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ALLEGORY - Sillum
95

American Songwriter

92

Após atrair olhares muito atentos, Sillum lançou o álbum “ALLEGORY” — seu LP de estreia, que veio depois de diversas produções aclamadas para terceiros, e que aborda a arte e o tempo com um tom alegórico, assim como experiências pessoais da artista. “Canvas Girl” retrata o perfeccionismo e o idealismo da artista diante a uma imagem de si que é “mais real” do que a que ela observa no espelho. É uma canção muito bem escrita e funciona bem como uma introdução, apesar de se agarrar em termos e falas um pouco improdutivas. “Petrified” fala sobre um relacionamento narcisista e, portanto, bem danoso, aqui usando boas metáforas para trazer o contraste do que se via contra o que realmente era. É uma canção boa, mas poderia ter sido melhor desenvolvida. “Waste of Time” é construída em torno das paranóias da artista, com um conteúdo lírico mais bem desenvolvido e mais conclusivo que os anteriores. Portanto, é uma faixa muito boa, e com pontos de destaque que incluem a excelente condução dos 3 versos da faixa. “Myriad of Faces” lida com a ansiedade e o medo de estar em meio a pessoas desconhecidas, e todas as suas inseguranças sobre isso. É uma faixa mais brutal e bem transparente, sem deixar o lado alegórico de escanteio, sendo então muito boa. “Haymaking” fala sobre lutar pela sua saúde mental e sua manutenção, aqui deixando claro em seus versos o quão tortuoso pode ser, mas pensando então no que isso trará a longo prazo. É a faixa que melhor aplica o conceito alegórico, fazendo excelentes paralelos com o seu tópico. “Still Life” é escrita sob um olhar intensamente alegórico, aqui usando de diversas figuras e objetos num geral para descrever a vida, e como ela está presente em tudo. É uma canção interessante, mas poderia ser um pouco menos curta. “The Singing Ringing Tree” cita, basicamente, o que Sillum deseja alcançar, aqui usando da escultura do seu título para exemplificar isso melhor. É uma canção bem escrita, sendo um dos destaques do projeto. “Motion of the Sun” coloca a artista em uma ilha perfeita, e com sua estruturação, critica a forma com que as pessoas estão sempre presas em uma rotina, sem algo realmente reluzente. É uma excelente faixa, com sua parte lírica no ponto e com excelentes pontes feitas. “Gazing Head” fala sobre o desejo de ter uma vida sem preocupações e regada pela indiferença, independentemente de quais consequências isso possa ter. É uma canção forte, mas poderia ser um pouco melhor. “Back and Forth” é composta sobre como rebobinar o passado é algo sem sentido e sem positividade, preferindo então focar no presente e futuro. É uma canção que aproxima ainda mais Sillum ao ouvinte, com uma excelente condução da composição. “Drifting Clouds” finaliza o disco narrando sobre a forma que uma amizade bem importante de Sillum apenas esvaneceu, e seus caminhos foram a destinos diferentes. É a canção mais direta do disco e com menos alegorias, e mesmo assim consegue ser um destaque. O visual, produzido por Sillum, é muito bonito. Seu encarte possui nuances agradáveis, enquanto no visual em sua totalidade não é presente algum tipo de “lacuna”. Em síntese, “ALLEGORY” é um disco que combina a arte, alegoria e a vida com uma coesão incrível, sendo um disco com muita qualidade.

Billboard

95

Intrínseca em toda a sua plenitude e abrangência, Sillum brinda à indústria fonográfica com o grandioso ALLEGORY, sua estreia nos estúdios. Utilizando a alegoria como um fio condutor para explorar as complexidades da existência, a artista britânica enfrenta corajosamente seus receios, anseios e desafios em composições elaboradas para despertar uma apreciação poética, artística e sublime. ALLEGORY emerge não apenas como um clássico moderno desde sua concepção, mas também como um possível marco futuro no cenário alternativo. \"Canvas Girl\" envolve os ouvintes numa atmosfera etérea, mesmo quando incorpora elementos distorcidos do trip-hop em seu refrão. A faixa revela, por meio de sua construção pictórica, a verdadeira essência da arte e sua capacidade de cativar e envolver o público. É como um convite para explorar o desconhecido, mergulhar nas profundezas do que ela tem a oferecer. \"Petrified\" expõe um lado sombrio onde a inocência diante do amor pode conduzir a caminhos sinuosos e desfechos trágicos. Outro destaque marcante do álbum é \"The Singing Ringing Tree\", onde Sillum emprega uma alegoria habilmente construída, fazendo referência à famosa escultura em Burnley, enquanto expressa os desejos e anseios de seu eu lírico por meio de versos cuidadosamente elaborados. Ao contemplar uma amizade que desaparece como nuvens no céu, é quase como se estivéssemos diante de um quadro de Michelangelo, retratando o toque divino entre Deus e Adão. A doçura e a maturidade que percorrem todo o álbum são como uma jornada emocionalmente envolvente e enriquecedora, culminando em um desfecho perfeito, repleto de encanto e pureza. O visual meticuloso criado por Sillum é verdadeiramente notável, possivelmente representando a materialização mais próxima da verdadeira arte nos tempos recentes. É elaborado, é audacioso, é terreno e ao mesmo tempo celestial. A alegoria presente em ALLEGORY evidencia que Sillum está num patamar quase inatingível quando comparada a outros artistas lançando seus projetos atualmente, sejam eles iniciantes ou veteranos. A grandiosidade de Sillum reflete uma artista que alcançou a maestria em sua estreia. É algo verdadeiramente empolgante. ALLEGORY, o primeiro álbum de Sillum, é, sem dúvida, verdadeira arte como nunca antes.

Los Angeles Times

95

Desde o seu debut single, Sillum tem sido uma das artistas mais promissoras que a indústria já apresentou em anos, não somente pelo seu ótimo talento como produtora, mas também pela sua criatividade como compositora. Não é exagero dizer que o seu álbum de estreia \"ALLEGORY\" foi um dos mais aguardados do ano, e com o seu lançamento, a cantora se posiciona como um dos atos mais fascinantes ativo na indústria musical da atualidade. O álbum de primeira pode parecer não ser ousado, pois a temática de arte e tempo já foi apresentado diversas vezes por outros artistas, mas a maneira a qual Sillum conseguiu explorar esse tema a torna um verdadeiro destaque, fazendo um jogo criativo alternando entre a arte e o tempo em suas faixas, demonstrando uma naturalidade e conforto da artista com suas composições. Se você não é fã da Sillum e ouvisse o álbum pela primeira vez até ficaria surpreso em saber que esse é o primeiro álbum de uma artista novata, e não um álbum de uma artista veterana. Sillum apresenta sua obra com 11 faixas, todas muito bem escritas e organizadas estruturamente mas gostaria de apontar alguns destaques, já iniciando pela conhecida, e um dos grandes destaques do álbum, \"Canvas Girl\", uma das primeiras canções da cantora em sua carreira e que já inicia bem esse flerte com o conceito do encontro da arte com o eu-lirico. \"A Myriad of Fates\" foi a escolha perfeita como o single que seria promovido junto com o álbum, pois ele representa muito bem a coletânia a qual ele pertence, apresentando uma Sillum totalmente confortavel em refletir sobre si mesma e o seu arredor facilmente e com alegorias muito bem tabalhadas como no seu refrão, aonde a cantora compara essas miríades a estatuas. Outro grande destaque do álbum é \"The Singing Ringing Tree\", novamente encontramos uma alegoria muito bem feita pela cantora aludindo a famosa escultura em Burnley com os proóprios desesejos de seu eu-lírico com um grande nod ao seus versos muito bem escritos. Uma crítica, que talvez não seja tanto uma crítica mas sim uma sugestão, é que a cantora poderia começar em seus trabalhos a explorar também um aspecto mais divertido de sua personalidade, mostrando outras facetas de si, é algo que desperta o interesse do ouvinte em algumas faixas mas nunca é aprofundado totalmente. O visual do álbum é totalmente produzido pela própria cantora, e, para a surpresa de ninguém, é um trabalho extremamente bem feito, muito bem polido, com uma fotografia e iluminação belíssima, certamente um dos álbums mais lindos do ano, e talvez da década. Em resumo, \"ALLEGORY\" é uma das melhores obras lançadas neste ano, consolidando o talento e a originalidade de Sillum,e que ao terminar de ouvir o álbum, não tem como não sair dele não se tornando de imediato um fã da cantora e esperando ansiosamente por seus próximos passos.

Variety

94

Lançado em abril de 2023, o \"ALLEGORY\" marcou o aguardado debut da talentosa cantora Sillum, posicionando-se como um dos mais magníficos presentes musicais do ano. Este álbum de estreia não apenas se destaca como um dos maiores de todos os tempos, mas também representa uma oportunidade singular para Sillum nos conduzir por sua própria alegoria. Com um propósito cativante e intrigante, centrado no conceito de \"arte e tempo\", a artista ousou explorar um tema já amplamente abordado, sem, no entanto, demonstrar qualquer preocupação, resultando em uma obra notável. Ao longo das onze faixas habilmente organizadas e escritas, três delas merecem destaque especial: \"Canvas Girl\", \"Haymaking\" e \"The Singing Ringing Tree\". Em \"Canvas Girl\", Sillum expõe toda a sua vulnerabilidade ao retratar-se como uma figura mutável, revelando-se através de sua arte como um fardo duplo, enquanto busca sua essência interior. \"Haymaking\", por sua vez, se destaca como uma das composições mais magistrais da artista, apresentando um conceito surpreendente que nos envolve em uma visão artística, evidenciando a genialidade de Sillum ao abordar o propósito da existência humana e nossos esforços diários em busca do bem-estar. Por fim, \"The Singing Ringing Tree\" resume a essência do álbum \"ALLEGORY\", proporcionando uma alegoria profunda de nossas lutas cotidianas, entrelaçadas com elementos de arte. A composição geral do álbum é impecável, com poucos pontos negativos, porém, seria enriquecedor ouvir uma música que nos permitisse conhecer um pouco mais do lado descontraído e relaxante de Sillum. Apesar disso, a beleza visual do trabalho é evidente, refletindo todo o esforço empregado pela artista na produção do álbum, realizada inteiramente por ela mesma. As cores vibrantes e os elementos que remetem às obras de arte e à estética das pinturas a óleo ressaltam o lugar de destaque que Sillum ocupa na indústria musical como uma das artistas mais coesas e brilhantes da atualidade. Sem dúvida, o álbum \"ALLEGORY\" é uma das melhores obras lançadas neste ano, consolidando o talento e a originalidade de Sillum.

Spin

100

Madison Bobellon pode ser uma artista com intenções tímidas ao olhar público, mas quando está sobre a mágica de seu nome artístico Sillum, mostra-se um titã impiedoso, mas com afeições e reflexos da mais pura humanidade. Allegory, seu primeiro álbum de estúdio, nasce um clássico moderno e já um futuro disco de estudo para o cenário alternativo. \"Canvas Girl\" traz uma atmosfera etérea, mesmo em distorções clássicas do trip-hop no refrão. Ela mostra através de seus pigmentos e molduras quem é a arte, o que ela representa e qual é a mágica perversa mas atraente que chama o ouvinte. Pode soar como uma pontada ao inesperado; um convite para se afundar no que ela tem a contar. \"Petrified\" mostra um lado onde a ingenuidade perante o amor pode nos levar a sinuosas estradas com trágicos fins. Composta com Pearl, a canção não busca detalhes tão ricos para permear toda a estrutura, mas ainda assim é intensa, honesta e sincera, como a tenra noção da dor, da perda e do sentimento. Como a própria Sillum diz no prelúdio de notas, \"Waste of Time\" é a amplificação da paranoia. Aqui, o desconforto é um aliado para criar de vez a atmosfera densa e pesada que Allegory tem. Dona de referências, metonímias e metáforas que expressam com magnitude suas intenções, a britânica mostra, aqui, um futuro clássico do folk. É, sem sombra de dúvidas, a melhor canção de um artista novato em muito tempo. \"A Myriad of Faces\" é uma canção que conversa com um período intenso e turbulento. O nervosismo e a ansiedade de estar rodeada de pessoas que não conhece, a sensação de perigo e a carne trêmula por conforto em um cenário oposto. Mais uma vez, Sillum propõe não só uma conversa ou um tema com sua música, mas sim um teatro. É quase palpável; tudo traz sentido e te deixa sensibilizado. Há muita verdade nesta canção; é o que lhe faz ser tão bonita. Em \"Haymaking\", há um pouco de claridade após quatro faixas com texturas e camadas tão pungentes. Sillum cria uma cena sincera e adocicada, pela lente camponesa de ceifar, colher o que se planta numa analogia à saúde mental, como a mesma descreve. É um hino otimista, mesmo com detalhes mais grossos que fazem a assinatura da artista. A instrumentação é perfeita, retrô e melodicamente irresistível. \"Still Life\" é poética. Traz o requinte que Sillum usa como seu escudo para proteção, tanto como o pincel que traz vida à imagem que deseja colorir. Usando como base o movimento da natureza morta, a inércia e completa estaticidade dos itens que a artista põe à mesa é vida. Continua vivo e ainda mais vivo fica quando passa pela ótica mágica da artista. Há uma influência boho deliciosa no instrumental, que deixa tudo mais coeso, interessante e irresistível, na melhor faixa do projeto. \"The Singing Ringing Tree\" carrega consigo uma nuance novamente poética. Aqui, correndo por chamados do vento e da árvore que zune por um objetivo imprescindível, a britânica parece usufruir dos espíritos das conterrâneas irmãs Brontë. É uma canção linda, com elementos do dream-pop e da música árabe nos instrumentos de sopro, que tornam-se uma surpresa agradabilíssima. Já em \"Motion of The Sun\", a agridoce porém crua, honesta e sensível sensação de se encontrar apenas sobre o brilho num viés de isolamento é muito bonita. A britânica traz em sua ilha elementos riquíssimos; é possível ver que sua maneira de compor é muito luxuriante e intoxicante ao ouvinte e consegue nos saciar, mas sempre deixando o adicto pedindo mais e mais e mais. E é simples cair no vício quando se há algo tão bonito. Aqui, nessa faixa, a artista traz uma sonoridade mais pesada que remete ao começo do disco, mesmo marcando-o como um encaminhamento para o seu fim. \"Gazing Head\" é um abraço a uma vida livre de despreocupações sob a vista mais honesta e descomplicada. Com um toque do francês que se torna charmoso na voz da intérprete, a nona faixa do projeto é, junto com \"Haymaking\", os capítulos mais claros e alegres de Allegory. O \'nada\' se torna o tudo, sobre a visão minimalista, detalhada e sem exageros, mesmo nadando contra uma corrente que implora por um propósito. Talvez \"Back and Forth\" seja a canção que não traga toda a vida necessária à alegoria, mas é um complementar fabuloso. É uma continuação para faixas anteriores quando se diz sobre o tempo como o centro de tudo, em apelos e desejos por não deixar que tudo se resuma à perfeição, exatidão ou ao passado. No seu cântico como um caminho para o futuro mais limpo e sincero, não há aquela textura intensa que permeia pelas faixas anteriores, tornando-se um elo mais frágil, mas ainda ótimo. \"Drifting Clouds\" parece beber da fonte que iniciou o disco para também finalizar: o mais puro éter. Aqui, em total tranquilidade, mas numa teatralidade ímpar. Contemplando uma amizade que foi embora como nuvens no céu, é quase como comparar Sillum à Michelangelo quando pintou o toque de Deus e Adão. A doçura e a maturidade que o eu-lírico atravessou e conquistou durante todo o disco é bela, emocionante. Encerra com perfeição. Mágica. Ouro puro. O visual que Sillum produziu é simplesmente impecável. Talvez seja o mais próximo da arte nos últimos tempos, da verdadeira arte. É detalhista, é despojado, ousado. Terroso nas cores, mas quase desumano. A alegoria de Sillum mostra que ela está em um patamar quase inalcançável comparando-se aos outros artistas que lançam seus projetos atualmente, novatos ou veteranos. O porte de Sillum é de uma artista que alcançou uma obra-prima na estreia. Não é nada além de empolgante. Allegory, o primeiro disco de Sillum, é sim, o mais próximo que a música chegou da arte em anos.

Pitchfork

94

Em seu primeiro álbum de estreia, Sillum tenta impressionar com o \"Allegory\", uma obra que brinca com referências e boas fontes de inspirações para compor faixas criativas, e consegue transmitir um ótimo álbum de estreia. O álbum começa com o single \"Canvas Girl\" de forma eletrizante e um tanto peculiar. A faixa aborda o ponto de vista abordado aos olhos de uma garota moldada, e consegue enxergar melhor a si mesma através da arte. A faixa é criativa, bem conduzida e seus versos soam frescos e naturais, dando uma abordagem diferenciada para a narrativa. \"Petrified\" chega trazendo uma composição rica em referências, onde agregam na qualidade da música e não a faz se perder nas palavras, o que poderia facilmente acontecer; a faixa relata bem a sensação da cantora ao se deparar com um relacionamento tóxico, de uma forma exuberante e bem elaborada. \"Waste of Time\" segue com uma boa composição, dessa vez mais singela e direta ao ponto, e entrega um bom seguimento da trilogia do começo do álbum. Em \"A Myriad of Faces\", Sillum segue mostrando que a sua criatividade lírica é a sua maior aliada dentro do \"Allegory\". A artista foge dos padrões comuns de composição quando usa de referências para enriquecer suas composições, e isso acontece facilmente na canção, que segue em forma crescente e entra no refrão de forma exemplar e admirável sem se perder nas emoções que tem intenção de transmitir. \"Haymaking\" é a faixa mais fraca até então, deixando um pouco a desejar em relação à imersão lírica, não conseguindo surpreender nos seus versos como as anteriores. \"Still Life\" tem um refrão encantador e uma ponte cativante, mas seus outros versos acabam não transmitindo tanta informação lírica quanto gostaríamos e acaba deixando a desejar, soando como uma listagem e acaba não dando muito sentido a composição geral; a música transmite boas emoções no refrão, mas poderia ter versos melhores elaborados. \"The Singing Ringing Tree\" e \"Motion of the Sun\" seguem a mesma linha plana na composição, não demonstrando nenhum fator x que surpreenda, mas a primeira citada consegue ser melhor estruturada e com versos mais interessantes, enquanto a segunda é mais \"comum\". \"Gazing Head\" contém uma composição interessante, onde a artista mostra sabedoria com as palavras em seus versos, mergulhando em sentimentos de insegurança e ao mesmo tempo se mostrando confiante em suas convicções sobre a vida. A composição retoma a sua criatividade inicial e se porta como uma boa opção para ser trabalhada como single. Chegando ao seu fim, o álbum encerra com \"Drifting Clouds\", com uma composição mais leve e soando mais como um desabafo momentâneo da cantora, sendo uma ótima composição para faixa de encerramento, dando certa reflexão ao ouvinte de uma forma mais natural. Visualmente o \"Allegory\" é impecável, a artista demonstrou que chegou para ficar com um dos maiores candidatos ao álbum do ano em premiações como Visual Music Awards. O visual é criativo, sua capa é impactante e chamativa, além dos elementos usados no encarte de forma coesiva e majestosa, fazendo com que desse um grande \"up\" no trabalho de Sillum. Seu lírico é moldado em alegorias e figuras de linguagens que trazem referências ricas em quase todas as músicas, dando tudo que algumas músicas como \"Canvas Girl\", \"A Myriad of Faces\" e \"Petrified\" se destaquem como melhores músicas do álbum; mas também acaba pecando em algumas composições no meio do caminho, porém se forma que não afeta tanto a obra. Como um todo, o álbum de estreia de Sillum deve-se ser considerado um álbum de estreia coeso, bem trabalhado e que mesmo tendo seus pontos baixos, mostra que a artista tem um bom futuro pela frente e deixa a sua marca como novata na indústria, e de forma surpreendente, \"Allegory\" coloca facilmente a artista em posição de frente a frente com artistas veteranos da indústria com a sua mais pura arte.

Billboard

92

Imersa no melhor de si em todo e qualquer sentido, Sillum presenteia a indústria com o apoteótico ALLEGORY, seu primeiro álbum de estúdio. Usando da figura de linguagem alegoria como base para as situações tratadas no disco, a britânica encara os seus medos, desejos e desafios em faixas desenhadas para um entendimento poético, artístico e brilhante. Apesar da simplicidade que paira em algumas faixas, sobretudo em “Drifting Clouds” ou em clichês como em “Petrified”, a obra entrega ótimas e inteligentes referências a respeito de arte e espaço-tempo, ao mesmo tempo que mescla com situações pessoais e relações adversas passadas pela intérprete. O poder de transcrever os sentidos e compará-los a uma realidade mais crua, realça um dos melhores pontos do ALLEGORY, principalmente nas faixas “Canvas Girl” e “Still Life” que representam o melhor desse jogo de palavras na medida em que expressa os desejos e vulnerabilidade do eu-lírico em encarar a sua própria vida da forma que ela é. “A Myriad of Faces” e “The Singing Ringing Tree” dão continuidade ao enredo adotado, mas dessa vez com mais sagacidade e na persistência em se questionar sobre seu próprio destino, companhias e no desejo iminente do saber o que vem depois do hoje, ou melhor, de uma fase de sua vida seja ela boa ou não. “Back and Forth” poderia se apresentar como a canção de encerramento do álbum, por transparecer e, de certa forma, “fechar” o ciclo de tempo já abordado ao longo da obra, carregando consigo uma composição resiliente e assertiva e ainda regada a um final magnífico que, dependendo da experiência, une todo o ideal supracitado. Todavia, mesmo o encerramento do álbum não sendo o espetáculo que ele merecia, não corre por fora da proposta e ainda mantém consistência. Enquanto ao seu visual, é de tirar o fôlego. Marcado por tons terrosos que cria uma atmosfera completamente imersiva mesmo sem depender de um html super trabalhado, tudo soa metricamente bem pensado e sua construção detém o maior ponto do disco, ao lado, é claro, da narrativa e referências. O uso dos materiais dos singles no encarte é um acerto enorme, o resgate e importância deles no desenvolvimento do trabalho só mostra a preocupação e dedicação de Sillum em fazer do ALLEGORY um álbum esplêndido. Fontes e mesclagens no ponto ideal, o que poderia sair como exagero, entra com uma roupagem irreverente e torna do álbum um dos melhores no quesito edição e coesão lírico-visual. Por fim, a britânica nada mais do que oferece à indústria a sua força lírica, referencial e gráfica de tudo que ela pôde viver, errar e aprender. O disco reflete o seu estudo minucioso e sua melhor obra já feita e agora vivenciada e referenciada. Um álbum de estreia que assusta pela tamanha qualidade e marca o começo de uma grande e magnífica trajetória.

2018 - © FAMOU$