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MOMENTS AT CRIME SCENE - Ali Aguilera
87

Spin

88

\"MOMENTS AT CRIME SCENE\" é uma obra profundamente política e incisiva que denuncia os abusos inerentes a um sistema degradante. Ali Aguilera, em seu segundo álbum de estúdio, mergulha corajosamente em temas como condições de trabalho, vingança, capitalismo e traições, pintando um retrato vívido e crítico da sociedade contemporânea. As letras são habilmente desenhadas, fluindo de fatos facilmente interpretáveis para uma audiência cobiçada por reflexão e mudança. A capacidade de identificação imediata é um dos pontos mais fortes deste trabalho, permitindo que os ouvintes se conectem profundamente ou mesmo que parcialmente com as mensagens apresentadas. A análise meticulosa de Aguilera transparece nos versos de muitas canções, onde as questões psicológicas são habilmente entrelaçadas com a trama geral. Faixas como \'Don\'t Fall\', \'Innocent\' e \'Killer At The Cabaret\' destacam-se como pontos altos do álbum, com uma pitada de rock que intensifica sua mensagem. Versos como \"nosso cérebro é apenas um prato em seu banquete\" em \'Don\'t Fall\' e \"Ninguém aqui pode te salvar dos seus medos [...] Ninguém aqui é tão inocente\" em \'Innocent\' ecoam na mente do ouvinte e evidencia o poder de Ali em transmitir uma mensagem clara e potente. O disco é bastante amarrado, com suas faixas reverberando suas histórias individuais mas contribuindo para uma maior quando analisadas como um compilado, algo totalmente coeso. Visualmente, o álbum mantém a estética clássica já estabelecida pela artista, agora mergulhada na temática de crime, investigação e política, refletindo diretamente o conteúdo de suas faixas. Embora possa necessitar de alguns ajustes em termos de organização dos elementos e dosagem das texturas, o conjunto é coerente e agradável, demonstrando uma criatividade notável e uma abordagem completamente autoral. Em última análise, \"MOMENTS AT CRIME SCENE\" é uma surpresa positiva que conforta tanto os fãs quanto os críticos. Ali Aguilera retorna à indústria musical com uma irreverência e criatividade que são sempre bem-vindas, oferecendo novos métodos de criação musical e explorando roupagens políticas e reflexões pouco convencionais. Este álbum é um lembrete de que Aguilera não tem medo de desafiar o status quo e proporcionar uma narrativa envolvente e inovadora. Sua presença na indústria é uma dávida, oferecendo uma perspectiva fresca e inquietante em um mundo que muitas vezes prefere o conforto da conformidade.

TIME

86

Um retorno inovador ao Famous é evidenciado pelo mais recente trabalho de Ali Aguilera, intitulado \"MOMENTS AT CRIME SCENE\", o primeiro trabalho completo de Aguilera em 10 anos. \"The Golden One\" é a faixa que inicia o projeto, narrando as vicissitudes de uma personagem cujo sonho é alcançar o reconhecimento global Encontramos aqui já uma escrita concisa que destaca-se ao oferecer um conteúdo bem desenvolvido em sua brevidade.A segunda faixa, \"Don\'t Fail,\" nos traz mais de um carater político falando sobre a impunidade de indivíduos economicamente privilegiados que se arrogam o direito de se considerarem socialmente superiores.Aguilera trabalha os versos aqui de uma forma majesos, conseguindo transmitir as dificuldades de maneira palpável à qualquer público, conectando-se efetivamente ao ouvinte e tornando cada indignação do verso impactante. A política se encontra extremamente presente no disco ao longo de suas faixas, como em \"Killer at the Cabaret\", que narra a rotina aparentemente desconfiada de uma trabalhadora de cabaré. A música tem letras mais afiadas e ousadas por parte de Ali e é uma adição muito bem vista. Em seguida, \"Crime Scene\" retrata a fragilidade de um trabalhador comum no sistema capitalista, comparando a crueldade à cena de um crime. A faixa é habilmente escrita para servir como ponte entre metáforas e realidade, uma das melhores faixas do disco sem dúvidas. Ali Aguilera em seu disco se destaca também por suas transições suaves e bem feitas entre as canções, com elas conversando entre si e estando em plena harmonia. Como por exemplo, na penúltima faixa, \"Just a Mistake,\" a cantora continua a narrativa iniciada em \"Let’s Go Hustler,\" dando uma vida as canções e aos personagens dela. O álbum se encerra com twist, em que é revelado na faixa \"Bullets\" que as verdadeiras vítimas do sistema corrupto descrito nas 11 faixas são eles mesmos, pertencentes à classe operária que serve aos superiores da economia. Quanto ao seu visual, Aguilera apresenta um projeto único e atrativo que chama a atenção pela estética singular, enriquecendo as histórias contadas nas canções. Apesar de alguns momentos que podem parecer mais desprovidos de substância, Aguilera compensa com sua notável originalidade na abordagem dos temas. Os banners apresentam uma estética inspirada no art pop, permitindo uma experiência visual envolvente. Entretanto, o visual acaba sendo um pouco simples demais dando a impressão que algo está faltando. As fotografias não são interessantes ou convidam o ouvinte a conhecer sobre tal universo abordado por Aguilera. Ali Aguilera nos entrega um álbum politicamente criativo, tratando de temas relevantes e conseguindo colocar sua essência sem perder a mensagem que deseja transmitir. \"MOMENTS AT CRIME SCENE\" pode não ser um comeback grandioso, mas é eficiente, eficaz e bem feito.

Rolling Stone

75

Ali Aguilera faz seu grande retorno com o seu segundo álbum estúdio intitulado \\\"MOMENTS AT CRIME SCENE\\\", descrito como um projeto que reflete temas como condições de trabalho, traições e vingança, assim, uma crítica ao modelo capitalista que estamos inseridos. Um tema criativo, com certeza, um dos mais criativos em seu ano de lançamento e, ao mesmo tempo, arriscado; Ali Aguilera entrega faixas que refletem a vida não só do trabalhador, mas do ser humano, aos olhos do mundo capitalista, que nos veem como escravos, objetos, criminosos e pobre por natureza, se você não herdou um sobrenome que te beneficie. Com a introdução incrível com \\\"The Golden One\\\", que seguem depois \\\"Don\'t Fail\\\" e \\\"She\'s Taking It\\\", a cantora reflete o mesmo tema com estruturas diferentes; Ainda com o grande de tom de manusear rimas, metáforas, as questões complexas sobre as relações de trabalho é o ponto principal nestas. Seguindo adiante com \\\"Killer At the Cabaret\\\", que é o grande destaque do disco, o tom sádico e irônico é o grande diferencial aqui e Ali Aguilera brilha muito nesta faixa em específico. No entanto, percebe-se que, ao mesmo tempo que o ambiente é o diferencial em cada uma das tracks, isto inclui \\\"Crime Scene\\\", \\\"Murder\\\", \\\"Innocent\\\" e \\\"Timelapse\\\", elas tratam do mesmo assunto, que é \"Eu sou um produto do mundo capitalista\" no fim, com apenas cenários diferentes, a conclusão que se chega é a mesma em todas elas. Não há o que se acrescentado, um visão diferente, até mesmo um aprofundamento no conceito de exploração, apenas uma base que é remendada desde a introdução do disco com \\\"The Golden One\\\". O álbum chega em um contexto formidável na faixa \\\"Let\'s Go Hustler\\\", uma faixa poderosa, refletiva e que traz uma perspectiva interessante sobre a solidão, é como ler um livro e os versos são cativantes. O mesmo acontece com \\\"Just a Mistake\\\", que apesar de simples, também se permite em contar uma história que pode ser sobre um relacionamento de duas pessoas com pensamentos diferentes ou apenas uma briga mental do eu-lírico, os versos aqui são complexos, que deixa essa dúvida, no melhor dos bons sentidos. A faixa de encerramento, \\\"Bullets\\\", é como o fim do seu horário de trabalho e um tempo mínimo que é deixado pra pensar sobre o que está acontecendo, você vai continuar ou quer refletir sobre o que está vivendo? O visual é curto, mas direto no seu objetivo; Produzido pela própria Ali Aguilera, o encarte traz imagens que refletem os títulos de algumas canções e no geral, o conceito do trabalho em sí. Por fim, Ali Aguilera demostrou-se ousada e determinada ao se arriscar em um tema bem complexo, podendo se manter em algo mais básico e repetitivo, sua coragem em trazer um temática única foi de grande visão artística; Sobre o desenvolvimento do projeto em sí, faltou um aprofundamento nas críticas, que ressonaram como superficiais ao trazer a mesma ideia em quase todos os segmentos, sem detalhes, sem algo de novo pra que o ouvinte possa se surpreender e, até mesmo, perceber o conhecimento da cantora sobre o assunto. A ideia foi ousada e criativa, mas precisava de mais tempo pra que as canções acompanhassem o ritmo da visão da cantora.

The Line Of Best Fit

85

Com um espaço de 10 anos, Ali Aguilera faz um retorno à indústria com o seu segundo disco, “Moments At Crime Scene”. Com 11 faixas, o álbum da cantora traz uma narrativa que conta sobre assuntos relacionados ao capitalismo, vingança e outros, responsáveis por toda a linha de pensamento das canções. O projeto é cheio por letras diretas e com um sentimento cômico característicos, algo que incorpora Aguilera a um contexto mais geral que o comum, e também marcam-se pela descritiva linha do tempo formada. “The Golden One” é um destaque pela sua estrutura e também pela facilidade de mostrar cenários vivos ao ouvinte, algo que causa uma conexão a primeira impressão. “She\'s Taking It” se destaca ao mostrar o capitalismo mais explícito, usando expressões mais americanizadas e um desenvolvimento leve para trazer um contraste interessante aos ouvidos. “Murder” foge do óbvio pela combinação de um segmento visto no disco com uma aproximação forte feita pela melodia, que é leve e interessante, fazendo-se outro destaque. “Innocent” é uma clara revolta convocando o leitor a uma mudança no nosso mundo. O visual é produzido por Ali e possui um estilo e condução diferente, composto por desenhos e texturas interessante e diferentes para o visto na indústria. A capa faz referência ao conteúdo lírico e é bem produzida. O encarte segue com a mesma qualidade, mas é fácil ver erros em sua produção pela resolução ou um desenvolvimento menor. “Moments At Crime Scene” é uma experiência diferente e intrigante que vale a pena ser vista, mesmo com algumas canções seguindo um caminho previsível ou terminando cedo demais ou um visual que faz uma certa falta de maiores detalhes.

All Music

88

“MOMENTS AT CRIME SCENE”, segundo álbum de estúdio da cantora e compositora Ali Aguilera, chega ao mercado da música sem aviso, mas ao mesmo tempo cercado de hype pelo hiatus da artista entre seus lançamentos. Escrito e produzido de forma solo pela artista, é um projeto que apresenta méritos próprios do começo ao fim, com um conceito mais político do que outros álbuns vistos na indústria, mas ainda intrinsecamente ligado à personalidade de sua autora, começando pelos visuais, que lembram animações de suspense e desenhados com o intuito de maximizar o conceito trazido no título do disco, ainda que exibidos de forma simplista. É um dos maiores trunfos de sua totalidade, não só pelo acabamento bem desenhado como também pelos detalhes trazidos a cada página do encarte, que flui muito bem entre suas camadas. O álbum se inicia com a faixa “The Golden One”, que descreve os altos e baixos de uma personagem cujo sonho é viver de sua música e ser conhecida por todo o mundo, mas que encontra desilusões e caminhos indesejados no meio de sua trajetória para o sucesso. Aguilera possui uma escrita relativamente resumida, mas que vai sempre direto ao ponto, sendo um destaque do álbum por seu conteúdo bem desenvolvido em sua brevidade. “Don’t Fail”, segunda faixa do projeto, denuncia a impunidade de pessoas economicamente superiores e que se encontram no direito de achar que também são socialmente superiores por tal; o conceito da faixa é mais político e poderia ser menos acessível ao grande público, mas a compositora trabalha nos versos de forma que as dificuldades também sejam sentidas pelo ouvinte, o que faz com que as indignações de cada verso impactem bastante. “She’s Taking It”, faixa lançada como lead single da era anteriormente, discute as relações desiguais de trabalho e sobre como o chefe superior das relações trabalhistas nunca é quem arca com as dificuldades do sistema. A canção prossegue o tema visto em “Don’t Fail” e é um convite para que o grande público se identifique com o tema, algo atingido com sucesso. “Killer at the Cabaret” começa com a máxima “todos em quem você confia possuem a habilidade de trair”, e prossegue a narrar uma aparente rotina de uma trabalhadora de cabaré marcada pela falta de confiança em qualquer cliente que se aproxime dela; a narrativa mais distante do álbum até aqui também é uma das mais intimistas já feitas por Ali Aguilera. “Crime Scene”, por sua vez, retrata o quanto um mero trabalhador dentro do sistema capitalista pode ser facilmente substituído mesmo presenciando os horrores de seu local de trabalho, comparando a crueldade à cena de um crime; a faixa é brilhantemente escrita para servir como ponte entre as metáforas e a realidade, sendo um futuro potencial de hit single. “Murder” prossegue o desenvolvimento do álbum; liricamente, é a canção mais abstrata de todo o projeto, onde a cantora reflete sobre o dia a dia de uma trabalhadora que não vê outra opção a não ser trabalhar duas vezes mais que os demais e ainda agir secretamente em outros trabalhos, possivelmente criminosos, para se sustentar. O caráter abstrato torna a faixa mais complicada de ser entendida, mas não a impede de ser essencial na narrativa. “Innocent” condena os trabalhadores mais carentes que defendem seus empregadores mesmo sabendo que eles “possuem sangue em suas mãos, assim como todo mundo”; o conceito é amplamente explorado e torna a faixa um dos pontos mais altos de todo o CD por tal motivo. Em “Timelapse”, Ali Aguilera conversa com uma ouvinte feminina, alertando-a de como ofertas podem parecer tentadoras quando não se tem muitos recursos disponíveis para viver, mas que ela deve pensar duas vezes antes de cair em armadilhas do sistema; aqui, a cantora retoma suas tentativas de trazer o público para dentro da narrativa, e não desaponta. “Let’s Go Hustler” é a faixa que mais se distancia do conceito do projeto até aqui, trazendo um relacionamento novo da cantora com um homem em quem ela não consegue confiar por não confiar nem em si mesma o suficiente para isso; deixando o teor sociopolítico um pouco de lado e entrando no ramo das interrelações, Aguilera ainda mantém sua lírica afiada enquanto dispõe sua vulnerabilidade, um ponto positivo para a canção. Na penúltima faixa, “Just a Mistake”, a cantora parece continuar a narrativa de “Let’s Go Hustler” enquanto percebe que seu parceiro parece pender mais para o lado dos chefes do trabalho e do capitalismo do que para os pensamentos que ela possui acerca do sistema, mas não consegue vê-lo como um vilão propriamente dito da causa e sim como mais uma vítima dela. O ponto de vista trazido na música é curioso, interessante e intrigante, sendo também um dos possíveis potenciais para futuro single pelo modo como é escrita e detalhada ao ouvinte. O álbum se encerra com “Bullets”, um último chamado de Ali Aguilera ao ouvinte para reconhecer que as únicas vítimas do sistema corrupto descrito durante o CD são eles mesmos, parte da classe operária que serve aos superiores da economia; apesar da narrativa não se encerrar com uma possível revolução, entender que o sistema não muda mesmo após todas as revelações feitas nas 11 faixas do projeto é um final ainda mais dilacerante de se assimilar. Com “MOMENTS AT CRIME SCENE”, Ali Aguilera entrega um álbum politicamente motivado, mas ainda pessoal o suficiente para o público ver sua personalidade em todos os detalhes, sendo um projeto mais do que bem-vindo em sua carreira e no ano de seu lançamento.

Variety

95

\\\"MOMENTS AT CRIME SCENE\"\\ emerge como um poderoso retorno de Ali Aguilera após uma pausa de 10 anos, oferecendo uma narrativa intensa e multifacetada. Com onze faixas, o álbum mergulha em temas como condições de trabalho, traições, vingança e críticas ao mundo capitalista. As letras, habilmente entrelaçadas, formam uma narrativa conjunta. Iniciando por \\\\\"The Golden One\"\\\\, uma faixa emocionante que pinta um retrato vívido da jornada árdua para se tornar um cantor famoso, Aguilera narra os desafios e sacrifícios enfrentados na busca por reconhecimento. Desde os altos e baixos da indústria musical até as lutas pessoais, a faixa captura a determinação e paixão subjacentes à busca pelo estrelato. Essa faixa serve como uma introdução poderosa ao álbum, estabelecendo o tom para a complexa narrativa. \\\\\"Don\'t Fail\"\\\\ é uma crítica contundente à elite e ao mundo capitalista, destacando como essas forças utilizam a população para atender aos seus próprios interesses. A faixa expõe a exploração sistêmica, onde as camadas privilegiadas da sociedade prosperam enquanto muitos enfrentam adversidades. O primeiro single a ser apresentado, \\\\\"She\'s Taking It\"\\\\ oferece uma revigorante reflexão sobre a exploração das relações de trabalho no mundo contemporâneo. A música dialoga com as questões intricadas que permeiam o ambiente profissional, destacando a protagonista feminina que está assumindo o controle de sua própria narrativa e destino. A sequência de faixas \\\\\"Killer At The Cabaret\"\\\\ e \\\\\"Crime Scene\"\\\\ oferecem uma narrativa fascinante que, além de explorar temas de vingança e assassinato, tecem novamente, críticas contundentes ao capitalismo. Essa abordagem artística combina elementos líricos para criar uma experiência que convida a refletir sobre questões sociais. São músicas que oferecem um ponto alto ao LP, enfatizando ramificações obscuras das desigualdades sociais, incorporando uma crítica mordaz ao sistema econômico vigente. Já em \\\\\"Murder\"\\\\, a cantora assume o papel de justiceira, empunhando sua música como uma arma para lutar contra as injustiças do sistema. A faixa reflete a determinação do eu lírico em desafiar e confrontar as estruturas opressivas. É um momento crucial do disco, representando o ápice da resistência e da vontade de desafiar o status quo. Provocativa, \"\\\\Innocente\\\\\" explora a perspectiva de que, mesmo diante das complexidades e injustiças retratadas nas outras músicas, não há verdadeiros inocentes. A faixa sonda as nuances morais e éticas da condição humana, sugerindo que todos estão de certa forma conectados ou comprometidos com as dinâmicas e sistemas que moldam o mundo. \\\\\"Timelapse\"\\\\ é um relato angustiante sobre o controle exercido. Serve como um retrato sombrio da realidade, expondo sobre como as estruturas do sistema econômico limitam as vidas das pessoas ao longo do tempo. As fascinantes \\\\\"Let\'s Go Hustler\"\\\\ e \\\\\"Just a Mistake\"\\\\ apresentam uma combinação de faixas que se complementam, oferecendo uma narrativa que explora a confiança em alguém e a subsequente perda para as garras do capitalismo. Captura não apenas os altos e baixos, mas também a condição delicada entre confiança e perda. Após uma árdua jornada, \\\\\"Bullets\"\\\\ pode servir como um chamado final à ação, instigando os ouvintes a refletirem sobre seu papel na conscientização e mudança social. Essa faixa encerra o álbum de forma impactante, ressoando com as mensagens profundas e provocativas que caracterizaram o long play. O visual é marcado por uma estética única e dramática que se assemelha a um cartoon. Essa escolha estilística provavelmente reforça a natureza artística e conceitual do projeto, reforçando o mistério visualmente cativante e surreal. Em \\\"MOMENTS AT CRIME SCENE\"\\, Ali Aguilera apresenta um projeto crítico que se destaca de tudo que já foi visto. Após anos de espera, a artista entrega uma obra que não apenas desafia as convenções, mas também oferece uma narrativa envolvente e perspicaz. Sua abordagem única e as mensagens profundas solidificam seu retorno como uma contribuição significativa ao cenário musical.

Los Angeles Times

85

Ali Aguilera retorna ao Famous com o seu álbum sophomore intitulado \"MOMENTS AT CRIME SCENE\". Com um visual produzido e trabalhado através de desenhos cartoonescos que complementam o enredo de suspense artístico do álbum, Aguilera consegue entregar um projeto diferenciado e que atrai muitos olhares pelo visual único que ajuda a assimilar as histórias contadas através das canções, embora em alguns momentos possa parecer um tanto vazio, ela compensa com sua notável criatividade nas abordagem dos temas. O primeiro vestígio do comeback de Ali Aguilera foi o lead single /// She\'s Taking It /// lançado um mês antes do segundo álbum de estúdio. A lírica da canção destaca uma perspectiva sobre a cultura do trabalho excessivo e o esforço dos funcionários, expondo suas frustrações pela falta do reconhecimento de seus esforços. Extremamente carregada de referências nuas e cruas, é uma ótima canção e uma ótima aposta de single. O álbum é composto por 11 faixas, e destacam-se músicas como // Don\'t Fail //, // She\'s Taking It // e // Murder // são extremamente cativanted e existe um acerto na disposição estratégica na tracklist, mesmo aquelas consideradas menos impactantes como // Inocent //, // Just A Mistake // e // The Golden One //. A colocação de \"Don\'t Fail\" como segunda faixa, fazendo transição com \"She\'s Taking It\" terceira faixa do disco, é habilidosa. As canções são peças que se encaixaram perfeitamente, e abrem o álbum com chave de ouro. Vale citar que a faixa que realmente abre o álbum, intitulada de // The Golden One //, parece mais fraca em comparação com as suas sucessoras. // Killer At The Cabaret // destaca-se como um ponto positivo, oferecendo diversão e rimas certeiras. Ela acerta em // Murder //, faixa 6, onde deixa claro que está cansada do sistema capitalista e corrupto das suas narrativas anteriores. Finalizando com // Bullets //, ela apenas costura todas as outras canções e finaliza a história crítica do álbum sem um final feliz, com adestacando a frase \"When you’re not important, you die.\" que resumiria o álbum de maneira concisa. Os banners apresentam uma estética agradável de art pop, é possível passar por eles e observar o contraste entre o cenário animado e as tipografias habilmente dispostas. Mas, existe uma carência de conteúdo visual que se fosse suprida poderia enriquecer-lo e torná-lo mais cativante, o que a textura de partículas usada não conseguiu suprir e acaba por poluir o encarte ao sobrepor-se aos desenhos que são o ponto chave do cenário. É um bom álbum para explorar a imaginação e criatividade da artista.

AllMusic

87

Após um longo tempo de espera, Ali Aguilera retorna com um novo registro completo em ‘MOMENTS AT CRIME SCENE’, seu mais novo álbum de estúdio. Embalado por gêneros como o pop, rock e dance, o álbum se propõe a ser uma narrativa que se inicia com a história de uma aspirante a cantora e, ao contrário de encontrar um final idealizado, recebe a verdade desconfortável e realista, descobrindo da forma mais triste o que há por trás do sistema capitalista. O conceito criativo, diferente e interessante combina e , ao mesmo tempo, contrasta com o seu visual, que traz elementos visuais típicos de cartoons e desenhos animados com temática misteriosa dos anos 2000, ao folhear as páginas do encarte ficamos com uma sensação constante de que algo ruim irá acontecer durante a escuta do álbum, uma grande sacada da artista ao produzir. A primeira faixa é a dançante ‘The Golden One’, contado com versos curtos e melódicos, a canção cumpre bem o seu papel de introduzir a história e a personagem, misturando sonhos, desesperança e ironia à medida. Saímos dos versos despretensiosos e entramos em algo mais direto com a afiada ‘Don’t Fail’, tecendo críticas pontuais ao capitalismo e ao sistema em geral, a composição contém trechos inteligentes e ao mesmo tempo melódicos, como: “Trust me, is not about intuition / They wanna makes us small, it’s political”. Um dos grandes destaques do álbum, a artista mostra todo o seu poder de composição e coesão em ‘She’s Taking It’, nesta faixa o eu lírico continua percebendo as injustiças sociais e expondo o seu ponto de vista sobre isso, com vários versos marcantes: “Someone is killing you softly and it ain’t me / The system doesn’t make everybody rich / You need to move if you want to flip a switch” e ao dar indícios de uma chamada por revolução em “take the gun, take the gun / if you can’t handle it / lead the run, lead the run”. ‘Killer At The Cabaret’ e ‘Crime Scene’ formam uma boa sequência e juntas formam uma ótima metáfora, sendo que o assassino da história é o próprio capitalismo, enquanto ‘Killer At The Cabaret’ mostra o momento exato da morte, em ‘Crime Scene’ vemos o seu impacto, onde o eu lírico mostra um lado mais melancólico e cabisbaixo, como se algo realmente tivesse morrido dentro dele. Partindo deste ponto, a narrativa toma outra forma, saindo de uma visão mais distante em terceira pessoa para se tornar algo mais pessoal e que reflete mais os sentimentos da protagonista. Em ‘Murder’ a personagem é tomada pelos sentimentos da revolução e isso é refletido no desenvolvimento da canção, com um tom bastante agressivo: “Cause now i’m a murder / A female hustler”. ‘Innocent’ e ‘Timelapse’ mantém a linha coesiva que Ali vem amarrando até este momento, mas falham em inserir novos acontecimentos à narrativa, soando repetitivas. Além disso, ‘Timelapse’, em comparação com outras canções com maior força lírica dentro do álbum e temáticas semelhantes, torna-se rasa em questões de composição e estrutura. Por outro lado, ‘Let’s go hustler’ é uma quebra positiva dentro do álbum, onde a protagonista percebe que não pode vencer sozinha e talvez ter um aliado não seria de todo o ruim. A faixa é divertida e fluída – assim como a maioria do álbum – configurando-se como um possível hit, mesmo que falte profundidade ou detalhes para que o ouvinte possa se conectar melhor com as interações do eu lírico. Perto do final, ‘Just a Mistake’ traz um plot twist e encerra a narrativa iniciada durante a faixa interior. A faixa, tratando-se de uma faixa sobre traição, poderia ter um maior esforço dramático e conter metáforas mais afiadas, mas a faixa não falha em transmitir a sua mensagem e o que aconteceu fica explícito em trechos como: “I’m an idea, you’ll never understand what it means / But if they kill you, nobody will be a witness”. O projeto encerra-se com uma das suas melhores faixas, em ‘Bullets’ há uma retomada de consciência sobre as injustiças sociais advindas do capitalismo, contendo um grande equilíbrio entre a primeira metade do álbum, do qual carrega um tom áspero e impessoal, e a segunda metade, que imerge nos sentimentos do eu lírico e traz a visão em primeira pessoa da narrativa. Além disso, traz o melhor refrão do álbum, de forma sucinta, o verso consegue transmitir toda a sua mensagem: “Can’t you see? / These bullets are made for people like you and me / It doesn’t matter if you’re from their side / When you’re not important, you die”. Por fim, Ali Aguilera não falha em ‘MOMENTS AT CRIME SCENE’, o projeto é carregado de críticas inteligentes, canções muito bem estruturadas, formuladas e abraçadas por um conceito que foi bem executado. A narrativa contava com potencial para ser aprofundada e mais bem explorada em alguns momentos, mas estes detalhes não apagam a mensagem transmitida e o brilho em geral do álbum.

Pitchfork

90

Após dez anos de tensão para seus fãs e para a indústria, Ali Aguilera retorna com o glorioso MOMENTS AT CRIME SCENE, um álbum que amalgama tanto temas pertinentes para a cena musical quanto reveladores das inclinações políticas da artista. Seu visual aponta a identidade própria de Ali Aguilera: aqui, ela consegue utilizar seu traço único para estabelecer uma estética marcante para o disco, a qual certamente não se repete por aí. Mesmo que o encarte pudesse conter mais elementos, há o uso de figuras inteligentes que dialogam com a era e reiteram a função chamativa do elemento visual. Em suas faixas, a cantora expressa um pop-rock frenético e comprometido. Abrindo com \"The Golden One\", tem-se uma narrativa que reflete a trajetória da própria Ali Aguilera, mas também de muitos principiantes na indústria. \"Don\'t Fail\" é um pouco mais rápida, característica que urge na música pop e poderia ser mais aplicada em outros pontos do LP, enquanto o lead single \"She\'s Taking It\" é mais politicamente orientada e se mostra como um dos picos dessa experiência musical. \"Killer At The Cabaret\" mantém o passo sendo tão enigmática quanto pungente, certamente um expoente para futuro single. Mais à frente, \"Crime Scene\" e \"Murder\" partilham de temáticas similares, e esse é um motivo que as fazem se configurar como um ponto mais estagnado do álbum: mesmo que sua construção seja das mais bem executadas, parecem se repetir. Um novo acesso de adrenalina ocorre no álbum em \"Let\'s Go Hustler\", que possui uma trama intrigante e objetiva, evitando o defeito de alongar-se demais que pode matar a efeverscência do pop. Por fim, \"Bullets\" tem apelo de manifesto mais óbvio, de modo que encerra o álbum com uma mensagem importante que não se torna piegas. Ali Aguilera não voltou para brincar e a indústria precisa notar artistas como ela, que trazem relevância para o pop, elevando-o do caráter de produções facilmente consumíveis e requentáveis ao qual constantemente é relegado para obras primorosas, cuja apreciação deve ser mais delicada e atenciosa. Seu apelo rock e dance também não deve ser ignorado, sendo ela um nome importante para ambos os gêneros desde sua estreia. Em MOMENTS AT CRIME SCENE, Ali Aguilera se mostra consciente, madura, forte e disposta a entoar um único discurso: o seu, que ao mesmo tempo revela a verdade de tantos outros. Isso faz da sua arte preciosa e necessária.

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