BROKEN - Aleesa

Billboard
No cenário musical, o álbum de estreia de um artista é um momento crucial, um marco que define não apenas o início de uma carreira, mas também a introdução de uma voz singular no vasto oceano da indústria fonográfica. Em 15 de fevereiro de 2024, a cantora cubana Aleesa faz a sua grande estreia com \"BROKEN\", um álbum que nos promete trazer uma narrativa envolvente e introspectiva sobre autodescoberta e reinvenção, entender do porquê Aleesa está \"Quebrada\" (tradução do nome do disco). O álbum está dividido em dois atos distintos, cada um oferecendo uma perspectiva sobre a jornada de Aleesa. No primeiro ato, somos apresentados ao seu alterego, uma figura complexa repleta de agressividade, ousadia e um uso de rimas ácidas. Aqui, Aleesa mergulha nas profundezas de sua imaginação, explorando temas de perda, desintegração e reconstrução. No segundo ato, a narrativa se torna mais íntima com Aleesa desnudando sua alma diante do ouvinte, compartilhando suas experiências mais pessoais e vulneráveis. É um mergulho emocional profundo, onde cada faixa é uma janela para a alma da artista. Entretanto, Aleesa acaba deixando a desejar no segundo ato. Nos prometendo mais do que consegue entregar, Aleesa falha em transmitir ao ouvinte essa sensibilidade a qual é falada no segundo ato. Não são canções ruins, com o single \"insecurities\" sendo o destaque de tal ato, com a cantora mostrando que tem potencial para falar de suas emoções. Mas, o que parece acontecer, é que a cantora ainda não está pronta para ir completamente nisso, talvez trazer a ousadia presente no Ato 1, de faixas como \"THE BEAST\" ou \"SADISM\", para faixas mais pessoas, colabore para a cantora evoluir nesse sentido O visual do álbum acaba também sendo uma montanha russa do projeto. Trazendo um conceito caótico, com Aleesa caracterizada de forma bela como um demônio, encontramos um caos que acaba sendo um pouco monótono. As fotos presentes no encarte acabam não fazendo muito pelo disco, com algumas até mesmo se repetindo, fazendo com que o visual, que poderia ser mais interessante, perca seu impacto já ná quarta página de seu encarte. O HTML do álbum também acaba deixando a desejar, com a formatação dele ocorrendo erros, como palavras que tem acentos ficando distorcidas, dificultando bastante a leitura do sobre. Entretanto, o ponto positivo do visual, acaba sendo sua escolha de tipografia, combinando bastante com o conceito apresentado pela cantora. No geral, Aleesa nos traz um álbum de debut com muito potencial mas com escolhas que talvez não foram as mais certeiras, com seu primeiro ato sendo superior ao segundo em conteúdo e escrita e um visual que traz um conceito interessante, execucação não tanto. A cantora ainda tem uma carreira longa pela frente, e os deslizes do debut, não apagam o potencial de estrela que Aleesa tem.

Rolling Stone
A promissora Aleesa, mergulha os ouvintes em seu primeiro álbum de estúdio, \"BROKEN\", composto por 9 canções. O projeto inicia com \"Broken (Intro)\", onde Steve Bowie nos introduz ao álbum da artista com uma mensagem um tanto que pessimista, mas intrigante. \"OBSESSOR\", vem logo em seguida, sendo uma colaboração com Lexie e Teyana T, e oferece um começo sólido que revela um lado masoquista e ousado da artista. A faixa apresenta assertividade, mas peca em sua estruturação, tornando-se repetitiva e pouco coesa. A letra de \"THE BEAST\" sugere uma persona forte, determinada a alcançar o topo e sem medo de deixar para trás aqueles que não conseguem acompanhá-la. Já o lead single \"SADISM\", é previsível e menos autêntica, mas ainda aborda um lado sensual da artista. As faixas \"BROKEN: In Pieces (Interlude)\" e \"bleeds\" exploram sensibilidades e agressividades diferentes, enquanto \"insecurities\" busca resiliência e superação, sendo um dos destaques e mostrando a vulnerabilidade da artista enquanto aprimora a narrativa do disco. \"eyes\", em colaboração com Serina Fujikoso, pode parecer deslocada no contexto do disco, mas funciona, mesmo não sendo tão grandiosa quanto a última faixa, \"midnight / aftersun\", que encerra o álbum de forma poderosa, mostrando a dualidade presente ao longo de todo o álbum e a versatilidade de Aleesa. Visualmente, \"BROKEN\" nos presenteia com uma paleta de cores intensa e atrativa. Embora o encarte não esteja tão a altura da sua capa, que é um dos grandes pontos fortes do projeto, o álbum é notavelmente rico em sua estética e identidade visual. Liricamente, as canções de Aleesa se tornam um tanto tediosas. Apesar de demonstrar habilidade, a artista acaba pecando um pouco ao manter uma certa repetitividade: os versos e o refrão seguem uma linha muito semelhante, como se a variação e a mistura dessas partes não tivessem um impacto significativo, resultando em canções que não se destacam, além das melodias serem pouco fluidas. Ainda assim, Aleesa cumpre entregando algo acima da média quando pensamos em um debut. Em suma, Aleesa entrega um bom trabalho de estreia, que poderia ser perfeito, com um pouco mais de cuidado, desenvolvimento e profundidade em algumas faixas para que o ouvinte se sentisse totalmente imerso. Sem dúvidas a artista tem grande potencial de amadurecimento e torcemos para que em seus próximos trabalhos, ela consiga ditar o futuro do Hip-Hop na indústria.
TIME
“BROKEN” é o álbum de estreia de ALEESA, lançado em fevereiro (ano 12) como uma forma da artista expor seus dilemas internos e de abraçar sua “bagunça interna”, como referido em seu prólogo — curto, mas que procede em explicar sucintamente o quanto ela se sente deslocada de si mesma. O disco, que imerge sonoridades puxadas ao hip-hop, rock e pop da forma mais densa encontrada pela cantora e rapper para demonstrar suas emoções, inicia-se com uma faixa introdutória, “BROKEN: Intro”, narrada por Steve Bowie com frases que dissertam sobre todos os elementos que supostamente a corromperam, sendo um começo curto, mas promissor. Em seguida, tem-se “OBSESSOR”, faixa em colaboração com Teyana T e Lexie onde as três artistas envolvidas expandem suas ideias de como seduzir o ouvinte a ponto de fazê-lo causar nelas a dor que elas também querem fazê-lo sentir, desenvolvendo uma provocação mútua à loucura. Os versos se apresentam de formas relativamente disparadas entre as intérpretes, mas isso não atrapalha o andamento sedutor e perigoso da faixa. “THE BEAST”, terceira canção do álbum, explora o lado mais egoísta de ALEESA no modo como ela se coloca acima de seus oponentes e conduzindo o ouvinte aos seus pensamentos enquanto se considera no topo do mundo que construiu para si mesma; é uma faixa que resgata os conceitos mais populares do hip-hop, mas que peca por sua superficialidade no tema em alguns versos, salvo o refrão cativante. “SADISM”, quarta faixa do CD e lead single da era como um todo, possui uma das líricas mais enigmáticas da carreira da artista por trás da obra; sendo uma ode ao prazer na cama como forma de sadismo contra ela mesma, é uma faixa que beira o profundo e o superficial ao mesmo tempo, mas não se contentando em ser colocada em quaisquer das caixas conceituais. “BROKEN: In Pieces” é um interlúdio que prossegue a narrativa deixada pelas faixas anteriores; ALEESA assume uma postura mais vulnerável no único verso da canção, refletindo sobre suas escolhas e as consequências delas para sua mentalidade. Apesar do curto tamanho, deixa um impacto que pode ser visto já em “bleeds”, faixa seguinte onde, a partir daqui, as grafias dos títulos das faixas trocam de letras maiúsculas para minúsculas, uma representação de tal vulnerabilidade. Nela, a artista reflete sobre uma relação com uma pessoa que não parece ver as consequências de seus atos que machucam as pessoas ao seu redor, em específico o eu lírico; entre a ponte e o pré-refrão final, as intenções da faixa se tornam mais claras e o ouvinte se permite identificar com a história e com a interpretação vocal de ALEESA, em um dos pontos altos do álbum. “insecurities” mostra a artista agora coletando os cacos deixados de si mesma na canção anterior e elevando seu tom de voz para apontar desejos vingativos contra uma pessoa que se aproveitou previamente de suas inseguranças; ela aponta as hipocrisias da pessoa enquanto decide seu próximo destino. É uma faixa igualmente menos descritiva e mais emotiva, o que a torna forte. “eyes”, canção que conta com Serina Fujikoso como artista convidada, é uma ode a um novo relacionamento onde as duas mulheres se dizem enamoradas por todos os trejeitos de seus novos parceiros; a sedução aqui se apresenta de forma mais terna e conta como um lado novo tanto para ALEESA como para Serina em se apresentarem ao público, sendo mais um dos pontos altos do disco. “midnights/aftersun” coloca em justaposição os dois sentimentos que a artista mais queria transmitir ao longo do projeto, culminando na faixa final do álbum sendo a representação da paz que ela sente com um relacionamento mais calmo adentrando sua vida e os pensamentos intrusivos que insistem em dominá-la quando algo bom acontece para si mesma, reiniciando todo o processo narrativo como em um loop. No quesito de produção visual, aqui assinado por ANNAGRAM, “BROKEN” possui um objetivo específico de retratar os demônios de ALEESA tomando conta de sua personalidade, usando as mesmas figuras de forma proeminente por todo o encarte; o banner possui seus pontos positivos, mas sua força é diminuída pela fonte de letra da capa simplória e por uma ausência de distinções mais fortes na fotografia. Em suma, “BROKEN”, como álbum de estreia, promete as intenções mais honestas da artista por trás da obra, e em faixas determinadas cumpre essa meta com maestria, enquanto deixa a desejar em outros momentos onde peca pela abordagem mais irrisória; ALEESA, no entanto, deixa sua personalidade brilhar, o que a torna uma das novas artistas a serem observadas nos próximos anos pela evolução que pode apresentar.
AllMusic
Após um tempo desde sua estréia na indústria musical, a cubana Aleesa finalmente apresenta seu material de estreia, intitulado “Broken”, com fortes influências em ritmos como Rap/Pop/Soul, com um compilado de nove faixas e colaborações com Serina Fujikoso, Teyana T e Lexie. \"Broken - Intro\" é uma interlude que abre o álbum, com narração do grande Steve Bowie. É bem escrita e nos deixa ansiosos para o que vem a seguir no disco, sendo uma abertura majestosa para o disco em si. Listada como segunda faixa e contendo colaborações com artistas como Lexie e Teyana T, “OBESSESOR” é extremamente bem escrita e com versos contagiantes, especialmente a parte de Lexie, onde consegue se sobressair perante os outros versos. É um potencial single bastante promissor para o disco. Listada como terceira faixa do disco, “THE BEAST” aborda temas como estar no topo, onde a rapper se sente cobiçada por isso. A faixa consegue cumprir com seu papel em alguns aspectos, mas acaba derrapando principalmente em sua ponte, em linhas como “Se você não é minha cópia, é melhor ser, vai viver no topo onde eu estive / Se você não é minha cópia, é melhor ser, vai viver no topo onde eu estiver”, onde podemos notar o declínio da qualidade de versos em relação a outras linhas da música. \"SADISM”, quarta faixa do álbum, fala sobre pensamentos obscuros da artista, onde ela se sente em um jogo sujo de puro sadismo, como diz a letra. A faixa é bastante trabalhada e estruturada, principalmente em sua ponte, que se destaca em meio a canção. Após o primeiro ato do álbum, chegamos em sua segunda parte. Em mais uma interlude presente no disco, “BROKEN: In pieces” fala sobre ALEESA se sentir despedaçada e cercada de sangue. É uma intro que casa perfeitamente com o conteúdo do álbum, não deixando a desejar no quesito. \"bleeds” é uma canção que mistura os gêneros Hip-hop e pop, onde a rapper não se sente ouvida em um relacionamento, tentando recuperar de todas as formas o seu amado, mas no fim sendo frustrada com suas próprias expectativas. A faixa consegue cumprir com o seu papel principalmente em seu refrão, que é sem dúvidas o apogeu da canção. “insecurities” fala sobre querer vingança sobre a pessoa que ALEESA amou no passado, passando bem as suas emoções ao decorrer da faixa, sendo sem dúvidas uma das melhores do álbum. \"eyes” em parceria com Serina Fujikoso, aborda temas como fascinação e o mistério que cerca um relacionamento. É uma faixa extremamente bem estruturada, onde todos os versos se casam perfeitamente, e o verso de Serina Fujikoso também não deixa a desejar, sendo também um interessante futuro single o disco. “midnight / aftersun” listada como última faixa do disco, aborda temas como solidão e estar perdida consigo mesma, sendo uma ótima faixa de encerramento do disco, principalmente por suas linhas bem estruturadas em geral. O visual do disco, assinado por ANNAGRAM e Tammy, casa muito bem com a proposta que o álbum quer passar, com cores que funcionam perfeitamente ao decorrer das páginas do encarte. Apesar de uma falta de detalhes, a arte do álbum é boa e preenche os seus requisitos. Em suma, “BROKEN” é um álbum extremamente promissor, marcado principalmente pela evolução lírica de ALEESA ao decorrer das faixas, com um disco bem estruturado, que nos deixa ansiosos para novos trabalhos da rapper cubana.
Los Angeles Times
Como seu primeiro álbum de estúdio, ALEESA imerge os ouvintes em “BROKEN” — projeto composto por 9 canções. Iniciando com “Broken (Intro)” e “OBSESSOR”, parceria com Lexie e Teyana T, temos um bom início. São faixas que se completam e mostram um lado certamente masoquista e mais ousado de ALEESA, onde a artista quer saciar o seu prazer a todo custo e expressa isso em Obsessor com uma assertividade interessante, junto as artistas convidadas. Mas aqui a estruturação dessa canção em questão é um pouco problemática; além de colocar o nome de Serina erroneamente no início da faixa, a estruturação soa inacabada em certos momentos (como na repetição dos refrões antes da ponte ou a ausência de um verso de Teyana T). Lexie entrega um excelente verso que explora mais diretamente a parte mais explícita da canção, mas logo a repetição exaustiva do refrão aparece. É uma faixa que peca por fatores chave, e que acerta em pontos considerados até mais complicados. “THE BEAST” acerta no que a anterior errou e traz uma faixa direta, egocêntrica e que faz sentido com o conceito do disco. É uma faixa que expressa exatamente o que o início do disco precisava para engatar a narrativa, e poderia até vir antes de “Obsessor” justamente por esse fator. A canção acerta ao mostrar o lado mais “intocável” da rapper, algo positivo para ver até onde o seu “limite” pode a levar. “SADISM” peca por ser muito previsível e não parecer algo muito autêntico como a anterior, por exemplo. Por mais que tenha uma letra com bons pontos, não se conecta com a anterior por destoarem muito. É interessante trazer o sadismo para explorar esse lado mais picante da artista, entretanto isso poderia ter sido feito de um modo bem melhor; e a artista mostra que saberia fazer isso facilmente. “BROKEN: In Pieces (Interlude)” e “bleeds” retratam um lado mais sensível e agressivo. Por mais que a agressividade nas suas ações seja vista nas outras canções que antecederam, aqui a agressividade é mostrada e direcionada a um lado mais específico; aqui ALEESA reconhece suas fraquezas, e agora posiciona-se diante relações mais dolorosas. Aqui retratando o amor, tanto o por si e pelo outro, ela entra em um conflito, traduzido como “sangrento”. É uma boa canção, e consegue mostrar uma versatilidade na jovem artista. “insecurities” busca a resiliência e sobrepor a dor e as feridas do passado. A faixa parece fazer isso com um diálogo de vingança entre ALEESA e um ex-amor, e isso resulta em uma faixa bem interessante e pouco confusa no final. É interessante, mas ALEESA deveria ter explicado a canção melhor aos ouvintes. “eyes”, em parceria com Serina Fujikoso, soa um pouco deslocada no disco. Por mais que a anterior lide com superar a dor, essa parece transicionar a esse tópico mais amoroso de uma forma muito abrupta, o que quebra certamente o clima do projeto. Tirando isso, a canção é muito bem escrita e, por mais que seja clichê em alguns momentos, é uma faixa boa. “midnight / aftersun” traz duas canções em uma, e é uma boa forma de finalizar o disco. Ambas são bem fortes, com uma carga tanto sexual e tanto mais sentimental, entregando bastante da dualidade sugerida e vista no disco sendo, assim, um bom ponto a usar para a finalização. O visual, produzido por ANNAGRAM, é bem feito e bem editado pela britânica. A capa é com certeza a melhor produzida pela mesma, além de um encarte que segue o esperado com uma boa fotografia. Talvez fotos além do shoot usado para a capa enriqueceriam a parte visual, potencializando o impacto geral do projeto. Em síntese, “BROKEN” é um projeto que posiciona ALEESA como uma estrela promissora do Rap/Hip-Hop. A artista apenas precisa se atentar a pontos-chave, revisões mais concisas e direcionamentos que tragam uma coesão maior ao seu trabalho. Assim, seu talento poderá ser melhor direcionado.

The Boston Globe
O álbum de estreia é sempre um momento crucial na carreira de qualquer artista, pois para muitos, ele define todo o curso de sua carreira e a percepção do público, fatores difíceis de reverter. \"BROKEN\", álbum de Aleesa, mergulha em um gênero muito explorado, cheio de artistas conhecidos, mas que carece de referências que vão além do óbvio. A pergunta que fica é se a cantora irá se render ao comodismo da indústria. O conceito apresentado é abstrato, mas é possível absorver a confusão mental da artista, habilmente retratada, criando uma obra que é de fato cismática, mas elaborada o suficiente para não deixar o ouvinte se perder em devaneios. O desgaste emocional do eu-lírico se torna a matriz da narrativa, e o disco lentamente se revela como uma grande montanha-russa de construção e desconstrução sentimental. Se “BROKEN” fosse enquadrado no contexto cinematográfico, provavelmente seria uma combinação de terror com vislumbres de um drama psicológico. Como Aleesa se expressa, é cuidadosa; \"Insecurities\" é um exemplo marcante dessa habilidade dela de expor seus sentimentos de forma que não cegue o ouvinte, sem deixá-lo com apenas uma visão daquele trabalho. “SADISM” destaca-se como um ponto alto do álbum por sua intensidade e voracidade. Não é uma análise científica da psique humana e não deveria ser. Aleesa soa como alguém que ela realmente é: uma cantora, compositora, artista e não uma acadêmica. No entanto, apesar dos bons momentos no início, é importante ressaltar que algumas faixas, como \"EYES\" e \"THE BEAST\", não alcançam o padrão de qualidade esperado. Ambas pecam em coesão criativa, falhando em manter a narrativa. Pode-se dizer também que beiram o amadorismo pelos seus versos mais rasos, contidos e previsíveis. Para um artista progredir na indústria, é essencial compreender que, ao criar um álbum com narrativa, é fundamental manter a coerência com o que foi construído. É como um roteiro de uma peça de teatro; não pode haver pontas soltas. A consistência é fundamental para que o trabalho seja percebido como uma obra completa e bem elaborada. O visual de \"Broken\" é um elemento intrigante que complementa a atmosfera do álbum. Com uma paleta de cores que sugere mistério e intensidade, a arte gráfica cria uma sensação de imersão no mundo sonoro de Aleesa. A capa, com todo seu horror, parece ecoar a base emocional do álbum, enquanto o design geral transmite uma sensação de desconstrução e desgaste. No entanto, apesar da sua qualidade, há algumas repetições de imagens que podem ser consideradas um ponto fraco, já que diminuem a originalidade e a surpresa visual que poderiam complementar ainda mais a experiência do ouvinte. Em resumo, \"BROKEN\" é um ótimo começo para jornada de Aleesa. Como seu primeiro álbum, há sempre espaço para evolução, seu potencial é evidente. Apesar do talento nato, a cantora não pode deixar de colocar sua criatividade em evidência e sempre procurar se descobrir artisticamente. Sua maior dificuldade daqui para frente é construir uma identidade sólida, o disco mostra para nós apenas um vislumbre de quem está compondo/cantando. No início é levantada a questão se Aleesa irá continuar com o comodismo do hip-hop e a resposta é que não.

Pitchfork
Chutando a porta do cenário hip-hop, \'BROKEN\', o debut album da novata na indústria e cubana, Aleesa, é uma introdução ousada e impactante ao cenário musical. Com participações de nomes como Lexie, Teyana T e Serina Fujikoso, Aleesa se posiciona como uma rapper em ascensão, pronta para fazer seu nome ecoar na indústria. A escolha de gêneros, predominantemente influenciados pelo hip-hop alternativo com toques de soul e pop, certifica Aleesa como uma artista versátil e destemida. O álbum se torna uma afirmação poderosa de sua identidade musical, consolidando seu lugar como uma voz única e promissora dentro do cenário rap. Sendo assim, \'BROKEN\' não é apenas um álbum, mas uma jornada tumultuada através da mente de Aleesa. As motivações por trás do disco, refletindo uma situação pessoal da cantora, são palpáveis em cada faixa. A confusão mental da artista é habilmente retratada, criando uma obra que é pensada, elaborada e repleta de decisões corajosas. O caos emocional se torna o fio condutor, levando os ouvintes por uma experiência autêntica e visceral. A lírica audaciosa de Aleesa em faixas como \"BLEEDS\" e \"MIDNIGHT / AFTERSUN\" revela uma artista sem medo de se destacar. Suas rimas afiadas e entrega ousada são pontos fortes, proporcionando uma experiência de audição imersiva, sobretudo nos primeiros versos. No entanto, é importante apontar que algumas faixas, como \"EYES\" e \"THE BEAST\", não alcançam o mesmo padrão de qualidade, falhando em manter a narrativa cativante prometida pelo álbum, com refrões fracos e tendendo à obviedade. O visual exótico de \'BROKEN\', com a persistência do verde musco como base para o design, cria uma atmosfera intrigante, embora o encarte pareça tímido e sem a expressividade esperada. A falta de texturas, cores e nuances que refletem a acidez do disco deixa a desejar, contrastando com a ousadia evidente na música. Um potencial que poderia alavancar o disco acaba sendo mal aproveitado. Em resumo, \'BROKEN\' é um ponto de partida promissor para Aleesa. Como seu primeiro álbum, há espaço para evolução, mas seu potencial é inegável. As canções destacadas mostram uma artista capaz de envolver seus ouvintes, enquanto algumas quedas revelam áreas a serem aprimoradas. Uma organização mais assertiva de sua carreira seria, sem dúvidas, o início do seu triunfo. Logo, incentivando Aleesa a continuar aprimorando suas habilidades, ouvindo conselhos construtivos e consolidando seu lugar no cenário musical. Ela está no caminho certo para algo extraordinário.

The Line Of Best Fit
\'Broken\' é o primeiro álbum de estúdio da cantora e rapper Aleesa. Trazendo um conceito obscuro e uma estética que chama a atenção, a artista concebe o álbum de uma forma que ele pode ser tudo e nada ao mesmo tempo, sendo um projeto pessoal e que mexe com as feridas e vivências do eu lírico. A primeira faixa é a intro \'Broken\', com vocais de Steve Bowie, funciona como uma pequena amostra do que iremos encontrar a seguir, cumprindo bem sua função em despertar o interesse do ouvinte. O álbum começa muito bem com a insana \'Obsessor\', a colaboração entre Aleesa, Lexie e Teyana T encaixa perfeitamente em uma letra aterrorizante e obscura, com versos muito inteligentes e bem estruturados, passando por várias linhas tênues ao mesmo tempo: O terror, o prazer, o medo, o tesão. Dentre tantos bons versos e rimas acertadas, o maior destaque fica por conta do refrão, que cria um intenso clímax para a música. \'The Beast\' não acompanha o ritmo de sua antecessora ao apresentar uma letra mais rasa e menos intensa, o conceito voltado ao \"eu\" e toda aclamação em volta disso é bastante comum no gênero hip-hop, por isso é sempre esperado que as letras venham fortemente carregadas de referências, tiradas inteligentes e citações diversas, o que falta para \'The Beast\' em seus versos. Mesmo assim, a artista segue entregando boas rimas e ótima estrutura lírica, não tendo nenhum defeito técnico até aqui. \'SADISM\' retoma o tom sexual visto em \'Obsessor\', dessa vez em um tom mais entregue ao sentimento de prazer e perdição, entregando novamente pré-refrão e refrão como pontos brilhantes da canção. \'BROKEN: In Pieces\' ocasiona uma mudança de tom no álbum, explorando um lado mais emocional da artista e abre às portas para \'Bleeds\', contando sobre uma relação problemática que machuca o coração do eu lírico. A faixa tem uma boa estrutura lírica e foi construída de forma que prende o ouvinte e faz com que ele se conecte com a mensagem que está sendo transmitida, mostrando a boa habilidade de Aleesa em tocar o ouvinte através dos seus versos. Chegando ao final, \'Insecurities\' fala sobre enfrentar seus medos. Retomando o ritmo agressivo, Aleesa mostra que é onde sua lírica é mais forte, construindo outra boa canção sobre um alvo bastante bem definido. A colaboração com Serina Fujikoso em \'eyes\' traz uma calmaria para o álbum, um toque sútil e inocente de felicidade em meio a tantas faixas mais fortes. Embora não esteja entre as melhores composições do álbum, a faixa serve como um respiro para esta altura do projeto. Por fim, \'midnight / aftet sun\' fecha o álbum de forma bastante inteligente e que expõe toda a dualidade apresentada durante o álbum, principalmente em \'Aftersun\', que expõe mais dos medos e toda a ansiedade que insiste em perseguir o eu lírico, de uma forma que não parece ter escapatória. De forma geral, todas as composições do álbum são bem escritas, pensadas e executadas. Uma crítica que fica é que o álbum poderia ter sido mais aprofundado e contar com mais camadas de história, pela forma que o álbum é descrito o ouvinte fica esperando por maiores diversidades de temáticas, traumas, vivências, angústias, vícios, realmente entrar na cabeça do eu lírico de uma forma íntima... A adição de uma ou duas faixas completas a mais poderia ter auxiliado neste ponto. O visual está de acordo com a proposta do álbum, com boa edição, acabamento e fotos em sincronia. Por fim, Aleesa tem um bom trabalho em \'Broken\', sendo um sólido debut na indústria musical, contando com conceito interessante, boas letras e um visual que amarra todo o conjunto.

Spin
O disco debut é sempre um momento importante na carreira de todos os artistas, de fato., é o momento em que o público esta de olho pra descobrir quem será a grande ascensão. Quando uma cantora novata emerge com um álbum de estreia intitulado \"/BROKEN\"/, mergulhando de cabeça em um território pouco explorado no hip-hop alternativo, a atenção é redobrada. Este gênero, muitas vezes caracterizado por sua ousadia e inovação, pode ser um terreno desafiador para um lançamento inaugural, mas também oferece uma tela em branco para a expressão artística sem limites. O conceito apresentado possui uma premissa confusa, mas que conclui-se que é sobre um sentimento ou ação que resultou em levar o eu-lírico ao desgaste, até ficar desconstruído. A capa, que passa um tom de terror, parece expressar um pouco dessa base. O disco é um misto de sentimento que acoberta de um ambiente de terror e suspense, mesmo quando trata de insegurança, \"/Insecurities\"/ é um exemplo marcante dessa habilidade da cantora em explorar seus sentimentos mais íntimos em meio a uma atmosfera de suspense. A faixa mergulha nas profundezas da insegurança e da vulnerabilidade, capturando a essência de uma mente assombrada por dúvidas e medos. Por outro lado, \"/SADISM\"/ destaca-se como um ponto alto do álbum, onde a cantora se aventura por territórios mais sombrios e perturbadores. Com uma intensidade visceral, a faixa mergulha nas profundezas da psique humana, explorando pensamentos obscuros e impulsos sinistros de uma maneira que é ao mesmo tempo desconfortável e irresistível. Outro destaque, também, \"/Obsessor\"/, a cantora expande ainda mais suas fronteiras artísticas ao incorporar elementos de megalomania e obsessão. Com a participação especial de Teyana T e Lexie, a faixa é uma jornada frenética e hipnótica. \"/midnight / aftersun\"/\" encerra o álbum de forma magistral, oferecendo uma reflexão profunda e perturbadora sobre a natureza da existência humana. Com uma mistura de melancolia e esperança, a faixa nos leva em uma jornada emocional através dos recantos mais sombrios da alma, deixando-nos com uma sensação de fascínio e inquietação. \"/THE BEAST\"/ parece desconectada desse universo introspectivo, optando por uma abordagem mais superficial e convencional do hip-hop, o ego. No entanto, é importante ressaltar que, embora possa soar como um desvio em relação ao tom geral do álbum, esta faixa ainda não atrapalha a experiência do álbum. O visual, é simples monótono, muito diferente do que foi oferecido liricamente, com imagens repetidas em alguns encartes e formas semelhantes, não surpreende e muito menos chama uma atenção. Por fim, ALEESA se demostrou uma grande ascensão, se isso era a grande dúvida inicial, sua forma de organização lírica, suas composições, são características de artistas que se destacam facilmente na indústria; O visual vai de contra com essa grande qualidade da escrita, mas estamos falando do primeiro de muitos que viram e, de maneira evidente, será aprimorado.