ANONYMOUS - LUCX
TIME
Após anos de promessas e singles, LUCX lança oficialmente o seu novo álbum de estúdio, intitulado \"ANONYMOUS\". O álbum nos introduz ao seu alter ego, chamando Lil Bright, que acompanha toda a jornada envolvente e enigmática do trabalho de maneira interessante e curiosa. Trazendo diversas faixas com temas diversos e com metáforas inteligentes, o álbum mistura o Hip Hop, K-Pop e o Pop, trazendo um som diverso e intrigante. Destacando-se como os pontos altos do trabalho, temos as canções \"The Command\", \"Virtual Illusion\" e \"End Game\". Essas faixas demonstram o poder da lírica de LUCX quando o artista quer fazer um trabalho focado nisso, as composições são muito bem escritas e com metáforas muito interessantes e inteligentes criadas pelo compositor. \"The Command\" é uma canção que mostra o momento que LUCX assume o comando sobre Lil Bright e finalmente mostra quem ele é. É uma canção simples mas que consegue entregar os objetivos do trabalho, sendo uma faixa bem interessante para o conjunto completo do disco. \"Virtual Illusion\" descreve como a nossa vida é feita de ilusões a todo momento e com qualquer situação que aconteça ao nosso redor. Os versos são interessantes e contém metáforas ótimas e o refrão é impecável, sendo esse o grande ponto alto da canção em todos os sentidos. \"End Game\" finaliza o trabalho de maneira impactante e muito bem trabalhada, sendo uma síntese de tudo que passamos pela jornada do disco de uma forma bem diferente e instigante. O refrão é muito bem escrito e os versos tem o tamanho certo para não se tornarem chatos ou repetitivos. No fim, mostra que LUCX sempre estará no controle sob Lil Bright e pede para o público se despedir do alter ego do artista. O ponto negativo da lírica do trabalho é pela falta de profundidade ou repetitivade de algumas canções, deixando o trabalho não tão interessante. Essas faixas acabam sendo \"Life Simulator\" e \"Hard To Core\", que se tivessem uma revisão melhor e maior desenvolvimento nos versos deixaria elas como grandes canções dentro do trabalho. Avaliando a parte visual, produzida por LASHAE e PRAYØR, aqui vemos um visual muito bem trabalhado e belo, trazendo uma capa enigmática e misteriosa mas que funciona perfeitamente. As páginas do encarte conseguem transmitir a atmosfera presente no disco de uma forma muito bem pensada pelos produtores, sendo esse um dos grandes destaques do ano no quesito visual. \"ANONYMOUS\" é um álbum interessante e que contém composições interessantes e bem desenvolvidas de forma geral, trazendo também um visual belíssimo e muito bem executado. O trabalho contém erros que acabam atrapalhando a experiência dele como um projeto completo, mas mostra como LUCX é um artista que ainda tem muito o que oferecer como artista e toda a espera pelo lançamento do \"ANONYMOUS\" valeu a pena.

Pitchfork
LUCX é um dos maiores atos do universo K-Pop e Hip-Hop, e após um grande tempo longe da indústria musical, lançou “fake ID”, “anonymous” e “404 error”, uma tríade de singles aclamados e muito bem sucedidos, mostrando que o rapper ainda sabe dominar o mundo da música como ninguém. Após muita antecipação, LUCX lança oficialmente o seu terceiro álbum de estúdio intitulado \"ANONYMOUS\". O álbum traz o alter-ego Lil Bright, um hacker e uma extensão do LUCX, onde o cantor transfere toda sua personalidade mais agressiva. Tal premissa é executada com maestria, com o rapper entregando ótimos versos nas canções. Citando alguns destaques, tem-se \"superstar hacked feelings\", onde o o rapper fala sobre suas dificuldades em administrar suas emoções, sem saber o que é dele e o que é de Lil Bright. A canção é construída de forma genial; ao mesmo tempo que LUCX passa uma mensagem agressiva, também transmite uma vulnerabilidade, especialmente no verso 3. \"virtual illusion\" é outro grande destaque do álbum, uma canção onde encontramos um LUCX/Lil Bright com raiva, e acima de tudo, decepcionado com a vida, uma canção perfeita para se ouvir naquele momento de ira. \"hard to core\", o mais novo single do álbum com participação de CAIO, é uma das doces surpresas do disco, pois aborda um LUCX totalmente vulnerável, dividindo suas inseguranças quanto ao seu jeito de ser; é uma canção super bem vinda no meio de tanta agressividade, e CAIO acrescenta muito bem nela. \"the_command\" é uma faixa que propõe uma reviravolta, com LUCX tomando o controle sobre a sua própria narrativa até ali feita. A ponte da musica é um magnum opus lírico, com rimas muito bem feitas que elevam a música a um patamar altíssimo. A lírica do álbum é, sem dúvidas, o maior destaque do mesmo, com uma ressalva sendo a falta de variedades nas temáticas do álbum, mas que é compreensível, levando em conta o conceito apresentado. Com um visual belíssimo assinado por LASHAE e PRAYOR, encontramos o melhor visual de um disco de LUCX, representando, de uma maneira exemplar, toda a vibe de \"ANONYMOUS\", com uma fotografia distorcida que se encaixa naturalmente com o conteúdo do disco e que consegue transmitir a atmosfera tecnológica do disco, especialmente com a sua escolha de cores, e um HTML que complementa muito bem o visual, levando o ouvinte para uma imersão perfeita. Destaque também para a escolha de fontes, que harmonizaram muito bem com o encarte; a execução foi muito bem feita e a escolha não teria como ser mais adequada. LUCX construiu um buzz inimaginável acerca de seu terceiro álbum de estúdio e conseguiu entregar o que prometeu muito bem. É um álbum belamente construído e planejado, não só na sua lírica, mas como no seu visual. Por mais que o artista se mantenha preso um pouco excessivamente no conceito, LUCX consegue entregar o seu melhor compilado até o momento.

The Boston Globe
O talentoso rapper LUCX retorna em seu terceiro álbum, a obra intitulada \"ANONYMOUS\", que compreende um total de 10 faixas, incluindo uma intrigante interlude que serve como a peça inicial deste novo projeto: \"outta system [INTERLUDE]\". Esta interlude não apenas confere dinamismo com suas diversas formas de produção, mas também nos introduz ao enigmático alter ego de LUCX, Lil Bright, embora sem aprofundar-se significativamente em seus detalhes. Na segunda faixa, nos deparamos com o envolvente single \"fake ID\", uma colaboração com Kadu e Teyana T, lançada em 2021, dois anos atrás. Apesar de apresentar versos interessantes, a composição perde um tanto de sua premissa ou a deixa implicitamente exposta, uma vez que algumas referências parecem desviar do propósito inicial delineado pelo rapper. Avançando para a terceira faixa, o segundo single oficial, somos conduzidos por \"ANONYMOUS\", a faixa-título do álbum, que aprofunda nossos conhecimentos sobre Lil Bright, o alter ego de LUCX. Esta, sem dúvida, figura entre as faixas mais robustas do trabalho, explorando o conflito interno do artista, culminando em sua aceitação final por meio das duas personalidades correlacionadas, que se entrelaçam harmoniosamente para apresentar um artista completo neste álbum singular. Na envolvente canção “hard to core”, uma colaboração com o aclamado rapper CAIO e o quarto single do álbum, os artistas abordam as dificuldades internas de suas vidas cotidianas na sociedade, mergulhando nas complexidades de como as questões pessoais impactam os relacionamentos. A composição atinge até mesmo um tom burlesco em alguns trechos, como se os artistas estivessem pedindo desculpas por seus gigantescos egos, sem que tais desculpas influenciem em qualquer mudança de comportamento; eles permanecem intrinsecamente desafiadores. A seguir, em “superstar hacked feelings”, testemunhamos uma continuação do conceito central do álbum, que retrata emoções como dados hackeados. O cantor indaga como pode discernir suas emoções das de seu alter ego, tornando-se um ponto crucial no conjunto do disco, um divisor de águas na evolução da personalidade do artista. Em “404 error”, uma colaboração com os artistas Alex Fleming e Jaehyuk e terceiro single do projeto musical do rapper, uma analogia perspicaz é tecida entre os problemas da vida e os erros tecnológicos. Já em “life simulator”, originalmente uma parceria com outras artistas, aqui apresentada em versão solo e retrabalhada, LUCX assume as rédeas de sua personalidade, narrando como simulamos cada ação, escolha e pensamento. A penúltima composição do álbum, “the_command”, pinta um retrato vívido de como o rapper finalmente domina seu alter ego, Lil Bright, alterando completamente a dinâmica da batalha entre o artista e sua outra persona. Enquanto isso, em “virtual illusion”, a obra diverge das batalhas do artista com seu alter ego, mas mantém-se alinhada à narrativa do disco, explorando a ilusão da vida, nossas percepções e o desejo de sermos vistos na sociedade, mesclando elementos virtuais de forma magistral. Por fim, “end game”, a peça que encerra o álbum, revela-se como o ápice do controle de LUCX sobre seu alter ego, reforçando todo o seu poder e força. Visualmente, o álbum se destaca por sua singularidade, capturando eficazmente a complexidade do trabalho por meio de degradês multicoloridos, distorção da realidade e alta saturação, criando um fascinante contraste com o preto e branco do photoshoot. Em síntese, \"ANONYMOUS\" é uma obra monumental para o rapper LUCX, destacando-se em seu gênero e instigando em nós a expectativa por seus futuros trabalhos, consolidando assim sua posição como uma força inovadora na cena musical.

Spin
“ANONYMOUS” é o terceiro álbum de estúdio do artista LUCX. Lançado após anos de desenvolvimento e trazendo seus maiores sucessos da carreira, o disco impressiona por sua arte quase surrealista e psicodélica, tanto na capa como no desenvolvimento do banner e do HTML, com envolvimento de LASHAE e PRAYØR; ainda que sua natureza pareça um tanto quanto apressada em alguns pontos, percebe-se o cuidado em trazer a essência do conceito do CD. A introdução vem com “outta system [interlude]”, que, apesar de curta, sintetiza a necessidade do artista de introduzir um alterego que invada os sistemas dos seus pensamentos e conduza a narrativa dali em diante. Por seu pouco conteúdo lírico, o ouvinte já se sente instigado a ouvir todo o projeto. “fake ID”, colaboração com Kadu e Teyana T lançada em 2021, traz o autoconhecimento do alterego, introduzido como Lil Bright, enquanto aponta para a falsidade dentro da própria sociedade; o tempo é o maior inimigo da faixa, que já não soa mais tão atual no tempo do lançamento do “ANONYMOUS” como soaria na época em que foi lançada, mas ainda é um lembrete de como a história começa e é essencial aqui. A faixa-título do disco vem logo após, e é a representação mais bem idealizada do conceito do álbum, não à toa é um dos destaques; LUCX e seu alterego Lil Bright discutem entre si pela dominação da voz principal, em versos ricos em referências ao mundo virtual e à carreira do artista. “hard to core”, colaboração com o rapper CAIO lançada como um dos novos singles de trabalho do álbum, é sentimental ao extremo no sentido de trazer LUCX/Lil Bright como um homem que admite seus defeitos emocionais, mas que insiste em não ser deixado de lado por sentir que merece sentir o amor mais do que imagina; o artista convidado traz o conhecimento necessário em seus versos e a faixa é uma das mais radio-friendly aqui. “superstar hacked feelings” traz LUCX ainda em sua vulnerabilidade, mas em outra camada: a de não saber quando é ele mesmo ou Lil Bright comandando suas palavras e suas ações. O conflito é muito bem descrito e traz as emoções de cada personalidade com maestria, sendo um dos destaques maiores do álbum. “404 Error” remove a aparição de Lil Bright em favor de JAEHYUK e Alex Fleming e uma temática mais romântica de invasão de sentimentos e invasão virtual, paralela a “hard to core”, porém com uma maior imersão no conceito do álbum em si e que torna a faixa uma das mais divertidas de todo o CD, sendo um ponto positivo pela quebra inesperadamente bem composta do ritmo até então trazido. “life simulator”, faixa seguinte do álbum, apresenta um conceito parecido com o da faixa-título, mas aqui, a consistência dos versos acaba não sendo a mesma; a instabilidade entre as discussões entre LUCX/Lil Bright não surte o mesmo efeito, onde poderia haver uma harmonia entre as apresentações para um refrão extremamente competente que une todos os lados. “the_command” se mostra como uma faixa de virada na narrativa; LUCX exerce poder sobre Lil Bright de tamanha forma que ameaça retomar o controle de sua própria vida, e essa força é bem vista na composição afiada do artista, sendo mais um destaque elevado do CD. “virtual illusion” é a penúltima canção de “ANONYMOUS” e é a mais reflexiva, tendo o refrão como sua parte mais interessante no sentido de como o artista entende que não existe uma dualidade e sim uma paleta inteira de facetas que qualquer um pode assumir no universo virtual retratado na faixa. “end game” é a faixa final do álbum, e como o ouvinte poderia imaginar, é o fim da rivalidade entre LUCX e seu alterego, onde o artista enterra de vez suas percepções sobre Lil Bright e decide assumir a vida em suas mãos como sente que deveria ter feito desde o começo, sendo um ótimo encerramento e um ótimo potencial para se tornar single futuramente. Em suma, “ANONYMOUS” é um álbum que reforça as qualidades de LUCX como rapper e como compositor que sabe quando instigar o ouvinte a investigar mais a fundo suas próprias camadas quando se possui o tema certo para discutir, e é um retorno bem-vindo do artista à indústria.
Los Angeles Times
No seu novo álbum de estúdio, LUCX inicia o encerramento de uma trilogia de álbuns, apresentando composições que narram toda a sua história até aqui. Com a adição do seu alter ego, Lil Bright, o artista cria uma narrativa empolgante que faz o ouvinte compreender seus pensamentos e ações. O álbum é iniciado com a faixa \"Outta System\", que serve como uma ótima introdução. Nela, o artista mostra um pouco do que será tratado no álbum: Lucx perdeu o controle, Lil Bright está assumindo. Tratá-la como uma interlúdio parece inteligente, já que introduz uma história contínua dos seus outros álbuns. \"Fake ID\" funciona muito bem como uma das primeiras faixas do álbum, introduzindo o alter ego de forma clara, presente e com tons agressivos na composição; os versos de Kadu se destacam como o ponto alto da canção, e, por se complementarem entre si, os três artistas conseguem seu destaque individual. \"Anonymous\" contém bons versos, mas funcionaria melhor se viesse antes de \"Fake ID\" no álbum, já que apresenta uma visão mais clara sobre a \"briga\" pelo controle. \"Hard to Core\", com Caio, tende a ser um pouco repetitiva em seus versos, onde é notável a ênfase contínua em todos os versos; mas a adição de Caio na canção faz ela parecer mais natural, embora peque em ser mais incisiva. \"Superstar Hacked Feelings\" se destaca pelos versos mais ousados do artista, vestindo todo o personagem criado para narrar suas revoltas e sentimentos. A faixa se destaca como uma das melhores, pela lírica mais incisiva e por ter uma base lírica forte. \"Error 404\" mostra uma reviravolta, com uma proposta de erro introduzida para mergulhar em um ar romântico, e acaba perdendo um pouco a linha lírica das faixas anteriores, mas como apresentada como um erro para LUCX assumir o controle do alter ego, é compreensível neste ponto do álbum. \"Life Simulator\" apresenta uma baixa no que Lucx havia apresentado até então; a faixa contém versos mais rasos, que não impressionam com o decorrer da leitura. \"The Command\" retoma um pouco a audácia das faixas anteriores, e a faixa segue a história contínua contada pelo artista, tornando-se essencial para o funcionamento do álbum. \"Virtual Illusion\" se torna uma reflexão momentânea de LUCX após retomar o controle, e embora a composição seja aceitável, acaba sendo ofuscada por outras canções do álbum por não ter uma narrativa tão forte. \"End Game\" encerra toda a trilogia de forma excelente, com versos que transparecem a agressividade de LUCX, mas também transmitem toda a história carregada durante os seus álbuns de estúdio, para chegar a esta última faixa. Seus versos englobam bem o projeto e mostram que LUCX aceitou como parte de si, mas está no controle. Seu visual completa bem toda a mensagem do álbum, com o fator distorcido dando ênfase em toda a confusão interior do artista durante o álbum. \"ANONYMOUS\" encerra uma trilogia de álbuns por LUCX, onde ele apresenta composições atrevidas, rebeldes e um tanto empolgantes, embora algumas faixas apresentem a falta dos mesmos quesitos. O álbum contém mais acertos do que erros, e mostra que LUCX soube conectar bem as suas músicas em uma história contínua de dez faixas.

Variety
Depois de um grande tempo sem lançamentos de álbuns estúdios, o rapper e cantor LUCX retorna com o tão aguardado “ANONYMOUS”, seu terceiro álbum estúdio e que conta com os singles que foram lançados anteriormente, como \"fake ID\", \"anonymous\" e \"404 error\". O rapper encara esse projeto como um fim de uma trilogia, que é composta pelos discos \"God\'s Game\" e \"PSYCHO\", sendo este agora o fim desse grande conjunto que se estendeu por grandes anos durante a sua carreira. \"ANONYMOUS\" em específico, traz uma abordagem sobre controle e a participação de um alter-ego pra ajuda-lo ou conte-lo nessa trajetória de ciclo. O disco se inicia com uma interlude intitulada \"outta system\" e traz esse chamado por seu alter-ego pra lidar com que se possa prosseguir, uma intro simples, mas que exala curiosidade. \"Fake ID\", com participação dos incríveis Kadu e Teyana T, não tem muito o que falar, é uma canção sobre paralelos de tecnologia e ciência, mas que não chega à lugar algum, no entanto, o verso da rapper traz algo especial e eleva sua atitude, visto que Teyana tem um grande potencial em suas referências e ainda trazendo citação de seu single como rima, resultando em uma canção divertida. A faixa título \"anonymous\" é literalmente um reflexo do conceito do album e muito bem feita, as rimas e a \"briga\" entre Lucx e seu alter-ego é fascinante de uma forma que se acaba mostrando fraquezas do rapper; Alguns que não tenha entendido esse single anteriormente, agora pode finalmente ter encontrado aonde o rapper queria chegar e é um dos seus maiores singles líricos. As faixas seguintes como \"hard to core\", com participação de CAIO, e \"superstar hacked feelings\" são canções que demostram um lado muito sensível do rapper, que pode ser que alguns dos ouvintes nunca esperaria por isso, o que combina com essa ideia de sustentar um equilíbrio emocional. \"404 error\" foi o primeiro single do disco e também segue a fórmula que foi usada em \"Fake ID\", fazendo alusões de tecnologia, porém excessiva aqui, a diferença é que aqui pode-se dizer que, sim, é uma canção sobre um relacionamento, apesar de se perceber um grande esforço pra citar uma palavra que tenha a ver com esse mundo tecnológico a qualquer momento. \"life simulator \" traz de novo o embate contra seu alter-ego Lil Bright, mas aqui de uma forma não muito contagiante e que não traz um ar que vinha sendo cultuado no disco. No entanto, após embates, por mais que o último não tenha sido tão cativante, há o que se falar no que traz a faixa \"the_command\" e a forma como há um desenvolvimento da narrativa entre LUCX e seu alter-ego, ao assumir seu comando e, admite-se, que ler toda esse poder sobre uma parte da sua cabeça traz uma sensação de liberdade exala um ar de alívio no ouvinte. Em \"virtual illusion\", o ambiente se torna mais melancólico e demostra ser uma conversa diretamente com o ouvinte, a mudança brusca é estranha, porém não há como negar toda a verdade que é trazida aqui, e definitivamente o maior destaque lírico do álbum e o rapper atinge seu ápice na composição em apenas abrindo os olhos de quem está o ouvindo. Em seu ultimato, intitulado end game\", LUCX decreta que está sob o poder e que aquele que vós conhecia, não era 100% ele, e sim seu alter-ego derrotado. O visual produzido por LASHAE e PRAYOR é incrivelmente bem feito e conversa com toda a temática apresentada, com efeitos óticos, que mexe com formas distorcidas e ilusórias, é um dos visuais mais criativos do ano. Por fim, há de se dizer que os singles lançados deste projeto, anteriormente, trouxe uma sensação de jamais o prometido \"ANONYMOUS\" traria algo coeso com sua temática, os singles pareciam desnorteados sozinhos e precisava estar nessa track-list com as demais canções pra, finalmente, entender o que LUCX queria passar; As faixas são infinitamente mais bem feitas que os singles escolhidos pra representar-lo, de fato, mas não atrapalha o ouvinte na hora da sua escuta. LUCX trouxe um disco muito criativo em seu todo, um visual no mesmo nível que suas canções, e demostra um caráter de um artista que está mais que pronto pra mais quem realmente ele é e nunca teve essa oportunidade pra mostrar ao mundo.

The Line Of Best Fit
\"ANONYMOUS\" é o terceiro álbum da trilogia do rapper asiático LUCX, que explora a transformação do personagem de LUCX e a descoberta de Lil Bright, um hacker que está por trás de suas confusões mentais. O álbum retrata a luta de LUCX para controlar essa nova persona, com músicas que refletem os embates entre os dois personagens e abordam temas como controle mental e autorreflexão. O disco começa de forma intensa com \"outta system\", uma faixa introdutória que promete configurar o tom do álbum, mostrando o que está por vir e consegue preencher os ouvintes com uma boa expectativa. Em seguida, há união de LUCX com duas lendas da música: Kadu e Teyana T. A colaboração promete introduzir o alter ego do artista e com isso obtém sucesso, mas o restante deixa a desejar. Nem mesmo a dupla convidada conseguiu salvar a canção de seus versos genéricos e viciosos. Durante a faixa-título, carregada com vocais fragmentados e distorcidos, o artista cria um belo ambiente hostil, tão quanto as palavras proferidas pelo mesmo. Embora a música \"ANONYMOUS\" evidencie uma tentativa clara de abordar o tema do hacking e criar metáforas em torno desse conceito, acaba por falhar em sua execução. É notável o esforço do artista em incorporar essa temática, mas a falta de inspiração se faz evidente na forma como as metáforas e poesia não conseguem se conectar de maneira eficaz. A faixa \"Hard To Core\" apresenta uma perspectiva intrigante e distinta em relação às outras músicas já apresentadas. Aqui, LUCX aborda sua própria personalidade difícil, mas, infelizmente, a canção não aprofunda essa faceta de forma mais humana como se esperaria. Ao contrário, ela mantém o mesmo núcleo temático das outras faixas, soando mais como seu alter ego do que consigo mesmo. \"Superstar hacked feelings\" se destaca positivamente no álbum da mesma maneira que a anterior. Nela, LUCX alega que seus sentimentos estão sendo hackeados pelo seu alter ego. No entanto, apesar dessa abordagem intrigante, a faixa ainda deixa a desejar em termos de profundidade poética e rimas elaboradas. A letra carece da profundidade necessária para transmitir com eficácia a complexidade dessa luta interior, perdendo a oportunidade de explorar o potencial lírico da canção. \"Life Simulator\" introduz outra abordagem interessante, com versos que têm um toque de camp, fazendo referência à Siri e à Alexa. Embora não esteja claro se essa escolha seja propositalmente cômica, ela de certa forma funciona ao criar um contraste com o restante da lírica repetitiva. \"The Command\" aborda LUCX tomando controle de si. A letra, mais uma vez, soa como as demais apresentadas, com sempre o artista se adjetivando. \"Virtual Illusion\" não é muito clara no que se propõe na narrativa, mas consegue se distanciar de maneira positiva do restante do disco por isso. Infelizmente, em \"ANONYMOUS\", a ausência de poesia é notável. As letras carecem do tipo de expressão lírica que pode elevar uma canção. A poesia não apenas enriquece a narrativa, mas também permite que o artista transmita suas emoções e pensamentos de forma mais rica e envolvente, e essa é uma dimensão que parece ter sido subutilizada no trabalho como um todo. O visual do álbum é bem executado em sua maioria, mas em alguns aspectos, fica aquém das expectativas. A imagem da capa é, sem dúvida, criativa e simbólica, com a representação dos gêmeos LUCX e Lil Bright grudados na tela e os glóbulos saturados sugerindo uma mudança iminente. No entanto, o emprego da fonte espalhada no design da capa pode prejudicar a coesão visual. O restante do design é esteticamente agradável, mas alguns efeitos visuais podem parecer obsoletos e carentes de qualidade, o que pode diminuir a impacto geral do visual. \"ANONYMOUS\" marca o encerramento da trilogia de LUCX, uma jornada que se tornou cada vez mais desafiadora e, talvez, até cansativa com o passar dos anos. A indústria musical evoluiu significativamente, e à medida que a música se transforma, os artistas também devem buscar novos horizontes criativos. Embora o álbum demonstre um esforço para explorar temas interessantes, como o conflito entre LUCX e seu alter ego Lil Bright, a falta de profundidade lírica e a repetição prejudicam a narrativa. A ausência de uma abordagem mais humana e emocional ao longo do álbum deixa uma lacuna notável, o que poderia ser uma proposta inovadora para sua carreira e um paradoxo inteligente com o conceito cibernético. Em suma, \"ANONYMOUS\" destaca a necessidade de LUCX evoluir suas ideias para acompanhar as mudanças na indústria e oferecer aos ouvintes uma experiência mais rica e envolvente.

American Songwriter
ANONYMOUS é o nome do mais novo álbum do cantor de hip-hop LUCX, lançado dia 14 de setembro, com uma pegada mais pop e k-pop em suas melodias. O corpo do trabalha já traz consigo 3 famosos singles e 2 novos singles que vão impulsionar o LP na temporada de premiações. No início da experiência, a introdução \"outta system\" é frenética e conseguimos escutar os vocais do artista com fragmentos saturados e gravações que induzem a uma loucura sonora, é uma ótima abertura. \"Fake ID\", parceria com Teyana T e Kadu é a primeira faixa completa do disco, que se começasse assim, seria um fiasco. A colaboração de sucesso é um compilado de trechos extremamente mal executados, onde Kadu se sobressai em uma estrofe bem polida, Teyana T promove um rap mais intenso, mas ainda assim lotado de vícios datados que apodrecem o seu flow e LUCX perde em meio a tudo isso. A falsa identidade do trio é definitivamente um track descartável. A personalidade de Lil Bright é trazida de volta na faixa que dá nome ao álbum, a sagaz \"anonymous\". O single solo do artista brinca com a realidade de ser um hacker, incrementa isso no seu alter-ego e entrega uma composição rica em metáforas e referências. O foco nos danos provocados pelos ladrões virtuais é o que chama a atenção, ainda mais ligado na polêmica que o cantor tem sede e canta na intro, aqui ele mostra uma forma de conseguir isso: manipulando o que está a sua volta. A próxima faixa reproduz algo que muitos artistas da indústria estão fazendo nos últimos tempos, que é a quebra da expectativa de uma continuidade trazendo uma faixa que parece destoar do restante, com uma sonoridade comum. é o que acontece em \"hard to core\". \"Misspill some words then I\'m messed up\", diz o rapper no refrão e ele realmente erra em dizer que essa é uma canção sobre como ele é difícil de lidar, por que o que reflete aqui é como ele consegue ver o seu próprio medo do que te ronda o desestabilizar, nota-se em: \"then be afraid of what they can bring on\". Lil Bright some nesta faixa e LUCX está tão maduro. O feat aparece logo a frente e CAIO não consegue trazer um verso que mostre sua potência como compositor. Replicando o que LUCX já disse, só que com outras palavras, o dono do hit \"SHOWSTOPPER\" até entrega boas rimas, mas indo de encontro com o que a canção passa, seu momento na faixa é bem morno. A estranheza da faixa anterior cabe ao entendimento que \"superstar hacked feelings\" passa, e é possível passar o pano na instabilidade que o que veio antes promoveu. Por aqui, a best new track do disco, entrega o melhor do rap. As rimas on point fortalecem a agressividade que o hacker induziu como um vírus no artista, o faz entrar em confusão, resultando num colapso. O refrão não mente: \"Does this leather jacket show you how these feelings will explode?\". A faixa ao mesmo tempo que é pop, é experimental, com muitos elementos distorcidos e uma lírica que pergunta e responde, pergunta e responde, sufocando um frenesi de trechos e versos. A próxima faixa é \"life simulator\" e é tudo uma grande metáfora. Talvez a grande coisa do disco em questão de criatividade, o artista canta sobre ter a vida perfeita em simulação, talvez como Lil Bright, contra a vida real de LUCX, sem mistérios e sem novidades. LUCX incessantemente pede ajuda de IA\'s para conter o seu desejo exacerbado e em versos muito bem desenvolvidos consegue até mesmo jogar um shade ao jogo Famous na questão de todos sempre estarem em busca de alguma coisa mas alguns nunca chegarem a lugar algum. Em momentos onde Lil bright era o cara dentro do disco, LUCX toma a direção da obra e reaparece em \"the command\" onde canta que tudo o que ele fez como LUCX fez com que as pessoas olhassem para ele de maneira torta e por muito tempo isso pesou sobre ele, porém a arte de ignorar o traz de volta como dono de si, fazendo disso seu prazer, não vivendo mais numa ilusão. O melhor gancho do LP e um dos melhores do ano, e \"virtual illusion\" carrega a mensagem social de todos sermos uma grande mentira através das telas, sendo juízes online e propagadores de proxys maliciosos. Temos aqui uma faixa sincera, necessária e muito bem escrita. O desenvolvimento da lírica é muito criativo. LUCX parece se divertir escrevendo esse álbum e a jornada entre suas duas personas funciona. O visual é esplêndido. A produção de LASHAE e PRAYOR é estrondorosa, começando pela capa como um ultrassom indicando LUCX e Lil Bright como gêmeos grudados na tela que dividem um mesmo corpo e glóbulos saturados indicando o que pode estar por vir. O uso da escuridão do encarte como \"Black Mirror\" e o grandiente colorido é um espetáculo de design, seguindo com a escolha perfeita da tipografia, quase digital e minimamente pixelada, os frames das fotografias distorcidos também agradam e os detalhes também contribuem. Não há o que criticar negativamente por esse lado. Concluindo, LUCX conseguiu entregar um álbum que conta uma história frenética, divertida, agressiva e ainda assim madura em diversos momentos. Como nada é perfeito \"Fake ID\" e \"hard to core\" não funcionam tão bem individualmente, mas talvez agreguem para a narrativa deste trabalho. LUCX surpreende com um projeto inteligente e mostra o porquê é um dos deuses da música.