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Memories From the Vault - JACOB
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PANDEMONIUM. - Bronx
95

The Boston Globe

94

Bronx representa um dos artistas mais consolidados na indústria musical, acumulando uma carreira com mais de uma década de história. Com um mercado que se atualiza frequentemente, especialmente com as novas tendências apresentadas por novos artistas ascendendo na indústria, o rapper nos traz seu quarto álbum de estúdio, intitulado \'PANDEMONIUM\', como a grande prova que o rapper ainda sabe muito bem como se manter novo para o mundo, nos oferecendo o ápice de sua trajetória artística Destacando-se desde o ínicio está o seu conteúdo lírico composto por 13 faixas completamente solo e uma em colaboração com o também rapper Jaehyuk. Rappers são conhecidos por terem bastante parcerias em seus álbuns, especialmente Bronx que em seu álbum anterior nos apresentou um trabalho repleto de parceria, entretanto PANDEMONIUM revela um bronx completamente solitário exibindo uma confiança em contar exclusivamente com apenas sua presença, permitindo que o artista entregue letras excepcionalmente elaboradas, proporcionando uma conexão imediata e compreensão das temáticas que Bronx explora. Destacam-se as faixas \'ASTROBOY\', \'I PISS ON YOUR GRAVE\' e \'(IDLE) IDOL\', exemplificando o ápice da habilidade do rapper em ser sagaz e nos entregar versos com jogada de palavras espertas. \'Role Model\' é a única colaboração presente, e a participação de Jaehyuk proporciona uma dinâmica diferente em comparação com as demais canções, sendo uma adição bem-vinda que acrescenta personalidade extra à composição. Também destacando-se muito positivamente no álbum é o seu aspecto visual concebido pelo Bronx em parceria com Kaleb Woodbane, que revela uma faceta inovadora ao encontrar o rapper envolvido na produção visual. Essa coloboração evidencia uma evolução genuína de Bronx por sua arte, exibindo profundo conhecimento de sua obra e contribuindo de maneira eficaz ao lado de Woodbane um visual belo e coeso que combina com a proposta. O encarte, habilmente elaborado, retrata um verdadeiro pandemônio, com escolhas fotográficos precisas e cuidadosamente selecionadas, conferindo um caráter caótico, porém organizado, que não pertuba a apreciação do espectador. Entretanto, um ponto negativo específico é a possível dispensabilidade do prefácio por Dylan Mellet, um elemento que parece inserido de forma um tanto aleatória no álbum. Embora não chegue a ser uma interferência significativa na obra, destoa ligeiramente do conjunto. Bronx consegue um grande feito com \'PANDEMONIUM, ao trazer uma obra-prima definitiva de sua carreira, demonstrando que sempre tem como elevar seu nível, uma proeza que o rapper realizou com maestria ao apresentar faixas notavelmente bem escritas e executadas, aliadas a um encarte deslumbrante, tornando o álbum como um dos melhores do ano sem sombra de dúvidas.

Billboard

85

O novo álbum de Bronx oferece uma jornada emocional profundamente pessoal e um retrato da vulnerabilidade humana. Navegando por uma gama de temas, o rapper demonstra um amadurecimento lírico significativo, explorando sua dualidade e autoexpressão. O álbum se inicia com \"Man\", logo somos apresentados a um Bronx mais maduro e confiante em suas composições, o artista se despiu totalmente e exibiu toda sua vulnerabilidade. A faixa cria uma expectativa narrativa muito grande, que faz o ouvinte querer uma redenção para o arco do eu-lírico. Seguimos para \"Megalomania\", uma faixa que, infelizmente, sofre de previsibilidade, enquadrando-se em um molde comum na indústria musical. Em comparação com a faixa anterior, que demonstra maturidade e originalidade, \"Megalomania\" não consegue se destacar. Ela parece se perder em meio a um padrão já amplamente explorado, o que a torna menos impactante. Impulsionada por sua criatividade, temos \"Idle (Idol)\", que resgata a originalidade e maturidade apresentada na primeira faixa. A música demonstra uma execução notável em alguns momentos, com referências bem incorporadas ao longo dos versos. No entanto, ela poderia ter ousado mais, especialmente ao definir claramente o eu lírico, o que teria acrescentado um toque extra de intensidade à narrativa da música. Em \"White Collars\", o artista retoma o teor crítico em uma canção que parece um tanto confusa em seu encaixe, deixando-nos questionando sua conexão exata com o restante do disco. Embora haja uma reminiscência de \'Megalomania\', \'White Collars\' é, de fato, uma composição mais bem desenvolvida. No entanto, fica evidente que Bronx é mais eficaz quando se expressa sobre sua própria experiência e perspectiva pessoal, em vez de comentar sobre a sociedade em geral. \"From My Perspective\" não se destaca por sua letra, mas oferece um momento divertido ao ouvinte e seu ponto alto é definitivamente o refrão. O tom irônico, de certa forma, serve como uma preparação adequada para a faixa seguinte: \"I Piss On Your Grave\", que irrompe com ousadia, voracidade e uma carga de emoção intensa e hostil. A faixa-título, \"PANDEMONIUM\", cumpre seu papel de forma competente. Porém, desejaria que a música incorporasse mais elementos poéticos e talvez referências externas para expandir seu escopo além do \"eu\", tornando-a mais rica em profundidade e significado. Talvez adicionar uma perspectiva oposta do seu próprio \"eu\", o que seria condizente com a narrativa que apresenta o conceito de dualidade. \"Role Model\" abre a segunda parte do álbum após um interlúdio, trazendo uma lembrança estética que remete as composições mais antigas do cantor, porém, com uma dose de maturidade. Essa faixa combina a ostentação com um toque mais refinado e maduro que foi apresentado pelo artista no restante da obra. Como colaborador, Jaehyuk traz versos bem executados e que conversam com a narrativa estabelecida por Bronx. \"50 Carats\" se destaca como uma das faixas mais fracas do álbum, levantando dúvidas sobre sua utilidade e contribuição para o conjunto. Ela funciona mais como um \'filler\', com uma composição mediana que, em alguns momentos, pode se tornar um pouco cansativa devido à sensação de ser mais do mesmo. Por outo lado, temos \"Shooting Star\", que brilha como uma ótima canção que capta de forma sensível o sentimento de amizade. Sua sinceridade e capacidade de tocar profundamente o coração do ouvinte são admiráveis. Gostaria de ver Bronx explorando mais desse lado emocional e deixando de lado, ocasionalmente, os versos mais críticos. \"Astroboy\" é uma faixa muito boa que aborda a solidão de uma maneira pessoal e sensível. Embora a imagem do astronauta solitário não seja inovadora, Bronx a executa de maneira extremamente satisfatória. Mais uma vez, ele demonstra seu potencial para letras emocionais e envolventes. \"Honey\" encerra a sequência mais doce e sentimental do álbum. Embora não seja a melhor das três, definitivamente supera muitas outras faixas do álbum em termos de entrega emocional e profundidade. \"Good Day\" se sobressai, é uma das melhores faixas do álbum e desempenha brilhantemente seu papel como faixa de encerramento. Ela proporciona uma finalização satisfatória para o álbum, reforçando a qualidade musical e emocional presente no final da obra. A decisão de dividir o álbum em duas partes, embora destaque a mudança evidente de atmosfera entre elas, acaba afetando negativamente a experiência do ouvinte. Isso torna a experiência do álbum um tanto mecânica, forçando o ouvinte a fazer distinções abruptas em vez de permitir uma transição fluida e reflexiva entre diferentes estados emocionais. Em uma comparação inevitável, a primeira parte parece seguir o álbum descrito inicialmente, mas carecendo de faixas verdadeiramente impactantes e de alta qualidade. Enquanto isso, a segunda metade apresenta uma mudança tão marcante que parece pertencer a outro projeto, contendo tanto as melhores quanto a pior faixa do álbum. Portanto, a divisão poderia ter sido mais estratégica para criar uma experiência coesa e equilibrada para o ouvinte ou simplesmente não existir. O visual do álbum é inegavelmente polido e belo, destacando-se com imagens que capturam a atenção. No entanto, há um pequeno descompasso entre a estética visual e o conteúdo do álbum. O design e as imagens escolhidas para a capa e o encarte evocam uma atmosfera mais sombria e misteriosa do que o álbum realmente apresenta. O que leva o ouvinte a esperar um tom mais obscuro e profundo do que o que é encontrado nas faixas do álbum. Embora o visual seja cativante por si só, é importante comunicar o conteúdo do livro com sua capa. Para concluir, a divisão do álbum em duas partes, embora tenha proporcionado diferentes abordagens temáticas, acabou prejudicando a fluidez da experiência. No entanto, é inegável que as melhores faixas do álbum são aquelas que mergulham nas profundezas da experiência pessoal de Bronx, afastando-se das críticas sociais e da ostentação, temas amplamente explorados por ele e muitos outros artistas. Este álbum representa, sem dúvida, o melhor trabalho do rapper até agora, marcando uma evolução lírica nítida em sua carreira. No entanto, também deixa a sensação de que Bronx ainda tem muito a oferecer, apontando para um potencial não totalmente explorado. Esperamos ansiosos por seus próximos projetos, pois este álbum é apenas um vislumbre do que ele é capaz de criar.

Variety

100

Em seu quarto LP, Bronx traz “PANDEMONIUM” aos holofotes depois de dois grandes singles e uma extensiva espera por um novo disco do artista, exatamente 4 anos on após o lançamento de “PROCEED”. Introduzindo o trabalho, “MAN” mostra Bronx despido e cru em todos os sentidos; é uma confissão sobre estigmas próprios e externos diante a sua própria imagem, suas próprias características e deslizes, que pode soar até autodepreciativo em certos momentos, entretanto é sincera e certeira com a sua proposta. “MEGALOMANIA” é o carro-chefe e segunda faixa, aqui o artista soa sarcástico e expressivo em suas indagações, diretamente focado em tecer uma visão de caos e uma ambição intensa pela fama, atenção e tudo que há junto a isso, sendo uma clássica faixa para trazer ao ouvinte um poder de imaginação e ambientação do que pode vir a seguir. “IDLE (IDOL)” estende esse certo caos, mas direcionado a uma discussão de “duas versões” de si mesmo sobre prazeres supérfluos e certas crenças específicas, mostrando então uma ostentação também com metáforas bíblicas e algumas jogadas mais ousadas, o que é uma adição bem-vinda aqui. “WHITE COLLARS” critica o sistema e a sociedade capitalista de forma destemida, discutindo e criticando o sentimento de passividade do proletariado e, ao mesmo tempo, criticando a marginalização e alienação feita pela classe dominante, com versos intensos e bem constituídos na narrativa. “FROM MY PERSPECTIVE” é focada em um sentimento após o incômodo e desconforto de ouvir rumores e inverdades ou palavras distorcidas, mas aqui o sentimento é ácido; o seu próprio valor e consciência do que realmente fez domina o controle desses sentidos e cospe na cara de quem indaga que talvez seja verdade, iniciando o fechamento desse ciclo. “I PISS ON YOUR GRAVE” então é a responsável pelo fechamento do ciclo, entretanto Bronx o fecha com deboche e sem muitas alegorias em sua letra, explicitando seu desejo pelo tão falado carma nessa situação desagradável que ele foi profundamente enganado por alguém que soava como um aliado. “PANDEMONIUM” traz um sentimento mais reflexivo e visceral ao disco nesse momento, abrindo o jogo sobre sua saúde mental e hábitos que soam martirizantes a si próprio, um ponto importante para se relacionar com as canções anteriores, que ambientalizam, de certa forma, essa situação em suas expressões. “END OF AN ERA (INTERLUDE)” é uma boa adição ao disco, sendo ainda mais direta e trazendo o ouvinte ainda mais para perto do artista nesse momento do disco, narrando essa transição da primeira para a segunda parte do disco com falas diretas. “ROLE MODEL” em colaboração com Jaehyuk traz o Bronx clássico e cheio de si que já conhecemos, porém, no contexto do disco, a faixa é poderosa por realmente soar como a recaptura da autoconfiança do mesmo, que traz Jaehyuk junto a si para recupera-la, o que faz com sucesso nesse momento. “50 CARATS” meio que segue o sentido da canção anterior, mas aqui a autoconfiança leva um sentido ainda maior, trazendo o artista numa faixa ainda mais despojada e divertida, mostrando que sabe sim do seu valor e que sabe que reconhecer o que você é pode soar perigoso para quem te odeia. “ASTROBOY” soa doce e um pouco melodramática, com um sentimento mais puro que resume estar bem consigo mesmo de uma forma pura e sincera, dando ao ouvinte palavras de alento e que o estimulam a ser melhor. “SHOOTING STAR” é como uma declaração aos amigos mais pessoais e fiéis do artista, como o mesmo diz. O que chama a atenção é que a ambientação da faixa, por mais diferente que soe das outras, ainda se conecta a narrativa, com versos no ponto certo ao que se propõe, sendo um destaque certo. “HONEY” é apaixonante e também visceral, declarando um sentimento de paixão e prazer a alguém do seu jeito mais singular e próprio, aqui também trazendo a ambientação mais “bad boy” com uma pitada jovial do artista. “GOOD DAY” fecha o LP com uma canção expressivamente pura e que soa como uma retrospectiva de todos os sentimentos vividos ao longo das 13 canções anteriores, aqui se destacando o storytelling claro e as expressões que traduzem o sentimento da canção com maestria. O visual é mais experimental, trazendo Bronx como o principal produtor junto a co-produção do seu parceiro Kaleb Woodbane. O visual, em si, é uma ótima tradução de tudo que é visto no disco, com cores presentes em uma aura adulta e uma edição menos ousada, mas que é o necessário para o que o disco pede em sua conjuntura. Portanto, “PANDEMONIUM” é um disco feito para mostrar Bronx em seu conjunto já conhecido e expandindo também tudo que ele é, o que pode soar um pouco narcisista para alguns, mas para ele é libertante. Talvez em certos momentos algumas coisas pudessem ter sido mais exploradas ou um pouco menos intensas, mas isso não apaga, contudo, a excelente atmosfera que reside o projeto.

The Line Of Best Fit

94

Em seu novo álbum de estúdio, Bronx explora toda a sua jornada emotiva e desequilíbrio interno em um verdadeiro pandemônio. Em um álbum com enormes acertos líricos, o rapper se destaca no gênero pela facilidade em demonstrar seus pensamentos reais, de forma nua e crua. O álbum é iniciado por \"Man\", que de cara mostra um Bronx mais maduro e seguro de si nas suas composições, demonstrando vulnerabilidade em uma ótima faixa de introdução. No terceiro verso da música, acaba esfriando e perde um pouco do brilho inicial, mas não afeta toda a grandeza emocional trabalhada na mesma. \"Megalomania\" mostra um lado mais atrevido em relação à anterior e cumpre seu papel em uma composição mais irônica e crítica. Em \"Idle (Idol), o rapper esbanja uma notável aptidão em usar referências ao seu favor e transformar em uma boa canção, onde a música em questão se destaca pelo manuseio dos versos. Seguindo com a chegada de \"From My Perspective\", Bronx mostra novamente seu lado irônico e entrega uma das melhores composições do álbum: é sagaz, atrevida e ao mesmo tempo, com um tom de agressividade necessário para manter a música energética. \"I Piss on Your Grave\" ganha pontos pela criatividade da atmosfera que a música foi criada. No fim da primeira parte do álbum, \"PANDEMONIUM\" se destaca como a melhor faixa até então, onde ela cumpre seu papel da faixa título e entrega uma composição complexa, que se conecta ao ouvinte e intensa em níveis que podemos entender tudo que está acontecendo durante toda a batalha emocional. \"Role Model\" abre a segunda parte do álbum, sendo uma boa parceria com versos elegantes de Jaehyuk, onde a escolha se mostra assertiva ao decorrer dos versos; a música continua crescendo. Em \"50 Carats\", é demonstrada sua autoestima nas alturas e com o risco de cair em um cotidiano de músicas de ostentação, Bronx ao mesmo tempo que demonstra beirar o mesmo, adentra em uma atmosfera musical mais realística e intensa nos seus versos, fazendo uma boa mistura acontecer, mas que mesmo assim lhe torna a mais fraca ao lado de \"Shooting Star\". \"Astroboy\" mostra um poder lírico e exala inteligência na composição, onde Bronx demonstra ser um verdadeiro passageiro deslizando pelo espaço; enquanto o mundo hipócrita está em caos, ele está na sua órbita. No final do projeto, o rapper mostra um lado mais romântico em \"Honey\", um lado do artista que não foi muito explorado durante seus álbuns e nesse momento do álbum, faz sentido uma composição mais neutra e envolvente. O álbum encerra com \"Good Day\", uma boa faixa de encerramento que dá um ponto final de reflexão e faz o ouvinte entender todo o progresso do rapper em sua jornada de cura e autoconhecimento. Seu visual é marcante pelas imagens utilizadas e coeso com a proposta. Mesmo que pudesse ser algo mais surpreendente, o encarte retrata o desespero interno do rapper e a sua capa é uma das melhores da indústria. No \"PANDEMONIUM\" é extremamente notável um amadurecimento lírico nas canções de Bronx, e uma certa coragem ao se demonstrar totalmente vulnerável nas suas músicas. O rapper manuseou composições que fugiram do chicle em uma atmosfera musical onde a ostentação e conteúdos mundanos não eram o prato principal, mas que de certa forma, estavam presentes. O álbum contém evolução, conteúdo, vulnerabilidade e coesão, e toda a qualidade musical sobressaem os poucos defeitos listados no \"PANDEMONIUM\".

Pitchfork

98

Bronx é um dos atos mais bem estabelecidos que temos na indústria musical, com uma carreira com mais de 10 anos de existência, o rapper já coleciona vários hits e prêmios, mas com PANDEMONIUM, o seu quarto álbum de estúdio, Bronx mostra que ainda tem muito para mostrar ao mundo, entregando o seu melhor lançamento da carreira. Iniciamos pelo visual do álbum assinado por Kaleb Woodbane e pelo próprio Bronx. É algo novo encontrar o rapper creditado em produção, mas ele se mostra que verdadeiramente está no caminho certo, tendo um conhecimento muito bom de seu próprio trabalho e de como contribuir isso ao lado de Woodbane. O encarte é muito bem feito, representando um verdadeiro pandemônio, a escolha de fotografia foi certeira e muito bem selecionada, dando um caráter de caos, mas ainda sim, nada bagunçado ou desordeiro que incomode quem está a apreciar. Já em seu conteúdo, o álbum é constituído por 14 faixas, 13 totalmente solos e uma em parceria com o também rapper, Jaehyuk. Após o seu álbum anterior recheado de muitas parcerias, aqui encontramos um Bronx totalmente solitário, e isso se mostrou um verdadeiro ponto positivo ao rapper, pois com a confiança de contar somente com a sua presença, o artista pode entregar letras muito bem executadas e que facilmente permitem com que o ouvinte possa se relacionar e entender com as temáticas a qual Bronx trabalha com. As faixas \"MAN\", \"FROM MY PERSPECTIVE\" e \"ASTROBOY\" são o melhor exemplo disso, e são os maiores destaques do disco, aonde o rapper entrega com maestria seus sentimentos e ainda consegue organiza-los muito bem com rimas espertas e criativas como o refrão de \"ASTROBOY\", que tem um impacto muito bom e um dos melhores refrões da história da carreira de Bronx. \"Role Model\" é a única faixa que contém uma parceria e ela não poderia ser mais adequada, a presença do rapper Jaehyuk na faixa traz uma quebra muito interessante comparada com as demais canções, sendo uma adição muito bem vinda, que acrescenta personalidade extra à uma canção que faz questão de tal presença. PANDEMONIUM se torna o verdadeiro Magnum Opus de Bronx, mostrando que nunca é tarde demais para se sobressair, e é algo que o rapper consegue fazer com maestria. Talvez o único ponto a acrescentar seria a não necessidade de um prefácio por Dylan Mellet, é algo que se encontra meio aleatoriamente no disco, por mais que não seja algo que atrapalhe, ainda sim é um pouco fora da curva Ao entregar 14 faixas muito bem escritas e executadas e um encarte belíssimo, temos facilmente um dos melhores álbuns do ano, e, sem dúvidas, o melhor álbum de Bronx.

TIME

100

Ao se falar de evolução artística e ambição, não há como não pensar no rapper Bronx e sua carreira. Desde o seu surgimento até o seu penúltimo disco, o \\\"PROCEED\\\", pode-se visualizar que seu crescimento em todos os aspectos artísticos são nítidos, principalmente no que condiz como um grande compositor. Com \\\"PANDEMONIUM.\\\", Bronx conseguiu atingir seu auge artístico, estabilidade, sua capacidade e destacar sua identidade. Apenas ele, apenas este rapper é capaz de criar este disco, é a sensação determinante ao terminar de apreciar o projeto. Pode-se resumir o álbum como uma grande caixa de imperfeições, daquelas que, as vezes, guardamos no local mais escuro dos nossos cômodos, onde contem nossa sensibilidade, opiniões, medos e críticas, mas da forma mais crua e única, do jeito que só você vai se expressar. O visual do disco é definitivamente um dos mais bem ousados e trabalhados da história da indústria, e cada parte, cada encarte, traz uma imagem ou pintura que eleva a experiência do ouvinte no entendimento do conceito de cada faixa, pode-se dizer que eleva pra muito mais além ou até outros entendimentos, uma grande experiência visual e muito simbólico. Desde os singles \\\"MEGALOMANIA\\\" e o aclamado \\\"WHITE COLLARS\\\", o rapper vinha determinado em trazer posicionamentos políticos, críticas sobre a indústria e o capitalismo, mas, mesmo que esses carros-chefes traduzam essa liberdade expressiva do disco, são outras faixas que se destacam liricamente e trazem experiências inspiradoras, como o recente single \\\"MAN\\\", e as faixas \\\"IDOL\\\" e \\\"GOOD DAY\\\", canções muito bem trabalhados, com versos emocionantes e bem envolventes, mostrando um lado mais frágil e reflexivo que não era muito visualizado anteriormente nos trabalhos do rapper, ou não de uma forma tão simbólica como é trazido aqui no \\\"PANDEMONIUM.\\\", Os grandes fãs dos antigos trabalhos do rapper também não ficam de fora, ainda aqui há canções mais ácidas e \"ostentativas\", que parecem ser tópicos que o artista gosta de trabalhar e faz parte definitivamente dele, no entanto, observa-se que, ainda com a persistência, a forma como é trabalhado aqui é muito mais pensada, o rapper dosa nos seus limites e tom, mostrando uma grande evolução, como exemplos nas faixas \\\"FROM MY PERSPECTIVE\\\", \\\"ROLE MODEL\\\" e \\\"50 CARATS\\\", com exceção na canção \\\"I PISS ON YOUR GRAVE\\\", que ultrapassa esse limite e destoa um pouco da sensibilidade moldada no disco, mas não atrapalhando tanto a experiência do ouvinte. \\\"PANDEMONIUM.\\\" é um disco monumental e marcante, traz o rapper próximo aos ouvintes, reúne-os pra um grande roda de conversa onde compartilha opiniões, críticas, sensibilidades, medos, rancor, culpa, em cada tempo um tópico bem escrito e bem visualmente expressivo, sem precisar ser exuberante em seus detalhes, apenas sendo ele mesmo, sendo finalmente o Bronx.

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