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Vampires - Malo ft. LASHAE
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NEMO - Asha
96

Variety

100

Contendo variadas referências e influências de grandes nomes da literatura, \"Nemo\" vem a ser o mais recente disco lançado por Asha e ao longo de suas 12 canções somos arrebatados por tamanha impecabilidade. A artista demonstra pra gente o seu conhecimento de literatura, ao utilizar obras de Julio Verne e Edgar Allan Poe como bases alegoricas para toda a magistral jornada expressa no álbum, isto sem perder o toque pessoal. Desta forma pudemos conhecer o lado vulnerável da artista em faixas como os singles: \"Escapist\", que retrata as suas lutas diárias e perserverança, \"The Islander\", contando sobre momentos de solidão da artista, e \"Nevermore\", onde a mesma, juntamente com Ashford, se vê confrontada por seu passado. Além dos singles tal coisa também pode ser vista em \"Siren Tears\". O disco também trata de outros tópicos, como o perdão a atos do passado em \"Forever Gone Child\", ou o arrependimento pelo passado e tentar iniciar uma nova vida como podemos ver em \"The Graveyard\" e, até mesmo, um conto sobre toda uma vida como é o caso de \"Lighthouse Orchestra\" e tudo isso é feito de forma magistral. Sem se perder ou soar confuso. As canções \"Nemo\", \"Warfare\" e \"Lovelorn\" são grandes destaques dentro do trabalho e isso por terem propostas diferenciadas dentro todo o resto e, ainda assim, conseguirem se manter fiéis a visão da criadora. O visual produzido por Outtathisworld consegue desempenhar um papel de grandiosa importância, ao conseguir transmitir e perpetuar a grandiosidade e beleza do lirismo rico, versátil e poético de Asha. A produção é muito detalhada, rica, polida e ainda com uma ilustração feita a mão pela produtora, o que resulta em algo do mais alto nível. Em suma, Asha se mostra uma compositora sagaz e com uma perspicácia inigualável. A artista consegue facilmente entregar o álbum do ano com \"Nemo\" e quanto a isso não há duvidas.

Rolling Stone

100

Após anos de espera e uma série de singles bem sucedidos, ASHA lança seu mais novo álbum de estúdio, baseado em sua trajetória intrínsecas a sua bagagem emocional pessoal. Traduzido do latim, “NEMO” significa “nada/ninguém” e, dividi-se em 12 faixas que descrevem a variedade de temas e abordagens empregados pela cantora. Para abordarmos o conteúdo lírico, podemos dizer que esse talvez seja o trabalho que define e molda o espectro e a essência de uma vida em faixas que são enriquecidas por referências e personalidade, evidenciando o magnetismo e o poder fervoroso que explica exatamente a longa antecipação pelo disco. A premeia faixa, “Nemo”, inicia esse debate ao abordar essa perca do seu próprio eu, de sua ótica sobre você mesmo dentro desse universo que estamos inseridos, possuindo um claro recorte de “Vinte Mil Leguas Submarinas” com o personagem principal adotando o mesmo nome do disco e, se isolando da sociedade após se perder nessa jornada. “Warfare” e “Predator” são opostos líricos complementares. Onde no primeiro caso existe uma das faixas mais vulneráveis e sinceras da cantora, enquanto em “Predator” a raiva e o ódio por sua própria existência é atenuada. ASHA demonstra sua elasticidade ao pontuar e descrever outros dois espectros ambíguos e implacáveis como a própria cantora diz em metáforas e versos polidos. “The Islander”, “Escapist”, já conhecidas pelo público, juntamente com “The Graveyard”, são os grandes destaques do projeto até aqui, acentuando a sua destreza aos cuidados e a força de compartilhar seus momentos reflexivos com o público. Seria redundante pontuar em como todas as faixas seguintes a qualidade é mantida em sua linearidade em forma mais sublime, mas de fato é o que acontece. Mas talvez a canção que mais mereça atenção por seu tom extremamente visceral, é “Child Forever Gone”, com sua ambientação ao passado, uma carta de desculpas por todos os erros e situações que se desenrolaram e guiaram a artista para determinados lugares. Curiosamente, ASHA revela que essa foi uma das primeiras faixas a serem idealizadas porém com título original diferente e, seu amadurecimento imprescindível para torná-la quem ela é hoje e para que essa mensagem fosse entregue. E definitivamente isso ficou explícito. Sintetizando todos os pontos abordados sobre as histórias e o conceito de do álbum até aqui, temos que destacar o projeto visual mais bem elaborado do ano. Sem sombra de dúvidas “NEMO” servirá como divisor de águas para alguns prospectos na indústria por sua originalidade e refinamento traduzidos em desenhos feitos à mão pela produtora outtathisworld e seu pós produção extremamente bem elaborado e bem executado. Não é cedo para dizer que temos um exemplo de identidade completamente difundida após o início em sua trilogia de singles que antecederam o álbum. Evidentemente outta e ASHA entregaram os melhores momentos visuais de suas carreiras. Desse modo, \"NEMO” é o grande exemplo recente de que a antecipação pode valer sua espera, não somente pela criação de um universo que é brilhante, mas também pela representação da solidificação do nome de ASHA na indústria com sua personalidade e percepção acurada através de sua ótica artística e humana. “NEMO” é definitivamente um clássico instantâneo.

The Boston Globe

98

Finalmente entré nós, Asha nos entrega \"NEMO\", seu novo disco que emerge como um testemunho corajoso e visceral de uma jornada pessoal e emocionalmente intensa para a artista por trás do projeto. Com uma construção que se estendeu ao longo de quase quatro anos, o álbum é uma narrativa complexa sobre solidão, autodepreciação, culpa e perda de identidade. O título, derivado do latim e significando \"ninguém\" ou \"sem nome\", encapsula a essência do álbum, que representa uma re-caracterização do que significa ser humano. A motivação por trás de \"NEMO\" é profundamente pessoal, refletindo um período obscuro na vida da artista, onde a desconexão consigo mesma era palpável. Em termos musicais, o disco transcende categorias tradicionais, mesclando influências que vão desde o metal sinfônico até o folk europeu, criando um ambiente sonoro rico e envolvente. Essa variedade de gêneros contribui para a atmosfera única do álbum, complementando o conteúdo lírico denso e profundo que permeia cada faixa. O conceito geral é habilmente articulado, explorando temas de uma forma que é tanto introspectiva quanto universal. Suas letras são um dos pontos mais destacados do disco, apresentando uma identidade lírica perspicaz que evidencia a habilidade da artista em contar histórias únicas. Cada palavra parece cuidadosamente escolhida e colocada, contribuindo para a construção da narrativa intrincada do álbum. Faixas como ‘The Islander’, ‘Child Forever Gone’ e ‘The Graveyard’ se destacam como ápices qualitativos, demonstrando a agudeza e a precisão da lírica de Asha neste projeto. Sobretudo em um trecho de \'Child Forever Gone’ onde o sentimentalismo e a dor do eu-lírico são expostos na mais sensível tração: \"Minha queda será por você, meu amor estará em você, se você for quem irá me cortar… Eu sangrarei para sempre\". Visualmente, \"NEMO\" é uma obra-prima de originalidade e detalhamento. Os tons terrosos, avermelhados e escuros, combinados com texturas ricas e efeitos bem pensados, criam uma estética visual que é tanto intrigante quanto envolvente. A colaboração com a produtora outtathisworld resultou em desenhos autorais que dão vida às narrativas de Asha, acrescentando uma camada adicional de profundidade e significado ao álbum. Um traço valioso de produção que fazia falta nos trabalhos recentes de outros artistas e que aqui ganha novos significados e reafirma a importância em se prestar aos detalhes e em como uma ótima junção bem feita de vários deles formam um escopo invejável e extraordinariamente belo. Sendo assim, de modo geral, \"NEMO\" é a prova mais recente do talento e da bravura da artista em se reinventar e explorar novas fronteiras criativas. Este álbum representa o ponto mais alto da carreira de Asha até o momento, mostrando uma maturidade artística e uma habilidade de composição que são verdadeiramente notáveis. O disco é uma obra rica, encorpada e feita para perdurar como um dos melhores lançamentos de sua temporada, solidificando o lugar de Asha como uma das artistas mais promissoras e irreverentes da história.

Pitchfork

100

Após um longo tempo desde seu último álbum, a lenda do various Asha retorna com seu quarto álbum de estúdio, intitulado \"Nemo\" com doze faixas em sua composição ao todo. \"Nemo\" faixa título do álbum traz uma narrativa de como é a sensação de viver em um náufrago solitário, onde se sente eternamente a deriva e na ausência de quem ama, usando a metáfora da palavra do título, no qual significa \"ninguém\" no latim, a faixa é muito bem estruturada e pensada, sendo uma sensação única para o início do disco. \"Warfare\" retrata os horrores de uma guerra, onde Asha reflete sobre suas experiências em um campo de batalha, lamentando os sacrifícios feitos em nome da justiça, a canção é muito bem feita, principalmente em versos como: \"Um motim contra o meu próprio ser, uma história maldita / de muitas lâminas afiadas e vidas pintadas de escarlate\" que elevam indiscutivelmente o patamar da canção, sendo um potencial single bastante promissor. \"Predator\" terceira faixa do disco descreve como Asha se sente presa em sua própria \"carnificina\" e luta com a sua essência natural, tentando entender a sua própria mente e encontrar uma busca de escapismo eficaz para se sentir melhor, as metáforas da faixa são muito bem colocadas, principalmente as da ponte, onde sem dúvidas é o apogeu da canção. \"The Graveyard\" quarta faixa do álbum traz a morte como seu tema central, descrevendo o desespero e a resignação em relação aos desejos do luto, onde a cantora se sente desolada, utilizando-se de uma metáfora em forma de imagem, onde cita jardins desertos como um ponto de encontro, o refrão da faixa é bem escrito, principalmente em seu início, onde a perspicácia de Asha se sobressai. \"Escapist\" aclamado single da era reflete sobre a cantora se sente presa e em busca de um escapismo através de sua mente, reconhecendo a necessidade de mudança e de seguir em frente mesmo com adversidades permeando o seu caminho, a faixa é indiscutivelmente perfeita em todos os sentidos. \"The Islander\" conta uma história de um marinheiro solitário, que um longo tempo a deriva no mar, contemplando seus dias em terras duvidosas que um dia foi sua casa, se tornando incapaz de encontrar um destino certo, a faixa é muito metafórica, trazendo a sensação de conforto em sua composição, um ponto extremamente forte. \"Lovelorn\" sétima faixa do disco reitera a imagem de uma sereia que traz consigo uma tragédia inevitável, o refrão da faixa é muito bem pensado, mas sem dúvidas o ponto alto da canção é seu segundo verso, onde Asha faz claras metáforas a morte, versos como: \"As barreiras quebradas tornaram-se lápides neste cemitério / epitáfios gravados com nosso nome / As memórias, banquete para os cães que você criou\" são sem dúvida muito bem colocados. \"Tell-Tale Heart\" aborda uma noite onde Asha sente uma ruptura emocional em um momento de crime, usando a metáfora de um coração cheio de pecados, se sentindo consumida por si própria, enquanto tenta buscar ajuda, a faixa tem muitas metáforas de imagem em sua composição, sendo um ponto alto até aqui, não atrapalhando em nada a fantasia contada. \"Nevermore\" colaboração com Ashford traz ambas enfrentando seus profissionais demônios e fantasmas do passado, onde se sentem em um dezembro frio em seu primeiro verso e observando uma presença estranha ao seu redor, em geral a junção de duas grandes artistas é extremamente bem feita e pensada, sendo sem dúvidas umas das melhores faixas do disco. \"Child Forever Gone\" traz uma letra significativa consigo, onde Asha aborda a cura e a esperança em si, fazendo uma reflexão sobre a passagem das estações e o perdão divino, a faixa possui um tom de despedida em sua estrutura, mais um ponto positivo do disco até aqui. \"Siren Tears\" fala sobre Asha e suas dificuldades e perdas durante a sua vida, trazendo a metáfora de imagem de \"lágrima de uma sereia\" trazendo a tristeza e a beleza em união, buscando um novo começo em sua vida em partes, a faixa é muito boa em todos os quesitos, principalmente em seu terceiro verso, repleto de ideias bem organizadas. \"Lighthouse Orchestra\" retrata a sensação contra a escuridão interior e a busca por uma luz, onde Asha se sente em uma noite sentindo a brisa da coluna, em busca de um crescimento pessoal e apreciar as coisas boas que o mundo tem de oferecer, sendo assim, mais uma faixa exemplar do disco. O visual do álbum é extremamente bem organizado e limpo, seu encarte é muito bem feito e sua capa reflete os aspectos abordados no disco, casando perfeitamente com a ideia do disco, sendo mais um acerto em cheio de outtathisworld, que já trabalhou com Asha em outros singles da era. Em geral, a artista nos apresenta um álbum totalmente limpo e praticamente sem defeitos, mostrando que a espera valeu a pena sem dúvidas.

TIME

85

Após um tempo de espera. Finalmente Asha está de volta com seu novo álbum \"NEMO\". Um álbum íntimo e transparente que nos revela uma Asha totalmente sincera com seu público sobre um período obscuro de sua vida. A artista abre o álbum com a faixa título \"NEMO\" que cumpre perfeitamente seu papel de faixa introdutória/faixa título, a canção com versos poderosos e uma lírica de tirar o fôlego foi uma bela escolha para abrir o seu álbum. Seguida das canções Warfare e Predator, Asha consegue nos emergir cada vez mais em sua mente e na sua parte obscura, as faixas são dois grandes destaques dentro do álbum, e sem dúvidas duas grandes canções que futuramente podem se tornar singles. O álbum prossegue com a canção \"The Graveyard\", uma canção um tanto quanto perdida dentro do álbum e de seu conceito, apesar de uma ótima escrita e ser uma das canções com melhor composição dentro do álbum. A canção acaba que ficando para atrás em relação ao conceito do álbum, talvez por ter sido escrita dois anos após a concepção do álbum, assim como a própria cantora deixa claro. Seguindo dos singles \"Escapism\" e \"The Islander\". Aqui chegamos a pontos não tão diferentes da faixa anterior, as duas canções também com uma lírica muito boa e muito bem executadas, acabam que se destoando das primeiras três faixas do álbum. As canções que inclusive foram grandes singles da era, são boas canções mas que acabam fazendo o ouvinte se desconectar um pouco do que estava ouvindo do álbum até então ou o fazem voar de toda a atmosfera criada até aqui com as primeiras faixas. Com \"Lovelorn\" Asha nos mostra para o que veio, sendo a melhor composição dentro do álbum, a canção consegue fazer o ouvinte viajar dentro de todo o conceito criado pela artista para o álbum, com uma composição rebuscada e muito bem trabalhada faz com que você consiga imaginar imagens a cada verso lido na canção, aqui o único defeito da música é ela não ter sido escolhida como lead single para o álbum. Já que a canção é claramente um lindo filme sobre o álbum. A faixa \"Tell-Tale Heart\" é uma canção com uma composição um tanto quanto \"simples\" mas que cumpre o seu papel dentro do álbum, com uma narrativa envolvente e muito bem colocada dentro do conceito a canção mostra que a simplicidade pode ser tudo, e nessa caso é um exemplo que para a canção funcionar não é preciso uma super composição com mil e umas palavras difíceis ou coisas do tipo. Seguindo com mais um destaque dentro do álbum, o single \"Nevermore\" em parceria com a cantora Ashford é uma canção envolvente e muito cativante, trazendo mais uma composição muito rebuscada e grandiosa dentro do álbum, o single pode fazer com que o ouvinte fique ansioso para ver o que vai acontecer a seguir, a cada verso que lê na letra da música. As canções \"Child Forever Gone\" e \"Siren Tears\" são duas canções um tanto quanto parecidas, ambas com a temática de revisitar o passado, acabam que sendo ótimas canções mas que não tem tanto destaque assim dentro do album, mas também não passam despercebidas. Encerrando o álbum temos a canção \"Lighthouse Orchestra\" que definitivamente encerra o projeto de uma forma espetacular, sendo dividida em duas partes a composição da canção consegue fazer com que suas partes conversem entre si e ao mesmo tempo sejam distintas uma da outra, assim como a faixa introdutória do álbum, essa canção consegue entregar o encerramento perfeito para o álbum, assim fechando com chave de ouro o projeto. O visual do álbum criado por Outtathisworld. É sem dúvidas um show a parte, fazendo com que o ouvinte mergulhe por completo no conceito do álbum, o visual trás imagens que serviram de base para a parte lírica do álbum, o visual trás em imagens o que Asha quis nos dizer com seu álbum. Sendo brilhante e rico em detalhes é sem dúvidas um dos melhores visuais já apresentados pelas artistas. Por fim, Asha consegue com grande êxito nos apresentar um álbum muito bem escrito, com grandes composições que fazem jus a todo o talento da artista. Porém mesmo com todo o talento da cantora é inegável que o álbum tem seus pontos fracos que fazem a coesão do álbum ser um pouco duvidosa. Como as canções \"The Graveyard, Escapism e The Islander\" que fazem com que o ouvinte se distancie um pouco de todo o conceito pensado para o álbum pela artista. Sendo elas canções que flutuam para fora do mundo criado por Asha, sendo dispensáveis dentro da tracklist final do álbum. NEMO por fim é um álbum com altos e baixos, sendo um grande destaque positivo no cenário musical atual, fazendo com que Asha se consolida ainda mais como uma artista completa. E sem dúvidas será uma grande inspiração para álbuns futuros para outros artistas.

Pitchfork

100

Após longos anos de espera, Asha finalmente lança o \"Nemo\", seu quarto álbum de estúdio. A cantora mergulha em um mundo criativo para narrar suas crises de identidade artística e mostra que foi aí onde conseguiu se encontrar como artista. Seguindo à deriva entre os gêneros, Asha mostra no \"Nemo\" que a mudança da música dance para o \"Nemo\" foi o seu maior acerto, já que aqui podemos conhecer seu lado mais polido e coeso. O álbum adentra na sua história com a faixa título \"Nemo\", onde Asha mergulha em seus sentimentos depreciativos e transforma a narrativa em um conto cara a cara com o ouvinte, transparecendo com facilidade toda a sua vulnerabilidade e dúvidas sobre si mesma durante seus versos. Em \"Warfare\", Asha usa uma verdadeira guerra como uma metáfora inteligente para expor o que acontece dentro de si mesma, com versos expressivos e impactantes, principalmente em seu refrão. Com \"Predador\", Asha faz uma reflexão sobre si mesma e de como enfrentar a si mesma pode ser cruelmente doloroso; ao mesmo tempo que faz uma autocrítica da sua própria depreciação em estágio avançado. A música é cruel, mas necessária para mostrar que Asha tem pulso firme para colocar o dedo na própria ferida e fazer com que isso se torne uma canção espetacular. \"The Graveyard\" enriquece o álbum pelo uso de boas referências para compor a música e destaque para o refrão intenso da mesma. \"Escapist\" tem uma das letras mais inteligentes e elaboradas do álbum, mostrando uma base emotiva forte e em três etapas na mesma música, Asha consegue contar uma história através de seus versos. Uma observação para \"Escapist\" é o seu refrão extremamente longo em comparação com os versos, o que acaba tornando-se desproporcional na estrutura. Mas é em \"The Islander\" que a artista usa e abusa de toda a sua criatividade para narrar a melhor música do álbum. \"The Islander\" conta sua história detalhadamente e os versos fluem facilmente ao decorrer da narrativa da música, e de forma intensa, Asha consegue mostrar seus sentimentos depressivos sem soar repetitiva em nenhum momento, deixando espaço apenas para a criatividade lírica e artística. Seguindo com \"Lovelorn\", a música é desenvolvida em boas referências e mantém-se na base de qualidade do \"Nemo\", mas acaba sendo ofuscada por vir após \"The Islander\". \"Nevermore\" se destaca como uma das melhores músicas do álbum pela forma intensa que a letra é conduzida, e os versos de Ashford caem como uma luva de forma sensível ao mesmo tempo que mostra toda a sua força, fazendo com que a música flua de forma genuína. \"Child Forever Gone\" flui de forma natural, embora tenha uma atmosfera de sentimentos mistos por soar como uma música de encerramento. \"Sirens Tears\" se destaca como ponto positivo no álbum pela capacidade de transformar seus versos depressivos em algo que tenha um significado maior, e a sua composição criativa em alguns versos como o refrão, também faz com que a música prenda a atenção do ouvinte. Embora \"Child Forever Gone\" soe como encerramento, \"Lighthouse Orchestra\" encerra o álbum de forma mágica e majestosa. A música, dividida em duas partes, mostra Asha em uma reflexão sobre a jornada de autodepreciação e aceitação de seus sentimentos obscuros, e como isso foi necessário para seu crescimento como pessoa e artista. Seu visual é uma experiência única, sendo não só inovador em cada detalhe feito durante sua execução, mas também apresenta uma qualidade visual que prende qualquer um que tente passar o olho. Seu visual é de longe o ponto mais forte do álbum, mas isso não quer dizer que o \"Nemo\" seja um álbum focado apenas no VMAs; muito pelo contrário, Asha demonstrou que o \"Nemo\" é seu ápice criativo, sua maior obra-prima na carreira e seu desfecho como compositora nas faixas do álbum são impecavelmente bem elaboradas e estruturadas para demonstrar a depressão e depreciação de uma artista em crise de identidade, mas que com certeza se encontrou dentro de seus próprios devaneios. Asha pode facilmente tentar se denominar como \"ninguém\", mas está mais do que claro que após o \"Nemo\", ela é exatamente quem ela deveria ser: uma compositora respeitável.

Spin

95

Descrito como um disco concebido e que reflete um “período obscuro” na vida da artista, Asha lança NEMO — o seu disco mais pré-divulgado até o momento. “Nemo”, a faixa-título, retrata a perda de identidade e da essência do eu-lírico com uma beleza indiscutível. Por mais que, em certos momentos, há uma exacerbada quantidade de metáforas em momentos que precisavam de menos, a música é muito bonita e consegue sustentar muito bem a mensagem. “Warfare” usa um cenário de guerra para falar sobre a vulnerabilidade de Asha e os problemas que ela teve com essa parte de si. É uma canção visceral e densa, com palavras impactantes e uma narrativa bem experimental e ousada, o que a traz como um highlight. Aqui citando relações e amizades como inimigos em uma guerra, Asha consegue fazer isso bem. “Predator” mostra um lado autodepreciativo e intensamente doloroso da história, e aqui usa uma abordagem parecida com as anteriores, mas com referências maiores em segunda e terceira pessoa. É uma canção que soa um pouco confusa em alguns momentos, ou um pouco densa e exige uma certa atenção do ouvinte. Num panorama geral não é algo que afeta tanto o saldo final da faixa, e nem mostra fraqueza na letra, e sim um ponto que foi observado. “The Graveyard” fala sobre o arrependimento em uma mistura de sentimentos com o sarcasmo em alguns momentos. É a canção mais perspicaz e com a letra mais bem conduzida, e pode ser um futuro single com um potencial extremo. “Escapist”, carro-chefe do projeto, é talvez o coração do disco. Aqui o escapismo é muito bem descrito, e as características do ambiente de Asha, do seu próprio eu e seus pensamentos mais profundos são servidos em uma bandeja dourada ao ouvinte. “The Islander” cita a solidão, com o eu-lírico levando o papel de “Ilheiro”, e descrevendo as características e a vida desse ilheiro. Concebida em meio a pandemia do COVID-19, a canção é o tipo de balada que impacta as estruturas em meio a um disco tão intenso; com isso dito, é o momento mais preciso para a faixa aparecer, com uma letra emocionante e muito bem escrita. “Lovelorn” é a faixa mais aberta a interpretações, mas num geral parece lidar com a rejeição a um terceiro, que parece ser um familiar do eu-lírico (a mãe, em si). E é uma faixa intensamente amargurada, dolorosa e muito dramática, e esses atributos a fazem brilhar em um disco que é carregado por tanta dor, mas dores justificadas e bem encaixadas. “Tell-Tale Heart” traça referências diretas a obra de mesmo nome de Edgar Allan Poe, e aqui mostra o sentimento de culpa, e como esse sentimento pode atordoar a pessoa acometida até a ruína. É a canção mais biográfica do projeto, e basicamente soa como um filme ao longo dos seus versos muito bem escritos. É uma faixa poderosa e que é uma peça essencial no LP. “Nevermore”, em parceria com Ashford, lida com o passado e todos os sentimentos atrelados a ele. A parceria é essencial no disco, e sua posição no projeto é dada como ser basicamente a coluna do álbum; retrata a melancolia, a dor, crises existenciais e psíquicas, e até mesmo a falta de pertencimento, mesmo sendo a canção mais curta do projeto até então. Dado isso, é uma canção essencial tanto no disco, quanto na carreira de Asha e também de Ashford. “Child Forever Gone” é diretamente conectada a canção anterior. Dito isso, a faixa que lida com perdoar o passado recapitula diversas canções do disco, citando provavelmente o seu eu criança e também o seu adulto, falando aqui sobre como sabe que a dor esteve presente, mas que deseja que isso se desprenda e perdoa tudo que aconteceu. É uma faixa emocionante, sem mais nem menos. “Siren Tears” referencia também o disco por completo, mas aqui ela quer ver tudo isso e abrir e fechar diálogos que tinham sido feitos com superficialidade por si mesma no passado, ou que nem foram feitos. Aqui também é visto um verdadeiro grito para mostrar a dor pelo que não foi vivido como deveria ter sido, o que foi tirado de si, e aqui ela não sente medo ou receio de simplesmente chorar por isso. É uma faixa essencial e muito bem escrita, talvez uma das melhores da artista. “The Lighthouse Orchestra” condiciona as canções “The Lighthouse” e “The Lightkeeper”, e essas finalizam o disco de forma extraordinária. Aqui narrando o último e o primeiro estágio da vida, respectivamente, ela parece representar uma cura de Asha, após tanto ardor e tanto trauma nesse período narrado. O visual, produzido por Outtathisworld, é excepcional. As imagens usadas na parte visual são desenhadas pela própria, e tais imagens são muito bem colocadas em um encarte que possui uma dosagem excelente para cada informação passada; um trabalho ousado e extremamente autoral. Num geral, “NEMO” é um disco que projeta Asha ao que ela vem mostrando nos últimos anos; ela é uma artista livre e que guia os seus ouvintes por sentimentos sentidos por ela e transmitidos de uma forma singular, o que mostra que a verdade do seu trabalho é a chave para tudo que ela se propõe a fazer.

Los Angeles Times

100

A falta de identidade seguida por solidão, apatia e angústia são problemas recorrentes na nossa sociedade, tão presentes e fortes que notoriamente, caso estudarmos a fundo o mundo da música atualmente, vemos a quantidade de artistas que estão se entregando a sua mais profunda vulnerabilidade para relatar suas dores sobre não se encontrarem mais como ser humano, tão pouco como criadores de arte. Asha parte de uma visão introspectiva ao conduzir a narrativa desse álbum, descrevendo detalhadamente e fiel sobre os sentimentos que estavam a cercand durante a produção desse projeto tão íntimo e único. Em vista sobre o lírico do projeto, é possível afirmar que Asha não se deteve em rasgar seu coração sensível - e, ao mesmo tempo, forte - nas músicas que preenchem o projeto, são versos que transmitem os sentimentos da artista por simplesmente serem humanos demais, sem se gabar de superficialidade ou estrofes forçadas. Começando pela abertura que dá nome ao álbum, a faixa autointulada \"NEMO\" é a porta que apresenta o caminho que estamos prestes a passar ao decorrer das canções. Com referências bem colocadas e uma lírica fria, a canção acerta em mostrar as habilidades de Asha como uma compositora versátil e única. Destacamos o segundo verso como o ponto alto de toda a composição, onde Asha declara prontamente o sentimento de estar perdida, sozinha e até mesmo deixada para trás. Em \"Warfare\", e usando essa descrição como um todo sobre as canções de \"NEMO\", Asha compõe poesia. É uma visão poética daquilo que podemos chamar de crise de identidade e até mesmo indícios de depressão. A maestria com que Asha maneja os versos em \"Warfare\" faz com que a faixa se torne a nossa favorita do projeto, o conteúdo artístico e a bagagem emocional que a cantora derrama nos versos dessa faixa faz com que o seu sofrimento seja, em uma maneira simplista de se dizer, lindo de sentir e ler. Como dito pela artista, não temos em certo uma explicação do motivo exato de estar se sentindo assim, as músicas são abertas à interpretações diferentes partindo do tema proposto ao álbum, mas ao lermos as canções nos perguntamos \"Qual evento desencadeou esse episódeo tão desesperançoso de crise em Asha?\" e é incessável o sentimento por mais informações, mas entendemos que cada faixa é uma forma poética da cantora de gritar ao mundo suas profundas emoções, vulnerável demais mas ao mesmo tempo secreto o bastante para nos deixar intrigados. \"NEMO\" é cheio de pontos altos em questões líricas, mas queremos também enfatizar algumas outras obras de arte, começando por \"Predator\". É irônico pois, pela descrição, esperávamos algo do tipo \"eu me odeio\", mas pelo contrário, Asha descreveu a autodepreciação em linhas tão poéticas como \"​I am the shepherd who led my sheep to the wolf\" e \"​ He\'s the gravedigger of his own grave\", absoluta criatividade e expressão cruéis de algo tão real e constante de ser vivido. \"Lovelorn\" também entra para a nossa lista de destaques. Essa faixa é um levantar lírico se comparado com \"Escapist\" e \"The Islander\", não enfatizando que as citadas são fracas em suas composições, mas declarando a diferença notória entre elas com o destaque. É uma composição intrigante, Asha poupa os detalhes e nos deixa livres sobre imaginação, mas deixa claro nos versos o sentimento de ser uma pessoa que assistiu um oceano carregado de dor e intrigas íntimas ser formado em sua frente, e que atitudes podíamos tomar quando isso chega até nós​? \"Lovelorn\" está na nossa lista de favoritos do \"NEMO\" por sua composição única e íntima. Não temos no projeto um próposito de ser um álbum que descreva o caminho entre o fim do poço e o encontro da esperança, mas interpretamos como literalmente processos da vida de Asha, onde em grande partes das músicas ela estava lidando com as consequências de seus problemas internos e, perto do grande final, ela narra o sentimento de estar em um momento de calma, não curada de tudo, mas podemos dizer que é o estado mental de simplesmente paz, certo estar passando por tempestades, porém ela está, como descreve na última faixa do álbum, em águas calmas. E, antes de passarmos pelo visual do projeto, precisamos falar da música finalizadora do \"NEMO\".\"Lightoushe Orchestra\" é o encerramento perfeito desse conjunto de entrega poética que Asha nos estrega. Essa canção é recheada de referências, passando por notas musicais até obras de Edgar Allan Poe. Asha afirma que tudo que passou são visões que não desaparecerão, mas ela encontrou um grande oásis em meio a tragédia, marcando o encore perfeito para um trabalho tão artístico e diferente da cantora. Passando agora ao encarte, outtathisworld transmite graficamente o sombrio e pesado cargo que o \"NEMO\" carrega em suas faixas. Com desenhos que remetem à arte feita a mão, a produtora consegue descarregar o sentido poético que falamos mais acima, recheando o visual com referências claras ao conteúdo lírico das faixas e com uma tipografia marcante que traz a essência do projeto muito bem. Em um todo, \"NEMO\" é um sentimento. É a arte expressa em sua maneira mais verdadeira, misteriosa e cruel. Asha constrói nas faixas um mundo onde ela decide o que vai ser exposto sobre seus sentimentos, colocando eles em versos lindos e encantadores, enquanto outtathisworld é responsável por desenhar esse mundo pesado, mas lindo, em que Asha está habitando enquanto cuida de produzir o álbum. \"NEMO\" é um álbum que com certeza vai abrir os olhos de artistas para não se prenderem ao básico, com medo de sair um pouco da zona de conforto e ousar mais, é um projeto que usufrui de referências para, daqui alguns anos, ser referência.

The Line Of Best Fit

82

Após lançamentos de alguns sucessos, Asha retorna com seu mais novo album \"NEMO\", que em latim significa \'ninguém\". O album tem como sua premissa retratar uma Era obscura da vida da cantora, como se não se enxergasse mais além da sua persona artística. A faixa-título, \"Nemo\", introduz essa premissa de forma excepcional, mergulhando profundamente no conceito com versos habilmente elaborados. A atmosfera criada nesta canção é densa e introspectiva, capturando o ouvinte e preparando-o para uma jornada pelo mundo interior da cantora. No entanto, \"Warfare\" arrisca demais ao mesclar a vulnerabilidade da cantora com uma metáfora da Primeira Guerra Mundial, resultando em camadas problemáticas e um risco desnecessário. A tentativa de fundir o pessoal com o histórico é ambiciosa, mas a execução deixa a desejar, pois a conexão entre os temas não é tão clara quanto poderia ser. A mudança de tom é evidente em \"Predator\", onde a autodepreciação é o foco, mas a letra repetitiva e confusa não consegue prender a atenção. A falta de coesão nesta faixa é decepcionante, pois o tema da autodepreciação poderia ter sido explorado de maneira mais impactante e profunda. No entanto, \"The Graveyard\" narra um recomeço com sensibilidade e riqueza de detalhes, destacando-se como um dos pontos altos do álbum. A descrição vívida e emotiva deste novo começo ressoa com uma sinceridade que falta em algumas das outras faixas do álbum. Em \"Escapist\", single de grande sucesso da cantora, traz uma visão muito diferente do que o disco tem como premissa, aqui Asha se reconhece, sabe do que é capaz, mas mesmo assim ainda não está no lugar perfeito que acredita; Enquanto o disco representa uma Asha que não se enxerga de nenhuma forma. Em \"The Islander\", outro grande sucesso, soa como uma história contada sobre solidão, não exatamente sobre a cantora, mas sobre algo de comoção em geral, assim como é explicado em sua base; Apresar de ser um dos grandes destaques líricos de sua carreira, aqui parece destoado. \"Lovelorn\" brinca com a ambiguidade, porém sua complexidade torna difícil a compreensão. A tentativa de criar um enigma poético é louvável, mas a execução acaba sendo mais confusa do que envolvente. Por outro lado, \"Tell-Tale Heart\" explora a culpa de forma hábil e coesa, encontrando seu lugar no álbum. A narrativa desta faixa é envolvente e emocional, capturando a agonia do remorso de maneira convincente. Este é um exemplo de como a simplicidade pode ser eficaz quando se trata de transmitir emoção e profundidade. O single \"Nevermore\", com a participação de Ashford, destaca-se com sua narrativa envolvente e refrão cativante, alinhando-se melhor com a premissa do álbum. A colaboração entre as duas artistas eleva a música a novas alturas, criando um momento verdadeiramente memorável no álbum. \"Child Forever Gone\" e \"Siren Tears\" revisitam o passado, com a primeira expressando um sentimento de perdão de forma emotiva, enquanto a segunda é mais elaborada e acerta em cheio. Ambas as faixas oferecem reflexões poderosas sobre o peso do tempo e da memória na vida da cantora, adicionando profundidade à sua jornada emocional. \"Lighthouse Orchestra\", dividida em duas partes, encerra o álbum de forma espetacular, combinando perfeitamente os elementos sombrios e luminosos presentes na narrativa. A dualidade desta música reflete a complexidade da experiência humana, encerrando o álbum com uma nota de esperança e redenção. O visual, criado por Outtathisworld, complementa o conceito do álbum de maneira brilhante, inspirando-se em obras que serviram de base lírica para as canções. Esta atenção aos detalhes visuais contribui para a imersão do ouvinte no mundo de \"NEMO\", adicionando uma camada adicional de significado e profundidade à experiência. Por fim, \"NEMO\", o tão aguardado álbum de Asha, representa uma coleção de canções excepcionalmente bem escritas, fiéis ao talento que a cantora é conhecida. No entanto, a estrutura do álbum revela algumas divisões que, em certos momentos, se tornam extensas demais, obscurecendo a coesão do trabalho como um todo. Algumas faixas parecem se desviar do conceito central do álbum, enquanto outras se perdem em complexidades sem uma conclusão clara. Faixas como \"Nemo\", \"The Graveyard\", \"Nevermore\" e \"Lighthouse Orchestra\" exploram de maneira magistral a sensibilidade da cantora, refletindo sua busca por identidade e preenchimento emocional. No entanto, outras faixas parecem flutuar em torno desse vazio, deixando a impressão de que Asha está perdida e confusa. \"NEMO\" é indiscutivelmente criativo, lírico e impressionante, destacando-se no cenário musical atual. No entanto, essa excelência é às vezes obscurecida por uma busca excessiva por metáforas e complexidades, que talvez não fossem necessárias para que o álbum brilhasse. Asha demonstra sua maestria como compositora e intérprete, mas algumas vezes parece se afogar na profundidade de suas próprias reflexões. Em última análise, \"NEMO\" é uma jornada emocionante e reflexiva, que merece ser apreciada por sua coragem e originalidade, mesmo com suas imperfeições.

American Songwriter

100

Após uma espera de 4 anos, Asha finalmente lança seu quarto álbum, \"Nemo\", que pode ser considerado como o melhor de sua carreira até o momento. Neste trabalho, a artista se aventura no gênero Heavy-Metal pela primeira vez, expondo seus sentimentos mais profundos e explorando temas complexos inspirados em obras literárias renomadas. O título do álbum, de origem do latim, encapsula perfeitamente a essência da jornada obscura e introspectiva apresentada nas faixas do disco. A faixa principal, \"Nemo\", serve como um retrato vívido do conceito do álbum, abordando a perda de identidade e os desafios enfrentados pela artista diante da fama e da pressão externa. Em \"Warfare\", Asha desabafa suas dores mais profundas, utilizando metáforas de guerras destrutivas para expressar sua luta interna e a dificuldade de se expor de forma vulnerável. Já em \"Predator\", a cantora personifica os sentimentos de auto sabotagem e auto conflito em uma narrativa intensa e impactante. Em \"The Graveyard\", uma das músicas mais emocionantes do álbum, Asha reflete sobre o arrependimento e a dor causada por escolhas prejudiciais, envolvendo os ouvintes em uma experiência reflexiva e emotiva. \"Escapist\" narra a busca por um refúgio tranquilo após enfrentar adversidades pessoais, oferecendo uma perspectiva íntima e poderosa sobre a superação. Em \"The Islander\", a solidão é explorada de forma profunda, transmitindo a angústia e o vazio que podem surgir quando se está isolado em sua própria companhia. \"Lovelorn\" destaca-se por capturar referências líricas do álbum \"Nemo\", permitindo interpretações diversas e profundas sobre o desamparo e a dor profunda do abandono. \"Tell-Tale Heart\" representa uma jogada inteligente da artista ao explorar o sentimento de culpa e arrependimento através de um conto assombroso sobre um assassino, gerando uma atmosfera de pressão mental e remorso. Através de suas letras ricas em metáforas e emoções intensas, Asha demonstra seu talento lírico e emocional neste álbum, proporcionando aos ouvintes uma experiência musical envolvente e profunda que ressoa com questões universais da alma humana. \"Nemo\" não apenas marca um novo capítulo na carreira da artista, mas também revela sua capacidade de se reinventar e explorar novas sonoridades com profundidade e autenticidade. Retomando na única colaboração presente no álbum, \"Nevermore\", com Ashford, mergulha nas profundezas da dor de reviver um passado que deveria permanecer enterrado. As artistas, com delicadeza e coragem, enfrentam a tempestade que ressuscita escolhas antigas e arrependimentos. A metáfora do corvo, inspirada em uma obra literária, permeia a canção, adicionando camadas de significado e simbolismo. A ponte interpretada por Ashford atinge um ápice emocional, transmitindo o desejo ardente de reescrever a história para evitar reviver um arrependimento profundo. \"Child Forever Gone\" foca na perda da inocência diante das decepções da vida, retratando o amadurecimento repentino da intérprete e a gradual dissipação do encanto mágico que ela via no mundo. A criança interior permanece presente, mas transformada pela experiência, revelando uma visão mais crua e realista. A faixa evoca a dor da perda e convida o ouvinte a se reconectar com sua própria criança interior, refletindo sobre as transformações causadas pelas adversidades. \"Siren Tears\", considerada a faixa mais pessoal do álbum, narra a batalha entre o passado e o presente. Asha se imagina como uma sereia perdida em um mar frio e melancólico, navegando sem rumo enquanto confronta memórias dolorosas e sentimentos de tristeza. A música destaca-se por suas metáforas inteligentes e emocionantes, contribuindo significativamente para a narrativa do álbum. Para concluir de forma triunfal a jornada emocional de \"Nemo\", \"Lighthouse Orchestra\" emerge como a peça central do álbum, dividida em diferentes partes que exploram temas universais como vida e morte. A narrativa habilmente construída por Asha, aliada à produção de Outtathisworld, proporciona uma experiência lírica rica em metáforas e profundidade, culminando em um dos momentos mais emocionantes do disco. A capa, que referencia todas as músicas do long-play, é extremamente excepcional. Produzido com maestria, \"Nemo\" destaca-se não apenas pela excelência musical, mas também pela cuidadosa atenção aos detalhes visuais. As pinturas feitas à mão que compõem o visual do álbum demonstram o talento excepcional da produtora em criar uma obra visualmente deslumbrante e coesa. Destacando faixas como \"Predator\" e \"The Islander\", que representam o ápice da expressão artística de Asha, o álbum se destaca como uma obra-prima liricamente rica e visualmente cativante. Através de suas composições perspicazes e geniais, Asha guia os ouvintes por um universo emocional complexo e introspectivo em \"Nemo\", mantendo sempre a essência da busca dolorosa pela personalidade e pelo auto conhecimento.

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