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IT'S OVER - GABRIEL
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la doble a - AURORA
68

American Songwriter

68

“la doble a”, o primeiro álbum de estúdio da cantora AURORA, expõe seu nome escancaradamente ao mercado latino e mundial como um projeto que resulta de imersões internas da artista, colocadas para fora por meio de reflexões líricas e também por meio de canções que expressem ambos os seus lados, introvertido e extrovertido, sem perder a pose que deseja. “lejos” inicia a experiência do disco com uma composição que se porta como melancólica e reflexiva frente a um relacionamento onde os dois lados não se comunicavam direito; com sua estrutura longa e que passa do tempo em que é bem-vinda aos ouvidos do ouvinte, torna-se uma faixa demasiada, não entediante, mas que poderia ter usado de menos artifícios para transmitir sua mensagem. Em “contigo”, AURORA descreve todas as juras de amor possíveis a um parceiro que ela não encontra mais regularmente e que até gostaria, por mais que tenha medo de que ele já a esteja esquecendo emocionalmente, entretanto, ainda sofrendo dos mesmos obstáculos de desenvolvimento da faixa anterior (ou a falta de concisão). “no te vayas”, em colaboração com seu padrinho da indústria, GABRIEL, traz uma canção assumidamente sobre um amor que vence barreiras e onde os dois lados parecem estar em sintonia um com o outro. É uma faixa que demonstra potenciais românticos, mas que fica presa em demonstrar vulnerabilidade a cada frase sem trazer um toque próprio da artista principal para a sua estrutura. “dejarte ir” é uma declaração poética de sensações entre, literalmente, “deixar uma pessoa amada ir” sabendo que nada mais faz bem para ambos quando estão juntos; faixa colaborativa entre AURORA, Vito Adu, Steve Bowie e Aleesa, a canção tem um desenvolvimento que flui entre os versos dos artistas, com destaque para a interpretação menos exagerada e mais metódica de Bowie em sua parte, que salva todo o trabalho de se tornar redundante em seu conteúdo que pouco se move. “exilio” se utiliza de uma paleta maior de referências para caracterizar um relacionamento marcado por quebras de confiança; entre metáforas de reinos, castelos e guerras bem pontuadas e sem serem explicadas demais, AURORA traz um dos pontos mais positivos do álbum aqui. “fantasmas”, lançada como single promocional junto com o álbum, foca mais em uma introspecção da cantora enquanto pessoa, sempre julgando a si mesma como inferior ao mundo que a cerca. “castillo de cristal” encerra o primeiro lado do disco retomando os temas das primeiras faixas um tanto quanto cedo demais, o que acaba acarretando em uma repetição também demasiada do quanto a autora se sentiu despedaçada por um relacionamento que já foi entendido como sem frutos desde o começo. “la reina del baile”, hit mais óbvio da era até aqui e feito em colaboração com Rubia, Dallas e Teyana T, traz as sensações de um amor que resgata a autoestima de AURORA nas pistas de dança; os versos criativos de Rubia e Teyana se complementam ao sentimentalismo mais leve da artista principal, enquanto Dallas, de certa forma, entrega uma composição deslocada das demais por uma simplicidade que a estrutura não exige. “invencible”, co-escrita entre AURORA e Dallas, descreve como é se sentir uma mulher que sai de situações devastadoras com um novo senso de si mesma, e possui uma abordagem relativamente superficial ao seu tema que o impede de impactar o ouvinte de fato. “cicatrices” sofre do mesmo mal; o desenvolvimento que havia de forma exacerbada em faixas anteriores, aqui se encontra em falta, e por mais que a mensagem fique clara, ela não perdura o suficiente. “no te pido flores”, co-composição de AURORA e J.Olly, é uma grata surpresa ao disco, oferecendo um lado decididamente mais diferente da artista principal enquanto consegue a proeza de ser a faixa que mais destoa em seu conteúdo lírico das outras canções no disco, ao ponto de que, por mais que seja bem estruturada e até divertida, podendo ser um single futuro, ainda não justifica a discrepância entre sua lírica e as anteriores e as seguintes na tracklist. Visualmente, “la doble a” apresenta uma ideia maior do que sua execução consegue transmitir; Heccy trabalha com os elementos que lhe são oferecidos e entrega a inclusão de AURORA nos cenários designados de forma competente, sendo um ponto positivo da obra também. Por fim, o que se espera de “la doble a” não é o que se recebe: enquanto a ideia oferecida é a de um álbum cheio de dualidades, o que o público percebe é um projeto que passa tempo demais em um único sentimento, e quando move para outros, não se sustenta no mesmo período de tempo, pesando mais um lado do que o outro enquanto deixa AURORA nas mãos de mais nomes que deveriam estar presentes em um disco que se propõe a colocá-la no centro de sua própria narrativa.

The Line Of Best Fit

72

‘La Doble A’ é o primeiro álbum de estúdio da AURORA, trazendo um conceito misto de sentimentos em duas partes. O álbum se inicia com ‘lejos’, uma canção com teor sofrido e que traz uma temática clássica de desilusão amorosa. A composição é simples, narrando os pensamentos incessantes do eu lírico de forma direta, com algumas metáforas pontuais que ajudam a projetar as emoções conflitantes da artista, sendo um começo interessante para o disco. ‘contigo’ traz uma alta carga de dramaticidade, sendo uma continuação direta de ‘lejos’, aprofundando-se nos sentimentos de tristeza e solidão. A artista consegue expressar os seus sentimentos com maestria, embora a composição continue muito simples, carecendo de metáforas e conexões mais elaboradas para expressar esses sentimentos. Mesmo quebrando a sequência criada em faixas anteriores, ‘no te vayas’ se destaca positivamente em termos de composição, sendo uma colaboração acertada com o cantor GABRIEL. Nesta canção, os artistas se entregam ao sentimento de amor e constroem essa narrativa ao longo dos versos, com destaque para o verso 1 de AURORA, onda a artista utiliza técnicas mais avançadas de composição com metáforas e correlações bem pensadas. ‘dejarte ir’, em colaboração com Aleesa, Steve Bowie e Vito Adu, falha em criar uma sincronia e um conceito em que todos possam se encaixar, com estilos de composição muito diferentes entre os artistas escolhidos para a canção. Aqui, mesmo que separado tenhamos alguns versos e passagens interessantes, falta polidez e maior organização da canção. Olhando para pontos de destaque do álbum, ‘castillo de cristal’ entra como uma das melhores canções, conferindo uma profundidade e capacidade de detalhamento dos versos com boas construções e contrapontos: “Cada beijo está gravado em minha memória // Tantos sonhos, tantas risadas, tudo se perdeu nesse tempo // Algum momento as feridas das ondas que me afogaram vão cicatrizar // De alguma forma você me advertia // Mas eu quis nadar contra a correnteza”. Um exemplo de colaboração bem trabalha dentro do álbum é ‘la reina del baile’. Ao lado de Teyana T, Dallas & Rubia, AURORA consegue trazer uma composição divertida e, ao mesmo tempo, que não soa genérica. A química entre as artistas é ótima e aqui o destaque vai para Rubia, que tem a habilidade de compor como se estivéssemos assistindo a uma cena em movimento. ‘invencible’ não consegue manter o nível lírico de ‘la reina del baile’, mas mostra o lado de superação do eu lírico e faz frente as temáticas vistas na primeira parte do disco, a única dica é que talvez essa canção funcionasse melhor se abrisse a segunda parte do projeto após a interlude. Os últimos destaques estão no encerramento do álbum, com a colaboração de Danny Wolf, Coline & Bronx em ‘cuervo’ em, especialmente, em ‘el ultimo baile’. A primeira aborda novamente sobre amores passados e superação, com destaque para a sincronia e fluidez da composição, embora não traga nenhum elemento novo para o disco. A faixa que fecha o álbum traz um respiro de diversão, com simplicidade e um estilo de composição bem adequado para o Reggaeton, tendo um refrão curto, mas coeso e que fica facilmente na memória dos ouvintes. Em questões visuais, o disco vai bem, com cores chamativas e que casam bem com a proposta do álbum, ainda com fotos bem escolhidas para compor a obra. Por fim, AURORA tem uma estreia média com ‘La Doble A’, tendo alguns pontos a melhorar em organização do álbum, continuidade, formulação das composições e conceito, mas que funciona como um álbum despretensioso e nos deixa ansiosos para novos trabalhos da artista no futuro.

The Boston Globe

60

AURORA estreia com \"La Doble A\", um álbum que tem como promessa explorar dualidades emocionais, mas acaba entregando um trabalho irregular e, por vezes, confuso. Com 14 faixas que transitam entre o reggaeton, pop e elementos de música alternativa, o disco tenta abordar os dois lados da artista — um mais leve e outro mais sombrio — mas honestamente, falha em criar uma coesão que conecte essas facetas de maneira satisfatória. O álbum abre com \"Lejos\", uma faixa que, embora repleta de sentimento, se afoga em clichês e na repetição de temas sobre desamor e perda. AURORA entrega versos sinceros, mas a narrativa se torna previsível e carece de inovação. A sensação de redundância continua em \"Contigo\", onde a dor da separação é novamente explorada, mas sem o frescor necessário para capturar a atenção do ouvinte. O refrão consegue destacar-se pela intensidade emocional, mas ainda assim, a composição não consegue sustentar o impacto da canção anterior, criando uma sequência inicial morna e previsível. A primeira colaboração do álbum, \"No Te Vayas\", traz Gabriel para uma parceria que, apesar de química evidente entre os artistas, não adiciona muito à narrativa. A falta de metáforas e a abordagem excessivamente direta na letra tornam a música pouco envolvente e, como resultado, esta se perde no meio do álbum. \"Dejarte Ir\" tenta redimir essa falha ao reunir um elenco variado de colaboradores, mas a sobrecarga de vozes dilui a força individual de cada artista, transformando o que poderia ser uma despedida emotiva em um esforço lírico disperso. No entanto, nem tudo é desanimador em \"La Doble A\". Faixas como \"Exilio\" e \"Fantasmas\" demonstram o potencial de AURORA em criar canções com profundidade emocional e riqueza narrativa. \"Exilio\" se destaca por sua originalidade na abordagem dos temas de afastamento e solidão, enquanto \"Fantasmas\" se mostra como uma das músicas mais sinceras do álbum, onde a artista consegue evocar uma vulnerabilidade crua que é difícil de ignorar. A segunda metade do disco, que supostamente deveria trazer um tom mais alegre, inicia-se com \"Interlude: La Doble A\", mas falha em estabelecer uma transição coerente entre as duas metades. O single \"La Reina del Baile\" com participações de Rubia, Dallas e Teyana T, e \"Invencible\" tentam até renovar a energia, mas a execução superficial e a falta de riscos líricos impedem essas faixas de alcançarem o mesmo nível de envolvimento que as canções mais melancólicas do primeiro ato. \"Cicatrices\" e \"Cuervo\" continuam essa tendência de desconexão, com letras que parecem mais adequadas à primeira parte do álbum do que à segunda, contribuindo para uma sensação geral de desorganização. O fechamento do álbum, \"El Ultimo Baile\", tenta recuperar a narrativa ao abordar a superação de um amor perdido, mas acaba sendo uma despedida morna, que não atinge o clímax esperado. AURORA tem um talento inegável para a escrita, mas sua inexperiência em amarrar uma narrativa consistente é evidente ao longo do disco. Visualmente, o projeto é cativante, mas a estética vibrante não combina com o teor predominantemente melancólico das canções, criando uma dissonância entre forma e conteúdo. No geral, \"La Doble A\" é um álbum de estreia com momentos brilhantes, mas que no geral, sofre com uma falta de coesão e repetição temática. AURORA certamente tem potencial para crescer como artista, mas precisará encontrar um equilíbrio melhor entre sua visão e a execução em futuros trabalhos.

Spin

69

Após ganhar notoriedade na cena latina com singles e parcerias com grandes nomes da indústria, AURORA lança seu primeiro álbum de estúdio intitulado de “la doble a”, onde promete descrever a dualidade cotidiana através das 14 faixas presentes no compacto. Com um conceito já bastante utilizado, a latina inicia o projeto com ‘lejos’ que tem como objetivo principal narrar o fim de um relacionamento. A faixa inicia o projeto de forma competente e concisa, sendo um bom pontapé para o LP. Em seguida temos ‘contigo’ que é basicamente uma continuação da anterior conceitualmente e liricamente falando, sem grandes artifícios que tornam a canção um pouco sem brilho ao ser colocada nessa sequência. ‘no te vayas’ é a terceira faixa do projeto e conta com a participação de GABRIEL, o qual, já é uma figura recorrente na carreira da cantora mas que aqui, tem o cargo de dividir a melancolia apresentada por AURORA nessa espécie de diálogo entre os dois artistas, onde o cantor consegue captar e desenvolver a essência da música também em sua perspectiva. ‘dejarte ir’ é mais uma colaboração presente no disco, dessa vez com a presença de Aleesa, Vito Adu e Steve Bowie, onde mais uma vez, o tema de solidão está presente, fazendo com que a faixa também soe “mais do mesmo” em comparação com as que vieram anteriormente. Em “exilio”, uma virada de chave acontece e aqui, AURORA adota uma personalidade um pouco mais descritiva e ousada, apostando em versos que soam distantes de tudo que a cantora já apresentou liricamente em sua carreira, tornando a faixa um destaque positivo do projeto. ‘fantasmas’ e ‘castillo de cristal’ são duas faixas que representam bem a dualidade do projeto, onde na primeira um cenário mais lúdico é retratado e, sem muitas referências diretas aos sentimentos que estão sendo descritos no LP como um todo, o que não acontece na segunda faixa por exemplo. Em ‘interlude: la doble a’, temos mais uma vez a presença de GABRIEL, agora com a responsabilidade de transacionar o contexto do álbum para sua segunda parte. O grande sucesso de sua carreira e um dos destaques do projeto é ‘la reina del baile’, com apelo mais comercial, encapados por uma narrativa vibrante e descontraída e que funciona muito bem para os padrões atuais de músicas de sucesso, tornando a faixa única e imperdível por ter AURORA em seu estado de espírito mais exuberante. ‘invencible’ e ‘cicatrices’ seguem a linha de canções pessoais, com peculiaridades tênues a cada uma delas, com destaque a ‘cicatrices’ que narra os desafios vividos pela cantora em sua vida de maneira otimista e com o ar de “tudo fica bem no final”, sendo mais um destaque no projeto. ‘no te pido flores’ é uma faixa que tem seu momento de brilhar, mas não chega a explodir em confetes pelo ar, uma vez que seu conceito é um tanto quanto diferente do que necessariamente está sendo cantada na faixa. Originalmente tida como uma canção sensual, a música em si não se aprofunda no tema de forma muito objetiva. ‘cuervo’ é mais uma colaboração no projeto e, dessa vez com a participação de Danny Wolf, Coline e Bronx. A canção tem como foco lírico a saúde mental, em busca de razões e explicações para que todos tenham terminado nessa espécie de rua sem saída. É uma faixa interessante e que demonstra um lado que ainda não havia sido abordada no álbum mas, que possui seu espaço e é muito bem-vindo. Para encerrar a narrativa do ‘la doble a’, temos ‘el ultimo baile’ com mais uma faixa melancólica que dessa vez tem como princípio encerrar a página desse relacionamento que acabou e que veio sendo contado no decorrer do desenvolvimento do disco. É uma faixa morna mas que cumpre seu papel. Visualmente, temos Heccy e Gabriel na produção e, aqui podemos notar talvez o grande imbróglio do LP. Visualmente é tecnicamente a parte gráfica não apresenta muitos erros, mas, é notório que conceitualmente, a parte lírica e visual não estão alinhadas, sendo tal sentimento sendo sentido por muitas vezes durante a visualização do projeto. Em sumo, ‘la doble a\\\" é uma boa aposta de debut de AURORA, mesmo que por muitas vezes a falta de coesão e uma maior execução do conceito pudessem ter sido melhor executados para que o projeto tivesse um impacto e uma carga de qualidade um pouco maior.

Pitchfork

68

Após atrair a atenção de todos da mídia com os seus grandes singles de estreia, AURORA lança o seu primeiro álbum de estúdio intulado \'la doble a\'. Um passo que possa ser visto como ousados para alguns pela rapidez a qual a cantora nos trouxe seu álbum de estreia, e, tal pressa acabou revelando os grandes pontos positivos de AURORA, mas, também, revelou os seus negativos na mesma magnitude. Composto por 14 faixas, o álbum nos traz um conceito da dualidade da cantora entre amor e dor, alegria e tristeza, tudo com uma inspiração na atmosfera dos anos 2000s e 2010s. É uma ideia ambiciosa, afinal, são sentimentos opostos e dá para explorar bastante essa dualidade, entretanto, em vários momentos do disco acaba ficando dificil saber qual a mensagem que a cantora quer passar em determinada canção por parecer se perder em seus próprios pensamentos e ideias. O maior exemplo dessa questão é \"no te vayas\', uma canção que acaba se tornando bagunçada e confusa por um uso excessivo de metáforas que não levam o ouvinte a uma destinação certa, muitas vezes dando a impressão que estamos acompanhando a cantora a tentar chegar num ponto que nunca chega, o que acaba sendo realçado ainda mais por ser uma parceria com o cantor GABRIEL, que consegue entregar seus versos muito bem sem essa mesma dificuldade. É uma dificuldade a qual quando a cantora consegue ultrapassar ela, ela nos entrega uma lírica coesa e interessante como em \'castillo de cristal\', onde a cantora questiona-se sobre uma relação e a sua longevidade. Quando a cantora tem versos mais diretos, se torna muito mais fácil de entender a mensagem e de se permitir ser levado pela lírica da cantora. Um outro problema no disco é que algumas faixas parecem não pertencer ao mesmo projeto, escapando totalmente de sua proposta, as vezes até mesmo parecendo um pouco intrusas como \'cuervo\' e \'no te pido flores\' (com essa última trazendo um pouco da composição de J.Olly em seus créditos), trazendo líricas que escapam e contradizem narrativas que foram apresentadas no próprio álbum da cantora. O disco conta com creditos nas composições gerais pela própria AURORA acompanhada de GABRIEL e Dallas, e talvez esse \"acréscimo\" de mais pessoas tenha feito que a visão da cantora se perdesse em determinados momentos, não tornando algo somente seu e dando essa impressão desconexa em algumas faixas, especialmente se tratando de um álbum de estreia em que é a maior chance que temos de conhecer um artista e seu trabalho. O visual do disco é assinado por Heccy e GABRIEL, e, assim como a sua questão lírica, tem altos e baixos. O estilo do encarte e a escolha de fotografias são bem feitos, com o HTML imersivo colocando um charme místico ao visual, é atraente de se manusear. Entretanto, a edição acaba pesando um pouco em seu exagero, em determinados momentos se torna dificil de se enxergar com nitidez AURORA com a imagem estando escura demais. A escolha de fonte do encarte também não é as das mais atraentes para os olhos, sofrendo do mesmo problema mencionado anteriormente. Talvez uma consideração dobrada de uma distribuição mais efetiva no brilho ou o posicionamento de sua act em shoots possa ajudar em demasia a cantora futuramente. Em suma, \'la doble a\' se mostra facilmente identificavél como um álbum de estreia por cometer erros que davam para ser evitados, tanto em seu visual como na sua lírica, mas que talvez sejam importante para a evolução de uma artista. AURORA mostra um potencial enorme como liricista, com ideias interessantes mas que acabam sendo prejudicadas por uma dificuldade, e talvez pressa, da cantora em saber como expressas essas ideias tornando-as confusas para o ouvinte. Estamos muito curiosos e interessados em ver o que o futuro reserva para essa cantora que tem tudo para se tornar uma das maiores de seu gênero, basta se organizar um pouco mais.

Los Angeles Times

60

Em seu primeiro álbum de estúdio, AURORA adentra na música latina com o álbum \"la doble a\" almejando se conectar ao ouvinte através de dois lados das suas experiências de vida, de forma profunda e sincera. \"lejos\" inicia o álbum de forma agradável e com uma composição em que Aurora transmite dor e também seus sentimentos profundos. Talvez, a única ressalva seja o tamanho de alguns versos pelo excesso de informações que poderiam ser facilmente reduzidas e ainda mantido a essência. \"contigo\" continua a história da canção anterior de forma intensa, mesmo que versos como o primeiro e o segundo usem expressões que beiram o clichê. A canção chega no seu refrão em seu ápice e explode sentimentalismo, fazendo com o que o ouvinte sinta a dor da artista. \"no te vayas\" é um acerto dentro do álbum. Na canção os artistas exalam química em seus versos sobre o significado de amar, e de forma melancólica conseguem narrar uma história de amor. Por outro lado, \"dejarte ir\" não funciona por ser uma canção com tantos artistas convidados. Além de extensa, a canção não precisa de três artistas convidados, onde talvez apenas a adição de Vito fosse suficiente para fazer a canção ser boa; Steve e Aleesa apresentam versos dóceis, mas não necessariamente necessários, visto que Aleesa sequer tem um verso e canta apenas o pré refrão. \"exilio\" é uma canção que tinha potencial para ser mais impactante dentro do álbum, mas os versos acabam sendo um pouco clichê. Finalizando a primeira parte do álbum, \"Fantasmas\" entrega a canção mais emotiva e sincera da primeira parte. Em seus versos crus, a artista emociona o ouvinte com tamanha entrega, e em seguida \"castillo de cristal\" encerra a primeira parte de forma graciosa com uma composição aconchegante. \"interlude: la doble a\" dá início a parte mais \"alegre\" do álbum, que parece se desconectar com toda a história que o álbum estava traçando. \"La Reina del Baile\" em parceria com Rubia, Dallas e Teyana T funciona bem para dar as boas vindas à segunda parte do projeto com o pé direito. A faixa é eloquente e divertida, ao mesmo tempo que sensual. Os versos das artistas convidadas completam a canção de forma crucial. \"Invencible\" contém uma mensagem de determinação, e embora soe completamente empoderado, a dinâmica da canção não arrisca e fica na margem do superficial em seus versos. A canção poderia ter versos mais fortes para combinar com a intenção da música. O mesmo acontece com \"cicatrices\" e \"cuervo\". \"cicatrices\" não funciona bem, os versos são escassos, monótonos e tímidos; fora que, a música, assim como \"cuervo\" parece combinar mais com a primeira parte do álbum do que a segunda, que deveria ter uma perspectiva mais doce e alegre, descrita pela mesma. \"no te pido flores\" é uma canção mais picante dentro do álbum, e mesmo que seja um potencial para single, dentro do álbum não parece combinar com toda a trajetória do \"la doble a\". \"el ultimo baile\" encerra o álbum de forma morna, que embora tenha uma mensagem de superação de um amor abandonado, a canção não atinge um ápice de criatividade em seus versos e acaba ficando a desejar na execução. Visualmente o álbum entrega o que é proposto, e as cores valorizam bastante o trabalho de Aurora. o \"la doble a\" é um álbum descrito como um álbum dividido em duas partes, sendo um lado mais obscuro e um lado mais alegre; mas pouco se vê do lado mais \"alegre\" em qualquer um dos lados. Em ambos os lados contém músicas melancólicas sobre desilusões, superação da dor e outros tópicos. Esse não é um problema se fosse um álbum sem divisões, e a divisão fez com que o álbum ficasse bagunçado. Por fim, o álbum de estreia de Aurora é feito entre altos e baixos, onde temos momentos em que a composição da artista se sobressai como em \"fantasmas\" e \"lejos\", mas também temos momentos em que a composição se torna um fator não tão atraente como deveria, como em \"el ultimo baile\" e \"cicatrices\". O ideal é que Aurora, em seu próximo projeto, entregue um álbum que mostre seu potencial em sua melhor forma com composições mais intensas, criativas e entregues à sua proposta; onde a organização do projeto como um todo também deve ser considerado fundamental.

All Music

70

Com uma carreira com bastante visibilidade e crescente, a cantora brasileira, AURORA, lança seu álbum de estreia intitulado \"la doble a\". Com uma premissa de dualidade, a cantora aborda um lado mais alegre e outro mais obscuro no que condiz os seus sentimentos. Abrindo com chave de ouro com a faixa \"lejos\", AURORA decide começar com o que pode-se dizer o lado obscuro; Em uma faixa melancólica, triste e que expressa dor, a cantora escreve linhas muito bem feitas, que expressam cada sentimento sobre o fim de um relacionamento onde apenas um dos lados sofre. Em \"contigo\", a cantora ainda permanece estendendo essa dor, o que fica muito repetitivo; Sua lírica é boa, mas a narrativa já não possui o mesmo impacto sentimental da anterior. A narrativa de perda e dor continua na canção \"no te vayas\", agora em colaboração com o talentosíssimo GABRIEL, com versos que expressam a mesma melancolia e linhas até semelhantes com sentimentos já demostrados nas canções anteriores, o cantor GABRIEL atua como um personagem que corresponde está falta, o que consegue equilibrar o contexto da canção e diferenciando das demais. Com participação dos artistas Aleesa, Vito Adu e Steve Bowie, \"dejarte ir\" soava como uma saída dessa melancolia, uma despedida e uma vontade de seguir em frente, no entanto, em alguns versos ainda percebe-se expressão de abandono e saudades; O se que faz questionar, o eu-lírico quer mesmo deixar esse lado doloroso? Até essa momento do álbum, o mesmo sentimento ainda é explorado. Outrora, de repente, AURORA chega com \"exilio\", uma narrativa mais inovadora e diferente das demais, narrando outros detalhes desse relacionamento, como foi e o que aconteceu, diferenciando totalmente do apego lírico repetitivo das demais canções, um grande destaque lírico. \"fantasmas\" volta com esse teor melancólico e doloroso, no entanto, aqui, AURORA decide brincar com a imaginação, é notória a criatividade e versos mais ricos. \"castillo de cristal\" trata esse relacionamento mais de forma fria e consciente, a melancolia aqui não se faz tão presente, mas um lado mais decidido da cantora. Agora, dando início ao segundo ato, abre-se com o interlúdio \"interlude: la doble a\", onde demostra um lado mais sensual e alegre da cantora, com uma ponte bem cativante de GABRIEL Seguindo com \"la reina del baile\", um single que todos conhecem, abrindo esse ato mais alegre do projeto; O single é divertido, e os versos que dividem com os artistas que participam também são cativantes, no entanto, no álbum, a canção não soa tanto \"livre\"; Em uma escuta agora junto ao álbum, AURORA se desprende de uma relacionamento muito melancólico que resultou dor, pra outro relacionamento com outro homem, e demostra em toda a canção a necessidade dessa persona pra que ela se sinta bem. Porém, \"invencible\", o eu-lírico consegue finalmente se ver em sí mesmo a felicidade, a autoestima, o poder de continuar, não focando em terceiros pra que isso aconteça, uma grande faixa nesse segundo ato. Com um teor mais calmo e pensativo, \"cicatrices\", a cantora narra as marcas da vida de forma mais madura, não de forma de desânimo, \"Não escondemos nossas marcas / Aprendemos a conviver com elas / Pois são elas que nos fazem quem somos\" faz-se impactante quando se ouve. Em uma reviravolta, \"no te pido flores\" explora um teor sexual ainda não retratado no álbum, atrelado à um bom humor, o refrão é divertido, mas a faixa em seu contexto geral soa mais engraçada que sensual. Em \"cuervo\", com participação de Danny Wolf, Coline e Bronx, é uma canção com foco na desmotivação, uma volta pro primeiro ato, onde a cantora junto ao colaboradores, se veem presos em uma sala se culpando e procurando razões pra o que aconteceu pra saúde mental deles estarem corrompida; Um canção bem escrita, mas que não se encaixa nesse ato, que vinha com uma abordagem contrária. Em uma finalização também melancólica, \"el ultimo baile\" finaliza o disco reforçando essa perda desse parceiro tão discutido durante o disco. Com um visual creditado por Heccy e Gabriel, apesar da sua cores brilhantes e muito chamativa, não condiz muito com a lírica do álbum; Enquanto a lírica são histórias de dores, melancólicas e, maioria das vezes, persistente na tristeza, o visual vai pra um caminho totalmente diferente. Por fim, \"la doble a\" é um álbum de estreia razoável da cantora AURORA, seu talento na escrita é um fato, porém ainda lhe falta experiência pra organizar suas ideias, contextos, fazer com que as histórias contadas não se percam em cenários repetitivos. Mesmo tendo dois atos, que deveriam abordar sentimentos opostos, \"la doble a\" é visivelmente mais melancólico, mas de uma forma mais focada na mesma narrativa, na mesma dor e, as vezes, com as mesmas palavras ditas, onde até metade do disco pode surgir um grande cansaço. Porém, este é apenas seu primeiro disco, canções como \"nvencible\", \"cicatrices\" e \"exilio\" demostram um potencial de que AURORA ainda pode nos surpreender no futuro, apenas lhe basta tempo e experiência, porque o talento é visível pra torna-se uma grande compositora da sua geração.

Variety

73

Aurora lança o seu debut álbum intitulado “la doble a”. O disco contém 14 faixas que passeiam pelos gêneros Reggaeton, pop e alternativo com a promessa de nos apresentar a ambiguidade de sentimentos da artista, revelando ao grande público o seu lado feliz e leve, mas também seu lado obscuro carregados de sentimentos negativos. A faixa “lejos” é a encarregada de apresentar o compilado, trazendo uma letra repleta de sentimentalismo por sentir a dor de observar o seu parceiro seguir a vida sem a mesma, Aurora entrega versos bons e que narram um áudio confessando seu amor ao parceiro e o pedindo não desistir do amor, assim como ela também não desistiu. A canção é um clichê sobre caminhos tortos de um relacionamento, e mesmo sendo uma abertura para um álbum morna, é agradável. “Contigo” é uma faixa complementar a faixa anterior, nesta canção a artista expressa de forma direta seus sentimentos e como se sente ao se encontrar longe de seu amado. O ponto alto aqui é o refrão, parte mais interessante e que exprime toda emoção que a faixa quer transpassar ao ouvinte. A terceira faixa e primeira colaboração do disco é a romântica “no te vagas”. O artista convidado é o também latino, Gabriel. A lírica neste momento tem um tom romântico melancólico trazendo a saudade e o amor que um sente do outro mesmo estando separados. Os dois artistas se completam em uma parceria cativante, a química entre os dois artista é invejável. Em contra partida, temos dois pontos negativos aqui, começa-se a notar a falta de uma lírica menos direta, com a utilização de metáforas, o que seria interessante para a demonstração de um domínio lírico mais profundo. E o outro, é que a canção parece não se encaixar com a narrativa contada até aqui e a que continua a ser contada na próxima faixa, “dejarte ir”. “Dejarte ir” é mais uma colaboração, dessa vez Aurora escala nomes de diversos nichos musicais, sendo elas Alessa, Vito Adu e Steve Bowie. O quarteto unem suas vozes para narrar a história de alguém que deixa seu amor partir para sempre. Voltando aos eixos da história do disco, os quatro artistas entregam versos bons e coesos, assim sendo uma faixa com uma qualidade lírica boa e uma desenvoltura nítida. Em mais uma canção que retrata a desilusão amorosa, Aurora dessa vez canta sobre um relacionamento tóxico, onde seu parceiro agi como um “lobo em pele de cordeiro” na canção intitulada “exílio”. Aqui encontramos a melhor lírica até o momento, com uma escrita inteligente e a utilização de metáforas interessantes, Aurora nos entrega uma faixa que mostra como sua lírica merece ser ainda mais explorada, nos possibilitando enxergar que se a artista buscar evolução lírica será uma grande compositora. Ainda cantando sobre coisas que te atingiram negativamente, a artista muda um pouco de foco e traz uma canção mais crua e intensa, com a mesma qualidade lírica da faixa anterior, sendo uma grande sequência dentro do compilado. “fantasmas” retrata de forma grandiosa noites de ansiedade da artista, com versos lindamente melancólicos e despidos de qualquer maquiagem, Aurora nos entrega uma poderosa canção. “castillo de cristal” é a sétima faixa do disco, a artista nos traz uma reflexão sobre algo que nós mesmos nos fazemos inseridos, mesmo que outras pessoas não queiram. A Latina em versos bem desenvolvidos conta sobre colocar o fim em algo que de fato nunca foi real, com versos e rimas agradáveis a canção alcança seu objetivo, mesmo não sendo a melhor faixa até aqui. “interlude: la doble a” em colaboração com o DJ Tavares traz a revira volta na narrativa do compilado, onde encontramos aqui o eu lírico saindo da atmosfera triste e se libertando de sentimentos que no passado o fizeram mal. A dupla entrega versos bem clichês e sem muita expressão lírica, mas que para sua proposta se manteve bem durante o seu desenvolvimento. Porém, a artista poderia ter entregado uma passagem de narrativa com uma consistência lírica forte e qualidade de escrita elevada, como as Dudas faixas anteriores, isso manteria a crescente lírica que estava aparecendo no compilado. A lírica novamente tem uma crescente em “la reina del baile” a grande parceria da Aurora com Rubia, Dallas e Teyana T. As quatro artistas entregam uma grande canção pop latina, cantando sobre a certeza que ainda existe sim um amor verdadeiro, cada artista entrega o seu melhor nos seus versos, resultando em um conjunto adorável. “invencible” é uma canção sobre resiliência, determinação e força. O eu lírico aqui se encontra na sua melhor fase, se adjetivando como invencível. A lírica utilizada na canção é formidável, o refrão é um dos pontos altos da faixa sendo interessante e grudento, no sentido bom da palavra. Encontramos uma canção despretenciosa, mas que tem uma mensagem forte e bem desenvolvida. “Cicatrizes” tem uma letra curta e direta, mas que funciona e tem sua beleza no fim das contas. Aurora acertou em cheio em nos apresentar um tema assim de uma forma única. “no te pido flores” é uma poderosa canção latina, escrita por Aurora e a grandiosa J.Olly, a faixa é sensual e ousada tendo uma lírica fora do comum para a artista principal. Mesmo a faixa sendo excelente, ela parece não se encaixar na narrativa explorada até aqui, parecendo ter sido colocada às pressas dentro do compilado, a artista poderia ter sido muito inteligente se guardasse essa canção para um comeback ousado. A última colaboração e penúltima faixa do disco é intitulada “Cuervo”. Aurora convida Danny Wolf, Coline e Bronx para cantar em versos sinceros e certeiros como foi a responsável por construir uma imagem erronia do seu amado, criando uma cegueira para seus defeitos e o colocando como um príncipe encantado. O grupo de artistas entregam versos coesos e com desenvoltura linear, proporcionando ao ouvinte a escuta de uma ótima canção. “el ultimo baile” finaliza o disco da melhor forma, a artista exalta aqui em metáforas o amor próprio. Em uma analogia interessante sobre passos de dança em uma boate, Aurora traz a reflexão que se pode ser feliz sozinho, que dançar sozinho é divertido e satisfatório também. Foi uma escolha certeira e inteligente da artista, entregando o que há de melhor em uma canção latina. O visual do compilado foi produzido pela grande produtora Heccy e tendo o HTML sendo feito por Gabriel. A produção visual é bonita, os tons utilizados combinam com a proposta do disco e nos agrada visualmente, tendo uma grande aparência de um bom álbum latino. Por tanto, Aurora entrega um debut álbum de certa forma mista, com grande acertos e erros também, o que é normal para toda a pressão de lançar o primeiro álbum da carreira. Podemos citar erros como algumas faixas que não se encaixam dentro da narrativa, ou então a repetição de temas parecidos na primeira parte do disco, como grandes acertos podemos citar canções com qualidades líricas absurdas por exemplo “exílio” e “fantasmas” ou faixas que foram ousadas e despretensiosa por exemplo “cicatrizes”. Aurora entregou o seu melhor em seu debut álbum, nos fazendo entender que com sua evolução constante se tornará um grande nome no mercado latino.

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