as reflexões que surgem sobre o que Reezy fez, seus crimes e atos. É uma boa faixa de encerramento do álbum, o personagem criado pela artista não inspira empatia ou algo do gênero, mas a faixa é quase como se observássemos alguém próximo finalmente encontrar um fim, o que só é possível graças ao poder narrativo de Remy. Liricamente, o álbum é de altíssimo nível, e fica a questão de como a artista conseguirá se superar nos próximos trabalhos nesse aspecto. O visual, assinado por Penélope, está em ressonância com o conceito e os singles da era, com simplicidade, boa edição e acabamento. Apenas no encarte poderíamos ter visto mais representações visuais do que observamos nas faixas, como referências e cenas diversas que são descritas da vida de Reezy. No fim, a artista entrega um excelente trabalho, com narrativa sólida, composições de ponta e um conceito bem formulado, que prende o ouvinte do início ao fim.

Spin
Depois de muita muita expectativa e anos esperando, a grande rapper, que mesmo sem ainda seu álbum ter sido lançado, já possuía seu grande status de grande artista na indústria, finalmente lançou seu disco de estreia intitulado \"CONTROVERSY\". São músicas possui uma ligação a controvérsia e apenas, com hits já conhecidos e mais algumas inéditas. Iniciando-se com a intro \"Betrayers\", uma começo extremando controverso, como deveria ser; Seguindo uma premissa religiosa, a rapper nega o paraíso pra ser livre como uma garota má, em uma analogia a paraíso e inferno; Não havia faixa melhor pra inicio do disco como esta. Seguindo com \"Illuminati\", faixa com participação de Naomi, soa como uma canção divertida, com citações de grandes artistas e suas perspectivas diante uma seita illuminati; O teor converso está presente, mas de forma tímida, seguindo uma linha pra brincalhona. Em \"Controversy\", um grande hit e, com certeza, um dos seus maiores hits liricamente, reflete claramente o conceito do álbum de forma desafiadora, de forma única e corajosa; Remy trata dos desafios das industrias, rivalidade feminina, sobre as tentativas de boicotes, porém isso apenas a fez a grande artista que ela é e com sua essência preservada. Em contrapartida, \"Black Stripe Effect\" não é mais a Remy C esclarecedora da faixa anterior, aqui é uma rapper que quer falar o que pensa, quer registrar seu legado em suas letras e desafiar quem será capaz de questiona-lo; Em uma letra mais agressiva, imponente, e mais uma vez, controversa no ponto. \"She\'s Not Reezy\", Remy batalha com seu alter-ego Reezy, onde Remy é grata e pensa em seguir sua carreira de forma mais leve e devagar, enquanto Reezy almeja o topo e enfrentar seus inimigos; Uma canção extremamente criativa e bem escrita. Outrora, \"Gang Bang\", com participação do talentoso Bronx, possui dois lados num abordagem de sexo mais explícita, Remy brilha em seu verso muito bem conectado e com rimas precisas, enquanto Bronx soa exagerado demais pra tentar ser controverso, destoa muito do contexto geral da canção, tornando-a uma faixa mediana. Em uma das maiores canetadas de sua carreira, juntando a Teyana T, \"MONSTER\" faz analogia à Aileen Wuornos e seu filme, vencedor do Oscar; As rappers mostram o lado traumatizante de uma assassina, razões e motivos que a levaram a ser conhecida como um monstro, sem em nenhum momento ir para um discurso de inocência; As vezes as pessoas criam monstros e nem mesmo sabem. \"Perfect Crime II\" constitui um crossover de uma faixa que está presente no album de outro artista, mostrando uma continuidade, sentimento pós conclusão parte 1 da faixa; Reezy sente raiva, está descontrolada, está prestes a comentar uma crime perfeito, e Kaleb deveria tomar muito cuidado. Pode ser que não seja exatamente isso que Remy quis passar, mas \"Reezy\'s Mind\" mostra Reezy em consolos em entre vida e morte, justificando seus anseios, sua raiva, razões e motivos de algumas atitudes, no entanto, é muito difícil de convencer; Sabe aquele ditado que diz que \"quando uma pessoa está entre a vida e a morta é se sente capaz de falar tudo\", afinal não há mais que perder? Reezy se demostrou extremamente controversa pra abaixar sua cabeça assim, o que torna a canção mais incrível, onde pode surgir questionamentos sobre o que é sincero ou não. No entanto, na ultima faixa do disco, \"Bloodbath\", Reezy deixa a entender seu arrependimento, aqui não tem mais a abertura da canção anterior, dando seu veredito final sobre sua jornada; Uma grande faixa para finalizar o projeto. O visual creditado pela talentosa produtora Penelope, traz cores que vem sendo usadas pela própria Remy C em seus singles, o que deixa uma identidade visual marcante da Era; Os encartes possuem um padrão simples, sem nada muito arriscado que se destaque como um visual único, mas que entrega e se conecta bem com a lírica e o conceito do álbum. Por fim, valeu muito apenas ter paciência com a rapper e agora degustar do disco \"CONTROVERSY\", ele entrega, obviamente, controvérsia, mas além disco, uma rapper que procurou cenários, alter-egos, conexões com seu passado, crossover de faixas, uma grande organização de tracklist, que a controvérsia em sí, é um dos pontos positivos entre vários outros em seu álbum; Sua experiência, seu talento, sobressaí e o resultado é um dos maiores discos de rap dos últimos anos; Uma artista que lança seu disco de estreia com selo de A-List.
AllMusic
Depois de anos de espera, finalmente Remy C lança seu tão aguardado álbum “CONTROVERSY”. O compilado tem dez faixas que são inspiradas musicalmente por canções Hip-Hop da década 00’s, e trazem como conceito a visão controvérsia , agressiva e provocativa do seu alter ego “Reezy” sobre diferentes momentos da carreira da Remy C, intercalando com a própria história do Reezy. A primeira faixa do disco é “Betrayers [Intro]”. Com certeza aqui temos uma abertura grandiosa e bem pensada, trazendo toda controvérsia da Remy C com sua religião e nos fazendo entender todo esse confuso e turbulento caminho para a aparecimento do seu alter ego, demonstrado ao mundo uma personalidade agressiva, destemida e perversa. Logo depois temos a primeira colaboração do disco, “Illuminati”, que tem a grande artista pop Naomi. A canção é totalmente ligada a faixa anterior, impactando o ouvinte com a afirmação que a menina que tentava sentir a presença de Deus, hoje entregaria sua alma para forças ocultas na busca de poder, dinheiro e legado. Os versos das canções são inteligentes e excitantes, e de fato contam uma história. Naomi por sua vez entrega um verso que cabe perfeitamente na canção, seguindo a ambientação agressiva da faixa enriquece ainda mais a narrativa, sendo uma colaboração poderosa. A faixa-título “Controversy” é onde o alter ego “Reezy” surge de fato no compilado. A canção traz detalhadamente acontecimentos negativos da carreira da Remy C, onde seu alter ego trata de forma irônica em seus versos todo essa desordem. A lírica da canção é espetacular, entregando uma verdadeira canção hip-hop, o refrão da faixa onde se explica como funciona o mundo rapper e toda sua controvérsia é um dos pontos mais fortes da canção. Todas as 3 faixas aqui mesmo falando de coisas diferentes, se coligam de forma única contando uma verdadeira história. “Black Stripe Effect” é a primeira canção que talvez não esteja de fato contando a mesma história até aqui, mas mesmo assim, se liga perfeitamente ao conceito do álbum. Uma canção claramente Hip-Hop trazendo toda a ostentação de um Rapper que se coloca no topo, celebrando suas conquistas e provocando seus inimigos, é isso que a faixa entrega. “She\'s Not Reezy” é mais uma grande canção no estilo hip-hop 00’s, nessa faixa Remy e Reeze se enfrentam em uma grande disputa de ego. A faixa é loucamente apaixonante, entrega uma disputa de rima da melhor qualidade, quem imaginaria encontrar no disco uma disputa entre as duas? É um acerto imenso a adição de uma faixa assim no disco, sendo algo totalmente fora da curva. Sendo a segunda colaboração e a sexta faixa do compilado, “Gang Bang” traz a participação de outro nome grande do gênero hip-hop, Bronx. De forma irônica a canção exibe todo o machismo dentro do hip-hop, onde mulheres são colocadas como pedaços de carnes em canções masculinas e tratadas como apenas um objeto de prazer. A escolha de não ser uma lírica na terceira pessoa apontado todo esse problema, e ser uma lírica sátira onde Reezy e Bronx trazem versos machistas e que busca escancarar toda escrotidão de forma clara é super perspicaz, tornando tudo muito interessante dentro da faixa. Inspirada na história de vida de Aileen Wuornos, Remy C e Teyana T parecem querer acabar com problemas como os apontados na faixa anterior. Em “Monster” as duas lendas do Hip-Hop nos entregam versos agressivos onde elas estão prontas para cometerem crimes em cima desses Homens, as duas artistas entregam o que a de melhor dentro de si, transpassando toda a emoção necessária para uma canção assim. O uso de referências aqui é bem empregado, enriquecendo a narrativa. Mostrando mais da sua perspicácia, a artista traz para a tracklist do álbum a continuação de uma parceria que está presente no álbum do Kaleb W., e que combina perfeitamente com o conceito do compilado. “Perfect Crime II” traz uma Reezy odiosa que segue o seu caminho do crime, após seu parceiro de crime desistir de toda essa loucura. Em versos excitantes e poderosos a faixa caminha junto com toda a narrativa até aqui, deixando claro que na busca Pelo crime perfeito acabou ficando sem saída. “Reezy\'s Mind” parece complementar a faixa anterior, onde foi anunciado que Reezy estava sem saída. Em “Reezy\'s Mind” de fato foi isso que aconteceu, os versos contam a história do acidente que ela sofre, assim sendo uma trágica homenagem a tudo que foi construído pela Reezy até aqui. A canção é construída de forma única com ligações por todos versos as conquistas, polêmicas e trajetória até aqui, afirmando também que Reezy fez escolhas sabendo o que poderia custar, a faixa acaba sendo finalizada com versos de despedida que exalta todo o legado que o alter ego estará deixando ao partir. Deixando claro que as duas faixas anteriores se completavam, “Bloodbath” ainda confirma que na realidade as 3 se conversam em uma inteligente trilogia. Na última faixa do compilado, desta vez a atmosfera da canção é criada em cima de uma retrospectiva de vida da Reezy já em outro plano, onde ela pode analisar de forma detalhada e fria todos seus passos, e como na faixa anterior afirma abertamente que sabia que seu fim não seria diferente por todos pecados cometidos. A faixa é bem pensada e funciona como o fechamento desse grande disco, entregando qualidade, perspicácia e um absurdo desenvolvimento até o fim. O visual da obra foi realizado pela premiada produtora, Penelope. Toda produção visual também é bem pensada e casa perfeitamente com a atmosfera do disco, proporcionando uma grande experiência visual e lírica. A espera pelo debut álbum da Remy C foi válida, a artista entrega um álbum perspicaz e fora da curva, trazendo elementos incríveis como a batalha das suas duas personalidades, a forma de criticar o machismo na cultura hip-hop de forma irônica e a sua grande trilogia no final do compilado. Se alguém tinha dúvida do impacto da artista no gênero hip-hop mesmo ela sendo grandiosa até aqui, com o lançamento do “Controversy” essa dúvida com certeza foi sanada.

Billboard
Após um grande período de espera, Remy C finalmente lança o seu primeiro álbum de estúdio, \"Controversy.\" O álbum conta com a sua controversa alter ego, intitulada Reezy, como centro principal da história. O álbum não peca em demonstrar toda a destreza de Remy como compositora. Suas composições peculiares e cruciais elevam o seu talento durante o todo o álbum, e se Remy queria ser controversa, definitivamente conseguiu com o \"Controversy\". O álbum começa com a faixa de introdução \"Betrayers\", que introduz de forma exemplar toda a história que Remy está prestes a mostrar. A letra é muito bem elaborada, com referências e versos excelentes; onde além de mostrar todo o motivo de Remy ter criado Reezy para si mesma, conseguiu narrar perfeitamente o que está prestes a vir. \"Illuminati\" em parceria com Naomi dá sequência ao álbum, encaixa perfeitamente em sequência a \"Betrayers\". Na canção, Remy faz referências com maestria, e consegue fazer todas funcionarem como uma narrativa única a ser acompanhada pelo ouvinte. Já os versos de Naomi acabam não impressionando tanto, e se tornando mais \"frios\" em relação ao fogo trazido por Remy, mas a parceria entre as artistas acabam funcionando relativamente bem. \"Controversy\", faixa título, se destaca como uma das melhores faixas do álbum, e aqui, Remy está mais feroz do que nunca. Os versos são incrivelmente bem colocados, e mostram toda a destreza da rapper como compositora por conseguir fazer o ouvinte entender todo o ponto de vista de Reezy. Suas rimas são bem elaboradas, e a construção da música não peca em momento algum; e o primeiro verso da canção, em junção ao refrão, ganham destaque na composição. \"Black Stripe Effect\", por outro lado, não impressiona tanto na sua narrativa. Apesar de boas rimas, a música não tem um fator de explosão se colocava na mesa com o restante das músicas, e o verso inicial nos vocais de Jacob não parecem tão necessários na prática quanto pareciam na teoria. Dito isso, a música se torna um \"skip\" dentro do álbum pelos versos mais \"clichês\". \"She\'s Not Reezy\" recupera toda audácia de Remy em seus versos, e atinge o seu ápice dentro do álbum. A faixa não só exala toda a criatividade da rapper, mas também mostra o porque que realmente devemos considera-la a mente mais brilhante do rap. A faixa, que poderia se tornar uma bagunça, se tornou a melhor música do álbum; e de sua carreira. \"She\'s Not Reezy\" mostra em seus versos toda a dualidade do álbum, e todas as referências de sua carreira na letra elevaram à outro nível. \"Gang Bang\" mostra que, se o o mundo é machista, Reezy estará disposta a expor de foram controversa. A faixa funciona bem, e os versos de Remy são devidamente contraditórios, e isso deixa a canção tão boa ao ponto de sentir repulsa; mas claramente, essa era a intenção de artista. Os versos de Bronx são bons, porém se a música fosse solo, funcionaria da mesma forma, ou até melhor por apresentar a crítica unicamente vinda de uma persona feminina. \"Monster\", ao lado de \"She\'s Not Reezy\", se destaca como as melhores faixas do álbum. A faixa mostra de forma minuciosa e delicada a história de uma das assassinas mais brutais dos Estados Unidos, e tais versos mostram toda a sua capacidade como compositora. A agressividade em seus versos são cruciais, e tão impiedosos quanto Wuornos. A adição de Teyeana T na canção foi uma sacada excelente, pois a rapper adiciona muito para a qualidade lírica e mostram juntas o motivo de fazerem parte da realeza do hip/hop. \"Perfect Crime II\" também destaca no conteúdo lírico, e aqui, a sacada de continuar a sua antiga parceria com Kaleb trazendo uma nova visão dos acontecimentos é perfeita. A faixa contém rimas exemplares, e conta uma história contínua do que aconteceu durante o \"Pure Feeling\"; dando ao ouvinte a experiência de estar vivenciando um filme. Na reta final do álbum, \"Reezy\'s Mind\" comprova o fato de que, embora pareça extremamente loucura em certos pontos, alguns visionários marcaram por serem controversos. A construção da música é bastante inteligente, e funciona como uma despedida perfeita para o seu alter ego mais fatal até hoje. Embora \"morta\", Reezy continua em \"Bloodbath\" mostrando toda a sua perspectiva pós morte, e o álbum não poderia encerrar de forma mais genial. A canção reflete sobre todas as ações de rapper, e a análise de que aquilo condenou sua alma. Visualmente, o álbum reflete bem toda a mensagem que está por trás do \"Controversy\". Cores marcantes, e os elementos visuais dentro do encarte fazem com que o álbum se torne memorável, não só para todos os que ouvirem neste ano, mas também para todos que levem a história do hip/hop consigo. No \"Controversy\", Remy conseguiu moldar uma história curta, porém totalmente detalhada sobre as atrocidades controversas cometidas por Reezy, e de forma genial, conseguiu entregar composições carregadas de sabedoria; e que de certa forma, mostrou que Remy sempre soube o que estava fazendo, mesmo quando pudesse parecer que a demora pelo lançamento significaria um possível desapontamento. Porém, Remy conseguiu marcar seu nome no hip-hop com o \"Controversy\".

Pitchfork
Deixando de lado todo o misticismo gerado em torno do que poderia ser o primeiro álbum de estúdio da rapper e entrepeneur Remy C ao longo dos anos em que o projeto não era nada além de um pedido coletivo do público e uma ideia misteriosa vinda da artista em si, o ano 13 angaria a chegada de “CONTROVERSY” sem grandes alardes por trás do mesmo, sustentando-se num impacto que seu conteúdo em si possa gerar no ouvinte. Com uma proposta de mostrar o lado mais perverso da artista por meio do alterego Reezy, a rapper se compromete a variar os temas entre suas 10 faixas e, sem precisar mais provar seu ponto na indústria devido ao tempo de atividade, usar de sua liberdade nesse quesito para explorar mais de suas capacidades. Em “Betrayers (Intro)”, Remy se utiliza de uma pessoalidade para descrever a queda de sua relação com seu lado mais religioso e devoto a uma divindade que ela acredita não ter mais interesse no que ela tem a fazer e viver, justificando isso como algo que a leva a bandear para seus lados mais obscuros e polêmicos. O tom confessional impressiona e coloca o nível do disco em altos patamares pelas ricas descrições da artista em um grande e único verso. “Illuminati”, segunda faixa do CD e uma colaboração com a cantora Naomi, apresenta as duas artistas trocando versos sobre como assumiram sem pudor o modo como aceitaram inúmeras situações em troca da tão desejada fama e do sucesso para seus projetos; entretanto, há uma discrepância entre a pessoalidade de ambas em continuar os temas da faixa introdutória e se gabar de feitos dentro da indústria, e ambos os temas acabam conflitando na segunda metade da faixa. “Controversy”, terceira faixa do disco e que dá nome ao álbum, traz Remy C introduzindo Reezy pela primeira vez: uma personalidade que acredita não ter medo de falar o que pensa. A introdução de tal alterego é extremamente crível ao seu público, ainda que sua apresentação seja totalmente imersa em uma criação de mundo em óticas exageradas e que perdem as nuances quando se externalizam demais. “Black Stripe Effect”, por sua vez, é mais firme em sua estrutura lírica e apresenta uma versão de Reezy totalmente convencida, em seus próprios méritos, de sua superioridade no jogo de rimas entre ela e outras profissionais da música. Ainda que repita alguns motifs da faixa anterior, ainda é o single mais forte dentre os três incluídos na primeira metade do álbum. Em “She’s Not Reezy”, Remy C discute consigo mesma na forma de Reezy, naquela que se torna a faixa mais divertida de acompanhar sua progressão lírica pelo modo como ambas as personalidades se enfrentam sem um escárnio próprio e totalmente imersas em sua autodenominada grandeza. “Gang Bang”, sexta canção do CD e colaboração com o também rapper Bronx, traz um comentário não necessariamente autocrítico, porém mais observacional sobre a objetificação feminina sob uma ótica masculina. Remy incorpora os pensamentos de um homem pouco consciente dos efeitos negativos que ele mesmo causa em suas parceiras sexuais, enquanto Bronx incorpora o estereótipo de forma mais crível do que sua contraparte na faixa. “MONSTER”, última faixa colaborativa do álbum, traz Remy trocando versos com Teyana T em uma canção amplamente inspirada pelo caso de Aileen Wuornos, que cometeu crimes brutais enquanto trabalhadora do sexo contra sete homens que tentaram violentá-la; a canção brilha de forma mais eficiente quando as artistas imergem na história e não se comparam com a figura do caso, sendo essa uma das músicas mais intrigantes de ambas as discografias. “Perfect Crime II” chega como uma grata surpresa na tracklist; portando-se como a continuação de uma colaboração entre Remy C e Kaleb Woodbane em uma faixa de nome parecido na discografia dele, aqui, a rapper se aproveita dos holofotes apenas nela mesma para desenvolver a melhor das narrativas apresentadas no álbum até o momento, sabendo justificar e se impor em cada situação de cada verso com uma afiada destreza. “Reezy’s Mind” introduz um fim quase que inevitável para as causas e consequências dos atos da alterego Reezy; a rapper mantém o caráter introspectivo da faixa anterior enquanto decide que não irá embora arrependida do que fez e do que disse ao longo dos anos, sendo esse seu trunfo lírico dentro da música, que é uma das mais interessantes do álbum, mas que poderia ter sido mais enxuta e direta ao ponto; elementos como a introdução, feita por Malo, pouco acrescentam ao tom confessional que ela retoma aqui. “Bloodbath” é a faixa que encerra a jornada do álbum; encerrando a narrativa iniciada em “Perfect Crime II” em uma tríade de faixas, Remy C se mostra mais mentalmente sóbria do que nunca, consciente de seus atos e disposta a servir de exemplo para o futuro e para os estudos sobre como as pessoas encaram o destino. Visualmente, “CONTROVERSY” é um disco que não peca pelo excesso e nem deixa espaços abertos; a produção, assinada por Penelope, preenche as lacunas deixadas propositalmente pelas faixas para dar um ar nostálgico a outros tempos da cena do hip-hop enquanto enfatiza a presença da artista a todo momento. Em um disco que inicia promissor, dá alguns passos em falso no meio e termina com algumas das mais incisivas letras já entregues por sua criadora desde sua estreia na indústria, “CONTROVERSY” soa exatamente como o que as pessoas poderiam esperar de Remy C em um álbum completo: polêmica, imersa em si mesma e inexoravelmente livre quando não observada pelas lentes da fama.