Dear Damn Inverted Society - The Director Voyager

Pitchfork
Com sua estreia na indústria musical, The Director Voyager apresenta uma abordagem sagaz e intrigante sobre as questões sociais, um manifesto provocativo que pode levar os ouvintes a atingirem um nível de consciência ao ouvir o disco, isso porque a lírica da banda é inspirada e poética. A faixa introdutória, \"Alert\", reflete a mensagem central do álbum sobre a sociedade errática e caótica, e é escrita de forma inteligente, preparando o ouvinte para o próximo capítulo. O único elemento que desagradou foi o fato do titulo da música ser bastante literal, como a própria letra é literal por si só, um título mais rebuscado e subjetivo poderia contrastar bem, como acontece nas próximas canções. Continuando, \"Yellow September\" apresenta uma mensagem interessante que agrega para o conceito da obra, com uma abordagem que foge do habitual e bem composta, esta se configura como uma das melhores de todo disco. \"Beautiful Dark-Eyed Girl\" traz um tempero melancólico que funciona de maneira graciosa e narra a história de uma garota que enfrenta os limites da sociedade para buscar a tão almejada liberdade.. \"The Walls Have Ears\" é, de longe, a mais ousada de todo EP, a canção é uma clara mensagem repudiando a hipocrisia do sistema e do cristianismo. Aqui, a banda mantém seu padrão lírico satisfatório, apenas com uma única ressalva: esta faixa soa menos fluida e sublime que as anteriores. Provavelmente estudar um vocabulário diferente e a disposição dos versos pode ajudar os compositores a resolver facilmente este empecilho. \"Path of Fame\" carrega o mesmo sentimento da última canção, mas se sobressaindo por ser mais fluida, mas ainda preferiria uma canção menos expositiva. Em conclusão, o The Director Voyager exibe um álbum visualmente coeso, mesmo que extremo nos termos de técnicos de luz e contraste, ainda consegue comunicar. Porém, disco algum se segura apenas com apelo visual, as honras aqui vão para as composições e narrativas bem construídas. Com \"Dear Damn Inverted Society\", a banda cria no público uma expectativa para um álbum completo, polido e que com certeza revelará mais facetas de quatro mentes geniais, esperamos não esperar tanto para mais uma dose dessas mentes geniosas .

The Line Of Best Fit
Com o sua primeira aposta na indústria musical, The Director Voyager aposta em críticas a sociedade de formas sábias e intrigantes, que fazem o ouvinte repensar sua trajetória como um todo e reconhecer que talvez tenha errado em algum ponto. O álbum contém conteúdos que poderiam deslizar um pouco da órbita necessária, mas acaba seguindo o bom fluxo. O EP começa com a faixa de introdução \"Alert\", que mostra um pouco da mensagem que todas as outras músicas juntas devem passar: um pensamento sobre tudo o vem acontecendo na nossa sociedade \"quebrada\". É uma faixa de introdução que condiz com a proposta, e escrita de maneira inteligente, levando o ouvinte para o próximo capítulo da história. \"Yellow September\" chega trazendo uma mensagem bastante forte e um argumento válido para ser criticado, apresentando uma narrativa diferente sobre músicas desse tipo; e apresenta uma composição que é bastante intensa até o verso 2. Com a chegada do verso 2, é notável uma caída na intensidade da música e no nível da composição, a música fica um pouco mais \"mundana\" e menos \"surpreendente\" pelos versos escolhidos pela banda; o ponto alto é o refrão da música que carrega a intensidade sem perder o ar de um bom pop/rock. \"Beautiful Dark-Eyed Girl\" chega como uma música mais natural que a primeira, e narra perfeitamente a história de uma mulher que está prestes a atingir todos os seus limites psicológicos para conseguir sua liberdade. A música trás um ar de maturidade em seus versos, principalmente em seu refrão, onde podemos sentir o passo a passo de uma pessoa depressiva por coisas que parecem fugir do seu controle; sendo uma composição mais \"leve\" que a primeira ao mesmo tempo que é tão intensa quanto, mas nessa, a composição vai melhorando de forma crescente e no fim temos um ar de satisfação pela faixa. \"The Walls Have Ears\" é a composição mais impactante do disco, trazendo a mensagem de rebelião contra as normas impostas pelas religiões afora, mas abordando de forma peculiar ao mostrar que apenas você pode se salvar, não a igreja. A música é bastante detalhada, e não torna um assunto tão importante em uma assunto banal, fazendo jus ao que a música precisava para não cair em um tópico desnecessário; a música é bem composta, e mostra que a banda está crescendo não só como compositores, mas a habilidade em contar histórias através das composições mais maduras está sendo moldada com o tempo. \"Path of Fame\" é a faixa mais fraca do EP, caindo no clichê de \"músicas sobre a indústria musical e como se rebelar sobre isso\", com versos que poderíamos ver em diversas outras músicas sobre o mesmo, principalmente no seu refrão. A parte visual é peculiar, que inicialmente cumpre com toda a mensagem de \"rebelião\" ou \"revolucionária\" que o álbum quer trazer, algo mais agressivo é a resposta aqui; mas a parte visual parece um pouco bagunçada, desde as fontes escolhidas até a qualidade de imagem que os efeitos causaram, deixando algo muito \"too much\". Em conclusão, podemos ver o crescimento nítido do The Director Voyager em composição desde o primeiro single da banda até chegar no \"Dear Damn Inverted Society\", e isso coloca a banda em um caminho de crescimento artístico admirável, o que causa uma certa ansiedade para saber o que a banda está preparando para um álbum completo já que é nítido o tamanho potencial da banda para entregar algo com grandes posições que nos fazem refletir sobre, e com um visual mais polido e organizado, pode surpreender mais do que o \"Dear Damn Inverted Society\".