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Disguise. - Petter
84

Los Angeles Times

83

Como o prefácio de sua carreira, Petter nos convida ao mundo alaranjado e caótico de “Disguise” - um destaque visível na indústria nos últimos tempos. Em “Xylophone Mind”, o artista se despiu de qualquer entrave para narrar a introdução para o disco; é válido citar que a faixa consegue captar o caos proposto, com bons usos de metáforas e uma boa construção, mesmo que deslizes pequenos e algumas informações soem um pouco soltas no geral. “All the Things You Are” continua a narrativa do disco introduzindo uma música que consegue soar dolorosa e livre ao mesmo tempo, com Marie incrementando a letra com um olhar delicado e expressivo, que juntos formam uma ótima faixa. “Rusty Blue” segue a tristeza com um sentimento de empatia posterior ao que é narrado, mostrando-se sensível. A canção em si peca por trazer metáforas demais, de forma hiperbólica, o que não se faz tão necessário e acaba quebrando a experiência com certas especificidades. “Favorite Portrait” captura o sabor agridoce de um fim doloroso e desgastante, aqui com os usos incessantes de metáforas sendo, ao contrário da anterior, a chave para a tornar singular. “American Roulette” faz o seu papel como um incremento importante, com uma construção mais arriscada, mas inteligente. Petter e NABI conseguem expor suas emoções de forma clara, mesmo que em certos momentos caiam levemente num clichê que se desvia um pouco do desenvolvimento. “Ghosted Arcade” traz Petter ainda mais frágil, mesmo que na canção ele insista em guardar um pouco, já que o mostra ainda mais autobiográfico que antes; é uma ótima canção, que consegue trazer diversos pontos sentidos até a sua atmosfera. “Timeless Lines” parece continuar certo estado de mente do artista, sendo a mais direta do projeto, reconhecendo aqui suas falhas para o fim de certos ciclos e conexões, sendo também um destaque. “Bad Surprise” recapitula certos pontos abordados em faixas anteriores, agora intensificando uma visão que oprime Petter a ideia de ser uma ‘surpresa ruim’ por situações e vivências dolorosas. “Night Foreigner” explora um lado interessante, sendo uma clara conversa do artista consigo mesmo, aqui despejando os seus questionamentos em conversas e explorando seus pensamentos colocando-os em uma posição diferente do que é visto nas outras faixas, investindo em versos mais longos e um refrão curto e direto. “Disguise” finaliza o álbum com uma composição curta, metafórica e também direta, direcionando suas últimas palavras a um amor despedaçado pela influência de outro alguém, sendo uma boa escolha para finalizar. O visual, feito por Tammy e o próprio, consegue mostrar um universo dividido pelo fim da adolescência e o início da vida adulta, usando cores pastéis e recortes menos habituais. Ainda sente-se que o projeto do encarte poderia ter sido um pouco mais desenvolvido, explorando páginas mais desconectadas de faixas individuais e sim que sintetizem o projeto num geral. Com isso, “Disguise” é uma experiência interessante e intensa, com uma carga lírica notória e uma boa construção em sua narrativa, mesmo que algumas perguntas feitas durante o projeto pareçam sem uma resposta explícita ou direta, o que talvez a adição de alguma faixa conseguiria resolver, além de deslizes em seus desenvolvimentos num geral, o que é compreensível, visto a sua proposta e as encruzilhadas complexas da narrativa.

The Boston Globe

82

Durante dez faixas, o promissor astro do pop Petter nos permite espiar um pouco do que se passa em sua mente problemática, como ele próprio a nomeia em \'Xylophone Mind\', a faixa de abertura de seu primeiro álbum de estúdio, \'Disguise.\' O trabalho nos leva em uma viagem de dez capítulos, na qual passamos por temas como amor, traição, auto-depreciação e crítica à sociedade. Embora esses temas nem sempre conversem harmoniosamente entre si, é compreensível a presença deles dentro do álbum, visto que o disco não se propõe a contar uma história linear e termina por emular nossos próprios pensamentos: fazemos milhares de sinapses e diversas coisas passam por nossa cabeça a cada segundo. Os momentos mais inspirados do disco são, sem dúvida, \'Favorite Portrait\', uma música na qual o cantor abre seu coração e lamenta um término de relacionamento, e \'Timeless Lines\', momento do álbum no qual Petter se despe de seu orgulho e expõe para o público seus defeitos e excessos, revelando para seus fãs um lado seu mais humano. Outro grande acerto para o trabalho a participação da cantora NABI em \'American Roulette\', que utilizou muito bem de seus versos e elevou a canção e dialogou muito bem o cantor, que se arriscou em um rap (com bastante êxito, devemos admitir). Por outro lado, enquanto Petter muitas vezes consegue criar metáforas geniais e frases marcantes, como \"Me diga, quando você negocia com o passado, ele te oferece mais do que eu posso te dar?\" em \'Night Foreigner\', ele algumas vezes escorrega e peca pelo excesso, às vezes deixando algumas canções mais cansativas, como foi o caso de \'Ghosted Arcade\'. Visualmente, o disco é bastante polido, e podemos perceber que a produtora Tammy triunfou e soube utilizar muito bem a influências indicadas pelo cantor na capa e no encarte do trabalho. Após pesar tudo, temos um saldo positivo: com muitos acertos e alguns erros, Petter se conhece muito bem, sabe de sua identidade e caminha para se tornar um grande nome e influência para os artistas que estão por vir.

American Songwriter

90

De poeta, filósofo e louco todo mundo tem um pouco, talvez Disguise do cantor norte-americano Petter tenha capturado bem essa essência do artista com vocabulário rico, não espere que os significados das 10 canções de seu álbum de estreia se acomodem facilmente para nosso discernimento. Petter é tão sentimental quanto alusivo. \"Xylophone Mind\" e \"Bad Surprise\" apresentam questionamentos da virtude humana e de sua própria existência inserida em cenários psíquicos de um jovem que não atende as expectativas das pessoas. Esses pensamentos são formados no tédio por redemoinhos de pensamentos em seu quarto: \"Disfarcei as perguntas com um pouco de sarcasmo / É uma grande merda tentar ser algo / Quando não te enxergam mais como o exemplo perfeito\" - \"Xylophone Mind\" é sarcástica e carregada de sentimentos ambíguos, definitivamente destaque do disco. Em seguida inícia uma carta aberta para corações partidos, \"All The Things You Are\" em parceria com a cantora Marie Vaccarie, ambos os artistas adentram nessa ambiguidade de sentimentos para filtrar a melancolia de suas experiências amorosas que forma um ritmado EDM. A parceria é substituída pela audaciosa e tragicamente bela \"Rusty Blue\", uma faixa que retrata o embarco de um relacionamento em águas enferrujadas por conta da angústia de outro relacionamento. \"Quando seus olhos virgens afundaram / Em meus retratos disfarçados por uma dignidade perdida / Foi o tipo de inferno que nos transformou em velha filosofia\" - Petter desenha por palavras uma pintura profana e simbólica como as do movimento neoclassicismo. Um pecador ou uma silhueta de um quebrador eminente de corações é pintado diante do desgaste do relacionamento: \"E talvez eu deva confessar agora / Seu coração nunca foi minha jóia favorita\". Em \"Ghosted Arcade\" o cantor enfrenta o fim de seus disfarces mentais sobre alguém e colore sua melancolia com cores em cada linha: \"E as paredes do meu quarto pintadas de azul foram emaranhadas / Em milhas de cinzas fulmegantes\" e \"de Como o céu roxo escurecido / Eu te amei no meu luar vermelho / Deitado no sofá verde como se estivéssemos na casa de praia\". \"Night Foreigner\" é inspirada pela animação de longa-metragem \"A Viagem de Chihiro\" produção do Studio Ghibli de 2001. Assim como a animação japonesa que discute questões de identidade e percuso para o amadurecimento, a faixa em si nos apresenta uma jornada de autorreflexão do artista que está nesse fluxo de pensamentos e questionamentos repletos de metáforas e simbologias que permite uma série de interpretações. Quando digo que o álbum não se acomoda facilmente por conta de seu conteúdo alusivo, é porque Petter parece está nesse interrogatório constante, mas não irei entrar em conflito em base nisso, pois entendo da indagação individual como questionamento filosófico pertinente para a descoberta do artista. Mas as respostas estão lá, na faixa/single \"Timeless Lines\" e na canção título do álbum \"Disguise\" trás aquele ápice da trama e clímax para o final surpreendente. O drama se forma como incêndio por Petter sendo o último sobrevivente de seu passado e das armadilhas feitas por pessoas quanto por ele mesmo, então imagine a câmera se fechando em meio aos destroços, enquanto toca \"Timeless Lines\": \"Eu começo incêndios para me tirar do foco / Eu não admito / Mas sou a razão de qualquer um me deixar correr.\" - Teremos apenas Peter na cena com os olhos a lacrimejar, tanto quanto a esboçar um sorriso, pois é assim que deve se sentir quem lança uma obra que induz coragem de manter a intimidade no lírico em letras tão metafóricas.

Pitchfork

84

O primeiro álbum do cantor norte-americano Petter, intitulado como “Disguise”, consegue cumprir a missão de apresentar não só o artista, mas o humano, a pessoa que escreve, canta e se abre, transformando em música suas maiores inseguranças e incertezas com uma força surpreendente. Com um visual limpo, usando recortes, gravuras e elementos que dão sustentação para o seu conceito simples porém bem estruturado desde o princípio, representando um certo tipo de labirinto mental, o trabalho toma forma através de um encarte despojado, mas que serve ao propósito de cada canção, essas que tomam todo o holofote. O lado lírico de “Disguise” traz novos ângulos jamais vistos de Petter, que se estabelece como potência, um verdadeiro compositor em ascensão com cada uma das faixas do disco, que apesar de tropeçarem vez ou outra, nunca falham em transmitir o que está sendo sentido pelo eu-lírico de forma certeira, clara, muito expressiva e, certamente, bonita. Exemplo disso é a forma avassaladora que o cantor abre o álbum, com “Xylophone Mind”, uma grandiosa e sublime opening track que desde o princípio se mostra uma lufada de ar fresco, um claro “estou aqui e eu vim para ficar”. É complexo, é poético e é fácil de se identificar, tudo ao mesmo tempo. Separado em duas partes, o Side A se mostra como uma coletânea extraordinária, sensível e admirável, com uma faixa após a outra se aprofundando ainda mais em seus temas e emoções. Destacamos “Favorite Portrait”, uma track extremamente pessoal que, através de metáforas muito bem pensadas, conta uma história permeada de questionamentos internos que se empilham, entre interrogações, num acúmulo de questões sem respostas: “E se esse não é mais o filme da nossa juventude / Por que espero que você termine se ajoelhando na chuva?”. Até mesmo os feats, com Marie Vaccari e NABI, são capazes de brilhar e acrescentar veracidade para as suas determinadas narrativas, apaixonantes e capazes de cativar o ouvinte. O mesmo não pode ser dito do Side B, que acaba por perder um pouco do fôlego, sem realmente travar os sentimentos expressados, mas tropeçando na reutilização dos mesmos temas, que começam a se desgastar, como em “Bad Surprise”, que aborda um tema interessante e cotidiano na vida de muitos de nós de forma branda, sem a força necessária. As duas últimas canções revertem o mormaço, conseguindo engatar uma finalização bela, poderosa e sincera, entregando um trabalho belo, bem executado e, certamente, um dos melhores discos pop do Ano 10.

Spin

90

Um dos populares nomes em ascensão, Petter, revela ao mundo da música o seu primeiro álbum de estúdio, afirmando como uma das futuras apostas de uma super estrela do pop, o artista nos presenteia com um disco pop refinado. Trazendo suas perspectivas em suas letras bem construídas, cativantes e interessantes, sobre ansiedade, términos, traição, senso de culpa e outros variados temas em um compilado de 10 faixas. O novato abre o álbum com a faixa \"Xylophone Mind\", iniciando a primeira leva de capítulos como descrito pelo próprio em relação às faixas de seu álbum, a canção traz um conteúdo lírico metafórico de uma viagem em uma mente caótica, uma faixa que muitos ouvintes poderiam se identificar, ainda mais sendo um letrista capaz de conversar facilmente com qualquer público, a canção é uma bela abertura do álbum, que aguça nossa curiosidade ao decorrer das demais faixas, como \"All The Things You Are\" com a brilhante Marie Vaccari, uma canção leve porém com uma letra forte, a fazendo destacar como uma das melhores do álbum, e com a participação de Marie Vaccari, apenas enriqueceu a canção, fazendo que o novato não se ofuscasse ao lado de uma artista veterana, já nas seguintes faixas, \"Rusty Blue\" e \"Favorite portrait\", Petter mantém o ritmo de um bom conteúdo lírico, e nos mantém ainda mais atentos ao que ele discorre em seus versos, principalmente em \"Favorite portrait\", uma faixa bastante pessoal, que destaca um dos pontos altos de seu álbum; já as faixas \"American Roulette\" com a artista Nabi, é uma das faixas que nos faz desacelerar o ritmo ao ouvir, não mais tão contagiante e tão interessante na lírica quanto às faixas anteriores, a participação de Nabi não é descartável mas também não se faz necessária, e provavelmente Petter poderia se encarregar de faze-la sozinha; já a faixa \"Ghosted Arcade\" possui uma carga expressivamente melancólica e traz um ar mais sombrio que embora destoa das anteriores faixas, não faz dela descartável e não necessária, apenas revela um ponto de destaque em comparação às outras, e seguindo em diante com as faixas \"Timeless Lines\" e \"Bad Surprise\", ele mantém o mesmo ritmo de \"Ghosted Arcade\", com temáticas profundas, reais e pessoais, sendo importante apontar o quanto é maduro com suas letras, mesmo em seu disco de estreia, e já a canção seguinte \"Night Foreigher\", é mais uma das faixas potentes liricamente do álbum, avassaladora com todas suas metáforas e versos bem discorridos sobre solidão, é talvez a faixa mais interessante de se ouvir do álbum. A última faixa é mais que excelente para encerrar a obra, \"Disguse\" termina o capítulo final do álbum de maneira que nos faz querer ouvir e ver mais do artista, que apenas está iniciando. No fim, o álbum é um dos melhores lançamentos por um novato dos últimos anos, valendo destacar os visuais de Tammy em conjunto com Petter que deram mais vida a obra e uma sonoridade inovadora ao Pop, fugindo do convencional. Esperamos ver muito mais de Petter pela frente.

The Line Of Best Fit

83

Após um grande período com extensas divulgações de canções, Petter finalmente faz o seu tão aguardado debut com seu primeiro álbum de estúdio entitulado \"Disguise\", um álbum que mostra todo o potencial do cantor mas também mostra pontos que o cantor tem que melhorar. O álbum, até o momento da escrita dessa crítica, tem \"Ghosted Arcade\", \"Night Foreigner\" e \"All The Things You Are\" como as faixas escolhidas para serem single, e tal escolha não poderia ter sido mais certeira, pois são nessas faixas que Petter mostra toda sua habilidade e fluidez como compositor, se mostrando uma verdadeira futura força em potencial no mundo da composição, com destaque para \"All The Things You Are\" que contém a participação de Marie Vaccari, que se encaixou muito bem na faixa com os seus versos que fluem junto do cantor. Outra faixa digna de destaque é, a também parceria, \"American Roulette\" com a rapper NABI, aonde o rap da artista traz uma quebra muito bem vinda na canção trazendo rimas e versos cheios de referências, foi uma ótima escolha do cantor em convidar a rapper. Entretanto, \"Favorite Portrait\" é aonde o Petter verdadeiramente brilha como compositor, entregando uma das melhores canções do ano, com uma grande destaque para a sua ponte em que você consegue sentir todos os sentimentos do cantor. Todavia, o álbum tem alguns defeitos, como por exemplo a grande quantidade de temáticas e narrativas diferentes que o álbum traz em seu conteúdo, sendo uma verdadeira montanha russa emocional em que você se pergunta como \"Night Foreigner\", \"Favorite Portrait\" e \"American Roulette\" estão no mesmo disco. O cantor peca também com um extremo excesso de referências em suas canções, muitas vezes referenciando coisa que somente ele passou por ou teve conhecimento, deixando o ouvinte se sentindo excluído dessa narrativa por querer entender as referências mas não poder. O visual do álbum do cantor foi feito pelo próprio em parceria com Tammy, e visualmente ele é belo, a escolha de cores e elementos que enfeitam o encarte foi ótima, entretando a fotografia do álbum dá um pouco a sensação que tem algo faltando, talvez se não tivesse deixado tudo no centro essa sensação não existiria. Certamente valeu a pena a espera pelo \"Disguise\", pois está longe de ser um álbum ruim, o contrário, é um ótimo álbum de estréia, entretanto acaba cometendo erros populares em artistas estreantes, mas Petter tem tudo para se superar em seu proximo disco.

Billboard

83

Um dos nomes em ascensão da geração lança seu debut álbum. “Disguise.” é o álbum de apresentação da nova estrela pop Petter. O álbum que tem como gênero principal o Pop, e como influências o SynthPOP e Alternative é organizado em 10 faixas, sendo duas delas parcerias e conta em seu teor lírico diversos sentimentos e momentos vivenciados pelo eu lírico. Um dos nomes em ascensão da geração lança seu debut álbum. “Disguise.” é o álbum de apresentação da nova estrela pop Petter. O álbum que tem como gênero principal o Pop, e como influências o SynthPOP e Alternative é organizado em 10 faixas, sendo duas delas parcerias e conta em seu teor lírico diversos sentimentos e momentos vivenciados pelo eu lírico. Com uma vibe de Pop moderno fundido com retrô, o disco é iniciado com a faixa “Xylophone Mind”. Com uma lírica voltada para questionamentos de uma mente confusa, o norte americano nos entrega uma lírica inteligente, e bem direta o que é surpreendente para o artista, que sempre nos entrega canções com boas metáforas. “All The Things You Are” é uma faixa Pop Dance, que tem como participação especial um dos grandes nomes do disco, Marie Vacarri. A canção entoa seus versos uma carta escrita por corações partidos, onde tecem o final de seus relacionamentos. Vacarri em seu verso, entrega de forma meiga e melancólica tudo que a música precisava, tornando a faixa uma bela epístola de despedida. Petter utilizando sintetizadores nos conta história de uma paixão que começa por causa do fracasso de um outro relacionamento em “Rusty Blue”. A canção tem uma lírica bem simples, mas que funciona bem, nos fazendo gostar da faixa. “Favorite Portrait” é uma faixa pessoal, onde o norte americano nos mostra como se sentiu reprimido e controlado em uma das suas relações amorosas. A lírica demostrada nessa canção é surpreendente, as metáforas colocadas de forma inteligente são geniais. Petter alcança um patamar lírico nessa canção, que faz com que as faixas anteriores que tem um nível bom de escrita pareçam bobas. Chegamos a segunda e última parceria do álbum, dessa vez o novato convida outra estrela em ascensão para juntar-se a ele em uma canção, a sua grande amiga NABI. Em “American Roulette”, os dois novatos fazem uma crítica a forma que a sociedade é conduzida atualmente, mas que acaba se tornando uma faixa sobre exaltação de seus egos, assim perdendo o sentido que foi construído nem seus primeiros versos. “Ghosted Arcade” é a sexta faixa do compilado, que traz em seus versos a percepção de que você nunca foi levado a sério pelo seu amado, sempre ter sido uma diversão momentânea que poderia ser descartado a qualquer momento. A faixa tem uma lírica melancólica e até mesmo sombria, onde o eu lírico expressa a dor de perceber que era só uma distração para essa pessoa. “Timeless Lines” é uma faixa dolorosa, com uma lírica refinada nos conta o momento em que o eu lírico percebe que não são as pessoas que destroem suas relações com ele, mas sim, ele mesmo que ocasiona isso. A canção tem uma atmosfera bem triste e verdadeira com a utilização de metáforas inteligentes, Petter confessa seus erros de forma madura. A oitava canção é “Bad Surprise”. Com uma lírica madura e vulnerável o eu lírico reflete sobre seus caminhos e escolhas não atenderem às expectativas ao seu redor. Uma das faixas mais pessoais até aqui do álbum, onde podemos perceber o quanto isso que é tratado na faixa reflete na vida do artista. Sucedida por faixas que demonstram reflexões do eu lírico sobre alguns aspectos, em “Night Foreigner” é a hora dele refletir sobre a solidão. Com uma lírica excepcional, como vimos em “Favorite Portrait”, Petter nos entrega uma canção metafórica e avassaladora, que peca na simplicidade do seu refrão, que não condiz com o resto da obra, fazendo- nos ser rodeado pelo sentimento de quebra de intensidade, deixando a canção não ter sua execução de forma máxima. Para finalizar esse belo debut álbum, o norte americano acaba nos contando como foi enganado pelo disfarce de um certo alguém, em “disguise”. O visual do álbum é avassalador, assinado pela renomada produtora Tammy com auxílio do próprio artista principal é muito bem polido e executado, trazendo todo o conceito de forma lapidada, assim nos entregando um dos melhores visuais do ano. Petter, entrega em seu primeiro álbum a união de um conceito talvez já bem utilizado aqui, mas de uma forma diferente e enriquecido. O norte americano em algumas faixas acaba entregando canções que podem soar repetitivas, mas que mesmo assim conseguem se sobressair por sua boa lírica. Por fim, Petter surpreende em seu “Disguise.”, mostrando toda sua força como letrista e evidenciado o cuidado de entregar um trabalho de alto padrão da composição ao visual, fortalecendo seu nome na indústria.

All Music

78

Debutando na indústria com os dois pés na porta, Petter nos agracia com o seu primeiro álbum de estúdio repleto de um sentimentalismo clássico. Pautado na sua própria interpretação de acontecimentos que o cercaram, o conteúdo lírico carrega uma identidade única e essa característica se comportou como um dos fatores mais interessantes no disco. Principalmente quando em algumas faixas o artista consegue expressar a ideia proposta em versos limpos, inteligentes e com uma narrativa cativante, como em “Ghosted Arcade”, na faixa título “Disguise.” e na maravilhosa e melhor do álbum “Favorite Portrait”. Entretanto, o conteúdo coeso não se mantém na mesma sintonia no decorrer das canções, o que acaba sendo um traço que enfraquece o disco, uma vez que explicita a percepção de redundância. Seu título apesar de interessante, não aparece tão presente no enredo, criando uma expectativa que foge do leitor no decorrer da experiência. Passeando pela temática, notamos a divisão do álbum em dois grandes blocos, um que trata das questões pessoais de Petter com ele mesmo e outro dele com demais relações, sejam amorosas ou de amizade, exceto a faixa título e sua colaboração com NABI. Todavia, não há tanta clareza na distinção das propostas entre uma música e outra, sendo essas do mesmo bloco, desencadeando na sensação de estar lendo a mesma canção ou uma continuação da anterior ou de mesma abordagem. Ademais, o álbum é repleto de metáforas e outras figuras de linguagens que em sua maioria funcionam bem na letra, exceto por um excesso de referências que poderiam ser melhor pensadas ou substituídas por algumas mais adequadas e de fácil compreensão, para além do entendimento do eu-lírico criado no universo. Sendo assim, na medida em que o leitor compreende o que as faixas querem revelar e é apresentado ao contexto, tudo flui naturalmente. Porém, mesmo com esses deslizes, a carga lírica ainda se sobressai e destaca muito do potencial do americano na composição e, futuramente, no aprimoramento e amadurecimento do mesmo em suas letras. Outro ponto importante a se ressaltar é a faixa “American Roulette” como flutuante na obra não só em comparação com as outras músicas mas também com a narrativa do disco. A abordagem sobre uma “crítica” à indústria não conversou bem com o andamento que o álbum estava tendo e aparece completamente aleatória no meio dele. Logo, ressalta a falha na coesão e ainda acrescenta pontos não tão positivos por possuir rimas previsíveis e uma estrutura que deixa a desejar. O visual do álbum traz de volta os ideais que o mesmo procura explorar, sendo executado de maneira bem feita. A paleta de cores é graciosa, transparece um aconchego e um sentimento de conforto se analisada de maneira conjunta com a composição. Tammy ressalta o ápice de sua edição nesse trabalho, sendo uma de suas melhores, se não a melhor produção. No fim, “Disguise.” é um bom álbum de estreia, mesmo com seus erros comuns a novos artistas. Possui letras e uma proposta clássica, até certo ponto, apesar de clichê. Mas nada que atrapalhe a experiência reconfortante que é expressada nem tampouco a futura correção de pequenos deslizes em álbuns futuros.

Pitchfork

80

Desde o lançamento de Secret Spot, se questionou para que lado Petter atiraria. O norte americano de ascendência brasileira sempre pareceu ser um devoto da Pop Music com letras metafóricas das quais artistas como Taylor Swift e Lana Del Rey são mestres em fazer, mas aqui não há espaço para comparações quando chegamos ao Disguise, seu debut álbum de estúdio. Aqui, Pietro, munido de todas as referências possíveis, nos convida para chorar, dançar, rir e cantar com ele, num súbito processo de adoração a sua própria desgraça durante os 34 minutos de duração. Disguise é descrita por Petter como uma variação de várias narrativas que tem o culto ao término de um relacionamento como base. Mas quem pensa que o disco é mais um Pop melódico sobre dor de cotovelo, está redondamente enganado. Assim que chegamos a Xylophone Mind, faixa que abre o disco, já sabemos aonde o cantor pretende nos levar. Além disso, o Disguise é uma viagem por todos os sentimentos que permeiam tal situação. Tem momentos de pura oxicitocina, como em Rusty Blue, e momentos de pura dor emocional, como em Favorite Portrait, que aliás sucede a outra na tracklist do álbum, afinal, sempre a alegria e a tristeza andam lado a lado. As colaborações do disco trazem certo charme a obra como um todo. Petter e Marie fazem entre si um verdadeiro ode as cartas de término em All The Things You Are, e uma sintonia raivosa com NABI em American Roulette, essa aliás sendo descrita como o fechamento do primeiro ato do álbum pelo cantor. Descrita como a favorita do disco pelo próprio artista, Ghosted Arcade é, sem dúvidas, um dos melhores atos do disco. Uma faixa metafórica, com elementos e densidade nunca antes vista nos trabalhos do Petter. Todo cantor tenha a sua faixa divisiroa de águas, seja em números ou qualidade. Ghosted Arcade pode não ter os números ao seu favor, mas é nítida o nível que Petter colocou seu trabalho. A partir daqui, tudo o que ele lançar terá que ser equivalente ou maior do que Ghosted Arcade. Vindo no segundo ato do disco, Bad Surprise parecer ser uma reflexão a cerca do eu lírico do cantor no álbum quanto dele mesmo. Podemos extrair que, assim como no alter ego em Disguise, o cantor parecia ser uma carta fora do baralho na indústria, o que podemos dizer como um tremendo erro após o lançamento do álbum. O disco finaliza da melhor maneira possível. Se você porcura uma faixa que resuma os sentimentos do Disguise, a faixa título é a faixa ideal. Aqui você permeia pelos sentimentos que o disco carrega, e mesmo assim, te deixa com uma sensação de que precisa ir mais a fundo nas outras músicas e canalizar as diversas energias que pareiam por aqui. Se até aqui foi louvado o trabalho lírico de Petter, no visual, Tammy dispensa palavras. Uma verdadeira potência nos seus trabalhos de direção de arte e programação, aqui ela engrandece o trabalho de cantor com elementos da arte psicodélica europeia, com elementos que lembram uma versão alternativa das capas posadas da Vogue que findaram no movimento Vogue. Aliás, Petter serve um certo estilo de camp. Um lado queer mas sem glamour, mostrando um brilho em meio ao caos, assim como em seu disco. Há algo de belo em sua desgraça pessoal, como se Petter não nos convidasse apenas para assistir o seu calvário, mas sentir junto a ele a sua dor em meio a corações partidos e sintetizadores de Pop Music e referências que vão da ex-vocalista do Silbermond, Stefanie Kloß, e do vencedor do Oscar de Melhor Animação, A Viagem de Chihiro. Disguise elevou o nível artístico de Petter a um patamar que ele sempre mereceu estar, e agora mais do nunca, é hora de corresponde-lo a altura.

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