Revista: VOGUE VOGUE Greece entrevista BRUCE
Publicado em: 28/04/2025

VOGUE: Olá, BRUCE! Seja bem-vindo, é um prazer ter você aqui na VOGUE! Como tem passado?
BRUCE: Olá, VOGUE! Obrigado, o prazer é todo meu. Tenho experimentado o melhor da vida, com muita inspiração entre projetos e viagens, mas, acima de tudo, aproveitando cada momento.

VOGUE: Seu novo single “Mighty Mighty” acabou de ser lançado e já está dando o que falar. Como foi o processo de criação dessa faixa e o que ela representa para você neste momento da sua carreira?
BRUCE: Esta canção surgiu de um momento bastante sucinto, mas, pela primeira vez, de uma forma diferente — como se ela, antes mesmo de existir, já tivesse um papel de necessidade. Mighty Mighty nasceu de uma vontade de escrever e mudar. Eu estava no estúdio, experimentando novos sons, e a letra surgiu como uma brisa doce. Estava reunido com a MOE, e a canção foi tomando forma aos poucos. Acho que essa música veio como um presente. E, por ser um presente, posso dizer que ela representa uma mudança definitiva — um novo ciclo.
VOGUE: Você foi recentemente homenageado com o Mercury Prize Honor Award no BRIT Awards. Como foi receber esse reconhecimento e o que esse prêmio significa para você?
BRUCE: Foi uma catarse, uma surpresa gigantesca. Já tenho algum tempo de estrada, mas nunca imaginei que esse momento realmente chegaria. De certa forma, parecia uma dádiva inalcançável. Para mim, ser honrado representa algo ainda maior — difícil até de explicar. Os primeiros minutos de percepção foram uma sensação absurdamente boa. Senti que alcancei um estado completo de êxtase e realização. É uma felicidade imensa.

VOGUE: A sua identidade visual sempre chama atenção. Quais são suas maiores inspirações no mundo fashion e como elas se conectam com sua música?
BRUCE: Minha maior inspiração é Jacques Dutronc, uma lenda da música francesa. Mas, claro, sou apaixonado pela Versace, grife que compõe boa parte das minhas aparições públicas. Não me deixo limitar — estou sempre antenado nas tendências e busco transmitir minha música também na forma como me visto. Prezo muito por isso, então algumas escolhas são bem pensadas. A moda se conecta com minha música no senso de liberdade. Vejo a moda como a expressão mais clara do verdadeiro eu.

VOGUE: Você está trabalhando em um novo álbum de estúdio, correto? Pode contar um pouco sobre como está sendo o processo criativo dessa nova fase?
BRUCE: Sim, meu novo disco traça uma nova imagem. Meu processo criativo, em geral, é muito livre de estresse, pois prefiro deixar as coisas fluírem. Tenho responsabilidades contratuais como qualquer outro artista, mas me sinto livre para criar quando quero — e assim tem sido. Neste novo disco, estou experimentando a sensação de me divertir compondo. Normalmente, minhas canções são diretas e tratadas como um ofício, mas neste novo trabalho, tanto o álbum quanto o extended play têm sido simplesmente prazerosos. As músicas vêm como um presente.
VOGUE: Seu último disco, The Man with the Dancing Eyes, teve uma recepção incrível e marcou um novo momento na sua trajetória. Qual a importância desse álbum para você, olhando agora com um pouco de distância?
BRUCE: Acho que representa uma marca definitiva, um ponto de virada. Foi um projeto que criei com muito carinho e responsabilidade. Fiz escolhas que me renderam uma colheita de bons frutos. É um álbum muito importante, com um significado maior do que qualquer premiação. Chegou no momento perfeito, quando eu mais precisava — isso se reflete tanto na música quanto na recepção do público, da crítica e nas premiações.

VOGUE: Existe uma pressão ou uma expectativa diferente ao criar um álbum novo depois do sucesso de The Man with the Dancing Eyes? Como você lida com isso artisticamente?
BRUCE: Acredito que, pessoalmente, não tanto. Foi um disco que surgiu e nasceu sem grandes expectativas — não que fosse apenas mais um álbum, mas eu nunca imaginei que marcaria o auge da minha carreira. Por isso, acho que isso me ajuda a não sentir pressão. Levo a música como um compromisso leve, sem problemas. Imagino que as pessoas esperem que meu próximo projeto seja sempre maior, melhor, mas confesso que isso não me incomoda. Tenho uma relação íntima com o que faço; lanço o que é necessário para mim, e isso traz diversas consequências — mas, acima de tudo, me garante segurança nas minhas escolhas. Eu sei o que estou fazendo.

VOGUE: Sabemos que você está envolvido em outros projetos além do próximo álbum. Pode nos dar uma pista do que está por vir? Tem algo fora da música em desenvolvimento?
BRUCE: Ultimamente, tenho passado bastante tempo escrevendo. Gosto de colocar no papel ideias para livros — nada sério, apenas um hobby. Mas, falando de projetos mais concretos, tenho escrito alguns artigos e enviado para revistas. Gosto de escrever no geral, mas acho que sou especialmente fascinado por análises; costumo prestar muita atenção em como as coisas funcionam. Essa série de paixões e hábitos me leva a escrever bastante. Quem sabe, um dia, isso não vira música? Talvez um disco conceitual, como uma peça musical.
VOGUE: Por fim, o que você mais espera que o público sinta ou leve consigo ao ouvir essa nova fase da sua carreira, começando por “Mighty Mighty”?
BRUCE: Que seja uma renovação, uma forma de perceber que tudo é singelo, que soe como uma brisa acolhedora. Mighty Mighty representa a necessidade de expressar, de ser humano, de sentir. Quero que o público leve consigo a diversão, o romance, o prazer — que o verão seja divertido e nunca acabe.
