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Pure Feeling - Kaleb Woodbane
91

AllMusic

88

Em seu oitavo disco, Kaleb Woodbane mergulha em uma aura Alternativa com “Pure Feeling” — disco composto por 14 canções que exploram o Pop, Alternativo e o Rock. “Old Habits” lida com a depressão e a luta contra a mesma, aqui citando os antidepressivos, medicações que são a peça-chave no tratamento da doença, e também uma certa confirmação do eu-lírico com a situação em que ele está exposto e vivenciando. É uma faixa com uma carga lírica e emocional intensa, e tem seus deslizes em alguns momentos de “transição” repentinas, mas mantém-se um bom momento e uma canção interessante para iniciar o disco. “Take A Bow” continua o disco com o sabor amargo do “seguir em frente”, aqui com versos que mesclam algo descontraído a uma certa seriedade a qual Woodbane posiciona sua luta e os sentimentos omitidos e trancafiados em si. É uma excelente faixa, e sua forma diferente de descrever os sentimentos aqui propostos a dá um ótimo sentido no disco. “dare(the)devil” lida com o fim de uma relação com a posição de Kaleb como algo acima de tudo que foi passado. Uma faixa que explora um fim doloroso e com um sentimento envolvido que trouxe hematomas emocionais, relata a posição abusiva da pessoa que o eu-lírico se relacionou. Possui uma composição bem intensa e que segue a lógica do projeto, mas poderia ser mais resumida por parecer falar demais sobre pontos específicos em alguns momentos. “Perfect Crime” em parceria com Remy C possui uma estrutura mais melódica e resumida de Woodbane, junto a versos extensivos de Remy C. É uma canção que traz bons incrementos ao disco por experimentar algo novo, porém sacrificar certa parte do artista da canção e entregar tudo nas mãos da rapper convidada é um ponto certamente considerável por mostrar pouco do que o artista principal tem a expressar, mas é uma canção divertida e que funciona na narrativa. “The Non-Prodigal Son” é o tipo de faixa que cresce ao longo dos seus versos e refrões; de início parece uma canção comum, mas no final o seu saldo mostra uma posição de destaque por trazer a personalidade revoltada, sem inibições e com traumas em sua vida que causaram impactos muitas vezes irreversíveis. Aqui, Kaleb abraça todos os seus demônios, seu comportamento não tão bem visto pelos seus entes queridos e, principalmente, os impactos de uma luta intensa contra si mesmo. É uma excelente canção, e mostra um compositor apenas intencionado em contar a sua história. “Midnight Sun”, talvez a mais longa do projeto, é carregada de saudade e de memórias eternizadas na mente do eu-lírico sobre um amigo muito próximo de si. A composição é rica em detalhes e extensa em suas palavras, porém esse último ponto é justificado pela necessidade para que tudo que é abordado seja, por fim, abordado. É outro fragmento excelente no disco, e mostra uma força grande do artista nesse momento, principalmente quando teve que dizer “adeus” para o seu próprio bem. “In the Morning” retrata bem os empecilhos da depressão e a força de vontade que o eu-lírico deve ter para superar essas dificuldades que a sua própria mente coloca. É uma faixa bem composta e segue a qualidade da anterior em expor bem os fatos, seguindo uma estrutura também vista anteriormente. “Gravestones” lida com o su1c1dio com um certo cuidado, mantendo o modo mais confessional visto nas faixas e aproximando os ouvintes da realidade do eu-lírico, citando a luta contra esses pensamentos de auto-destruição mostrando a dor sentida e a hipocrisia com a qual outras pessoas reagem a isso. É uma faixa com uma estrutura mais focada nos versos, e com isso sinalizado é uma parte do disco muito interessante e certamente importante. “Daydreaming” mostra dois lados de Kaleb: por mais que um se distancie dos seus sonhos e muitas vezes do que realmente quer, outro lado (ou outro homem, como expressado na faixa) mantém a chama acesa e persegue o seu próprio desejo, o mantendo de certa forma esperançoso. Aqui também é citada uma relação amorosa e um abandono enfrentado por Woodbane relacionada a ela, o que serve como algo a conectar a narrativa com uma maior facilidade. “Morphine” em parceria com Ashford é uma faixa com uma letra densa, mas seu significado e seu conceito explicam o seu desenvolvimento. A mensagem sobre como a música pode ser um escape e a “morfina” é algo que une bem o lado pessoal e profissional do projeto em si, e é algo interessante de ser citado. “Forbidden Love” lida com o lado mais “negativo” do amor, mas ao mesmo tempo fala sobre o desejo de se sentir amado e todas as coisas que circundam esse desejo. Aqui, Kaleb mostra que deseja sim o amor, mas um amor que há de valer a pena e que não o machucará. É uma faixa muito bem alocada no disco, principalmente com o desenvolvimento do projeto. “Black Sky” é o encontro de Woodbane com esse amor, que o faz sentir as coisas da forma correta e sem as dores que o atormentaram. Esse amor desperta nele o melhor de si, e sua felicidade o dá segurança para dedicar sua energia a pessoa amada. É uma faixa apaixonante e é bem positiva no disco. “Is This Happiness” sintetiza diversos questionamentos e coloca diversos sentimentos explorados nas faixas anteriores, aqui com um enfoque em como o amor ajudou Woodbane a se reconstruir e como confiar nele foi um ponto necessário. Mas aqui, Kaleb mapeia seus limites e questões, repetindo “isso é felicidade?” com uma naturalidade interessante. A faixa flui muito bem e faz sentido num todo. “The Ballad of What Could\'ve Been” finaliza bem o projeto, mas é uma canção um pouco fraca em relação as anteriores. Mesmo que traga boas questões, talvez tenha sido uma canção que traga uma parte lírica que soa como algo exaustivamente visto no projeto inteiro, assim tirando um pouco o seu brilho. O visual, produzido pelo próprio, é muito bonito, com uma fotografia que traz uma vibe bem íntima, cores azuis em tons bem dosados, tipografia bonita e bem trabalhada. Num geral, “Pure Feeling” é um LP com muita qualidade. Mesmo que seu início tenha sido um pouco menos interessante do que o resto do conteúdo, o que é visto no final é um excelente disco sobre redescobrimento, lutas emocionais e reconexão.

The Boston Globe

91

Em “Pure Feeling”, oitavo álbum de estúdio do cantor e compositor Kaleb Woodbane, encontramos uma versão curiosamente mais intimista do que o artista pensa de si mesmo, do mundo e dos relacionamentos que viveu no mesmo, dando origem ao seu título - que nem mesmo era a primeira das opções, mas que se tornou a ideia mais cabível dentro do resultado apresentado à indústria no dia de seu lançamento. Sua produção visual, assinada pelo próprio Kaleb, apresenta tons mais terrosos em seu encarte muito bem mesclado pelas fotografias mais naturalistas, representando a conexão do artista com as raízes dos sentimentos, e também tons azulados em sua capa, onde ele se encontra “praticamente nas nuvens”. Liricamente, o projeto se inicia com “Old Habits”, onde Kaleb pede a quem estiver ouvindo para que o salve de si mesmo e dos efeitos que atos passados, misturados ao uso de remédios entorpecentes de suas emoções mais destrutivas, possuem sobre seu estado mental. Com uma estrutura bem definida e sentimentos descritos de forma direta, o álbum se abre de forma magistral. Em seguida, temos “Take a Bow”, que se utiliza de uma narrativa direcionada a uma segunda pessoa que não parece querer assumir seus erros em detrimento de tudo o que construiu para conseguir o que tanto desejava em sua vida. O ouvinte se sente pessoalmente endereçado por Woodbane na busca pelas perguntas que vem após as respostas encontradas de forma possivelmente desonesta, e a lírica do artista é forte nesse quesito de enfrentamento. Na terceira faixa, “Dare(the)devil” se apresenta até como uma versão do eu lírico endereçado na canção anterior, uma pessoa sem remorsos de deixar uma pessoa confiável para trás no momento em que tal confiança é traída; a faixa é extremamente sentimental mesmo dentro das descrições de uma pessoa fria, fazendo parecer que estamos ouvindo o lado vilanesco diretamente de sua alma. “Perfect Crime” é uma colaboração com a rapper Remy C, e aqui, os dois artistas envolvidos descrevem as sensações e as consequências de um crime premeditado. Remy prevalece sobre Kaleb na dominância de versos, fazendo o artista principal mais agir como um featuring, mas ainda é uma faixa imperdível em sua adrenalina no instrumental combinando com a crescente das vozes. Em “The Non-Prodigal Son”, Kaleb oferece uma reviravolta à história do filho pródigo apresentada no Novo Testamento da Bíblia Sagrada; aqui, o filho que recebeu sua herança jamais voltou para casa, usando seu orgulho como justificativa. A ponte e o refrão final são as partes mais poderosas da canção, que, como um todo, é uma adição essencial à criatividade lírica do cantor. “Midnight Sun”, por sua vez, descreve a relação de Kaleb com uma pessoa que ele não pode salvar de seus demônios particulares, lidando, em vez disso, com a culpa interna de não ter feito tudo o que podia enquanto entende que nem tudo está em seu controle. Uma letra mais melancólica que as demais apresentadas no disco até o momento, mas igualmente impactante para o ouvinte que possa se identificar com tal perda. “In the Morning” lida de forma mais direta com a depressão sentida pelo eu lírico; em seu refrão e ponte, momentos mais marcantes da canção, Woodbane lamenta ter que viver pela sensação de que um dia terá que morrer por causa disso. Lidando dessa forma com o tema, o artista consegue emplacar uma das letras mais tristes de sua carreira pelo soco de realidade inscrito. Já “Gravestones”, sua faixa seguinte, também lida com o mesmo assunto, porém de um ponto de vista diferente e relativamente revoltante - pela fala de alguém que sabe das consequências da negligência de si mesmo frente a pessoas que tiram suas vidas pela falta de auxílio externo aos problemas internos de cada um, mas que, na maior sinceridade, também não sabe se está disposto a agir pela mudança do estigma. Sendo uma faixa mais agressiva e que relembra as primeiras do próprio álbum, poderia ter sido um single de impacto social imenso pela forma imperativa que Kaleb usa para confrontar a sociedade em como lidam com cada vítima, apresentando-se como um dos pontos mais altos do CD. “Daydreaming” apresenta um eu lírico disposto a se isolar nos próprios sonhos para não reconhecer que tudo ao seu redor está mudando, ao contrário de si mesmo; o sentimento é universal e suas letras aqui incluídas também possuem esse apelo, justificando seu lançamento como um pre-release em sua época original. A última colaboração do álbum é “Morphine”. Aqui, Kaleb une forças a Ashford em uma das faixas mais liricamente enigmáticas do álbum, e seu teor de engima também é seu maior trunfo na descrição de como eles se sentem como morfina para outras pessoas - um entorpecente para outras dores enquanto eles sofrem as suas. Para “Forbidden Love”, o cantor enfatiza a noção de que o amor não deveria ser proibido, e que as emoções dopadas pela morfina, na verdade, são essenciais para o amadurecimento de si mesmo como ser humano. A evolução narrativa é o forte da faixa, originalmente lançada como single em sua época original com louvor. “Black Sky” expande a importância que o amor tem para Woodbane na faixa anterior e eleva ao nível onde ele pede para ser ensinado em todas as virtudes do sentimento, cegando a si mesmo em nome de uma sensação que tanto busca; a canção brilha mais por esse ponto de vista do que lendo sua letra isoladamente, mas ainda justifica sua presença. Na penúltima música do projeto, “Is This Happiness?”, Kaleb se permite adentrar em uma produção mais etérea que se expande no refrão simplista enquanto os versos representam um recomeço para si mesmo ao se deixar levar por um novo possível relacionamento; a sensação de chegar ao fim está presente por todos os elementos da faixa. A soma dos detalhes de todas as canções do “Pure Feeling” chegam a uma conclusão ainda mais investigativa em “The Ballad of What Could’ve Been”; concluindo sua trajetória pessoal narrada até o momento, Kaleb instiga o ouvinte a ser mais aberto às possibilidades da vida em vez de se prender tanto a um sistema sem sentimentos como seres humanos possuem em si e renegam a todo custo, finalizando o álbum com uma de suas faixas mais bem construídas e representativas. Sem perder o fôlego após oito álbuns, Kaleb Woodbane encontrou a melhor fase criativa em sua carreira lírica com “Pure Feeling”, um disco que ameaça ser extremamente sentimental, mas que sabe dosar o nível de emoção em cada momento a ponto de apenas atingir o ouvinte com as revelações e deixar que este reflita sobre o que mais pode ser desenvolvido.

Los Angeles Times

88

O veterano Kaleb Woodbane lançou no dia 10 de Novembro de 2022 o seu aguardado oitavo álbum de estúdio “Purê Feeling”. O disco que conta com 14 faixas e duas parcerias, é descrito como o mais pessoal e denso de sua carreira. O álbum inicia com \"Old Habits\" e, revela um Kaleb mais sensível e frágil, refletindo sobre o elo mais frágil, pontuando os espectros do que é importante para si. A narrativa aqui tem um ar mais cru e puro digamos, um pontapé muito bem estruturado para o projeto. A segunda faixa é \"Take a Bow\" e ao contrário da anterior, contrapõe os desdobramentos de sua vida, desenvolvendo-se de maneira brilhante e de uma certa maneira, na maneira clássica Kaleb Woodbane de compor. O refrão fala sobre o poder degustar o sabor da liberdade enquanto ainda poderia ter ficado preso com todos os seus demônios. \"Dare(the)devil\" é a faixa seguinte e serve como a faixa que descreve um relacionamento mais intenso, melancólico e melodramático, pontuando de maneira bem colocada uma outra perspectiva do artista dentro do projeto. Em seguida temos “Perfect Crime”, parceria com Remy C. Como o título já dá spoiler, Kaleb e Remy assumem o papel de parceiros de um crime, com versos fenomenais e rimas fantásticas, dando destaque a Remy C, acrescentando muito a faixa e ao álbum. \"The Non-Prodigal Sun\" é o lead-single do álbum e a track mais distinta até aqui. Suas referências históricas e bíblicas criam uma atmosfera única e densa, descrevendo um sentimento comum mas de maneira sensível e de certa maneira inovadora. \"Midnight Sun\" é triste, sentimental e crua. Toca a alma e apresenta uma história extremamente pessoal com metáforas especiais sobre seu amigo que se partiu. É um dos pontos fortíssimos do pacote. \"In the Morning\" e “Gravestones\" são as canções seguintes e possuem uma narrativa mais impactante, porém não sendo grandes destaques em comparação as anteriores. Destaque para “Morphine” conta com a presença de Ashford e, se consagra como um dos “highest points” do álbum, onde a dupla casa os versos com o sentimento de “dormência” causado pela substância. É genial. \"Forbidden Love\" talvez seja umas das faixas mais tímidas do projeto, mas ainda sim, se apresenta como uma canção bonita apenas. Pulando um pouco de tema e ritmo, temos, “Black Sky\" que foi muito bem recebida pelo público antes do projeto chegar de forma completa ao público e, retrata sobre a necessidade e a paixão por um certo alguém. É possível sentir a emoção e o sentimento na faixa toda, soando quase como uma declaração. Como última faixa, temos “Is This Happiness\", que encerra o disco de maneira introspectiva, não é um grande ponto de destaque, mas ainda sim, com o sentimento que um capitulo foi encerrado. O visual é outro ponto que chama atenção. Após o grande apelo inovador apresentada no “MISCONDUCT”, o “Pure Feeling” é o tipo de álbum com cores sólidas e calmas, é puro e bem polido. E sinceramente, não poderia ser diferente. O oitavo álbum de Woodbane representa claramente o amadurecimento lírico e de certa forma pessoal do cantor. A imersão do álbum toca os elos mais sensíveis de todos que forem desfrutar do período com o pacote. É o tipo de álbum necessário a esse ponto da carreira e, enriquecedor para sua grande gama sonora.

Pitchfork

96

Em seu oitavo álbum de estudio, Kaleb mergulha nas suas emoções e experiências mais profundas sobre si mesmo e decola suas composições a nível pessoal em outro nível na sua carreira, sendo um total avanço desde o já aclamado \"MISCONDUCT\" pela narrativa mais emotiva. Iniciando o álbum da fora mais pura e sensível possível, \"Old Habits\" mostra o eu-lírico em seu momento mais fraco e intenso fazendo uma reflexão sobre tudo que lhe faz sentir impotente, e mesmo com uma linguagem usual, Kaleb mostra como transmitir sentimentos e sensibilidade da maneira mais simples: contando sua história sem malabarismos, apenas o sentimento puro. \"Take a Bow\" chega ironizando suas decisões na vida, com uma composição de tirar o fôlego em momentos como o primeiro refrão no verso \"If you could taste freedom.. would you still lock yourself up with all your demons?\", juntando ao refrão como melhores momentos da música; em contratempo, o segundo pré refrão se tornou um pouco inferior ao primeiro, causando talvez uma sensação de que a troca não seria necessário, mas não tirando a grandiosidade da composição expressiva e mais intensa que a anterior. \"Dare(the)devil\" é perfeitamente bem colocada na tracklist, trazendo a toma um sentimento mais expressivo sobre o relacionamento, mostrando algo mais agressivo e quebrando um pouco todo o ar melodramático que estava mostrando e mesmo assim seguindo o conceito do álbum. A música é entusiasmante, cada verso é possível sentir a raiva do eu-lírico e o seu refrão ao citar o nome da música soa impecável e colocado da melhor forma possível. Seguindo a vibe anterior, Kaleb e Remy C casam perfeitamente em \"Perfect Crime\", com todos os holofotes no verso espetacular de Remy C, narrando a música como se fosse apenas sua; e isso deve-se ao fato da música conter pouco de Kaleb, com seu verso pequeno e uma ponte que é apenas uma repetição do seu primeiro verso, sendo o único ponto negativo da música, mas que a deixa mais catch e comercial e ainda mantém sua qualidade. \"The Non-Prodigal Sun\" é a faixa mais criativa do projeto, abusando de referências bíblicas para compor uma boa faixa e entregando sua complexidade nos versos, contando uma história cotidiana e que pode ser facilmente relacionada a qualquer ouvinte que queira se sentir independente. \"Midnight Sun\" contém algo na sua composição que faz parecer a mais sincera e mais crua do projeto, com a letra mais tocante e pessoal até agora, é possível sentir que Kaleb está ferido e tentando se erguer da perca traumática, e com uma composição rica em metáfora, consegue transmitir emoção necessária para se tornar uma das melhores do álbum. \"In the Morning\" e \"Gravestones\" são faixas intensas e que seguem uma composição impactante, com a última citada se destacando mais nesse quesito, onde o artista coloca o dedo na ferida de uma forma onde flipa a narrativa para demonstrar outra forma de sentimento. \"Morphine\" é uma das melhores faixas do álbum, o nível de intensidade de ambos artistas nos versos é incrível e os versos de Ashford casam muito bem com toda a proposta, chegando ao seu refrão e tudo explode com versos inteligentes, bem elaborados e que causam um sentimento de dormência que vai levemente sendo acelerado pela adrenalina causada pela letra da musica; e aqui, seria uma boa aposta para single e contender para grandes premiações. Após toda a adrenalina da anterior, \"Forbidden Love\" acaba se tornando um pouco fraca na composição, não carregando um fator explosivo ou que a faça ser tão complexa quanto as anteriores. Distante de todos os sentimentos obscuros, \"Black Sky\" mostra um pouco mais de romance, uma pureza que também é necessária para demonstrar os sentimentos mais leves de Kaleb e a forma que ele conduz a música é apaixonante. Encerrando o álbum, \"Is This Happiness\" se junta como um dos pontos baixos do álbum pela falta de profundidade e complexidade em relação a todo o álbum, e é então que chegamos na música final, onde Kaleb encerra o álbum com uma balada que dá um ponto final a toda melancolia do \"Pure Feeling\" de forma exemplar. Seu visual é bastante puro e limpo, bastante diferente do lançamento anterior de Kaleb, demostrando um ar mais sofisticado e delicado; não contem nenhum elemento surpreendente para os padrões de Kaleb, mas não tira toda a excelência e experiência visual do álbum, já que a escolha da paleta de cores tornou tudo mais interessante. O \"Pure Feeling\" talvez seja o melhor álbum de Kaleb em questão de composição, cada faixa demonstra o artista de uma forma mais intensa, e certas faixas vão aumentando tamanha intensidades de forma crescente, o que deixa tudo mais interessante e avassalador. O fato é que o álbum foi necessário para mostrar um lado de Kaleb que não devemos esquecer que existe: ele sabe contar histórias românticas, depressivas, auto reflexivas e totalmente furiosas sem sair da linha, e isso é o mais apaixonante do \"Pure Feeling\".

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