Tocando agora:
Mental Dances - WAKBA
Ouvintes:
119,731

RADIOACTIVE - Kyonash
80

All Music

80

\"Radioactive\" revela uma abordagem autêntica e pessoal por parte de Kyonash, que optou por compartilhar suas experiências e sentimentos de forma direta e transparente. O álbum parece refletir uma jornada emocional e introspectiva, explorando temas como relacionamentos tóxicos, desejos íntimos, autoaceitação e críticas sociais. A faixa inicial, \"Sanctuary\" em parceria com Aleesa, estabelece um tom de conexão profunda e intimidade entre duas pessoas, destacando a importância de encontrar um refúgio no parceiro. Essa música transmite uma sensação de amor e entrega mútua, ressaltando a química e a cumplicidade entre os amantes. \"Masochist\" aborda um tema mais controverso e tabu, explorando os desejos e fantasias sexuais do artista de forma explícita. A música parece desafiar as normas sociais ao discutir abertamente o masoquismo e a busca pelo prazer através da dor e da humilhação, revelando uma faceta mais ousada e provocativa do artista. \"Radioactive\", faixa título, mergulha em um terreno emocionalmente denso ao abordar um relacionamento tóxico, onde o artista enfrenta a difícil decisão de se afastar de alguém que ama, mas que lhe causa danos. Essa música explora os desafios emocionais e psicológicos envolvidos em romper com padrões prejudiciais, transmitindo uma mensagem de auto-respeito e auto cuidado. A faixa \"The Last Man You\'d Fuck\" aborda questões de autoestima e valorização pessoal dentro de relacionamentos, destacando a importância de se sentir prioritário e respeitado na dinâmica amorosa. Essa música reflete sobre a necessidade de reconhecer e afirmar o próprio valor dentro de uma relação. \"Rumors\" e \"Mwah!\" exploram temas de autoconfiança e indiferença às opiniões alheias, mostrando a postura segura e assertiva do artista diante de fofocas e críticas. Essas músicas transmitem uma mensagem de empoderamento e autoaceitação, incentivando os fãs a se manterem fiéis a si mesmos. \"Xtravaganza\" destaca a influência da cultura Ballroom na letra da música, promovendo a aceitação das imperfeições e encorajando os ouvintes a se aceitarem como são. Essa abordagem inclusiva e empoderadora é louvável, pois promove a diversidade e a autoaceitação, incentivando as pessoas a abraçarem sua autenticidade. \"Ecstasy\", por sua vez, apresenta uma atmosfera pop e divertida ao relatar a experiência vivida por Kyonash e Penelope em uma boate. A crítica importante embutida na canção ressalta a importância de se divertir e aproveitar a vida, mas também alerta para os excessos e os perigos associados a certos comportamentos noturnos. Essa dualidade entre diversão e conscientização adiciona profundidade à música. \"Scandalize\" aborda os pensamentos e desejos obscenos que muitas vezes reprimimos por medo do julgamento alheio. A música sugere que esses desejos podem ser parte natural da experiência humana e questiona a necessidade de reprimir ou esconder esses aspectos de nós mesmos. A reflexão sobre a liberação desses pensamentos tabus é intrigante e convida os ouvintes a explorar sua própria autenticidade. \"Unstoppable\" encerra o álbum com uma reflexão profunda sobre o ódio, a divisão e a falta de amor presentes em algumas práticas religiosas. O artista questiona as motivações por trás do preconceito e da intolerância, sugerindo uma mensagem de inclusão, respeito e amor como caminho para a verdadeira harmonia entre as pessoas. Em resumo, o álbum apresenta uma variedade de temas e emoções complexas, revelando uma narrativa pessoal e provocativa que desafia convenções sociais e promove a autoaceitação, o amor próprio e a reflexão sobre questões relevantes da sociedade contemporânea. A autenticidade e a sinceridade do artista transparecem em cada faixa, criando uma experiência auditiva envolvente e impacta de forma direta a atmosfera dos ouvintes.

The Boston Globe

76

Em seu álbum de estreia, Kyonash mergulha em ousadia para contar sua história em um álbum que varia entre altos e baixos, navegando entre composições impactantes e composições que poderiam ter um desfecho melhor. O álbum tende a não ter um sentido fixo, e parece que várias músicas foram selecionadas juntas, que funcionam bem separadamente, mas todas juntas acabam não tendo tanto sentido quanto deveriam. Em \"Sactuary\", Kyonash abre os trabalhos do álbum da forma mais intensa possível ao lado de Aleesa. A música exala sensualidade em seus versos, e tudo arde no centro da música: o refrão. Kyonash exala faíscas sensuais em seus versos, e embora sejam compatíveis, o verso de Aleesa não acrescenta uma visão nova para música, e acaba em versos mais rasos e repetitivos. \"Masochist\" chega como um soco no estômago pela forma agressiva que a música é conduzida, e contém versos bastante impactantes, sendo um ponto positivo para o artista. A música chega a um ponto mórbido em sua ponte, mas que faz a música ganhar vida após um refrão chiclete. \"The Last Man You\'d Fuck\" é assertiva em demonstrar um lado mais pessoal de Kyonash, e aqui é possível sentir toda a honestidade do artista em seus versos, e o refrão se destaca como melhor parte da canção. Com a chegada da faixa título, \"Radioactive\" é agressiva na proporção certa, e discorre toda a raiva de um relacionamento pessoal do artista; os versos mostram seus sentimentos de angústia e raiva, mas também demonstram de forma sábia que o artista está melhor agora. \"Rumors\" e \"Mwah!\" são as faixas mais fracas do projeto; seus versos não impressionam como as anteriores e o artista acaba caindo no clichê após faixas impressionantes e intensas. As músicas abordam temas opostos, mas com versos rasos. \"Xtravaganza\" acerta em seu tom alegre e dinâmico em volta da cultura Ballroom, e contém versos que contagiam o ouvinte, onde é possível sentir o artista mais livre. \"Scandalize\" retoma o ar empolgante das primeiras faixas do projeto e contém linhas que detalham os desejos de Kyonash, ao mesmo tempo que é uma critica direcionada aos que lhe criticam por isso. \"Unstoppable\" encerra o álbum com a melhor música do projeto, onde o artista não só mostra seu lado mais vulnerável, mas mostra toda a sua habilidade lírica em versos extremamente pessoais. A capa do projeto é apresentada de forma impactante e as cores são definitivamente chamativas, sendo um ponto positivo para o álbum. Mas como um trabalho completo, seu visual não é tão impactante como deveria ser e poderia ser mais ousado para demonstrar toda a ousaria que Kyonash teve em seus versos. O \"RADIOACTIVE\" é definitivamente um álbum que impressiona em suas primeiras músicas, e contém uma forte personalidade artística, e sua personalidade forte presente em seus versos deve ser considerada a melhor parte do álbum. Em suma, Kyonash entregou um álbum que não é perfeito, mas a sua ousadia acaba sobressaindo os defeitos do \"Radioactive\" e o artista entrega álbum de estreia que poderia ser melhor lapidado, mas que ainda é impressionante para um artista novato.

Billboard

69

No seu primeiro álbum, o experimental Kyonash mergulha em reflexões pessoais, transportando os ouvintes para situações do cotidiano. Com histórias que não possuem um enredo linear, o álbum se desenvolve sem recorrer a eventos mirabolantes, o que é positivo, mas ainda assim não consegue criar momentos icônicos. Ele cria um ambiente seguro tanto para o ouvinte quanto para o artista. A primeira faixa, “Sanctuary”, é uma ótima colaboração com Aleesa, abordando temas de liberdade sexual. A dupla consegue ser instigante e honesta com suas palavras, tornando a canção provocativa e relacionável. \"Masochist\" mantém a temática sexual, mas de forma um pouco plana e repetitiva. O segundo verso se destaca, salvando a música de um fim trágico, mas ainda há pontos a melhorar, como o refrão. \"The Last Man You\'d Fuck\" apresenta um conceito interessante de autovalorização, bem explorado liricamente, mas o refrão é um tanto óbvio. \"Radioactive\" e “Rumours” carecem de personalidade e criatividade, sendo facilmente comparáveis a outras músicas com temas semelhantes, abordagens e até mesmo títulos. Apesar de terem momentos legais, a originalidade e a capacidade de trazer um toque único são essenciais, especialmente para um artista que ainda não conquistou seu espaço. “Mwah!” é boba, mas de maneira perfeita, com versos cômicos, sendo talvez a mais divertida do disco. O único ponto negativo de “Xtravaganza” são algumas escolhas de palavras que comprometem a musicalidade, soando demasiadamente formais e atrapalhando a fluidez da leitura. \"Ecstasy\" retoma o conteúdo inicial do álbum, com destaque para os versos de Penelope. \"Unstoppable\" encerra o álbum de forma reflexiva, abordando inseguranças e preconceitos. Infelizmente, a persona mais vulnerável de Kyonash apareceu apenas no último momento do álbum, o que é uma pena, pois o cantor conduziu muito bem o conteúdo, que poderia ter sido introduzido antes para equilibrar as emoções. Visualmente, o álbum é bem executado e polido, mesmo que de forma simples, com elementos que se alinham aos temas abordados. Kyonash precisa amadurecer algumas ideias para alcançar o topo da aclamação, já que seus desafios são mais criativos do que de execução. Há uma consistência lírica em alguns momentos do álbum, o que demonstra seu potencial artístico.

Spin

84

“RADIOACTIVE” se mostra como o álbum de estreia de Kyonash, após um extended play convidativo e singles que retrataram a disparidade da sensualidade do artista por trás da obra. Não se prendendo a um conceito fixo, o CD decreta em seu encarte que se trata de uma passagem por vários momentos da vida de Kyonash, algo que se torna perceptível a cada faixa analisada e aproveitada. A produção visual é o primeiro contato que o público possui com as intenções do lançamento; assinada por Kyonash em parceria com Kaleb Woodbane, dá uma ênfase no vermelho-carmim comparável ao imaginário que o público tem do inferno desde os primórdios da história, com o diferencial de uma outra ênfase no físico do artista e na artificialidade do que veste a todo momento, sendo um aspecto interessante, ainda que executado de forma rudimentar em alguns pontos. Em “Sanctuary”, faixa de abertura do álbum, o artista traz a participação especial de Aleesa para celebrar a química, a sensualidade e eroticismo entre dois amantes que beira as comparações entre o sagrado e o profano, espalhadas em todos os versos até que chegue a um ápice sexual na ponte. Tendo sido lançada originalmente como single, a escolha se mostra clara pela troca bem idealizada de versos e por atingir o ponto desejado em todas as marcas. “Masochist”, por sua vez, expande o teor provocativo da faixa anterior para tratar dos ínfimos desejos de ser masoquista com seu parceiro durante o ato sexual em si; contrastando com a produção altamente eletrônica, as letras aqui dão ênfase ao seu instrumental enquanto mantém o convite ao ouvinte para imergir no momento. A terceira canção do álbum é sua faixa-título; “Radioactive” utiliza-se de elementos do pop e do heavy metal para levar Kyonash a uma história contada de forma mais séria sobre um relacionamento destrutivo para seu lado pessoal; abraçando novas camadas de suas habilidades líricas, o cantor se permite brilhar numa faixa de destaque emocional. Em “The Last Man You’d Fuck”, Kyonash abrange elementos de empoderamento próprio frente a um relacionamento previamente vivido às escondidas - quando ele claramente não quer mais o sigilo e sim as luzes de poder assumir a pessoa que ama, enquanto seu parceiro prefere viver nas sombras. O tema é o mais complexo apresentado até aqui na tracklist, e a lírica direta do artista contribui para esse entendimento. “Rumors” traz o cantor lidando com a invasão midiática em cima de uma privacidade que ele já não se importa mais em ser invadida; abraçando a reputação que foi construída em cima de si - ainda que poucos vestígios de sua vida pessoal tenham sido divulgados amplamente em sua carreira -, ele continua a expandir seu vocabulário temático no álbum. “Mwah!”, liricamente, eleva a superficialidade dos rumores vistos na faixa anterior enquanto o compositor celebra sua virilidade corporal e convence a todos de que realmente não se importa com notícias negativas quanto a si mesmo - visto que a culpa das notícias também não parece ser unicamente sobre ele. “Xtravaganza” põe as mãos na house music para imergir na cultura ballroom em seu conteúdo lírico, semelhante ao visto no álbum “Love & Luxury” de Maddie Taylor, por exemplo, com o diferencial da performance de Kyonash sendo o modo como ele comprime as descrições para que os pontos não se sintam perdidos com o passar da duração da faixa. “Ecstasy” inicia a reta final da jornada do álbum; em parceria com Penelope, o cantor discute uma noite de festas e uso de entorpecentes que promete ter uma justificativa efêmera no começo, mas cujo refrão instiga o ouvinte a entender que todas as ações acontecem por motivos mais obscuros - como esquecer os problemas que os artistas só se lembram e se atormentam em períodos de sobriedade, tornando a canção um ponto interessante no projeto. “Scandalize”, penúltima música do CD, coloca Kyonash numa posição onde, utilizando-se de momentos de desabafo pessoal (como a revelação de ser filho de um adultério matrimonial e detalhes do ato de masturbação), ele incentiva o ouvinte a não se esconder das suas próprias vontades. É uma das melhores peças do álbum como um todo e que poderia ser trabalhada como single futuramente. O encerramento lírico e sonoro vem com “Unstoppable”, a faixa mais reflexiva e introspectiva do disco; Kyonash discute seu propósito dentro do mundo em que vive, um mundo repleto de preconceitos e hipocrisias que ele não gostaria de ver e dos quais não quer mais ser uma vítima. A profundidade aqui não vista antes é um diferencial e encerra, da forma mais próxima possível ao magistral, o álbum “RADIOACTIVE”, que constrói na cabeça do ouvinte a pessoa, o artista e o pensante que Kyonash almeja ser - e que muito provavelmente tem mais a expandir caso continue sua imersão artística em projetos futuros.

The Boston Globe

85

“RADIOACTIVE” é o primeiro álbum de estúdio de Kyonash. Um projeto com um conceito mais simples e que basicamente diz sobre a vida cotidiana do artista, o disco inicia com “Sanctuary”, parceria com ALEESA. É uma faixa bem sexy, com versos bem escritos, dando um destaque ao de ALEESA que é bem melódico e mira diretamente na síntese da faixa, sem deixar de lado Kyonash com o refrão simples, mas muito bem escrito. “Masochist” é intensa e direta ao ponto, com boas expressões empregadas, aqui declarando que o seu prazer não deveria ser um tabu, e mostrando isso ao ouvinte com muita clareza. “Radioactive” consegue criar um ambiente onde Kyonash reina diante o seu parceiro; ele não tem medo ao falar tudo que passou, tornando, inclusive, seu parceiro algo desprezível, diante de todo o inferno que ele o fez passar. É a melhor canção do projeto até aqui. “The Last Man You\'d Fuck” é construída em uma experiência onde o artista decidiu se manter acima, aqui deixando algo que não o favorecia de lado. Pelo contrário, aqui o artista estava sendo usado. É uma faixa bem escrita, mas em momentos muito densa. “Rumors” mostra o artista adotando um lado sarcástico, sem ligar para o que dizem a seu respeito; aqui, ele deixa tudo isso rolar solto, enquanto vive a sua vida sem se afetar. “Mwah!” é uma faixa que chama muito a atenção e é bem escrita, mas é muito curta e deixa a desejar por não desenvolver mais essa narrativa. Seria muito interessante vê-la completa, inclusive. “Xtravaganza” incorpora o Ballroom em uma faixa cheia de personalidade e energia positiva. Funciona muito bem na tracklist, evocando esse lado mais egocêntrico do artista, além de ser muito bem escrita. “Ecstasy”, em parceria com Penelope, traz bastante do escapismo à tona, com um ambiente festivo mostrando que devemos ter nossos momentos, sem viver pelos problemas a todo momento. É uma canção bem inteligente e bem escrita, por mais que em certos momentos beire o clichê. “Scandalize” evoca o provocativo, aqui com o sexo e os seus desejos mais “impuros” tomando conta do artista. Aqui, ele assume isso e não se importa, pois sabe que todos têm desejos sexuais dos mais diversos. “Unstoppable” fala sobre a homofobia e o medo de Kyonash do ódio direcionado aos LGBTQIAP+ e de como ele pode causar danos físicos e mentais aos membros da comunidade, incluindo ele mesmo. É uma canção que finaliza o projeto de uma forma pura e transparente, sendo muito interessante, incluindo a ponte. O visual, produzido por Kyonash e Kaleb Woodbane (Merch), é agradável. Entretanto, a edição é bem amadora e o encarte ainda dá a impressão de que “falta algo”. Em síntese, “RADIOACTIVE” é um projeto ótimo e com composições boas, mesmo que caia em alguns clichês ou falhas de execução.

Pitchfork

83

Em seu primeiro álbum de estreia intitulado de “Radioactive”, o DJ Kyonash promete trazer o cotidiano baseado em suas experiências pessoais como narrativas para construção do projeto. O disco se inicia com “Sanctuary\", sendo uma colaboração com Aleesa, onde descreve um relacionamento denso, cercado de ternura, luxúria e sensualidade. A faixa é provocativa ao mesmo tempo que romântica, sendo um pontapé interessante para o projeto. “Masochist\" é a segunda faixa e, aqui temos o artista cantando sobre os prazeres e as artimanhas para provocar o prazer mútuo. É uma faixa interessante e muito bem construída. \"The Last Man You\'d Fuck\" e a faixa-título \"Radioactive” podem ser tidas como pontos altos do projeto ao abordarem bagagens mais pessoais e emocionais de Kyonash, traduzindo suas cicatrizes e medos em faixas que facilmente poderiam se tornar singles. O projeto segue com outra faixas, explorando críticas em \"Rumors\" por exemplo, \"Xtravaganza\" ao incorporar o dance/house em referências aos ballrooms ou ainda em \"Ecstasy\", onde encontramos o ícone pop Penelope, em uma faixa que reúne uma narrativa sobre o escapismo de uma noite intensa no clube. O projeto apresenta uma linearidade lírica muito eficiente, sem grandes escorregões, mesmo que em momentos como na faixa “Scandalize”, a abordagem fique um pouco repetitiva ou datada conceitualmente. Para encerrar o projeto, temos \"Unstoppable\", a qual é uma especie de carta para suas inseguranças, refletindo sob essa ótica os erros, acertos, passado e presente de maneira concisa e objetiva, sendo uma ótima maneira de encerrar o projeto. Na parte visual, temos o veterano Kaleb Woodbane como responsável, apresentando certa simplicidade na parte gráfica, mesmo que possua seus momentos de palmas como a capa do discos, que, é uma das mais originais do último ano. Poderia estar mais bem executado, mas ainda sim, o álbum possui seu certo chame. \"RADIOACTIVE\" é um surpreendente ótimo de estreia, abrangendo as visões, ações e experiências de maneira limpa, concisa e correta, sem excessos. Ainda há alguns deslizes presentes no projeto, mas em sumo, Kyonash veio para ficar e, o futuro do mesmo parece ser brilhante se o caminho se continuar o mesmo.

The Line Of Best Fit

84

Estreando com o pé direito na indústria com seu primeiro álbum de estúdio intitulado “RADIOACTIVE”, com dez faixas em sua estrutura e parcerias com Aleesa e Penelope, passeando pelos gêneros Pop, Hyperpop e Eletronic. A primeira faixa do álbum intitulada “Sanctuary” parceria com ALEESA, trazendo como centro desejos carnais e de como suprir o seu parceiro com tal desejo, onde ambos se sentem tão cobiçados a ponto de entrar seu próprio corpo como um \"santuário\" como o próprio nome da faixa aborda, trazendo versos que combinam totalmente com o tema, apesar da faixa ter uma boa estrutura, a colaboração acaba por não combinar muito, pelo verso de ALEESA destoar da faixa, sendo um pouco sem profundidade. \"Masochist\" traz uma abordagem diferente da canção anterior, onde o artista fala sobre o masoquismo, deixando explicitamente o seu gosto pela dor no sexo, assim vendo prazer na prática, a faixa casa muito bem e os versos são muito bem escritos, principalmente em sua ponte, que sem dúvidas traz o apogeu da faixa até aqui. \"The Last Man You\'d Fuck\" faz contrapartida as faixas anteriormente apresentadas, onde o artista busca ser a prioridade da relação, assim, se amando mais e se sentindo melhor em relação a tudo que acontece em uma união, a auto valorização é ponto chave na letra, trazendo um ar diferente, sendo sem dúvidas a melhor faixa até aqui. \"Radioactive\" faixa título do disco retrata Kyonash em meio a um relacionamento tóxico onde se sente constantemente em uma luta emocional com seu parceiro, trazendo uma lírica impactante e mais ácida, a faixa apresenta elementos ótimos, apesar de algumas falhas de execução notáveis em seu segundo verso, onde em alguns momentos de torna redundante. \"Rumors\" quinta faixa do álbum remete as fofocas perante o nome do artista, onde ele se desprende de todas as amarradas que levam ao tema, assumindo o que disseram em partes, mas ainda sim não concordando com tamanha exposição, a faixa apresenta versos ótimos e metafóricos, com referências muito bem usadas e aplicadas. \"Mwah!\" continua a história da faixa anterior, onde o artista demonstra não ligar com aquilo que afirmam ao seu respeito, mas agora trazendo sua autoestima como tema central, usando referências em seu verso, apesar da faixa ser pequena, consegue passar tudo aquilo que prometeu. \"Xtravaganza\" listada como sétima faixa do álbum faz uma referência clara ao luxo e de como ele se faz presente no dia dia das pessoas, elevando a autoestima e encorajando as pessoas que possuem imperfeições se mostrarem ao máximo, a lírica é muito bem feita e com referências a marcas que casam bem com a proposta que a faixa quer passar, assim, sendo um ponto muito alto no disco. \"Ecstasy\" colaboração com a popstar Penelope traz vivências de ambos os artistas em boates, trazendo a tona tudo aquilo que viveram em um determinado tempo, o verso de Penelope é sem dúvidas muito bem escrito e uma das melhores partes da faixa, onde casa muito bem com Kyonash, sendo um interessante single a ser explorado em um futuro próximo. \"Scandalize\" usa o julgamento como seu ponto foco, onde o artista fala como se sente em relação as pressões sociais e o medo de como podem reagir a determinadas atitudes obscenas que muitas vezes reprimimos, a faixa é muito boa em todos os seus quesitos, marcada principalmente pelo desejo insaciável de se libertar de tudo aquilo nos prendemos. \"Unstoppable\" traz uma lírica que vai dá contramão das demais faixas do disco, onde o artista mostra seu lado mais vulnerável, onde o artista vai contra tudo aquilo que lhe julgam, questionando o motivo de tudo isso acontecer com si mesmo, fazendo referência a Joana D\'arc no refrão, a música traz aspectos muitos positivos, assim demonstrando o que o artista é capaz. Com produção do próprio Kyonash e de Kaleb Woodbane, o álbum possui uma produção simples, mas que, apesar disso, combinam muito bem pelas cores apresentadas em sua capa, que sem dúvidas se conectam em muitas camadas com as demais faixas do disco. Em geral, Kyonash nos apresenta um bom álbum, abordando a sexualidade no disco, apresentando suas vulnerabilidades e vontades carnais, nos deixando extremamente ansiosos para futuros trabalhos do artista.

Los Angeles Times

80

Em seu álbum de estreia, Kyonash leva seus ouvintes a conhecer um pouco mais sobre si e os transporta para fragmentos do dia a dia de qualquer um deles, como por exemplo, a experiência fervorosa de estar numa boate ou de se libertar de um relacionamento tóxico. Somos introduzidos ao disco por \"Sanctuary\". O lead single que é uma colaboração com a estrela em ascensão, Aleesa, retrata um relacionamento intenso e provocativo, mergulhando em temas de desejo, tentação e liberdade sexual. Os dois artistas contribuem positivamente para faixa, que cumpre liricamente ao que se propõe. Entretando, sentimos que é uma canção que se sairia melhor no meio do disco, e não como faixa introdutória. Seguindo para \"Masochist\", continuamos com a temática sexual, embora a qualidade desta tenha caído um pouco em relação a anterior. A letra de \"Masochist\" apresenta uma abordagem intensa e explícita sobre temas de dominação, submissão e prazer sexual, retratando um relacionamento onde o masoquismo é explorado como fonte de excitação e prazer para ambas as partes. A terceira faixa, \"The Last Man You\'d Fuck\" que também é um single promocional do álbum, é um dos destaques positivos do disco; bem estruturada e escrita, a canção foca no processo de autovalorização em um relacionamento, enquanto o artista consegue ser firme e seguro de si durante toda a faixa. Outro ponto alto do disco, é \"Radioactive\". A faixa que é primorosa, aborda um lado mais pessoal do artista, enquanto conta sobre um relacionamento tóxico. Sem dúvidas, seria uma ótima faixa para abrir o disco e possui um potencial enorme para se tornar um próximo single. \"Rumors\" é outra faixa que adoraríamos ter visto como uma faixa de introdução, ela é sarcástica, provocativa, traz referência e crítica ao mundo pop, e acima de tudo é expansiva, consagrando-se como a nossa favorita. \"Mwah!\" surge como um contraste em relação a \"Rumours\", mantendo o tom sarcástico que tanto apreciamos, enquanto o artista reafirma sua autoaceitação corporal. A faixa, que poderia ser descrita como uma ode humorística à sua bunda, apresenta um primeiro verso promissor, porém, no geral, esperávamos uma abordagem mais impactante, especialmente considerando a progressão positiva em termos de qualidade do álbum até então. \"Xtravaganza\" entrega elementos da cultura Ballroom em sua letra. A faixa incentiva os ouvintes a se aceitarem como são e a desfilarem com suas imperfeições, promovendo a autoexpressão e a celebração da individualidade. A música também faz alusão à icônica cena Vogue, incorporando elementos da cultura LGBTQ+ e da moda em seu discurso de autoaceitação e autoafirmação. Seguindo para \"Ecstasy\", uma colaboração animada entre Kyonash e Penelope, temos uma canção pop que celebra a experiência de escapismo em uma boate. A letra destaca a busca por momentos de diversão, simbolizados pelo consumo de bebidas e drogas, em contraste com a dureza da realidade. \"Scandalize\" aborda os pensamentos e desejos obscenos que muitas vezes são reprimidos devido ao medo do julgamento dos outros. A letra destaca a ideia de não se limitar por normas sociais ou tabus, e sim aceitar e explorar livremente a sexualidade e os impulsos pessoais. A música incentiva a viver sem medo do que os outros pensam, enfatizando a importância de se libertar das restrições impostas pela sociedade, sendo uma faixa que resume bem o álbum como um todo. Como faixa de encerramento temos a intimista \"Unstoppable\", onde Kyonash abre suas inseguranças e medos quanto a ser um homem queer, abordando preconceito e fé. É uma faixa madura e reflexiva, encerrando o disco de forma positiva. Visualmente, a produção é simples, mas possui sintonia com as letras de suas faixas. \"RADIOACTIVE\" é um surpreendente ótimo álbum de estreia, onde o artista consegue expressar toda sua liberdade sexual e de expressão, entregando em sua maioria, faixas de extrema qualidade e conceito. Estamos ansiosos pelos próximos passos do artista, Kyonash é sem dúvida alguém para se ficar de olho.

American Songwriter

82

O cantor experimental e DJ, Kyonash, lança seu primeiro álbum de estreia, explorando histórias de sua vida, sem enforque conceitual, mas sim um diário aberto. Abrindo o disco com o single \"Sanctuary\", com participação da cantora Aleesa, os cantores brincam em meio a flertes que vão de românticos à sexuais, uma canção bem divertida e que desperta curiosidade do projeto. Dando continuidade, a faixa \"Masochist\" explora mais ainda um pretexto sexual, abordando um assunto que é tabu, o masoquismo como fetiche sexual; Uma canção com bastante identidade e que exige uma coragem muito grande do artista. Dando um freio no assunto que vinha sendo explorado, em \"The Last Man You\'d Fuck\", Kyonash traz uma história onde é buscado um reconhecimento amoroso além de sexo, com uma lírica melancólica enquanto seu instrumental é hyper-pop explosivo, um grande destaque do disco. Em \"Radioactive\", o eu-lírico se ver num relacionamento tóxico, ao mesmo que entra em conflito com seu coração que sente amor e ódio pelo abusivo, os trechos íntimos faz com que o ouvinte consiga visualizar exatamente o que o artista está/estava passando. Todavia, em \"Rumors\", o cantor traz um tema muito genérico e batido na indústria, muitas vezes muito arriscado por ser bastante tratado, visto que exige uma narrativa mais diferente pra se destacar, o que não acontece aqui. O tema ainda é mais aprofundado na faixa \"Mwah!\", sendo mais curta, porém com tom sarcástico, que poderia ser mais interessante se fosse mais explorada e incrementada em seus versos. A faixa \"Xtravaganza\" traz de volta o disco para os seus eixos, explorando a cultura Ballroom, onde encoraja seus ouvintes a dançar, viver, despertando um sentimento de liberdade. Outrora, \"Ecstasy\" traz uma lírica mais metafórica e com uma crítica bem consistente sobre a busca de ilícitos na tentativa de alívio emocional; Em participação com a cantora Penelope, a faixa traz um sentimento de divertimento que não passa de uma realidade utópica, com certeza, o maior destaque lírico do disco. Retomando ao contexto sexual, \"Scandalize\" explora a obscenidade como uma liberdade interna, apesar de trechos rápidos e não muito explorados, demostra-se uma canção com muito potencial. Finalizando o projeto, \"Unstoppable\" se monta como um escudo de defesa contra o ódio, trazendo questão religiosa no contexto pra enriquecer a narrativa; A crítica sobre a religião trazida no disco acaba por não funcionar direito, e soa como um apelo pra incrementar o que se sustentaria apenas com uma reflexão mais direta do cantor. O visual produzido pelo próprio cantor e o talentosíssimo Kaleb Woodbane, traz tons de vermelho e preto, com imagens provocativas e com breves associações ao que seria intrigante pra sociedade, conectado com que é trazido liricamente. Por fim, \"RADIOACTIVE\" acerta muito até mesmo quando erra; A aposta em um disco sem conceito específico, mas com temas controversos até tópicos que os ouvintes podem se conectar, foi uma acerto pra ser trazido em seu primeiro projeto; Kyonash demostra-se ser um grande compositor em ascensão, apenas pecando em não se aprofundar em suas faixas e se contentar com pequenas palavras, rápidas e fáceis, todavia, quando empenhado, suas faixas brilham, assim como também mais atenção na organização da tracklist. Uma estreia acima da média, com personalidade, onde abre caminhos pra algo muito maior em seguida.

2018 - © FAMOU$